INTRODUÇÃO AO DIREITO SANITÁRIO Aula n. 70 - Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde Prof. Dr. Joseval Martins Viana
Bibliografia Básica AITH, Fernando. Curso de direito sanitário: a proteção do direito à saúde no Brasil. São Paulo : Quartier Latin, 2007. NUNES JUNIOR, Vidal Serrano; DALLARI, Sueli Gandolfi. Direito sanitário. São Paulo : Verbatim, 2010. ROCHA, Julio Cesar de Sá da. Direito da saúde : direito sanitário na perspectiva dos interesses difusos e coletivos. 2. ed. São Paulo : Atlas, 2011. SANTOS NETO, Elias Higino dos. Direito sanitário: manifestações atuais. Brasília : Kiron, 2012. TIMM, Luciano Benetti et alli. Direito sanitário brasileiro. São Paulo : Quartier Latim, 2004.
Legislação referente ao Direito Sanitário (Direito da Saúde) Constituição Federal Código de Defesa do Consumidor Resoluções da Anvisa Leis Sanitaristas Código de Direito Sanitário do Estado Código de Direito Sanitário do Município Blog de Direito Sanitário: saúde e cidadania
1. Conceito de Direito Sanitário Direito Sanitário é o ramo do Direito Público em que o Estado, visando à proteção e à promoção da saúde pública, assume, ativamente, o papel regulador e controlador dos bens, dos produtos, dos serviços e das atividades que podem colocar em risco a saúde da população.
. 2. Princípios do Direito Sanitário 2.1. Princípio da fundamentalidade 2.2. Princípio da proteção da dignidade da pessoa humana
2.3 Princípio da Integralidade 2.4 Princípios da Igualdade, Equidade e Solidariedade 2.5 Princípio do Acesso Universal e Igualitário
2.6 Princípio da Democracia Sanitária 2.7 Princípio da Responsabilidade Estatal 2.8 Princípio da Segurança Sanitária
Aplicação Prática A autora comprou um peixe do tipo anchova do Supermercado Extra. Após preparo e ingestão do peixe, começou a passar mal, apresentando quadro de vômitos constantes, dor de cabeça, dor de estômago e diarreia, levando-a a procurar atendimento no pronto-socorro. Como advogado (a) da autora, proponha a ação competente.
Documentos necessários: a) Comprovante da compra (nota fiscal) b) Cópia do prontuário médico c) Cópia do relatório da enfermagem d) Cópia do Termo de Consentimento Informado e) Boletim de ocorrência (se for o caso) f) Exames laboratoriais
Fundamentação Legal Artigo 1º, inciso III, da Constituição Federal Artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal Artigo 186 do Código Civil Artigo 927 do Código Civil
Fundamentação Legal Artigo 6º, inciso I, do Código de Defesa do Consumidor Artigo 6º, inciso VI, do Código de Defesa do Consumidor Artigo 12 do Código de Defesa do Consumidor Artigo 12, 1º, inciso II, do Código de Defesa do Consumidor Artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor
Artigo 2 º da Lei n. 11.346, de 15 de setembro de 2006 Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional SISAN com vistas em assegurar o direito humano à alimentação adequada e dá outras providências. A alimentação adequada é direito fundamental do ser humano, inerente à dignidade da pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo o poder público adotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população.
LEI Nº 10.083, DE 23 DE SETEMBRO DE 1998 Dispõe sobre o Código Sanitário do Estado Artigo 2º - Os princípios expressos neste Código disporão sobre proteção, promoção e preservação da saúde, no que se refere às atividades de interesse à saúde e meio ambiente, nele incluído o do trabalho, e têm os seguintes objetivos: I - assegurar condições adequadas à saúde, à educação, à moradia, ao transporte, ao lazer e ao trabalho; II - promover a melhoria da qualidade do meio ambiente, nele incluído o do trabalho, garantindo condições de saúde, segurança e bem-estar público; III - assegurar condições adequadas de qualidade na produção, comercialização e consumo de bens e serviços de interesse à saúde, incluídos procedimentos, métodos e técnicas que as afetem.
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL Lei Municipal Nº 13.725, de 9 de janeiro de 2004 Institui o Código Sanitário do Município de São Paulo. INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA E MEDIDAS DE CONTROLE Art. 75º - Recebida a notificação, a autoridade sanitária deve proceder à investigação epidemiológica pertinente. 1º - A autoridade sanitária pode exigir e executar investigações, inquéritos e levantamentos epidemiológicos junto a indivíduos e a grupos populacionais determinados, sempre que julgar oportuno, visando à proteção da saúde, mediante justificativa por escrito. 2º - Quando houver indicação e conveniência, a autoridade sanitária pode exigir a coleta de amostra de material para exames complementares, mediante justificativa por escrito.
FATO E FUNDAMENTO JURÍDICO DO PEDIDO 1. Manter o nexo de causalidade entre o dano e a ingestão do peixe. 2. Salientar a ocorrência do dano. 3. Falha de segurança no produto comercializado, causando na autora o quadro de intoxicação. 4. Responsabilidade solidária do fornecedor e do vendedor. 5. Inversão do ônus da prova requerer perícia se possível periciar o alimento. 6. Salientar que houve danos à dignidade da pessoa humana, à saúde, à vida e à incolumidade física.
Isto posto, requer a Vossa Excelência que se digne de condenar os réus a indenizar o autor no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) a título de indenização, além das custas e despesas processuais e honorários advocatício, devidamente corrigidos. Observação: Pode requerer dano material (despesas com o tratamento não coberto pela operadora do plano de saúde). Pode requerer a devolução do pagamento da alimentação.
Com base no artigo 319, inciso VII, do Código de Processo Civil, a autora opta pela audiência de conciliação e mediação, a fim de buscar uma solução amigável para esta demanda.
Requer também a Vossa Excelência que se digne de decretar segredo de justiça este processo com base no artigo 189, inciso III, do Código de Processo Civil, porque a autora acostou aos presentes autos do processo o prontuário médico e, segundo o artigo 1º, da Resolução CFM n. 1.638/2002, o prontuário médico é revisto de caráter sigiloso.
OBSERVAÇÃO: Se o paciente estiver internado ou se for maior de 60 (sessenta) anos, requer também prioridade no andamento processual, segundo o artigo 1.048, inciso I, do Código de Processo Civil.
A jurisprudência desta Corte firmou o entendimento de que, ausente a ingestão do produto considerado impróprio para o consumo em virtude da presença de corpo estranho, não se configura o dano moral indenizável. Precedentes. Incidência da Súmula nº 83 do STJ. REsp 925013
Súmula 83 do STJ NÃO SE CONHECE DO RECURSO ESPECIAL PELA DIVERGENCIA, QUANDO A ORIENTAÇÃO DO TRIBUNAL SE FIRMOU NO MESMO SENTIDO DA DECISÃO RECORRIDA.