REÚSO DE EFLUENTE DE ABATE DE BOVINOS APLICADO POR GOTEJAMENTO NO CULTIVO DE TOMATE DE MESA

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Transcrição:

REÚSO DE EFLUENTE DE ABATE DE BOVINOS APLICADO POR GOTEJAMENTO NO CULTIVO DE TOMATE DE MESA Alberto Batista Felisberto 1 ; Marco Sathler 2 ; Delvio Sandri 3; Michael Silveira Thebaldi 4 ; Sebastião Avelino Neto 5. 1 Bolsista PIBIC/CNPq, graduando do Curso de Engenharia Agrícola, UnUCET UEG 2 Mestrando em Engenharia Agrícola, UnUCET - UEG. 3 Professor orientador doutor, docente do Curso de Mestrado e gradução em Engenharia Agrícola, UnUCET - UEG. 4 Voluntário PVIC/UEG, graduando do Curso de Engenharia Agrícola, UnUCET - UEG. 5 Bolsista Capes PNPD UEG. RESUMO Em função da crescente escassez de água no mundo, a utilização de efluente tratado para fins agrícolas pode se tornar uma alternativa viável, pois pode proporcionar benefícios econômicos relacionado ao aumento da produção e redução de impactos ambientais. Este trabalho teve como objetivo avaliar o desenvolvimento e produção do tomateiro, cv. Dominador, irrigado com efluente tratado de abatedouro bovino, fertirrigação convencional e água do Córrego Jurubatuba, aplicadas por gotejamento superficial e subsuperficial, caracterizando a qualidade da água; analisar a tensão de água no solo, a composição química do solo e desempenho do sistema de irrigação. Foi avaliado o experimento com delineamento experimental em blocos casualizados, em esquema fatorial 3 x 2, sendo os tratamentos constituídos da combinação da qualidade da água (A1: residuária, A2: fertirrigação convencional e A3: água de um córrego - testemunha) e tipo de sistema de irrigação (I1: gotejamento superficial e I2: gotejamento subsuperficial), com 4 repetições, correspondendo a 24 parcelas. O experimento foi realizado na área da estação de tratamento de efluente de um abatedouro de bovinos, Anápolis, no período de julho a outubro de 2009. A altura das plantas não foi influenciada pelos diferentes tratamentos. A tensão de água do solo resultou numa umidade inferior a capacidade de campo. A uniformidade de distribuição de água do sistema de irrigação foi considerada excelente no início do experimento. O peso parcial dos frutos de tomate não foi influenciado pelo tipo de água e sistema de irrigação. A produtividade parcial no sistema de irrigação por gotejamento superficial com água residuária foi maior que no gotejamento subsuperficial. Palavras-chave: Tomate. Reúso. Irrigação. Introdução Na medida em que ocorre o crescimento populacional e desenvolvimento das atividades econômicas, muitos países estão atingindo rapidamente situação de escassez de água o que já ocorre em vários lugares no mundo. Tornando-se cada vez mais evidente a importância de considerar a água doce como um recurso finito e vulnerável, exigindo planos, programas e ações de preservação desse recurso (AGENDA 21). Uma solução é a reutilização de água, o uso planejado de águas residuárias implica necessidade menor de captação dos recursos hídricos e de geração reduzida de efluentes, 1

constituindo-se, portanto, em estratégia eficaz para a conservação desse recurso natural, em seus aspectos qualitativos e quantitativos (MEDEIROS et al., 2007). Ainda mais quando usado na agricultura servindo como fonte extra de nutrientes, auxiliando no desenvolvimento da cultura (SANDRI et al., 2007). O reúso pode realizado para irrigação de muitas culturas, como o tomate (Lycopersicon esculentum Mill.), que pertence à família das Solanáceas, em que, Goiás hoje é o maior produtor brasileiro, representando em 2005 22,78% da produção nacional (LOPES & STRIPARI, 1998; SEAGRO, 2005). A irrigação localizada é um sistema em que a água é aplicada diretamente no solo, sobre o sistema radicular das plantas, com pequenas intensidades e alta freqüência de irrigação (BERNADO et al., 2006), que permite a aplicação de uma técnica de aplicação simultânea de fertilizantes e água, através de um sistema de irrigação conhecida como fertirrigação (CARRIJO et al., 2004) e utilização da irrigação subterranea, a irrigação por gotejamento subsuperficial, em que apresententa algumas vantagens sobre a irrigação superficial como na eficiencia de uso de água e energia (SOUZA et al., 2007). Assim objetivou-se avaliar o desenvolvimento do tomateiro, cv. Dominador, irrigado com efluente tratado de abatedouro bovino, fertirrigação convencional e água do Córrego Jurubatuba, aplicadas por gotejamento superficial e subsuperficial, caracterizando ainda a qualidade da água utilizada na irrigação; analisar a umidade e tensão de água no solo, os sais presente no solo e avaliação do sistema de irrigação. Material e Métodos O experimento foi realizado em um frigorífico, Anápolis-GO, numa área distante 300 m do sistema de tratamento de efluente, no período de julho a outubro de 2009. Utilizou-se o delineamento experimental em blocos casualizados, em esquema fatorial 3 x 2, sendo os tratamentos constituídos da combinação da qualidade da água (A1: residuária, A2: fertirrigação convencional e A3: água de um córrego - testemunha) e tipo de sistema de irrigação (I1: gotejamento superficial e I2: gotejamento subsuperficial), com 4 repetições, resultando em 24 parcelas experimentais. Na experimental implantou-se o sistema de cultivo de tomate em fileiras simples, espaçadas 1,0 m entre linhas e 0,50 m entre plantas, totalizando 20000 plantas por ha, com uma linha de gotejador por linha de planta, distante 0,10 m das plantas. Cada parcela foi constituída por três linhas de plantio com 5 plantas cada uma. Portanto, o experimento contém um total de 420 plantas. 2

Os dados obtidos foram analisados estatisticamente para comparação entre tratamentos com análise de variância e comparação de médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade e a determinação de equações de comportamento das características ao longo do tempo por análise de regressão. Para tanto, utilizou-se o Software ESTAT. Realizou-se o cálculo do manejo da irrigação através de dados climáticos, assim possibilitando fazer uso dos tensiômetros para avaliar o comportamento da água no solo utilizando uma mesma lâmina em toda área cultivada. Devido ao fato de não possuir nenhuma estação meteorológica próxima ao local do experimento, utilizou-se um evaporímetro ou Tanque USWB Classe A. O solo esta sendo analisado nas camadas de 0 0,20 m e 0,20 0,40 m e permitirá avaliar possíveis alterações devido as diferentes qualidades da água e sistema de irrigação, quanto a diversos parâmetros. A técnica de determinação analítica a serem utilizadas seguirá os procedimentos descritos por Silva (1999). As análises serão realizadas no início, meio e final do ciclo da cultura do tomateiro. A cada 15 dias foi realizada uma medição da altura das plantas, medindo 3 plantas úteis por parcela experimental. Para tanto, utilizou-se uma fita métrica com precisão de 1 mm. Resultados e Discussão A tensão matricial do solo obtida por meio de leitura de tensiômetros instalados no solo nas profundidades de 0,15 m (A) e 0,30 m (B) em cada um dos tratamentos estudados, é apresentada na Figura 1. Como se pode observar na Figura 3A e 3B, os valores da tensão do solo durante o experimento variou de 7 a 74 kpa, assim, a tensão do solo atingiu valores indesejáveis conforme Marouelli et al. (1998), como aos DAT 31, que devido a problemas técnicos utilizou-se um turno de rega de 3 dia. 3

Tensão(kPa) 80 70 60 50 40 30 20 10 0 (A) 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Dias após o tranplantio A1I1 A1I2 A2I1 A2I2 A3I1 A3I2 Tensão(kPa) 70 60 50 40 30 20 10 0 (B) 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Dias após transplantio A1I1 A1I2 A2I1 A2I2 A3I1 A3I2 FIGURA 1 Valores de tensão matricial do solo, em kpa, nos diferentes tratamentos a 0,15 m (A) e 0,30 m (B) de profundidade. As alturas das plantas de tomate não apresentaram variações significativas entre tipos de irrigação e de tipo de água aplicada (Tabela 1), colaborado pelo coeficiente de variação e desvio padrão, serem elevados. Observa-se que na Tabela 1 que a medida de DAT 47 as plantas irrigadas com água residuária mostraram tendência de elevação em ambos os sistemas de irrigação, possivelmente influenciado pela presença de nutrientes neste tipo de água. De acordo com Sanches et al. (2007), a utilização como uma fonte de água e nutrientes de água residuária, apresentou resultados satisfatórios com bom crescimento das plantas. TABELA 1 Altura média das plantas de tomate cv. Dominador em cm para os diferentes dias após o transplantio. Tipo de Água Irrigação Residuária Fertirrigação Testemunha DAT 4 Superficial 17,06 Aa 16,25 Aa 18,11 Aa Subsuperficial 17,33 Aa 16,27 Aa 16,08 Aa DAT 19 Superficial 41,54 Aa 32,54 Aa 44,33 Aa Subsuperficial 40,11 Aa 34,08 Aa 42,33 Aa DAT 33 Superficial 81,33 Aa 67,33 Aa 77,49 Aa Subsuperficial 77,04 Aa 67,08 Aa 77,99 Aa DAT 47 Superficial 131,66 Aa 113,58 Aa 128,50 Aa Subsuperficial 129,75 Aa 119,75 Aa 117,91 Aa 4

Médias seguidas das letras maiúsculas distintas na linha e minúscula na coluna diferem entre si ao nível de 5% indicado pelo teste Tukey. O sistema de irrigação apresentou CUD (Coeficiente de uniformidade de distribuição) de 95,19% após sua instalação assim de acordo com Smajstria et al. (1990) pode ser classificado com um sistema de excelente uniformidade. Os resultados de uniformidade após o término do experimento ainda não foram obtidos devido ao ciclo do tomate não ter finalizado. Até o momento foram realizadas 3 colheitas (60, 63 e 68 DTA) apresentando assim dados parciais devido o ciclo da cultivar implantada, representando cerca de 15% da produção esperada, que deverá durar cerca de 30 dias. O peso médio dos frutos não foi influenciado pelo tipo de água utilizada na irrigação. No entanto, na irrigação com efluente e gotejamento subsuperficial apresentou menor peso médio em relação ao gotejamento superficial (Tabela 2). TABELA 2 - Peso médio parcial dos frutos em gramas para os diferentes tipos de água e sistema de irrigação. Tipo de Água Irrigação Residuária Fertirrigação Água do córrego Superficial 147,25 Aa 99,05 Aa 115,23 Aa Subsuperficial 125,15 Ab 111,16 Aa 121,33 Aa Médias seguidas das letras maiúsculas distintas na linha e minúscula na coluna diferem entre si ao nível de 5% indicado pelo teste Tukey. Verifica-se que a partir dos dados parciais obtidos até o memento, não houve diferenças significantes entre os tratamentos (Tabela 3). TABELA 3 - Produtividade parcial dos frutos de tomate em kg para as diferentes qualidades da água e sistema de irrigação. Tipo de Água Irrigação Residuária Fertirrigação Testemunha Superficial 6,67 Aa 3,11 Aa 6,09 Aa Subsuperficial 6,23 Aa 4,62 Aa 5,57 Aa Médias seguidas das letras maiúsculas distintas na linha e minúscula na coluna diferem entre si ao nível de 5% indicado pelo teste Tukey. Conclusões A umidade do solo durante o experimento foi menor que a capacidade campo, sendo que a determinação da lâmina de irrigação obtida a partir da evaporação do tanque classe A subestimou a necessidade de água pela cultura. O sistema de irrigação e o tipo de água não influenciaram na altura das plantas. O peso parcial dos frutos de tomate não foi influenciado pelos tratamentos. 5

A produtividade parcial no sistema de irrigação por gotejamento superficial com água residuária foi maior que no gotejamento subsuperficial. A uniformidade de distribuição de água do sistema de irrigação foi considerada excelente no início do experimento A irrigação com efluente tratado de abate de bovinos apresentou resultados satisfatórios em relação a adubação convencional caracterizando a possibilidade da sua utilização. Referências Bibliográficas AGENDA 21: Capítulo 18 Proteção da qualidade e do abastecimento dos recursos hídricos: aplicação de critérios integrados no desenvolvimento, manejo e uso dos recursos hídricos. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/sitio/index.php? ido=conteudo.monta&idestrutura=18&idconteudo=861> Acessado em: 02 set. 2009. BERNARDO, S.; SOARES, A.A.; MANTOVANI, E.C. Manual de irrigação. 8. ed. Viçosa: UFV, 2006. 625p. CARRIJO, O. A.; SOUZA, R. B.; MAROUELLI, W. A.; ANDRADE, R. J. Fertirrigação de hortaliças. Circular Técnica, 32. EMBRAPA HORTALIÇAS, Brasília - DF, 2004. LOPES, M. C.; STRIPARI, P. C. A cultura do tomateiro. In: GOTO, R.; TIVELLI, S. W. (Orgs). Produção de hortaliças em ambiente protegido: condições subtropicais. São Paulo: Fundação Editora da Universidade Estadual de São Paulo, 1998. p.15-30. MAROUELLI, W. A.; SILVA, H. R.; SILVA, W. L. C.; CARRIJO, O. A. Tênsiômetro para manejo de irrigação em hortaliças. Embrapa Hortaliças. 1998. MEDEIROS, S. de S.; SOARES, F. A. L.; GHEYI, H. R.; FERNANDES, P. D. Uso de água residuária de origem urbana no cultivo de Gérberas: Efeito nos componentes de produção. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.27, n.2, p.569-578, maio/ago.,2007. SANCHES, A. MONTEGGIA, L. O. GONÇALVES, H. R. PADILHA, R. dos S. Utilização de efluente de reator UASB e lagoas de estabilização na fertirrigação do milho como alternativa de uso. XXIV Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Belo Horizonte, Anais. 2007. SANDRI, D.; MATSURA, E. E.; TESTEZLAF, R. Desenvolvimento da alface Elisa em diferentes sistemas de irrigação com água residuária. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental. Campina Grande, v.11, n.1, p.17-29, 2007. SEAGRO- SECRETARIA DA AGRICULTURA PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Anuário estatístico 2005. Disponível em: <http://www.agronegocio.goias.gov.br/docs/portal/tomate1.pdf >.Acesso em: 01 set. 2009. SILVA, F.B. Manual de análises químicas de solos, plantas e fertilizante. Embrapa Solos, Embrapa Informática Agropecuária. Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia. Brasília, 1999. 370p. 6

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