NOTA TÉCNICA 02/2017 Assunto: Orientação sobre conduta diante dos casos ou surto de conjuntivite 1. Definição de caso A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva ocular, membrana transparente e fina que reveste a porção anterior da esclera e a face interna das pálpebras. 2. Transmissão A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, através de contato com secreções ou objetos contaminados (equipamentos oftálmicos, toalhas, travesseiros, lenços, lápis, copos, etc). Dissemina rapidamente em ambientes fechados como escolas, creches, escritórios e fábricas. 3. Sintomas Olhos avermelhados (hiperemia dos vasos sanguíneos da conjuntiva). Prurido, sensação de desconforto. Inchaço (edema) do olho ou pálpebra. Lacrimejamento com a presença de secreção mucopurulenta. Sensibilidade à luz (fotofobia). Visão borrada. Pode ocorrer febre, dor de garganta e dores pelo corpo. O paciente se queixa que amanheceu com o olho colado. 4. Tempo de duração O tempo da conjuntivite varia em média de 7 a 10 dias. 5. Tratamento O primeiro passo para todo paciente com olhos vermelhos é procurar um médico (porque várias doenças oftalmológicas, que não conjuntivite, podem causar olhos vermelhos, e a distinção entre conjuntivite viral, alérgica ou bacteriana é importante, não só no tratamento, mas também na indicação de dispensa escolar ou no trabalho.
Utilizar gaze umedecida com água filtrada ou mineral, ou ainda soro fisiológico, para limpar as casquinhas que se formam em volta do olho. Utilização de compressas frias. Tratamento com antibiótico (em caso de infecção bacteriana) usar Tobramicina colírio que é seguro na criança, porém quando não responder poderá ser trocado por ofloxacino ou ciprofloxacino colírio, somente com antibiótico, sem corticóide associado. O ideal é sempre nos casos suspeitos de conjuntivite, principalmente quando em um olho só, testar a acuidade visual, pedindo para o paciente tampar com uma mão o olho bom, para saber se o outro olho está com visão normal. Se visão preservada provável conjuntivite mesmo. Se acuidade visual diminuída, mandar para oftalmo na urgência, pois pode ser corpo estranho, úlcera de córnea ou outras patologias oculares. O uso de colírios de corticoide associado a antibióticos melhoram mais rápido a conjuntivite, mas se tem alguma outra coisa, como um corpo estranho, pode evoluir para algo bem mais grave, até mesmo uma perfuração ocular. Sendo assim, o ideal é evitarmos prescrever qualquer colírio com corticoide sem avaliação oftalmológica. 6. Medidas de controle e vigilância 6.1 Prevenção A fim de se evitar o contágio, os indivíduos com conjuntivite devem adotar as seguintes medidas preventivas: Lavar com frequência o rosto e as mãos, uma vez que estas são veículos importantes para a transmissão de microrganismos patogênicos. As mãos não devem entrar em contato com locais sujos e depois em contato com os olhos. Evitar aglomerações ou frequentar piscinas de academias ou clubes e praias. ATENÇÃO Não coçar os olhos. Aumentar a frequência de troca das toalhas do banheiro e sabonete ou use toalhas de papel para enxugar o rosto e as mãos. Trocar as fronhas dos travesseiros diariamente enquanto perdurar a crise.
Não compartilhar objetos (canetas, produtos de beleza, lenços etc), de pessoa portadora de conjuntivite. Evitar contato direto com outras pessoas. Não ficar em ambientes onde há bebês. Não usar lentes de contato durante esse período. Evitar banhos de sol. Evitar luz, pois essa pode fazer com que o olho contaminado venha a doer mais. Tabela - Número de casos notificados de residentes segundo mês e ano de ocorrência, Cuiabá (2014 a 2017). Mês 2014 2015 2016 2017 Janeiro 11 10 8 6 Fevereiro 15 10 4 1 Marco 12 16 11 8 Abril 5 4 5 12 Maio 7 9 0 16 Junho 8 22 9 15 Julho 7 16 8 15 Agosto 11 20 20 31 Setembro 18 26 27 13 Outubro 18 17 22 47 Novembro 26 11 15 50 Dezembro 11 5 09 9 Total 149 166 138 223 Fonte: SINANNet/Cuiabá/MT, dado atualizado 13/12/2017. OBSERVAÇÕES: Os casos de conjuntivite são de notificação estadual, devendo ser preenchido a ficha individual de notificação do SINAN (anexo1). Quando existe a informação de mais de 02 (dois) casos na mesma família, escola, creche, local que trabalho, relacionados epidemiologicamente passa a ser considerado como SURTO, devendo ser notificado usando a planilha de casos (anexo 2).
Anexo 01 Ficha de notificação individual
Anexo 2 PLANILHA PARA ACOMPANHAMENTO DE SURTO
Anexo 3 - Informações Laboratoriais Diagnóstico laboratorial da Conjuntivite Bacteriana em situação de surto Para identificação do agente etiológico do surto deve - se coletar 05 amostras de secreção conjuntival por município e colocar em meio Stuart, encaminhar ao LACEN/MT, em temperatura ambiente em até 48 horas, juntamente com a ficha de notificação do SINAN devidamente preenchida com suspeita clinica e solicitação do GAL especificando pesquisa bacteriana. Diagnóstico laboratorial da Conjuntivite Viral em situação de surto Para identificação do agente etiológico do surto deve - se coletar 05 amostras de secreção conjuntival por município, com swab de Rayon e acondiciona-lo em Criotubo ou tubo de Falcon contendo 3 ml de Solução Fisiológica, encaminhar ao LACEN/MT, em temperatura de 2 a 8ºC em até 12 horas, juntamente com a ficha de notificação do SINAN devidamente preenchida com suspeita clinica e solicitação do GAL especificando pesquisa viral. Flavia Guimarães Dias Duarte Gerente de Vigilância a Doenças e Agravos Transmissíveis COVIDA/DIVISA/SMS Clotildes Pinho da Costa Coord. de Vigilância a Doenças e Agravos COVIDA/DIVISA/SMS