COGERAÇÃO A PARTIR DE BIOMASSA SÓLIDA

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Transcrição:

COGERAÇÃO A PARTIR DE BIOMASSA SÓLIDA PRODUÇÃO COMBINADA DE CALOR, ELECTRICIDADE E CARVÃO VEGETAL Biomassa sólida proveniente da Agro-industria - casca de arroz - casca de girassol - casca de amêndoa - casca de pinhão - caroço de azeitona - bagaço de cana de açúcar - casca de coco - Polpa e resíduos de café Biomassa sólida proveniente da Floresta e das serrações - pontas de árvores - folhas - pinhas - cascas - Aparas - Serraduras - Costaneiras 1

COMEL A Floresta como fonte de energia Metade da população mundial consome lenha e/ou carvão vegetal para a confecção de alimentos. A lenha resulta do abate directo de árvores, ou em casos mais raros, da limpeza de áreas florestais geridas de forma sustentada. O carvão vegetal resulta da transformação da lenha em fornos geralmente primitivos em que a parcela volátil é desperdiçada na atmosfera. Madeira de ignição Chaminé Terra Cobertura vegetal Ar COMEL - Energia e Ambiente IV Congresso Nacional do Milho - ANPROMIS 2

O ritmo de abate de árvores tem sido de tal modo elevado que mesmo a floresta tropical perdeu a capacidade de se regenerar naturalmente, assistindo-se à desertificação progressiva em alguns continentes, com custos ambientais directos muito elevados, salientando-se : - diminuição do efeito de fotosíntese responsável pela absorção de CO 2 existente da atmosfera. - incremento de fogos florestais originados pela parte das árvores abatidas que permanece abandonada na floresta transformando-se em madeira de ignição, ou seja, copas, ramos, folhas, cascas... As preocupações ambientais a nível mundial orientam-se em grande medida para um esforço na redução das emissões de CO 2 para a atmosfera. Portugal que aderiu ao Protocolo de Quioto comprometeu-se em participar neste esforço global. Internamente, a preservação da floresta tem vindo muito lentamente a ganhar a importância que merece, estando na ordem do dia o desenvolvimento de novas políticas de combate aos fogos que devem começar pelas medidas preventivas. Uma forma de atingir este objectivo está na VALORIZAÇÃO ENERGÉTICA de 3

Enquadramento do projecto C G C copas, ramos, folhas, cascas... Destroçamento grosseiro CGC - Câmara de Gaseificação e Carbonização Alimentador contínuo de resíduos Resíduos florestais - Capacidade: 1000 kg/h - Humidade máxima: 15% - Granulometria: 0-40 mm Colector do Gás e Chaminé Soleira inclinada Gás combustível pobre - Potência térmica: 2 10 6 Kcal/h (2MW) - Composição: CO, CH 4, H 2, H 2 O, N 2 Carvão Vegetal em briquetes - Produção: 200 kg/h Sist. Arrefecedor do carvão Extractor contínuo do carvão 4

Cadeia de Valorização da Biomassa Florestal Matéria-Prima Processo 1 Produtos Processo 2 Produtos Estilhas mista Folhas Forno de cal Cal viva Cascas Pinhas Gás Caldeira Vapor Serradura Casca de arroz Casca de girassol Casca de amêndoa CGC Turbo-gerador Prensa Electricidade Briquetes de carvão vegetal Casca de pinhão Casca de café Carvão vegetal Injecção vapor Carvão activado Casca de coco Caroço de azeitona Homogeneizaçã o Isolante térmico Componentes Principais de uma Unidade Típica Legenda: 1 Armazenamento de resíduos 2 Linha de resíduos húmidos 3 Secador de resíduos 4 Linha de resíduos secos 5 CGC 6 Linha de carvão 7 Silo (ou Big-bag) do carvão 8 Linha de Gás combustível 9 Queimador de gás 10 Caldeira de fluido térmico 11 Gases de escape para o secador 12 Gases de escape do secador 5

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SÚMULA TÉCNICO ECONÓMICA DE UMA CENTRAL BIOELÉCTRICA - Área florestal de influência - em pinhal 16.000ha (r=70km) a 48.000ha (r=123km) - em eucaliptal 4,800ha (r=4km) a 14.400ha (r=7km) - Área de ocupação entre 0,5 e 1,5ha ( área construída + parque ) - Produção de energia eléctrica de 400 a 1100 Kwh/h - Produção de carvão vegetal de 200 a 600 Kg / hora - Consumo de biomassa de 1000 a 3600 Kg / hora - Tempo de laboração 8000 horas / ano - Investimento de 1.700.000 a 4.000.000 - Tempo de retorno do investimento 5 a 7 anos 8

Conclusões A tecnologia apresentada enquadra-se no grupo de tecnologias limpas para o desenvolvimento CDM Clean Development Mechanism e está especialmente recomendada para o uso local de pequena escala onde a biomassa residual ( florestal e agro-industrial ) está presente e disponível adaptando-se facilmente a sistemas de armazenagem e abastecimento próprios de um combustível sólido. Esta forma de energia renovável oferece um importante contributo para: o abastecimento energético local, a redução das emissões de CO 2, o comércio mundial das emissões de CO 2 a preservação da floresta evitando a desertificação e erosão dos solos. Comparativamente a outras formas de produção de energia eléctrica a partir de biomassa, como o -Ciclo a vapor, e a -Gaseificação e motor Diesel, a tecnologia CGC oferece uma forte atractividade económica associada a uma forte fiabilidade técnica ( exploração e manutenção ) mesmo em pequena escala. 9