o DIREITO PENAL INTERNACIONAL E A RESPONSABILIDADE

Documentos relacionados
A RESPONSABILIDADE CRIMINAL PELO PRODUTO E O TOPOS CAUSAL EM DIREITO PENAL

LEGISLAÇÃO SOBRE DIREITO DE AUTOR E SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

A RESERVA DE PROPRIEDADE: DO VENDEDORAO FINANCIADOR

MINISTÉRIO PÚBLICO E DIREITOS HUMANOS. Um estudo sobre o papel do Ministério Público na defesa e na promoção dos direitos humanos

Sumário SIGLAS E ABREVIATURAS... 9 APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO INTRODUÇÃO TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS... 21

RESPONSABILIDADE PENAL DAS SOCIEDADES

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular TEORIA DA INFRACÇÃO PENAL Ano Lectivo 2011/2012

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular TEORIA DA INFRACÇÃO PENAL Ano Lectivo 2009/2010

SUMÁRIO. Siglas e abreviaturas Introdução Teoria Geral dos Direitos Humanos A Dignidade Humana e os Sistemas de Proteção...

TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL

SUMÁRIO. Siglas e abreviaturas Introdução Teoria Geral dos Direitos Humanos... 25

CONSIDERAÇOES SOBRE DOS ANTECEDENTES CRIMINAIS DO ARGUIDO NO PROCESSO PENAL

Constituição Européia e Soberania Nacional

LICENCIATURA

FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Curso de Licenciatura 2018/2019 (1.º Semestre)

e image part with relationship ID rid3 was not found in the file. A Principal Razão da Actual Crise Mundial de Refugiados à luz do DIH

TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL

Direito da Segurança

\JlX. A Recusa de Aplicação de Regulamentos pela Administração com Fundamento em Invalidade. Ana Raquel Gonçalves Moniz

DIREITOS HUMANOS. Estatuto de Roma e o Tribunal Penal Internacional Parte 2. Profª. Liz Rodrigues

I INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular DIREITOS FUNDAMENTAIS Ano Lectivo 2018/2019

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular DIREITOS FUNDAMENTAIS Ano Lectivo 2011/2012

Parte I Lei de Cooperação Judiciária Internacional em Matéria Penal

NEREU JOSÉ GIACOMOLLI

Eduardo e outros-col. Leis Especiais p Conc-v45.indd 13 25/11/ :33:53

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular DIREITOS FUNDAMENTAIS Ano Lectivo 2014/2015

Direito da Segurança

Introdução ao Direito Comparado

OS LIMITES OBJECTIVOS DO NE BIS IN IDEM

Tribunal Penal Internacional. Carlos Eduardo Adriano Japiassú

AMNISTIA INTERNACIONAL

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular DIREITOS FUNDAMENTAIS Ano Lectivo 2010/2011

Índice ÍNDICE. Pág. Prefácio... 7 Plano da obra Abreviaturas Bibliografia Geral Parte I CONCEITO DE DIREITO

DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE DE APLICAÇÃO UNIDADES CONTEÚDOS OBJETIVOS Nº DE AULAS TÉCNICA DE ENSINO INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

OS LIMITES OBJECTIVOS DO NE BIS IN IDEM

Direito da Segurança

Direito Internacional Humanitário (DIH) e Direito Penal Internacional (DPI) Profa. Najla Nassif Palma

STJ Carlos Henrique Abrão. Processo Eletrônico. Processo Digital. 4~ Edição. Revista, Atualizada e Ampliada

Ficha de Unidade Curricular. Ciclo de Estudos Mestrado em Direito e Ciência Jurídica

DIREITOS HUMANOS. Sistema Global de Proteção dos Direitos Humanos: Instrumentos Normativos

ACORDO ENTRE A REPÚBLICA PORTUGUESA E AS NAÇÕES UNIDAS SOBRE A EXECUÇÃO DE SENTENÇAS DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL PARA A EX-JUGOSLÁVIA

Sumário. PARTE I PARTE GERAL Capítulo I NOÇÕES GERAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS. Capítulo II RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL DO ESTADO E DIREITOS HUMANOS

Os Contratos de Consumo

CURSO DE DIREITO PROCESSUAL PENAL. Volume IV

LEI DA CONCORRÊNCIA COMENTÁRIO CONIMBRICENSE

AMNISTIA INTERNACIONAL

ÍNDICE GERAL DO VOLUME I

Direito da Segurança

Direito da Segurança

MANUAL DA RESPONSABILIDADE MÉDICO. Pedro H. C. Fonseca 2ª EDIÇÃO

ÍNDICE GERAL I INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL

CONVENÇÃO PARA A PREVENÇÃO E REPRESSÃO DO CRIME DE GENOCÍDIO, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1948

AMNISTIA INTERNACIONAL

CURSO DE FORMAÇÃO DE GUARDAS 2014/2015

DIREITO ADMINISTRATIVO I ÍNDICE. CAPÍTULO I A relevância do estudo do direito administrativo

Disciplina : Direito Penal I.28 tempos

ÍNDICE GERAL. Nota à primeira edição. Capítulo I O Direito Internacional

Regime do Segredo de Estado

1948 Declaração Universal dos Direitos De acordo com a Declaração Universal dos Direitos : Os direitos humanos vêm ganhando força nos últimos tempos

DIREITOS HUMANOS. Prof. Ricardo Torques. fb.com/direitoshumanosparaconcursos. periscope.tv/rstorques.

* A rede normativa e orgânica da cooperação internacional panorâmica geral

DIREITO INTERNACIONAL

CONSTITUIÇÂO DA REPÚBLICA PORTUGUESA. (texto integral) Tribunais SECÇÃO V CAPÍTULO I. Princípios gerais. Artigo 202. (Função jurisdicional)

Profº Leonardo Galardo Direito Penal Aula 02

PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS

O Processo de Concessão de Direito de Asilo:

Direitos Humanos. Prof. Dr. Jesualdo Almeida Junior Mestre, Doutor e Pós-Doutor em Direitos Humanos pela Universidade de Coimbra

Direitos Humanos em Conflito Armado

EM LICITAÇOES E FRANCISCO ZARDO INFRAÇÕES ESANÇÕES CONTRATOS ADMINISTRATIVOS COM AS ALTERAÇÕES DA LEI ANTICORRUPÇÃO (LEI 12.

Introdução ao Estudo do Direito

VIII Curso de Direitos Humanos 2006 VIII Course in Human Rights 2006

Fundo: Câmara Municipal de Évora Secção: Contencioso Fiscal. 1. Descrição ao nível da série IDENTIFICAÇÃO

PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS

Índice PARTE I O ENVOLVIMENTO DE AGENTES ECONÓMICOS NA COMISSÃO DE CRIMES INTERNACIONAIS

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 1. CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA (HAIA) - 15 juízes independentes com imunidades diplomáticas

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular COOPERAÇÃO POLÍCIAL Ano Lectivo 2015/2016

DIREITO PROCESSUAL PENAL

Primado do Direito e Julgamento Justo

ESTUDOS DE HOMENAGEM AO PROF. DOUTOR JORGE MIRANDA VOLUME IV DIREITO ADMINISTRATIVO E JUSTIÇA ADMINISTRATIVA

STJ JOÃO ALBERTO ALVES AMORIM. , Direito das. uas. o Regime Jurídico da Água Doce no Direito Internacional e no Direito Brasileiro

CURSO DE DIREITO PROCESSUAL ELEITORAL

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA. Gabinete do Procurador-Geral da República D E S P A C H O

Lei de Organização da Justiça Militar da União Anotada

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular DIREITOS FUNDAMENTAIS Ano Lectivo 2016/2017

LISTA DE ABREVIATURAS

Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDL) Ano lectivo PROGRAMA DIREITO DA ECONOMIA 3.º Ano Turno diurno

Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDL) Ano lectivo PROGRAMA DIREITO DA ECONOMIA. 3.º Ano. Agosto 2014 REGENTE/COORDENADOR

STJ BETINA TREIGER GRUPENMACHER DENISE LUCENA CAVALCANTE MARIA DE FÁTIMA RIBEIRO MARY ELBE QUEIROZ

Direitos fundamentais supranacionais (O caso da União Europeia)

STJ Keity Saboya. Ne Bis in Idem. História, Teoria e Perspectivas

União Estável e Casamento

Direito Penal. Eficácia Espacial

Protocolo. - Estado Português, através do Ministério da Justiça, neste acto representado pela Sra. Ministra da Justiça;

AQUISIÇÃO E ACEITAÇÃO EM GARANTIA DE ACÇÕES PRÓPRIAS CONTRIBUTO PARA COMPREENSÃO DOS SEUS REGIMES DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM CIÊNCIAS JURÍDICAS

ARTIGO I. Disposições gerais

Transcrição:

ANA ISABEL ROSA PAIS Assistente convidada da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra o DIREITO PENAL INTERNACIONAL E A RESPONSABILIDADE DOS SUPERIORES HIERÁRQUICOS AB\lN.JADCMN5 Coimbra Editora

Título o DIREITO PENAL INTERNACIONAL E A RESPONSABILIDADE DOS SUPERIORES HIERÁRQUICOS La Edição, Abril 2013 Autor ANA ISABEL ROSA PAIS Editor Coimbra Editora Coimbra Editora, S.A. Ladeira da Paula, 10 3040-574 Coimbra Telef (+351) 239 852 650 Fax (+351) 239 852 651 www.coimbraeditora.pt editorial@coimbraeditora.pt Execução gráfica Coimbra Editora, S.A. Ladeira da Paula, 10 3040-574 Coimbra ISBN 978-972-32-2127-5 Depósito Legal n.o 355748/2013 Biblioteca Nacional de Portugal- Catalogação na Publicação PAIS, Ana Isabel o Direito Penal Internacional e a Responsabilidade dos Superiores Hierárquicos ISBN 978-972-32-2127-5 CDU 341 Qualquer reprodução desta obra, total ou parcial, que não tenha sido previamente autorizada pelo Editor, pode constituir crime ou infração, punlveis nos termos da legislação aplicável.

--- STJ00098069 SIGLAS E ABREVIATURAS AjCL - American journal o/ Comparative Law AjIL - American journal o/international Law BFDUC - Boletim da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra BOA - Boletim da Ordem dos Advogados CLF - Criminal Law Forum CP - C6digo Penal CRP Constituição da República Portuguesa DUDH - Declaração Universal dos Direitos do Homem GPL - Global Po/icy FOl'um EjCCLCj - European journal o/ Crime, Criminal Law and Criminal justice EjIL - European journal o/international Law ETPI Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional ETPIJ - Estatuto do Tribunal Penal Internacional para a ex-jugoslávia ETPIR - Estatuto do Tribunal Penal Internacional para o Ruanda ICLR - Internatíonal Criminal Law Review IRRC - International Review o/ the Red Cross JIC] - journal o/international Criminal justíce LjIL - Leiden journal o/international Law MLR - Military Law Review NILR - Netherlands International Law Review PACG I - Protocolo Adicional I de 1977 às Convenções de Genebra de 1949 RECC - Revista Brasileira de Ciências Criminais RDC - Revista Direito e Cidadania RDj - Revista Direito e justiça REP - Revista de Estudios Po/iticos RIDP - Revue Internationale de Droit Plnal RPCC - Revista Portuguesa de Ciência Criminal TPI - Tribunal Penal Internacional (permanente) TPIJ - Tribunal Penal Internacional para a ex-jugoslávia TPIR - Tribunal Penal Internacional para o Ruanda Coimbra Editora

Págs. AGRADECIMENTOS... 7 SIGLAS E ABREVIATURAS... 11 INTRODUÇÃO... 13 CAPÍTULO I O DIREITO PENAL INTERNACIONAL: GÉNESE E PERSPECTIVAS DE EVOLUÇÃO 1. Uma questão prévia. Direito penal internacional e direito internacional penal: mais do que uma contenda terminológica, uma opção conceptual...... 17 2. O direito penal das gentes: do ius puniendi estadual aos de/icta iul'is gentium... 21 2.1. O auge da soberania estadual: o paradigma do Estado-Nação... 24 2.2. O advento do paradigma comunitário: a universalidade dos direitos humanos e o direito penal humanitário.... 25 CAPÍTULO II O ESTATUTO DE ROMA DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL 1. Perspectiva histórica: de Nuremberga a A Haia............ 33 2. O Tribunal Penal Internacional como "figura híbrida entre modelos"... 40 CAPÍTULO III A RESPONSABILIDADE SUPERIOR: UMA CRIAÇÃO JURÍDICA ORIGINAL DO DIREITO PENAL INTERNACIONAL 1. A responsabilidade superior em sentido estrito......... 49 2. A responsabilidade penal internacional do indivíduo e o actual desafio da responsabilidade superior... 50 Coimbra Editora'"

184 O Direito Penal Internacional e a Responsabilidade dos Superiores Hierdrquicos Págs. 3. A emergência do conceito e o seu florescimento... 56 3.1. As origens da responsabilidade superior... 56 3.2. Instrumentos normativos precursores... 61 3.3. Sedimentação da responsabilidade superior e sua autonomização face ao contexto puramente militar......... 66 4. A responsabilidade superior e o direito interno... 69 CAPÍTULO IV A RESPONSABILIDADE SUPERIOR NO ÂMBITO DO ESTATUTO DE ROMA DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL 1. A natureza dogmática da responsabilidade superior: o problema... 73 1.1. A responsabilidade superior como responsabilidade por omissão.. 75 1.2. A natureza da responsabilidade superior: do pós-guerra ao Estatuto de Roma... 77 2. A responsabilidade directa..................... 79 2.1. As várias formas de responsabilidade criminal individual previstas no artigo 25. 0 do Estatuto de Roma... 79 2.2. Confrontação entre as normas dos artigos 25. 0 e 28. 0 do Estatuto de Roma... 84 2.3. A responsabilidade por participação no crime do subordinado... 89 3. A responsabilidade superior como responsabilidade indirecta... 92 3.1. Imputação ao superior do crime cometido pelo subordinado?... 92 3.2. Uma norma da Parte Geral? Rejeição do artigo 28. 0 do Estatuto de Roma enquanto cláusula específica de equiparação da omissão à acção... 96 4. Uma norma da Parte Especial? O artigo 28. 0 do Estatuto de Roma enquanto tipo incriminador autónomo... 102 4.1. Um crime de omissão própria............ 102 4.2. O crime do subordinado como elemento de referência do crime do superior........................ 104 4.3. O dever jurídico do superior... 108 Coimbra Editora"\

fndice 185 CAPfTULO V O ARTIGO 28. 0 DO ESTATUTO DE ROMA: ANÁLISE DOS PRESSUPOSTOS OB]ECTIVOS E SUB]ECTIVOS COMO ELEMENTOS DE UM TIPO INCRIMINADOR Págs. 1. O tipo objectivo de ilícito... 116 1.1. Existência de uma relação de subordinação... 116 1.1.1. A posição de superior... 117 1.1.2. Autoridade e controlo efectivos... 120 1.2. A omissão do superior propriamente dita... 125 1.2.1. Adopção das "medidas necessárias e adequadas ao seu alcance"... 125 1.2.2. "Prevenir ou reprimir ou levar o assunto ao conhecimento das autoridades competentes"............ 128 1.2.3. O crime do subordinado: estádio de realização e forma do cnme... 131 1.2.4. Os crimes cometidos pelos subordinados como resultado da omissão do superior. Uma ideia de causalidade?... 134 2. O tipo subjectivo de ilícito.................... 141 2.1. Objecto do conhecimento... 145 2.2. Níveis de imputação subjectiva... 146 2.2.1. Primeiro nível: "teve conhecimento"......... 146 2.2.2. Segundo nível: "deveria ter tido conhecimento"... 148 2.2.3. Terceiro nível: "deliberadamente ter desconsiderado informação que indicava claramente"... 151 CONCLus6ES... 155 REFLEXÃO FINAL... 161 BIBLIOGRAFIA... 165 ANEXO - Lista de processos junto dos Tribunais Penais Internacionais... 177 Coimbra Editora')\)