MERCOFRIO 2014-9º CONGRESSO INTERNACIONAL DE AR CONDICIONADO, REFRIGERAÇÃO, AQUECIMENTO E VENTILAÇÃO MELHORIA DE ESCOAMENTO EM DATA CENTERS

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Transcrição:

MERCOFRIO 2014-9º CONGRESSO INTERNACIONAL DE AR CONDICIONADO, REFRIGERAÇÃO, AQUECIMENTO E VENTILAÇÃO MELHORIA DE ESCOAMENTO EM DATA CENTERS Paulo Cézar Pereira Corrêa paulocpcorrea@icloud.com João Manoel Pimenta pimenta@unb.br Universidade de Brasília, Faculdade de Tecnologia F4 Projeto de Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação Resumo. A utilização de confinamentos, tanto em corredores frios quanto em quentes, tendem a melhorar a eficiência do sistema de climatização de um Data Center tradicional. Embora ambas as soluções minimizem a mistura de ar quente e frio, elas se diferenciam quanto à forma de implementação e operação, resultando em consequências significativas nas condições ambientais e no índice de eficiência energética PUE (Power Usage Efficiency). A escolha por confinar o corredor quente no lugar do corredor frio pode economizar até 28% no custo anual do sistema de climatização, correspondendo à uma redução de 13% no PUE. Este trabalho examina ambas as metodologias e destaca as razões de porque o confinamento do corredor quente se destaca perante ao corredor frio. Palavras-chave: Climatização, Data Center, Confinamento 1. INTRODUÇÃO Os elevados custos energéticos e suas altas taxas de consumo tem forçado os profissionais da área de Data Centers a considerarem algumas estratégias de confinamento de corredores quentes e frios que, além da vantagem monetária, melhora a distribuição de ar de forma que o campo de temperatura tende a ficar mais homogêneo na entrada dos ativos de TI, eliminando as possíveis zonas de ar quente. Apesar de o confinamento de corredores quentes serem a solução preferencial em novas instalações e reformas de retrofit, a sua implementação pode se tornar cara ou até mesmo inviável em casos de ambientes por piso elevado e pé direito baixo (empecilho para um teto rebaixado). Para esses casos específicos, o uso de confinamento de corredores frios passam a ser a melhor opção. Independentemente de qual seja a escolha de confinamento, a economia de energia é significativa quando comparada às configurações livres. Este trabalho analisa e quantifica o consumo de energia para ambos os casos. Vale salientar a importância de se usar a disposição corredores quentes e frios para a realização do confinamento, conforma a Figura 1 apresentada a seguir: Figura 1. Disposição por corredores quentes e frios. Nesta disposição, o ar insuflado pelas máquinas de refrigeração insuflam o ar pelo piso elevado até as placas perfuradas. O ar é então usado para o condicionamento dos equipamentos e retorna às evaporadoras por meio dos corredores quentes.

2. BENEFÍCIOS DO CONFINAMENTO O confinamento dos corredores frios e quentes em um Data Center resulta em alguns benefícios no parâmetro de eficiência. I. Sistemas de refrigeração podem ser configurados para alimentar o ambiente com temperaturas de insuflamento elevadas e ainda permitir uma operação segura do ambiente de TI. a. A temperatura de insuflamento do sistema de climatização em ambientes não confinados costumam ser configuradas para valores muito mais baixos que o limite do equipamento de TI, visando a não ocorrência da zonas de ar quente. Essas zonas ocorrem quando há algum tipo de recirculação, ou seja, quando o ar exaustado (que deveria retornar às condicionadoras) recircular e alimenta a TI novamente. O confinamento permite elevar a temperatura de insuflamento das condicionadoras e, consequentemente, as temperaturas de retorno das máquinas. O beneficio de se ter uma temperatura de retorno elevada nas máquinas de refrigeração é que haverá uma maior troca de calor com a serpentina da evaporadora, que determina uma maior capacidade de climatização e, consequentemente, maior eficiência energética. II. III. IV. Eliminação das Zonas Quentes. a. O confinamento permite que a massa de ar fria climatize os equipamentos de TI sem que haja a mistura com a massa mais quente. Isso significa que a temperatura de insuflamento das maquinas de climatização são as mesmas que entram no ativo de TI, ou seja, uma entrada com o campo de temperatura uniforme. Com a não mistura de ar quente e frio, a temperatura de insuflamento pode ser elevada sem que coloque em risco a ocorrência das zonas quentes e, consequentemente, a funcionalidade dos equipamentos. Custo reduzido de Umidificação e Desumidificação. a. Eliminando a mistura de ar quente com o ar frio, o sistema de climatização consegue trabalhar com temperaturas de insuflamento superiores às temperaturas de ponto de orvalho. Quando isso ocorre, a economia de energia é dada pelo simples fato de que nenhuma!umidade é retirada do ar e não exige nenhuma posterior reposição. Melhor utilização da infraestrutura física em geral, permitindo um dimensionamento correto, o que, por sua vez, melhora a eficiência do equipamento. a. É um fato que equipamentos superdimensionados apresentam perdas relativas de performance quando comparados à equipamentos de porte correto, porém para esses casos o superdimensionamento é uma prática necessária uma vez que existem diversos pontos de perda de carga ao longo da distribuição de ar, seja por obstruções ou vazamentos ao longo do plenum. 3. CONFINAMENTO DO CORREDOR FRIO O confinamento do corredor frio enclausura o ar frio do restante do Data Center, o que torna o ambiente externo à ele mais quente que o usual. Note que, para este tipo de confinamento, recomenda-se que o layout do ambiente de TI seja de tal forma que os corredores frios sejam centrais e a saída da exaustão seja voltada ao retorno das máquinas de climatização, no caso contrário ocorreriam perdas de carga desnecessárias no escoamento. Figura 2. Confinamento do corredor frio (42U, 2014). A Figura 2 mostra o princípio básico de confinamento do corredor frio em um Data Center com disposição por corredores e insuflamento pelo piso elevado. Para esse tipo de solução, deve-se ter o cuidado de não só melhorar a vedação dos racks de equipamentos, mas também as possíveis perfurações ao longo do piso elevado. Como consequência física ao enclausuramento, a pressão

dos corredores frios e do plenum se elevam, aumentando também o gradiente de pressão nos orifícios do piso, favorece os vazamentos e as perdas de carga. As soluções de mercado para se enclausurar o corredor frio variam desde soluções mais caseiras, como cortinas plásticas e barreiras móveis, até soluções de maiores investimentos, em que são instaladas vidraceiras divisórias com portas e materiais isolantes térmicos. 4. CONFINAMENTO DO CORREDOR QUENTE O sistema de confinamento dos corredores quentes é antagônico ao modelo anterior, isso por que neste modelo a massa de ar quente que é enclausurada, direcionando-se ao retorno das máquinas de climatização. Figura 3. Confinamento do corredor quente (42U, 2014). A Figura 3 evidencia a forma de operação do enclausuramento do corredor quente em ambientes arquitetados por corredores. Para este caso apresentado, é inevitável a utilização de uma infraestrutura de suporte para o direcionamento desse ar, em elevada temperatura, até o retorno das máquinas de climatização. As formas mais comuns de se direcionar esse ar são por meio das chamadas chaminés, onde é feita uma conexão direta por dutos entre o corredor e o retorno, e por teto rebaixado, onde um segundo plenum é formado sobre o forro com conexão à máquina de climatização. Um diferencial dessa metodologia é a sua disponibilidade. Por refrigerar o ambiente como um todo, e não apenas um corredor de pequeno volume, em caso de falhas ou desligamentos planejados o ambiente tende a se manter por um maior período de tempo, ou seja, demora-se mais até que a carga térmica eleve a temperatura do ambiente. 5. CONSIDERAÇÕES As análises numéricas realizadas nesse trabalho serão aplicadas à um Data Center real localizado em Chicago, Illinois, o qual possui seus parâmetros de trabalho e operação publicados pela APC norte americana. Abaixo estão algumas considerações de projeto que são convenientes para a aplicação da metodologia: Dimensões: 11m x 22.6m x 3m; Capacidade máxima: 1.400 kw (sem redundância); Carga de TI instalada: 700 kw; Consumo aplicado aos Nobreaks: 1.350kW; PUE: 1,93; Climatização perimetral, com insuflamento por piso elevado: 610 mm; Variação média de temperatura nos servidores: 13.9 C; Umidade relativa de entrada nos servidores: 45%; Sensores de temperatura das máquinas de climatização posicionadas no retorno; Climatização sensível, ou seja, não necessita de sistema de umidificação e desumidificação. De acordo com a Classe I da ASHRAE, a temperatura na entrada de ar dos equipamentos críticos de TI deve estar entre 18 e 27 C com uma umidade relativa do ar entre 40 e 55%. A saída de ar quente desses equipamentos deve estar a uma temperatura aproximada de 38 C com umidade relativa do ar em 20%. A saída o ar frio das unidades de climatização deve estar entre 13 e 16 C, com umidade relativa do ar em 90%. Porém esses não são os únicos limites ambientais que devem ser respeitados. Independentemente do tipo de confinamento utilizado, o Data Center deve permitir plenas condições de trabalho para a sua operação e manutenção. Sendo assim, o ambiente da estação de trabalho deve apresentar temperatura de bulbo seco e umidade relativa razoáveis, de forma a não violar os limites regulamentados pela ISO 7243 a qual dita os valores de temperatura e a umidade relativa em 24 C e 45%, respectivamente. Sendo assim, os limites de temperatura são: Ambiente: 24 C; Insuflamento mínimo: 13 C; Retorno máximo: 38 C;

O fluxo de ar mínimo em um Data Center para a troca de calor com os ativos de TI pode ser calculado pela aplicação da seguinte equação: Vaza o de TI =!!,!"!" (1) Onde Q é a quantidade de calor a ser removido do ambiente, em quilowatts, e ΔT a diferença entre as temperaturas inicial e final (ao passar pelo equipamento), em graus Celsius. O valor de adotado é oriundo do produto entre a densidade do ar e seu calor específico nas condições ambientais de temperatura e pressão (Pimenta, 2013). Dessa forma, aplicando o valor de setecentos quilowatts para o ambiente de TI, e uma variação de temperatura de 13,9 C, chega-se à uma vazão mínima necessária de 41,62 metros cúbicos por segundo. Segundo o trabalho publicado por Niemann, a vazão aplicada pelos ventiladores em ambiente de climatização pode ser definida, com uma pequena taxa de erro, como sendo a vazão de refrigeração dos ativos de TI mais as perdas por vazamentos. Ainda nele, o autor também afirma que os vazamentos de ar em ambientes abertos e disposição por corredores costumam girar entre 25 e 50% de acordo com as características do ambiente, e em ambientes confinados, algo entre 3 e 10% (Niemann, et al., 2010). As vazões sem, e com a aplicação do confinamento adotadas neste trabalho podem ser definidas pela equação: Vaza o Real =!"#!!!"!"!" (2) Onde Tx é a taxa de vazamentos. A critério de aproximação, adota-se para as taxas de vazamentos para os casos de não confinamento e com confinamento de 30 e 4,5%, respectivamente. As vazões reais em ambos os casos são portanto: Sem confinamento: 59,46 m3/s; Com confinamento: 43,58 m3/s; Portanto, a aplicação de confinamento para esse caso gera uma redução à 73,3% na potência de funcionamento do ventilador das máquinas de refrigeração. 6. CÁLCULO DO PUE O consumo do sistema de climatização aplicado ao ambiente de TI é dado por basicamente dois componentes: o ventilador e o compressor, sendo uma aproximação extremamente plausível dizer que esse consumo é igualmente dividido pelos dois componentes. Porém esse consumo não é estático. O consumo do ventilador está diretamente acoplado à vazão real de insuflamento, ou seja, ao se reduzir a vazão (por uma otimização de performance, por exemplo) o consumo é reduzido. A potência reduzida do ventilador pode ser aproximada pela equação: Pv!"#$% = Pv!"!#!$% i!,! (3) Sendo o i o valor da redução de operação calculado anteriormente, 73,3% ou 0,733. O consumo do compressor também é sensível à redução de operação, porém sob outro parâmetro, a variação de temperatura. Uma vez que o sensor de temperatura dessas máquinas são posicionados no retorno, a medida em que o setpoint é aumentado, o gasto frigorífico para a climatização também é reduzido. A potência reduzida neste caso aproxima-se por: Pc!"#$% = Pc!"!#!$% 0,971!"!,!" (4) Por fim, com ambas as novas potências determinadas, pode-se mensurar a potência de climatização do ambiente como sendo a sua soma que, quando somada ao consumo de TI, representa aproximadamente o consumo total do ambiente. P!"!"#$. = Pv!"#$% + Pc!"#$% (5) P!"!#$ = P!"!"#$. + P!" (6) Com sua sigla derivada do inglês, Power Usage Efficiency, o PUE é uma metodologia que visa mensurar o quão eficiente no uso de energia é o Data Center, colocando em evidência a quantidade de energia que é gasta para garantir o funcionamento dos equipamentos de TI. Ele nada mais é que uma razão entre a quantidade total de energia usada no Data Center pela energia consumida nos equipamentos de TI, podendo ser calculado da seguinte maneira:

PUE =!!"!#$!!" (7) Esta metodologia, desenvolvida pela The Green Grid, e é o inverso da metodologia DCiE, Data Center Infrastructure Efficiency, e possui como unitário o valor ideal. Os valores do PUE podem ser qualificados de acordo com a Tabela 1: Tabela 1. Classificação de PUE (42U, 2014). PUE Nível de Eficiência 3,0 Muito Ineficiente 2,5 Ineficiente 2,0 Médio 1,5 Eficiente 1,2 Muito Eficiente 7. APLICAÇÃO Para uma análise mais completa, viabilizou-se não apenas uma comparação direta entre o caso tradicional e os confinamentos quente e frio, mas também com os cenários de não respeito às normas de limite de temperatura para a equipe de TI, ISO 7243. Essa comparação viu-se interessante uma vez que não são todos os Data Centers que exigem a presença da equipe constantemente no ambiente. A título de facilitar a leitura dos dados, cada tipo de confinamento será representado pela sua respectiva sigla: Tabela 2. Nomenclatura de tipos. TRAD Tradicional CFSA Confinamento do corredor frio, sem adesão à ISO 7243 CFCA Confinamento do corredor frio, com adesão à ISO 7243 CQSA Confinamento do corredor quente, sem adesão à ISO 7243 CQCA Confinamento do corredor quente, com adesão à ISO 7243 Sendo assim, aplicando a metodologia supracitada chega-se aos seguintes resultados: Tabela 3. Resultados. Tipos de Temp. de Temp. de Carga de Carga do Vazão PUE Confinamento Entrada [TI] Retorno Equip. [TI] Data Center Total TRAD 13,0 C 26,9 C 700,0 kw 1.350,0 kw 1,93 59,5 m CFSA 24,1 C 38,0 C 700,0 kw 1.168,4 kw 1,67 43,6 m CFCA 13,0 C 26,9 C 700,0 kw 1.312,0 kw 1,87 43,6 m CQSA 24,1 C 38,0 C 700,0 kw 1.168,4 kw 1,67 43,6 m CQCA 24,0 C 37,9 C 700,0 kw 1.169,4 kw 1,68 43,6 m 8. ANÁLISE DOS RESULTADOS Analisando a tabela 3, pode-se notar a melhora significativa do índice de eficiência energética, o PUE, ao se confinar o ambiente, mas cabem algumas observações. Performance. Apesar da atuação da equipe de TI influenciar de forma direta nos resultados, uma vez que os limites de temperatura passam a ser tais de acordo com a ISO 7243, ela pode não ser determinante para a economia de energia. Para o caso de confinamento do corredor frio, a atuação da equipe causa uma redução de performance de até 11% no Data Center, coisa que passa a ser nada evidente para o confinamento do corredor quente dado ao seu valor, 0,6%. Em resumo, o confinamento do corredor quente é melhor apenas se a equipe atuar de forma contínua, pois ela se situará no ambiente refrigerado, caso contrário, a performance torna-se a mesma. Economia. Recentemente, em Janeiro de 2014, o custo da energia no Brasil para o consumidor final sofreu uma variação acompanhando o custo da geração no sistema integrado de energia. A energia é cobrada por unidades de quilowatt/hora (R$/kWh) e depende da forma de geração: hídrica, térmica, eólica ou solar. Atualmente, o maior custo é a da energia

térmica chegando a R$350/MW, enquanto a hídrica varia de R$91/MW a R$125/MW, a eólica por R$110/MW e solar por R$126/MW. O custo médio da energia depende da quantidade de energia gerada por cada fonte durante o dia. Após uma breve pesquisa de mercado, verificou-se que o preço por uma instalação de confinamentos não de difere muito dentre as fabricantes. Para a análise, tomou-se o preço de mercado da Black Box Networks Services, R$ 68.950,00, já incluindo encargos e translado. Figura 4. Modelo Black Box de enclausuramento (Black Box, 2014). Partindo-se do princípio de que a tarifação seria feita por um sistema alimentado exclusivamente por fonte hidroelétrica no pior caso, pode-se fazer uma comparação hipotética das economias monetárias ao longo no ano para cada uma dos tipos de confinamento. O resultado dá análise pode ser observado na tabela a seguir: Tabela 5. Resultados. Tipos de Carga dos Consumo Gasto Anual Economia Tempo de PUE Confinamento ACs Anual [AC] [AC] Anual Payback TRAD 650,0 kw 1,93 5.694,00 MW R$711.750,00 CFSA 468,4 kw 1,67 4.103,18 MW R$512.898,00 R$198.852,00 4,22 meses CFCA 612,0 kw 1,87 5.361,12 MW R$670.140,00 R$41.610,00 20,16 meses CQSA 468,4 kw 1,67 4.103,18 MW R$512.898,00 R$198.852,00 4,22 meses CQCA 469,4 kw 1,68 4.111,94 MW R$513.993,00 R$197.757,00 4,24 meses 9. CONCLUSÃO A metodologia por confinamento dos corredores quentes foi vantajosa em todos os parâmetros. Considerando que a equipe de TI deva realmente atuar de forma contínua no Data Center, a restrição nas faixas de temperatura faz com que o confinamento do corredor quente seja muito melhor, com uma performance de até 11% superior, o que representa uma economia de até 155 mil reais em apenas um ano. Para deste mesmo caso o payback de implementação do sistema de confinamento é de apenas 5 semanas. Além disso, mesmo que a operação de TI seja remota, com eventuais visitas, o confinamento do corredor quente ainda se destaca por aumentar a disponibilidade do Data Center. Isso porque o ambiente agora climatizado possui uma massa muito maior e, consequentemente, é capaz de manter baixa as temperaturas do ambiente por mais tempo, em caso de falhas ou operações preventivas no sistema. 10. REFERÊNCIAS 42U. 2014. Improve Energy Efficiencies with Hot Aisle Containment while supporting higher density server applications. 42U. [Online] 21 de Maio de 2014. [Citado em: 30 de Maio de 2014.] http://www.42u.com/cooling/hotaisle- containment.htm.

42U. 2014. Reduce energy consumption with cold aisle containment by eliminating the mixing of hot and cold air. 42U. [Online] 21 de Maio de 2014. [Citado em: 30 de Maio de 2014.] http://www.42u.com/cooling/cold-aisle- containment.htm. Ai Net. 2014. Cooling. Ai Net. [Online] Ai Net, 2014. [Citado em: 20 de Maio de 2014.] http://www.ai.net/data-centers/ cooling. ASHRAE. 2011. Thermal Guidelines for Data Processing Environments Expanded Data Center Classes and Usage Guidance. s.l. : ASHRAE, 2011. Black Box. 2014. Elite Cold Aisle Containment System, 42U. [Online] Black Box Network Services, 2014. [Citado em: 31 de Maio de 2014.] http://www.blackbox.com/store/detail.aspx/elite-cold-aisle-containment-system-42u/ EC42U48WCD. CoolShield. 2014. Technical Infrastructure Solutions to Power, Cool, Manage and Monitor the Data Center. Data Center Resourses. [Online] 21 de Maio de 2014. [Citado em: 30 de Maio de 2014.] http://www.gefrc.com/thermal/ CoolShield.asp. Corrêa, Paulo Cézar Pereira. 2014. Metodologia Numérica de Otimização de Data Centers por Análise de CFD. Engenharia Mecânica, Universidade de Brasília. Brasília : s.n., 2014. p. 59, Projeto de Graduação. Fagundes, Eduardo Mayer. 2014. O Impacto das Bandeiras Tarifárias no Custo dos Data Centers. [Online] Efagundes.com Inovação e Tecnologia, 16 de Dezembro de 2013. [Citado em: 31 de Maio de 2014.] http://efagundes.com/itgov/ index.php/o-impacto-das-bandeiras-tarifarias-no-custo-dos-data-centers/. Modulan. 2014. Chimney System for Hot Aisle Containment. Modulan Konzepte für Rechenzentren. [Online] 21 de Maio de 2014. [Citado em: 30 de Maio de 2014.] http://modulan.de/pages/en/products/containment/chimneysystems.php? lang=en. Niemann, John, et al. 2010. Impact of Hot and Cold Aisle Containment on Data Center Temperature and Efficiency. Schneider Electric. 2010, pp. 3-13. Pimenta, João. 2013. Cálculo de Carga Térmica. Instalações Termomecânicas II. Brasília : s.n., 2013, 5. FLOW IMPROVEMENT IN DATA CENTERS Abstract. The use of aisle containment, both in hot and in cold aisles, tends to improve the cooling efficiency system of a traditional Data Center. Although both solutions minimize the mixing of hot and cold air, they differ in the way of implementation and operation, resulting in a significant impact on environmental conditions and energy efficiency index PUE (Power Usage Efficiency). The choice to confine the hot aisle in place of cold aisle can save up to 28% of the annual cost of the HVAC system, corresponding to a reduction of 13% in PUE. This paper examines both methodologies and highlights the reasons why hot aisle containment stands before the cold aisle. Keywords: HVAC, Data Center, Aisle Containment