Caracterização da Cafeicultura Familiar no Município de Vitória da Conquista- Ba

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Transcrição:

Caracterização da Cafeicultura Familiar no Município de Vitória da Conquista- Ba Esp. Lázaro Ribeiro de Oliveira Prof. DSc. Valdemiro Conceição Júnior.

Agricultura familiar: importância social e econômica Responsável por 38% do café produzido no país. Das 10 mil propriedades produtoras da Bahia, 70% são de agricultores familiares

Objetivo Geral Fazer um levantamento das principais características sociais, econômicas e ambientais da cafeicultura familiar no município de Vitória da Conquista BA.

Foram aplicados 45 questionários a cafeicultores familiares em 16 localidades: Povoado de Abelhas, Inhobim, Velame, Baixa Seca, Lagoa de Melquiades, Barrocas, São Joaquim de Paulo, Limeira, Duas Vendas, Cabeceira da Jiboia, Capinal, São Sebastião, São Domingos, Estiva, Santa Marta, Volta Grande. Período: entre Março e Abril de 2013. Tabulação dos dados utilizando planilhas do sistema Microsoft Excel 2010.

Idade Ativa Entre os moradores: 57,5% estão em idade ativa Dentre estes, 40% possuem algum tipo de atividade remunerada fora da propriedade.

Em 49% das propriedades há pelo menos 1 aposentado na família 68% destes tem a aposentadoria como principal fonte de renda 24% das famílias são atendidas pelo Programa Bolsa Família. Permitem condições para a manutenção das famílias,viabilizando as pequenas propriedades.

45 Escolaridade declarada pelos proprietários(%) 40 35 30 25 20 15 10 5 0 analfabeto apenas lê ou escreve 1ª a 4ª serie incompleta 1º a 4º serie completa 5ª a 8ª serie incompleta 5ª a 8ª serie completa 2º grau incompleto 2º grau completo

58% 29% 13% 0 a 5ha 5,1 a 10ha mais de 10ha 40% das propriedades pesquisadas foram herdadas

Mandioca:49% Feijão:40% Milho:35,5% Frutíferas:40% Galinhas:32%

80 70 60 50 40 30 20 10 0 Ate 2ha 2,1 a 4ha 4,1 a 6ha 6,1 a 10ha Mais de 10ha

Coffea arábica(café arábica) Principalmente Variedade Catuaí Observou-se uma média de 12,7 sacas por hectare A média dos pequenos produtores da Bahia é 14,3 sacas por hectare (SEAGRI, 2011)

Utilização da área (%) Possui toda área cultivada 64,5 Possui área disponível, mas não pretende ampliar 15,5 Possui área disponível e pretende ampliar cultivo 20 Total 100 67% dos agricultores pretendem aumentar a área cultivada com mandioca e apenas 22% pretendem aumentar o cultivo de café.

87% das propriedades não tem acesso a nenhum tipo de assistência técnica Entre os 13% que declararam recebem: 50% - obtida em lojas de insumos agropecuários 50% - se caracteriza como transferência de tecnologia Não ouve registro de assistência técnica especifico ao produtor ou a sua cafeicultura.

Analise do solo: apenas 29% costumam fazer Em 31% das lavouras de café são utilizados apenas adubos orgânicos.

Observado em 51% das propriedades

Predominantemente manual Em 33,3% das propriedades a colheita é realizada exclusivamente por familiares(em lavouras de até 2ha) Em média são contratados 6 trabalhadores por propriedade para a colheita do café

97,8% Via seca Secagem do café estufa 13% lona 11% terreiro de chão batido 42% terreiro cimentado 34%

Terreiro de chão Terreiro cimentado

Tipo de bebida Não sabe 20% Dura e Rio 20% Rio 60%

Dificuldades (%) Déficit hídrico 40 Falta de recursos para investir na lavoura 26,7 Falta de assistência técnica 6,7 Falta de trabalhadores para colheita 4,4 Alto custo de mão de obra 4,4 Outros 17,8

Comercialização do café Donos de barraca 22% Atravessadores 78% 84,4% dos entrevistados declarou que se sente prejudicado pelo atravessado

35,5 38 Sindicato Rural Associação 0 cooperativa

82% do agricultores pretendem continuar na atividade cafeeira 18% desejam mudar de atividade

Apenas 20% das propriedades possuem área com reserva legal A utilização de lenha retirada da propriedade foi verificado em 47% dos estabelecimentos A prática da queimada é utilizada por apenas 4,4% dos agricultores.

Os estabelecimentos da cafeicultura familiar do município de Vitoria da Conquista caracterizam-se predominantemente por pequenas propriedades, de baixa produtividade e cafés com qualidade inferior, resultando em um baixo rendimento financeiro. A falta de organização social dos agricultores torna-se um impedimento a que possam participar do mercado em melhores condições de concorrência. É necessário envolver os atores capazes de modificar este cenário, ou seja, os próprios agricultores, o poder público, órgãos de extensão rural, a universidade e os centros de pesquisa, para que possam propor e executar ações concretas que venham a modificar o atual cenário da cafeicultura familiar neste município.

Muito Obrigado! Lro.agro@yahoo.com.br