Prof.ª Kalyne de Menezes Bezerra Cavalcanti

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Transcrição:

Prof.ª Kalyne de Menezes Bezerra Cavalcanti Natal/RN Fevereiro de 2011

Fisiologia do Exercício estuda como as estruturas e funções do exercício são alteradas quando somos expostos a exercícios agudos ou crônicos. Fisiologia do esporte aplica conceitos da fisiologia do exercício ao treinamento para desempenho.

August Krogh Vencedor do Prêmio Nobel (1920) Função da circulação capilar Archibald V. Hill Vencedor do prêmio Nobel (1922) Produção de calor durante a contração e regulação musculares Otto Meyerhof Vencedor do prêmio Nobel (1922) Junto com AV Hill Consumo de O ² e mensuração de Ácido lático no músculo John Haldane Papel do CO ² no controle da respiração Pesquisa sobre músculos ou exercício muscular

C.G. Douglas Papel do O ² e do ácido lático no controle da respiração durante o exercício Christian Bohr Como o O ² se liga a hemoglobina Efeito do CO ² em mecanismos da respiração Harvard Fatigue Laboratory (1927) Foi um ponto central no desenvolvimento da fisiologia do exercício nos EUA. O Dr. Dill dirigiu o laboratório da abertura em 1927 ao fechamento em 1947. O corpo de pesquisa em fisiologia do exercício e ambiental produzido por este laboratório forma a base de muito do que sabemos atualmente.

Homeostase refere-se a um ambiente interno relativamente constante em condições sem estresse, resultante de muitas respostas reguladoras compensatórias. Em geral o termo é utilizado para descrever condições normais de repouso e o termo estado estável aplicado quando a variável fisiológica em questão (ex. temperatura) não se altera. Embora o conceito de homeostase signifique que o ambiente interno não está alterado, isto não significa que ele permaneça absolutamente constante.

Os complexos sistemas estão localizados no interior das células e esses sistemas de controle celular regulam as atividades celulares como a degradação e a síntese protéica, a produção de energia e a manutenção de quantidades adequadas de nutrientes armazenados. Exemplo: Sistema de controle biológico regulam, durante o exercício, a respiração e a temperatura. Sistema de controle biológico série de componentes interconectados que mantém um parâmetro químico ou físico do corpo em um valor próximo ao constante. Componentes: receptor, centro de integração e efetor.

O estímulo excita um receptor (componente capaz de detectar a alteração variável), o qual envia uma mensagem ao centro de integração (considerado caixa controle), este avalia a força do estímulo e envia uma mensagem de saída adequada para o efetor ( que se ocupa com a correção do distúrbio) respondendo de modo que as alterações do ambiente interno voltem ao normal. Retroalimentação negativa o retorno do ambiente interno ao normal acarreta uma diminuição do estímulo original que disparou o sistema de controle durante a ação.

Regulação da pressão arterial sistema barroreceptor (são receptores sensíveis a pressão, localizados na artérias carótidas e no arco aórtico). Regulação da glicemia o hormônio insulina regula a captação celular e o metabolismo da glicose e, consequentemente, é importante na regulação da glicemia. A falha deste sistema resulta em diabetes. Exercício muscular altera variáveis como ácido lático, O ², CO ², aumento da frequência respiratória e do fluxo sanguíneo e temperatura do ambiente.

O metabolismo inclui vias químicas que resultam na síntese ( reações anabólicas) e na degradação de moléculas (reações catabólicas). As células possuem vias químicas capazes de converter nutrientes alimentares (gorduras, proteínas e carboidratos) em uma forma de energia biologicamente utilizável esse processo metabólico é denominado bioenergética. Célula: Membrana (barreira protetora entre o interior da célula e o líquido extracelular) Núcleo (os genes se localizam nele e regulam a síntese protéica) Citoplasma (porção líquida da célula Contendo organelas)

As fibras musculares convertem a energia química obtida dos carboidratos, gorduras ou proteínas em energia mecânica para realizar movimento. O processo bioenergético de conversão de energia química em mecânica requer uma série de reações químicas rigidamente controladas. Reação endergônica exige que uma energia seja adicionada ao processo para que ela possa prosseguir. Reação exergônica reação que libera energia em decorrência do processo químico. Reações acopladas quando uma reação química depende da liberação da energia livre de outra reação para ser desencadeada uma segunda reação. Ex. reações de oxidação-redução.

Duas moléculas têm papéis importantes na transferência de hidrogênios (e elétrons): a nicotinamida adenina dinucleotídeo (derivada da niacina, vitamina B 3 )e a flavina adenina dinucleotídeo (derivada da flavina, vitamina B 2 ). A forma oxidada da nicotinamida adenina dinucleotídeo é abreviada como NAD, enquanto a forma reduzida NADH. A flavina adenina dinucleotídeo na forma oxidada FAD e na reduzida FADH

Conceito são proteínas que têm um papel importante na regulação das vias metabólicas da célula. Elas não fazem com que a reação ocorra, mas regulam a taxa ou velocidade com que esta ocorre. Além disso, a enzima não altera a natureza da reação ou o seu resultado final. A energia necessária para iniciar uma reação é a energia de ativação e as enzimas atual reduzindo essa energia e com isso ocorre como resultado final o aumento da velocidade dessa reação. Possuem formato tridimensional, saliências e sulcos característicos. As bolsas localizadas em cima das enzimas são denominadas sítios ativos.

O conceito de como as enzimas se ajustam a uma determinada molécula substrato é análogo à idéia da chave e da fechadura. O formato do sítio ativo da enzima é específico para a forma de um determinado substrato, o que permite que as duas moléculas formem um complexo de enzimasubstrato.

Temperatura e ph (acidez) da solução. Enzimas possuem uma temperatura ótima na qual elas são mais ativas (o trabalho muscular acarreta um aumento da temperatura corporal). A elevação na atividade enzimática aumenta a bioenergética, acelerando a velocidade das reações envolvidas.

Exemplo: Durante um exercício intenso, os músculos esqueléticos podem produzir grandes quantidades de ácido lático, o qual é um ácido relativamente forte e dissocia-se rapidamente para liberar íons hidrogênio e formar lactato. O acúmulo de grandes quantidades de íons hidrogênio acarreta uma redução do ph dos líquidos corporais abaixo do ph ótimo de importantes enzimas bioenergéticas. O resultado final é uma capacidade reduzida de fornecer energia necessária para a contração muscular.

Pesquisa sobre os substratos para o exercício/ Produção anaeróbica e aeróbica de ATP/ e sistema ATP-CP.