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Transcrição:

Histórias Incríveis 1 Luana Laise de ARAÚJO 2 Janiclede Freitas DIÓGENES 3 Jéssica Moura da SILVA 4 Maria Kauany Alves de Oliveira SOUSA 5 Daiany Ferreira DANTAS 6 Universidade do Estado do Rio Grande do Norte RESUMO O projeto é uma série de reportagens em profundidade na plataforma online, através de um blog, trazemos histórias de mulheres que sobreviveram ou ainda lidam com o câncer, utilizando o modelo do jornalismo literário. Criamos o espaço para contar essas histórias até então esquecidas pelos grandes meios de comunicação, que contam lutas, dor e sofrimento. Ainda, considerando, que o câncer é uma das principais causas de morte no mundo, e que muitas pessoas morrem apenas por não descobrirem a doença logo no início, acreditamos que através do blog pessoas podem se inspirar nos relatos para procurar o médico mais cedo, e, além disso, os relatos podem servir de motivação para pessoas que estão passando pelo tratamento, encontrarem forças e vencerem suas dificuldades. PALAVRAS-CHAVE: blog; reportagens; câncer; jornalismo literário. 1. INTRODUÇÃO Atualmente, vemos frequentemente nos jornais notícias sobre política, economia, acidentes, sem se falar nas colunas sociais sobre o cotidiano das celebridades. O jornalismo de interesse humano e reportagens em profundidade têm, cada vez mais perdido espaço no cenário editorial contemporâneo, haja vista o fechamento de vários veículos impressos com este perfil. É como Santos (2013, p. 14) descreve percebe-se que a necessidade de produção de um material impresso mais aprofundado [...] A matéria deve ser mais trabalhada, explicada, trazer informações adicionais [...]. 1 Trabalho submetido ao XXIII Prêmio Expocom 2016, na Categoria Radio, TV e internet, modalidade RT 06 blog (avulso). 2 Aluno líder do grupo e estudante do 7º. Semestre do Curso de Jornalismo da FAFIC-UERN, email: l.uana.laise@hotmail.com. 3 Estudante do 7º. Semestre do Curso de Jornalismo da FAFIC-UERN, email: janicleidefreitas@hotmail.com. 4 Estudante do 7º. Semestre do Curso de Jornalismo da FAFIC-UERN, email: jessica_moura0014@hotmail.com. 5 Estudante do 7º. Semestre do Curso de Jornalismo da FAFIC-UERN, email: kauanysousa.jor@outlook.com. 6 Orientador do trabalho. Professora do Curso de Jornalismo da FAFIC-UERN, email: daianyd@gmail.com. 1

Partindo da lógica de Künsch, que é preciso ir ao encontro da crescente demanda de noticiário em profundidade (KÜNSCH apud PESSA, 2008, p. s/p), nosso projeto propõe trazer textos, na plataforma online através de um blog, que seguem o modelo proposto pelo jornalismo literário, no qual deixamos de lado o texto objetivo e utilizamos a perspectiva amparada numa abordagem subjetiva, em que há um aprofundamento na reportagem, que entende a história de vida de algum personagem. O perfil é um gênero jornalístico em que a história de vida de uma pessoa ou a própria personagem é o foco do conteúdo. Pode ser uma celebridade, um esportista, ou um anônimo: o importante é que esta história, por algum motivo, fuja do padrão. A reportagem pode explorar uma parte da vida do "perfilado", ou a vida inteira; pode focar em uma faceta do mesmo ou em várias (CHRISTOFOLETTI e HILDEBRAND, 2015, p. 1). Percebendo que há certa linha editorial nos jornais diários onde a reportagem em profundidade perde espaço, nos propomos com o blog fazer um levantamento de histórias de vida de mulheres que sobreviveram ou lidam com o câncer, as matérias pretendem mostrar suas vidas, lutas, enfim, a batalha que é tentar combater e vencer a doença. Escolhemos a plataforma pela ampliação do acesso a internet e os seus produtos, como blogs, sites, redes sociais, canais de vídeos. Para Glauce Lucas o universo online contribui para uma nova e maior democratização da informação, já que cria novos espaços ou canais (mundiais) para divulgação de ideias (LUCAS, 2005, s/p). Seguindo essa linha criamos um espaço de interação, não apenas de informação. O leitor ao mesmo tempo em que pode entrar em contato com a história de vida de outra pessoa, pode interagir, deixar comentários, fazer perguntas. Segundo Jenkins (2006) essa é a chamada Cultura Participativa, na qual o modelo de leitor passivo é substituído pelo leitor participativo. A expressão cultura participativa contrasta com noções mais antigas sobre a passividade dos espectadores dos meios de comunicação. Em vez de falar sobre produtores e consumidores de mídia como ocupantes de papéis separados, podemos agora considerá-los como participantes interagindo de acordo com um novo conjunto de regras, que nenhum de nós entende por completo (JENKINS, 2006, p. 30). De acordo com o autor as novas mídias fazem surgir conteúdos que se diferenciam dos modelos propostos pela cultura de massa e que uma parte maior dessas criações será boa o suficiente para atrair o interesse de um público modesto, para inspirar criação de outros artistas, ou para fornecer novos conteúdos que, quando refinados por muitas mãos, talvez se 2

transformem em algo valioso no futuro (JENKINS, 2006, p. 194). Com isso criamos um espaço nos meios de comunicação em que o jornalismo em profundidade seja praticado. Segundo PESSA (2008) esse estilo de reportagem Visa atender a necessidade de ampliar os fatos para uma dimensão contextual e colocar para o receptor uma compreensão de maior alcance, objetivo melhor atingido na prática da grande-reportagem, que possibilita um mergulho de fôlego nos fatos e em seu contexto e oferece ao seu autor uma dose ponderável de liberdade para superar os padrões e fórmulas convencionais do tratamento da notícia (PESSA, 2008, s/p). Desta forma o blog tem o objetivo de dar mais visibilidade a esse estilo de reportagem, na qual, busca não só a publicação de fatos, mas um aprofundamento nos acontecimentos, procurando extrair ao máximo, conteúdos importantes de interesse da população. 2. OBJETIVOS Buscamos trazer o estilo de reportagem em profundidade nos meios virtuais, abordando histórias de interesse humano, tentando fugir da linha editorial trabalhada nos jornais diários. 3. JUSTIFICATIVA A nossa ideia partiu da identificação da importância de plataformas online tenham e deem abertura ao jornalismo em profundidade. Ao publicar nossos textos queremos fazer a população enxergar as pessoas que existem por trás dos grandes políticos e celebridades que geralmente são os mais vistos e divulgados pela mídia. Assim, elaboramos um espaço no qual as personagens que entrevistamos, podem se ver e serem vistas, partilhando suas histórias de vida. Assim procuramos usar a narrativa da reportagem em profundidades que segundo Pessa (2008, p. s/p) aborda as origens, implicações e desdobramentos do fato, bem como apresenta os personagens envolvidos nele, humanizando-os. O tema foi escolhido por compreendermos a necessidade de dar visibilidade a essas personagens e suas batalhas. O câncer é uma das principais causas de morte da atualidade, só em 2008 7,6 milhões de pessoas morreram de câncer (13% do total de mortes no planeta) a Organização Mundial da saúde (OMS) estima 13,1 milhões de óbitos em 2030. Em 2009 ocorreram 164 mil 3

mortes no Brasil, 88 mil homens e 76 mil mulheres (SALATIEL, 2012). E algumas pessoas, muitas vezes, acabam morrendo por descobrirem a doença muito tarde. Desta forma, acreditamos que através da divulgação, outras pessoas podem de alguma forma, se inspirar nessas experiências de vida, procurando atendimento médico cada vez mais cedo, identificando e tratando a doença, ao mesmo tempo em que podem usá-las como motivação, encontrando forças para vencerem suas dificuldades. É como Villas Boas diz Os perfis cumprem um papel importante que é exatamente gerar empatias. Empatia é a preocupação com a experiência do outro, a tendência a tentar sentir o que sentiria se estivesse nas mesmas situações e circunstâncias experimentadas pelo personagem (VILLAS BOAS apud CHRISTOFOLETTI e HILDEBRAND, 2003, p.14). Por isso além de expor histórias, problemas, focamos na positividade, no ânimo diante de uma doença tão dolorosa e um tratamento complicado. 4 MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS Neste projeto utilizaremos por método a pesquisa etnográfica, com base em entrevistas exploratórias, com pretensão de deixar o entrevistado falar, e assim, colher sua história, para mais tarde ser contada. Essa pesquisa se dá a partir da pesquisa de campo e coleta de dados. Travancas (2006) irá dizer que o trabalho do antropólogo ao realizar a pesquisa etnográfica é conhecer profundamente o objeto de análise, que essa pesquisa se dá na observação direta deste. O trabalho do jornalista é entender o que é dito por meio de gestos, olhares e respiração, observando cada particularidade do discurso do entrevistado. Uma piscadela pode ter significados distintos. Pode ser um tique nervoso, pode ser um código de comunicação entre pessoas, pode ser um sinal de paquera, entre outros. E o papel do antropólogo ao realizar uma etnografia será sair da descrição superficial dos fatos e compreender como as piscadelas são produzidas, percebidas e interpretadas pelos nativos daquela sociedade. E esta compreensão pode ser completamente diversa daquela do grupo a que pertence o pesquisador (TRAVANCAS, 2006, p. 99). Para a realização do projeto, usamos o estilo de entrevista aberta, que segundo Duarte (2005, p. 65) é [...] exploratória e flexível não havendo sequência determinada de questões ou parâmetros de respostas, sendo aprofundada em determinado rumo de acordo com aspectos significativos identificados pelo entrevistador [...]. Essas entrevistas se dão em 4

ambientes confortáveis, para que as entrevistadas se sintam bem e possam falar tranquilamente. Escolhemos esse método, pois ele permite o aprofundamento das questões. Para Duarte (2005, p. 65) a capacidade de aprofundar as questões a partir das respostas torna esse tipo de entrevista muito rico em descobertas. Na a construção dos textos, demos prioridade ao estilo do jornalismo literário, no qual, além de mergulhar na história de vida de alguém, seus textos priorizam a humanização. Jornalismo literário é a modalidade de prática da reportagem de profundidade e do ensaio jornalístico utilizando recursos de observação e redação originários da (ou inspirados pela) literatura. Traços básicos: imersão do repórter na realidade, voz autoral, estilo, precisão de dados e informações, uso de símbolos (inclusive metáforas), digressão e humanização. Modalidade conhecida também como Jornalismo Narrativo. (ABJL apud PESSA, 2008, s/p). Também nos inspiramos no método de Eduardo Coutinho conhecido por fazer documentário, contando histórias de forma simples e aberta, ouvindo os personagens e suas trajetórias, fazendo prévias entrevistas, selecionando perguntas, seus filmes tem fio condutor, ele planifica e elabora bastante suas entrevistas, é reconhecido por dar visibilidade e lugar de fala aos entrevistados e entrevistadas, pois o diálogo ocupa boa parte da trama. Semelhantes a encontros amorosos, as gravações de Coutinho [...] obedeciam a regras precisas, tanto em relação ao modo de gravar, quanto à dinâmica das conversas, nas quais Coutinho mais ouvia do que falava. Fazia perguntas curtas e encarava eleitas e eleitos olhos nos olhos. Nesses termos, para ele a proximidade física e o olhar pesavam tanto quanto a escuta (ESCOREL, 2015, s/p). E Eliane Brum (2006) em seu livro: A vida que ninguém vê, no qual ela escreve uma série de crônicas e relata a vida de pessoas comuns, defendendo a ideia de que todos tem uma história boa para ser contada. No blog, ainda, postamos entrevistas com médicos especialistas e psicólogos da área, Aqui o método utilizado é o de entrevista semiaberta, Modelo de entrevista que tem origem em uma matriz, roteiro de questõesguia que dão cobertura ao interesse da pesquisa [...]. Busca tratar da amplitude do tema, apresentando cada pergunta da forma mais aberta possível [...]. Cada questão é aprofundada a partir da resposta do entrevistado, como um funil, no qual perguntas gerais vão dando origens a específicas. O roteiro exige poucas questões, mas suficientemente amplas para serem discutidas em profundidade [...] (DUARTE, 2005, p. 66). 5

Assim, podendo trazer a opinião de especialistas, com objetivo de explicar a doença, a prevenção e o tratamento, pois acreditamos que essas entrevistas são importantes para esclarecer o que é a doença, seu processo e seus respectivos tratamentos. 5 DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO Históricas Incríveis é um projeto jornalístico veiculado na internet, cujo endereço eletrônico é http://jornaliismo.wix.com/historiasincriveis. A proposta do blog é que através dos meios digitais, possamos construir espaços para a divulgação de histórias que geralmente perdem espaços no jornalismo diário. Para isso, são realizadas entrevistas, construídos textos, coleta de fotografias, com o fim de mostrar a luta diária que é combater o câncer. Duas vezes por semana, na terça-feira e na sexta-feira, postamos novas histórias de mulheres portadoras de câncer, contamos suas batalhas diárias, como é descobrir a doença, qual a é a reação da família, o quanto é difícil o tratamento e o que as motivam a não se entregarem a doença. Além disso, publicamos posts com fotos das entrevistadas contendo hash tags com frases de incentivo e dicas de profissionais em relação à doença. Figura 1 / posts do blog. Também, realizamos entrevistas com psicólogo e médico esclarecendo algumas dúvidas que existem a respeito da doença, como por exemplo, a importância de fazer o autoexame, o que deve ser feito se você perceber algum nódulo ou sintoma da doença, como é o tratamento e etc. 6

Para a diagramação do blog demos prioridade às cores claras e menus de fácil navegabilidade, para que o visual seja leve, e combine com o tema abordado nos textos. A logo marca é trabalhada na cor rosa, pensando na campanha Outubro rosa, com a cor buscamos enfatizar o universo feminino. As matérias publicadas são escritas de maneira literária, aprofundada, humanizada, compreensível e enfatizando a luta e superação das histórias contadas. Figura 2 / Layout do blog / Logo marca. 6 CONSIDERAÇÕES Buscando criar espaços nos quais o jornalismo em profundidade seja praticado, nosso blog, Histórias Incríveis, como já foi dito, oferece em um suporte midiático virtual, além de histórias de emoção e identificação, um espaço de esclarecimento e trocas de experiências. No momento em que nos propomos a divulgar histórias humanizadas e ao mesmo tempo, publicar entrevistas com profissionais a fim de esclarecer dúvidas sempre frequentes sobre a doença. O câncer atualmente é considerado uma das principais causas de morte do mundo, por isso, acreditou-se na importância do blog diante isso. Podemos dizer que nosso objetivo ao cria-lo vai além do puro interesse acadêmico, e sim, que a nossa intenção é de ampliar ambientes onde se pode haver a troca de experiências e desta forma ajudar tanto a 7

entrevistada, no momento em que esta fala abertamente sobre suas dores, quanto ao leitor, que às vezes não são tão familiarizados com as causas e sintomas da doença, que muitas vezes não sabem a hora de procurar um médico. Por fim, nosso objeto final reúne tanto características do jornalismo em profundidade, que é o que queríamos dar visibilidade e, ao mesmo tempo, conseguimos também tornar notório um assunto tão presente na vida da população, além de tão dolorosa, uma doença causadora de mortes em todo o mundo, muitas vezes, apenas, por não ser descoberta em sua fase inicial. Acreditamos na importância de nosso projeto, pois não só busca abrir espaços para o jornalismo aqui proposto, mas a abertura de ambientes de diálogos e troca de experiências. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRUM, Eliane. A vida que ninguém vê. Porto Alegre: Arquipélago Editorial, 2006. CHRISTOFOLETTI, D. HILDEBRAND, J. A utilização dos pilares do jornalismo literário na construção de perfis jornalísticos. Rio de Janeiro, p. 1-7, 2015. DUARTE, Jorge. Entrevista em profundidade. JORGE D. e ANTONIO B. (Orgs.). Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação. São Paulo: Atlas, 2005, p. 62-83. ESCOREL, E. Encontro amoroso Eduardo Coutinho e seu método (II). Disponível em: < http://revistapiaui.estadao.com.br/questoes-cinematograficas/encontro-amoroso-eduardo-coutinhoe-seu-metodo-ii/>. Acesso em: 21 mar 2016. JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. São Paulo: Aleph, 2008. LUCAS, Glauce. Jornalismo online e a democratização da informação. Disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br/diretorio-academico/jornalismo-online-e-a-democratizacaoda-informacao/>. Acesso em: 14 mar. 2016. PESSA, B. R. Livro-reportagem: origens, conceitos e aplicações. REGIOCOM. 2009, São Paulo. Anais eletrônicos... São Paulo: Universidade Metodista, 2009. Disponível em: <http://www2.metodista.br/unesco/1_regiocom%202009/arquivos/trabalhos/regiocom%2034% 20-%20Livro%20Reportagem%20O%20que%20%C3%A9_%20para%20qu%C3%AA%20- %20Bruno%20Ravanelli%20Pessa.pdf >. Acesso em: 21 mar. 2016. SALATIEL, JOSÉ R. Câncer: A doença por trás do mito. Disponível em: < http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/cancer-a-doenca-por-tras-domito.htm>. Acesso em: 16 maio 2016. SANTOS, Vinicius F. O futuro do jornal impresso: ênfase no jornalismo local. 2013. 51 f. Monografia (Curso de comunicação social jornalismo) Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Ijuí. 2013. 8