RELATÓRIO CONSOLIDADO DE GESTÃO DE 2002

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Transcrição:

RELATÓRIO CONSOLIDADO DE GESTÃO DE 2002 Dando cumprimento às exigências impostas por lei às sociedades abertas, o Conselho de Administração da IMPRESA SOCIEDADE GESTORA DE PARTICIPAÇÕES SOCIAIS, S.A. vem apresentar o seu RELATÓRIO DE GESTÃO CONSOLIDADO relativo ao exercício do ano 2002. Ao fazê-lo, teve a natural preocupação de que o mesmo contenha elementos e informação suficientes para que os senhores accionistas e o público investidor em geral, possam avaliar, com clareza e objectividade, a actividade do GRUPO IMPRESA no respectivo horizonte de intervenção. 1. Principais Factos A degradação do ambiente macro-económico ao longo de 2002, quer no panorama nacional quer no internacional, a par da retracção do consumo privado, teve efeitos negativos na actividade da comunicação social, que tem como principal receita a publicidade. O investimento publicitário total em Portugal apresentou, em 2002, uma queda de 9,1%, afectando todas as áreas de negócio. A IMPRESA atingiu, em 2002, receitas consolidadas de 250,7 milhões de euros, o que representou um decréscimo de 9,3% face às contas pro-forma de 2001, tendo em conta a alteração do perímetro de consolidação após a redução da participação na distribuidora Vasp de 50% para 33,33%. A evolução das receitas é explicada, essencialmente, pela descida de 12,3% nas receitas de publicidade, que, em 2002, representaram 67,6% do total das receitas consolidadas. É de realçar, no entanto, o excelente comportamento da venda de publicações, que cresceu 8,4%, representando quase 20% das receitas consolidadas. O Expresso registou o segundo melhor ano de vendas de sempre e novos máximos de vendas foram atingidos pelas revistas Visão e Cosmopolitan. A SIC manteve a liderança do share de audiências no mercado televisivo e continuou o seu esforço de diversificação. As receitas dos canais temáticos, com um crescimento de 18,1%, representaram já 8,5% do total de receitas consolidadas da IMPRESA.

O ano de 2002 foi marcado por um enorme esforço de redução de custos, que incidiu principalmente sobre os custos de programação na televisão, sobre os custos com pessoal e num controle apertado dos custos variáveis. Deste modo, os custos operacionais consolidados desceram 15,9%, o que representou uma poupança de 43,9 milhões de euros. Esta redução permitiu compensar o impacto provocado pela descida das receitas. O cash-flow operacional (EBITDA) atingiu um valor positivo de 18,8 milhões de euros em 2002, comparativamente a apenas 220 mil euros em 2001. Este valor foi, contudo, afectado por custos de reestruturação, no montante de 6,4 milhões de euros, fruto das indemnizações pagas por rescisões de contratos de pessoal, nomeadamente, na SIC, no Expresso, na ACJ e no Jornal da Região. O número de trabalhadores ao serviço nas 3 principais áreas de negócio, que já em 2001 descera 11%, tinha sido reduzido, no final de 2002, em mais 9,3%. Os resultados operacionais negativos, no montante de 19,8 milhões de euros, registaram uma evolução favorável de 55,3% relativamente a 2001. Apesar da quebra nas receitas de publicidade, a redução dos custos operacionais e a melhoria da função financeira permitiram reduzir os resultados líquidos negativos consolidados de 52,2 milhões de euros, em 2001, para 27,9 milhões de euros em 2002, ou seja, uma melhoria significativa de 46,5%. 2. Mercado Publicitário Após a descida de 6,5% verificada em 2001, o investimento publicitário apresentou uma queda de 9,1% em 2002. A não concretização da recuperação esperada para a segunda metade do ano e a contínua degradação do ambiente macro-económico, nacional e internacional, obrigaram a maioria das empresas a reduzir os seus custos de marketing, numa tentativa de protecção das respectivas margens. Este facto originou cortes nos investimentos publicitários ao longo do exercício em análise. Para além das dificuldades gerais, verificaram-se reduções muito significativas de investimento publicitário em alguns dos sectores chave da economia, como Banca e Seguros (-40%), Telecomunicações (-20%) e Automóveis (-12%). A televisão aberta, que continua a ser o meio preferido dos anunciantes, representou 51,2% do investimento total, sofrendo uma descida de 10,2%. Esta queda foi influenciada pelo aumento da importância dos canais de cabo, que, em 2002, já representaram 2,5% do total do investimento publicitário, tendo crescido 51,2%, relativamente a 2001. A transmissão do Campeonato do Mundo de Futebol nos canais de cabo contribuiu para este crescimento. Foi, porém, no sector da imprensa que continuou a registar-se a pior situação. No caso particular da imprensa não diária, segmento que afecta particularmente a IMPRESA, esta descida atingiu os 12,5%. Os piores segmentos em 2002 foram a imprensa diária e a Internet que registaram descidas de, respectivamente, 15,4% e 14%. 2

Tabela 1. Evolução Mercado Publicitário (valores em m ) 2002 Peso 2001 Peso Variação TV 288.551 51,2% 321.500 51,9% -10,2% TV CABO 13.975 2,5% 9.240 1,5% 51,2% IMPRENSA Diária 48.460 8,6% 57.315 9,2% -15,4% IMPRENSA Não Diária 98.595 17,5% 112.735 18,2% -12,5% RADIO 36.801 6,5% 41.191 6,6% -10,7% OUTDOORS 69.816 12,4% 69.995 11,3% -0,3% CINEMA 4.292 0,8% 4.364 0,7% -1,6% INTERNET 3.200 0,6% 3.719 0,6% -14,0% Total mercado 563.690 100% 620.059-9,1% Fonte: Agências de meios 3. Televisão 3.1. Receitas consolidadas No ano de 2002, a SIC atingiu um volume de negócios consolidado de 130,3 milhões de euros, o que representou uma descida de 9,7% em relação a 2001. A queda do investimento publicitário continuou a penalizar a evolução das receitas da SIC. Tabela 2. Receitas da SIC (valores em M ) 2002 2001 Variação Vendas Consolidadas 130,3 144,4-9,7% Publicidade 101,4 113,7-10,8% Merchandising 1,8 2,3-22,4% SIC Internacional 1,2 1,0 14,4% Canais Temáticos 21,6 18,3 18,1% Outras 4,3 9,1-52,2% EBITDA Consolidado (1) 0,4-11,8 Custos de Reestruturação 3,8 10,5 (1) Sem incluir custos de reestruturação. Em 2002, as receitas das novas áreas de negócio da SIC representaram 22,2% da facturação total, contra os 20,4% em 2001. Esta evolução, conseguida devido ao crescimento dos canais temáticos e da SIC Internacional, permitiu compensar, parcialmente, a quebra de receitas verificada no exercício, principalmente por parte da SIC Filmes. 3

3.2. Evolução das quotas de audiências e de investimento publicitário Em 2002, ano em celebrou o seu décimo aniversário, a SIC generalista liderou o mercado de televisão em termos de média anual de audiências, mantendo-se assim como o canal mais visto, em cada ano, desde 1995. No universo total da televisão, o share anual de audiências foi de 31,5%, contra 31,4% da TVI, 21,1% da RTP, 9% dos canais temáticos do cabo e 1,7% do satélite e vídeo. Em 2002, a SIC sofreu uma erosão das suas receitas publicitárias, que desceram 10,8%, deviso à queda de investimento, que afectou todo o mercado publicitário. O mercado de publicidade em televisão aberta apresentou um decréscimo na ordem dos 10,2% em 2002, após a queda de 8,4% verificada em 2001. A SIC conseguiu, no entanto, absorver o impacto da redução do share de audiências de 34% para 31,5% em 2002, tendo mesmo logrado aumentar a sua quota de mercado de facturação líquida do volume total de investimento no sector, de 41,6%, em 2001, para 42,1%. Este facto ficou a dever-se, não só à implementação da estratégia de motivação do mercado, para aumentar a ocupação publicitária nos meses de baixa, como, principalmente, ao ganho de audiências no período do prime-time, durante o último trimestre. Como resultado, as receitas de publicidade no 4º trimestre desceram apenas 2%, contra uma descida de 10% do mercado no mesmo período. 3.3. Estratégia de Programação A descida das receitas publicitárias obrigou a um esforço grande de redução de custos, mas, mesmo com essa condicionante, a estratégia de programação delineada atingiu os seus objectivos. A SIC recuperou a liderança durante 5 meses consecutivos, para o que o reality show Masterplan teve papel relevante, reduzindo, comparativamente ao final de 2001, a diferença para a TVI no prime-time e garantindo, assim, a liderança global da SIC, na audiência anual de 2002. Importa ainda destacar outros dois eixos centrais da estratégia de programação a reabilitação do prestígio da novela brasileira e a implementação de uma política sistemática de produção nacional. Com a exibição de Coração de Estudante, a SIC recuperou a liderança num período essencial, o acesso ao horário nobre. Com a novela O Clone atingiu também níveis de audiência importantes, no prime-time, garantindo a fidelização de um público muito consistente. Face a estes resultados, a SIC renovou, por mais 4 anos, a terminar em 2007, o seu contrato de compra (em exclusivo) de programas com a Rede Globo. Quanto ao segundo eixo, por forma a fazer face à necessidade de redução de custos, produziram-se, ao longo de 2002, internamente em co-produção ou por encomenda a produtores independentes, os seguintes novos programas: Na primeira metade do ano, Fúria de Viver, Às 2 por 3, Fora de Série, Masterplan, Catarina.com, Super Sábado, Linha da Sorte, Especiais Herman ; 4

Na rentrée, a partir de Setembro, Não há Pai, Olhar da Serpente, Fun Totil Totil Total, o novo Disney Kids, Iô-Iô, Mentes Brilhantes, 75 Horas de Hipnotismo, 101 Horas de Dança, O meu nome é Ágata, A casa do Toy. A SIC continuou a garantir uma forte adesão popular, que se reflectiu nas suas audiências muito equilibradas em todos os períodos horários e, em especial, a preferência dos públicosalvo mais jovens (dos 4 aos 34 anos). A política de eventos, posta em prática no final do ano, deu igualmente bons frutos, pela curiosidade gerada e pela criação de uma imagem de dinamismo. De realçar, igualmente, a renovação de caras em antena, com o aparecimento de novas personalidades televisivas, como foram os casos de Marisa Cruz, Jorge Mourato, Fernanda de Freitas, Maria João Simões, ou o relançamento do actor Camacho Costa (infelizmente, entretanto falecido). Na área da Informação, a SIC acompanhou os grandes acontecimentos nacionais e internacionais, mantendo o seu perfil de estação de referência dos portugueses. A nível nacional, a SIC esteve em todos os eventos que marcaram o ano. A SIC inovou na cobertura da campanha eleitoral e garantiu o único frente-a-frente entre os principais candidatos a primeiro-ministro. Foi um debate ímpar e decisivo, entre Durão Barroso e Ferro Rodrigues, que mereceu o aplauso geral. A SIC destacou-se na revelação dos principais acontecimentos que abalaram a justiça portuguesa: o "caso Moderna", as demissões na Polícia Judiciária; as detenções na GNR, na PSP e nas Finanças. Foi a SIC que revelou, numa investigação em parceria com o Expresso, a rede de pedofilia, envolvendo crianças da Casa Pia, que marcou sem dúvida o ano noticioso. Foi, também, a SIC a única estação a cobrir a Volta a Portugal em Bicicleta, um outro evento que aproxima a estação e a marca SIC ao "país real", tal como sucedeu com a itinerância do Primeiro Jornal da SIC, que, na última semana de cada mês, foi emitido, em directo, a partir das principais cidades portuguesas, levando a todo o país as especificidades, os problemas e a cultura particular de cada região. No ano de 2002, a SIC manteve a tradição: cinco prémios de jornalismo foram atribuídos aos seus repórteres: "Condomínio Privado", de João Ferreira - Grande Prémio Reportagem de Televisão, do Clube Português de Imprensa; "Morte Anunciada", de Luís Garriapa - Prémio de Jornalismo da Rede Portuguesa de Cidades Saudáveis; "A Leste do Paraíso", de Augusto Madureira - duas menções honrosas pelos prémios AMI 2001 - o Jornalismo contra a indiferença; "A Leste do Paraíso", de Augusto Madureira, prémio "O futuro da Europa", da Comissão Europeia; "A Leste do Paraíso", de Augusto Madureira - prémio de Direitos Humanos, da Comissão nacional dos Direitos Humanos. 5

O ano de 2002 foi também um ano de mudança na informação da SIC: a imagem gráfica e os cenários foram renovados, os métodos de gestão e de trabalho reorganizados, o quadro de pessoal reduzido e, finalmente, concretizaram-se poupanças operacionais significativas. 3.4. Venda de Conteúdos Na área da venda de conteúdos, além do fornecimento regular de imagens de arquivo a produtoras nacionais e internacionais, a SIC reforçou a sua intervenção no mercado, destacando-se as seguintes operações: Venda de telenovelas e mini séries como Ganância, A Viúva do Enforcado, Médico de Família ou Grande Reportagem, para emissão em vários países como: Angola, Cabo Verde, Koweit, Estados Unidos, etc. Rentabilização de direitos de cabo assegurados por contratos com produtores estrangeiros, fornecendo longas metragens para os canais premium da TV Cabo. Venda de imagens de informação diária e apoio técnico em eventos para as principais estações de televisão e agências noticiosas do mundo (Eleições em Portugal, Mundial de Futebol na Coreia/Japão, etc). Renegociação do contrato com a TAP relativo à emissão do "Jornal da Noite a bordo", com reforço da parceria através da negociação de um novo vídeo turístico (Azulejo). Continuação do contrato com a CP para o fornecimento de programas para exibição nos comboios desta empresa. 3.5. Canais Temáticos Os canais temáticos da SIC, 30 meses após o lançamento do primeiro projecto, são uma referência entre os canais de cabo, com cerca de 24,1% da audiência total do cabo. Os três canais, considerando receitas de subscritores e publicidade, representaram 16,6% das receitas totais da estação em 2002. 3.5.1. SIC Radical O ano de 2002 foi de afirmação da SIC Radical. O canal conseguiu estabelecer-se como líder incontestado no segmento 15/24 anos, no âmbito dos canais temáticos da TV Cabo. A nível global da audiência dos canais temáticos, a SIC Radical conseguiu uma audiência de 5,9 % e um óptimo 4º lugar na lista dos canais mais vistos. Foi o ano de estreia do programa Cabaret da Coxa, que é, actualmente, o programa de maior audiência do canal. A produção nacional mereceu destaque em 2002: Curto Circuito, Nutícias, Cine XL, Curtas, Dance TV, Ah Leão e Rec são os melhores exemplos do esforço de produção de conteúdos falados em português. O apoio aos novos projectos de música portuguesa foi outro dos destaques de 2002. A SIC Radical lançou discos no mercado, fomentou o aparecimento de novos valores, apoiou concertos, esteve em directo nos principais Festivais de Verão, estabelecendo sinergias com a SIC, SIC Notícias e SIC Online. 6

O cinema teve, também, um papel decisivo na SIC Radical em 2002. O canal passou a transmitir filmes, com assinaláveis resultados de audiências, e apoiou e promoveu passatempos relacionados com estreias nacionais nas salas de cinema. 3.5.2. SIC Gold Em 2002, a SIC Gold passou por um período de transição - foi implementada uma nova estratégia de se assumir como um canal de clássicos da televisão para toda a família e não apenas um canal de multidifusão de programas originais da SIC. A partir de Abril de 2002, com o slogan "SIC sempre Gold" e um novo pacote gráfico, o canal passou a conter produção estrangeira, originalmente transmitida no território nacional por outros canais de televisão. "Raízes", "Fama", "Alf" e "Falcon Crest" foram as primeiras apostas, que conviveram com a programação de arquivo SIC. Foi ainda neste ano que o "Jornal da Noite" da SIC passou a ser repetido na SIC Gold, todos os dias à meia-noite. A SIC Gold terminou o ano em 9º lugar de entre os canais temáticos da TVCabo, à frente de canais como o Odisseia, Eurosport, MTV e História. 3.5.3. SIC Notícias Dois anos depois do seu início, a SIC Notícias continuou a ser o canal temático mais visto da TV Cabo, com uma audiência média de 14,9%. No ano de 2002, a SIC Notícias obteve uma audiência média total de 1.350.000 telespectadores, tendo captado mais 300.000 do que em 2001. Em 2002 a SIC Notícias acompanhou, a par e passo, o Mundial de Futebol com o programa Linha-do-Oriente, criou a Edição da Tarde e a Edição do Meio-Dia, reestruturou o Jornal das 9 e criou um Frente-a-Frente diário, com diversos convidados. Os acontecimentos de relevo da agenda nacional e internacional mereceram, naturalmente, um acompanhamento especial, em directo e com aproveitamento de sinergias com a SIC generalista. No Verão, a SIC Notícias foi ao encontro dos seus telespectadores, realizando, ao longo da costa portuguesa, o programa diário Heróis do Mar. O espaço para debate foi privilegiado com emissões especiais, de que foi exemplo o caso Moderna, o debate sobre o avanço da extrema-direita na Europa, a Festa da Música e ainda o destino do Parque Mayer. No entanto, apesar do sucesso de audiências, a SIC Notícias conheceu um ano difícil em termos económico-financeiros, tanto por acréscimo de custos, como por diminuição de receitas. Os desinvestimentos de alguns patrocinadores de programas representaram variações significativas no orçamento de receitas na ordem dos 400 mil euros - e fizeram com que o ano fechasse com cash-flow operacional positivo mas com resultado líquido negativo. 7

3.6. SIC Internacional Prosseguindo a aposta de internacionalização da sua actividade, durante o ano de 2002 a SIC Internacional consolidou a sua presença junto das Comunidades Portuguesas espalhadas pelo mundo, através das seguintes acções: Renegociação dos acordos de distribuição na Europa, nomeadamente, em França (TPS e NOOS) na Suíça (Télégenève e Cablecom) e no Luxemburgo (Eltrona). Renegociação dos acordos de distribuição nos EUA (SPT) e no Canadá (FP-TV). Nos EUA solidificou a sua presença através do crescimento no sistema DTH. Continuação da distribuição em África, nomeadamente, em Angola, Moçambique e África do Sul, através da plataforma digital Multichoice. Continuação da distribuição na Austrália e na Nova Zelândia, com possibilidade de abranger também Timor e Macau, através da plataforma digital TARBS. 3.7. SIC Online Em 2002, a SIC Online procedeu a uma reestruturação da sua actividade, reduzindo substancialmente as equipas editorial, multimédia e técnica. Alterou o sistema de publicação, manteve a linha editorial, reforçada com a aposta na colocação de vídeos online, com uma oferta claramente orientada para a banda larga e com uma qualidade de emissão inigualável em Portugal. Obteve, em Outubro e Dezembro, os maiores níveis de audiências de sempre. Ainda numa óptica de total racionalização de meios e de diversificação do modelo de negócio, lançou, já no início de 2003, o serviço de teletexto da SIC. A SIC Online continua, cada vez mais, a orientar a sua política para os conteúdos pagos, tendo sido pioneira ao disponibilizar micro-pagamentos por SMS para acesso por apenas 24 horas. Lançou, também, assinaturas, mensais e anuais, para acesso a conteúdos exclusivos em vídeo ou multimédia. Apesar destes sucessos, as receitas continuaram abaixo do previsto, pelo que a SIC Online teve de proceder a cortes nos custos de estrutura, incluindo pessoal, ao longo do ano 2002. O cash-flow operacional negativo atingiu o montante de 2,9 milhões de euros. 3.8. SIC Serviços Constituída no final de 2001, a SIC Serviços começou, de facto, a sua actividade em 2002. A empresa finalizou o ano com um resultado negativo de 1,7 milhões de euros. Neste valor estão incluídos custos de reestruturação no montante de 279 mil euros e uma provisão adicional de 1,25 milhões de euros referente a rescisões de contratos de pessoal a concretizar em 2003. De acordo com os objectivos que nortearam a sua criação, a SIC Serviços desempenhou, como actividade principal, o fornecimento de serviços técnicos à SIC e à SIC Notícias. Em 2002, a SIC Serviços assumiu, ainda, a responsabilidade pela informática e pela gestão dos planos de investimento das empresas do grupo SIC. 8

A vertente de prestação de serviços a outras entidades ainda está no seu início. Conseguiramse alguns contratos exteriores ao grupo SIC, destacando-se a montagem de operações especiais para a BBC, RAI, TVE, TV Galiza e APTN, conquistando, assim, a preferência e a confiança destes operadores. 3.9. SIC Filmes Em 2002, a SIC Filmes diminuiu a sua actividade, devido à redução drástica dos patrocínios no sector audiovisual. A SIC exibiu, em 2002, os telefilmes "8:8", "Jogo da Glória" e "Pulsação Zero", todos produzidos pela SIC Filmes. 3.10. Situação económico-financeira consolidada O ano de 2002 ficou marcado por um grande esforço de redução de custos na SIC. As principais medidas foram tomadas no final de 2001, mas como o mercado publicitário não deu sinais de recuperação, foi implementado um novo programa de redução de custos durante a segunda metade do ano em análise. Em 2002, a SIC, em termos consolidados, conseguiu reduzir os seus custos operacionais em 26,6 milhões de euros, representando uma descida de 16,6%, com ênfase para a descida dos custos de programação na SIC generalista em 26,2%. No entanto, em 2002 aconteceu um aumento dos custos nos canais temáticos, principalmente na SIC Radical, visto ser o primeiro ano completo de exploração em 2002, versus apenas 8 meses de emissão em 2001. Se considerarmos, em termos comparativos, o total das actividades da SIC, a redução de custos rondou 28,4 milhões de euros. Esta descida dos custos compensou a redução de 9,7% nas receitas totais da SIC e permitiu atingir um cash-flow operacional (EBITDA) positivo de 452 mil euros no final de 2002, sem custos de reestruturação, contra os 11,8 milhões de euros negativos apurados em 2001. A segunda fase do plano de poupanças, implicou uma nova redução de pessoal, principalmente no 4º trimestre de 2002. Este movimento levou à criação de estímulos à rescisão, voluntária e por mútuo acordo, de contratos de trabalho. As rescisões amigáveis, no conjunto de empresas SIC, abrangeram 68 pessoas, com um custo global de 3,8 milhões de euros. Considerando que alguns processos transitaram para 2003, foi decidido provisionar, ainda em 2002, o montante adicional de 2,5 milhões de euros. Em 2002, houve um aumento do nível de amortizações para 14,2 milhões de euros, como reflexo dos investimentos realizados durante 2001, nomeadamente, os novos equipamentos relacionados com o arranque da SIC Notícias e do arranque da SIC Online. Os resultados líquidos foram, por outro lado, penalizados por resultados extraordinários negativos no montante de 2,4 milhões, resultantes do registo contabilístico de perdas em existências. Os resultados líquidos consolidados da SIC continuaram, assim, em território negativo, fechando o ano 2002 com 19,3 milhões de euros, o que representou, contudo, uma melhoria de 29% em relação ao registado no final de 2001. 9

3.11. Perspectivas para 2003 A reestruturação efectuada na SIC teve como principal objectivo atingir uma rentabilidade positiva e, neste âmbito, as medidas tomadas, ainda em 2002, para controlo de custos de pessoal, de programação e de fornecimentos e serviços externos permitem encarar com confiança o futuro próximo. Com o objectivo de optimizar os recursos e potenciar as sinergias organizacionais, foi decidido, em Novembro de 2002, nomear um Director-Geral, com responsabilidade no conjunto das empresas SIC. Apesar das dificuldades que ainda se antevêem, 2003 será um ano de apostas da SIC, nomeadamente, a venda de publicidade regional, o lançamento de um novo canal temático SIC Mulher e o início de actividade da SIC Indoor Quanto à SIC generalista, pretende-se, para 2003, manter o power-ratio ( share do mercado publicitário/ share de audiências) e implementar a redução da comissão de agência de 15% para 11,5%, conseguindo uma melhor performance das receitas líquidas. A estratégia de programação para 2003 passa por criar uma linha de produção de ficção nacional, definida em função dos públicos alvo, para manter e reforçar a liderança global das audiências obtida em 2002, melhorando os resultados no horário nobre. 4. Jornais Tabela 3. Indicadores dos Jornais (valores em M ) 2002 2001 Variação (hom) Total Receitas 50,5 58,1-13,0% Publicidade 35,8 44,1-19,1% Vendas Jornais 13,5 11,9 13,5% Outros 1,2 2,0-40,0% Receitas por Jornais Expresso 42,3 48,4-12,6% Jornal da Região 3,9 5,8-28,4% Outros 4,3 3,9 10,3% EBITDA Consolidado (1) 6,1 6,7-8,7% Margem 12,1% 11,5% Custos com Reestruturação 1,9 1,6 (1) Sem incluir custos de reestruturação. O segmento de jornais atingiu, durante o ano de 2002, receitas consolidadas de 50,5 milhões de euros, o que significou uma descida de 13% relativamente a 2001. A evolução das receitas 10

tem sido prejudicada pela quebra do investimento publicitário, apesar do crescimento registado nas vendas de jornais. Assim, enquanto as receitas de publicidade caíram 19,1%, descida comum a todos os jornais do grupo, destacando-se o Expresso, que diminuiu 14,8%, e o Jornal da Região, com uma queda de 28,4%, as vendas de jornais tiveram um comportamento positivo, com um aumento de 13,5%, devido ao especial contributo do aumento de vendas do Expresso, vendas dos novos produtos (extensão da marca Expresso) e à redução da comissão de distribuição ocorrida no 2º semestre. Tabela 4. Circulação dos Jornais 2002 2001 Variação (hom) Expresso 141.507 138.131 2,4% Blitz 12.198 13.182-7,5% AutoSport 13.298 15.190-12,5% Surf Portugal 3.387 3.250 4,2% Jornal da Região (1) 34.084 62.759-45,7% Fontes: APCT e IMPRESA (1) média por edição Neste segmento, é de realçar, em termos de custos operacionais, a descida de 9,8% registada em 2002, resultante do controle apertado dos custos e da descida do preço de papel. No entanto, perante a manutenção das condições adversas no mercado publicitário, foram tomadas várias medidas adicionais, com um impacto de 1,9 milhões de euros em custos de reestruturação, resultante da redução de 7,3% nos efectivos desta área de negócio, com principal destaque para o Jornal da Região. De referir, também, a necessidade de reforço do Fundo de Pensões da Sojornal, em 777,5 mil euros, para compensar o aumento das responsabilidades passadas e a quebra de rentabilidade do Fundo nos últimos exercícios. Apesar da quebra do investimento publicitário, o aumento das vendas de jornais e os cortes nos custos operacionais permitiram que o cash-flow operacional (EBITDA) no montante de 6,1 milhões de euros, representasse, sem contabilização dos custos de reestruturação, uma margem de 12,1%, comparativamente a 11,5% atingidos em 2001. 4.1. EXPRESSO No jornal Expresso, as receitas totais desceram 12,6%, atingindo o montante de 42,3 milhões de euros. A quebra de receitas deveu-se à evolução negativa do investimento publicitário. O jornal Expresso obteve receitas de publicidade de 29,5 milhões de euros, o que representou uma queda de 14,8%, resultante da combinação dos seguintes factores: a publicidade tradicional 11

desceu 13,4%, a área de classificados de emprego sofreu uma queda substancial de 33,4% e o imobiliário registou uma subida de 8,4%. Por outro lado, o jornal Expresso registou, em 2002, o seu segundo melhor ano de circulação. A tiragem média, em 2002, foi de 161.604 exemplares por edição, o que corresponde a um aumento de 1%, com a circulação média a atingir os 141.507 exemplares, representando um ganho de 2,4%. Este ganho de circulação foi significativo pois aconteceu num ano em que o preço de capa aumentou 4,6%. O total de receitas de circulação, em 2002, atingiu assim 12,7 milhões de euros, ou seja, um ganho de 14,5% em relação a 2001. Como forma de reacção à crise instalada no mercado publicitário, a empresa implementou, em 2002, um plano de redução de custos, que, entre outras iniciativas, passou pelo decréscimo do número de funcionários, com um custo global de reestruturação de 871 mil euros, e por alterações editoriais, que permitirão poupanças significativas, em 2003, em termos de custos de produção do jornal. O controle de custos, a descida do preço do papel e a diminuição da estrutura permitiram reduções dos custos operacionais, tendo o cash-flow operacional (EBITDA) registado melhorias, apesar da quebra das receitas. Exceptuando os custos de reestruturação e a contribuição extraordinária para o fundo de pensões, o cash-flow operacional atingiu os 4,6 milhões de euros, em 2002. No ano em análise, a Sojornal procedeu à alienação do seu edifício situado na Rua Duque de Palmela, bem como à permuta, com a Câmara Municipal de Lisboa, do edifício que possuía na Travessa do Poço da Cidade, por dois lotes de terreno no Alto da Belavista. Estas duas operações geraram mais valias de 4,2 milhões de euros. No entanto, na sequência destas operações e considerando a mudança da Sojornal para novas instalações no Edifício S. Francisco de Sales, em Paço de Arcos, a ocorrer durante o primeiro trimestre de 2003, foi necessário provisionar, em 2002, abates extraordinários de imobilizado, no montante de 143,5 mil euros. Em 2002, foram tomadas várias iniciativas, que marcarão os próximos anos do Expresso, nomeadamente: Estratégia de conquista e fidelização de novos segmentos publicitários onde o Expresso tradicionalmente não tem estado presente através de produtos editoriais como as revistas extra Expresso Moda e Expresso Vinhos. Obtenção de receitas alternativas, com: o lançamento do primeiro Anuário Expresso e do primeiro Livro da Boa Cama e Boa Mesa ; o lançamento do livro Dicionário Político à Portuguesa de José António Saraiva que inaugurou o que se espera venha a ser o início da edição de títulos de autores da casa a lançar sob a chancela do Expresso. Lançamento de outras iniciativas, como o Mapa de Portugal, o Guia dos Impostos, o Guia dos Museus e o coleccionável Rotas dos Castelos de Portugal. 12

No seu conjunto, estes lançamentos tiveram um êxito assinalável, com receitas adicionais de cerca de 1 milhão de euros, tendo esgotado nas bancas as edições do Guia e do Anuário. Para além dos bons resultados económicos, estes produtos representam apostas importantes, a médio e longo prazo, para a fidelização dos actuais leitores e captação de novos, tendo já contribuído para o aumento das vendas do Expresso em 2002. No último trimestre, procedeu-se a uma reformulação gráfica do Cartaz, que permitiu importantes poupanças em termos de custos de produção, e que abriu caminho ao nascimento, já em 2003, do novo caderno de cultura com a designação Actual. Para 2003, perspectiva-se a manutenção do investimento publicitário na imprensa. No entanto, considerando a descida do preço de papel, as reformulações editoriais, de que importa salientar o nascimento da Única, resultante da fusão entre a Revista e o caderno Vidas, e o aumento do preço de capa para 2,9 euros, é possível prever um aumento do resultado e das margens operacionais da empresa. 4.2. JORNAL DA REGIÃO O ano de 2002 foi um ano particularmente difícil para a Publiregiões, editora do Jornal da Região, detida em 60% pela IMPRESA, essencialmente pela quebra do mercado publicitário, única forma de sustentação do negócio desta sociedade. O Jornal da Região facturou 3,9 milhões de euros, o que representou uma descida de 28,4% em relação a 2001. O cash-flow operacional (EBITDA) foi negativo em 1,15 milhões de euros, mas, mesmo assim, 17% melhor que o valor registado em 2001. De salientar que o cash-flow operacional, em 2002, foi penalizado com 208 mil de euros de custos de reestruturação. No final do 1º semestre foi decidido avançar com uma profunda reestruturação. O encerramento de 2 edições em Lisboa, e, em Junho, das 3 edições do Norte, foi a parte visível de uma reestruturação que envolveu vários aspectos, nomeadamente, redução de tiragens, alteração da distribuição, nova imagem e alterações editoriais. Esta reformulação veio permitir uma melhoria substancial da rentabilidade do Jornal da Região, na segunda metade do ano. Assim, tivemos: 1º Semestre 2002 Com 12 edições, tiragem total semanal de 479 mil exemplares, uma facturação de 2,1 milhões de euros, 82 empregados e um cash-flow operacional negativo de 963 mil euros. 2º Semestre 2002 Com 9 edições, tiragem total semanal de 230 mil exemplares, facturação de 1,7 milhões de euros, 46 empregados e um cash-flow operacional negativo de apenas 187 mil euros. Actualmente, o Jornal da Região edita 9 edições na região da Grande Lisboa, com uma tiragem média de 34.084 exemplares. Para 2003 perspectiva-se outro ano difícil, uma vez que a falta de confiança e redução de consumo fazem prever a quebra do mercado publicitário, em particular naqueles segmentos em que o Jornal da Região se posiciona, nomeadamente, emprego, imobiliário e comércio local. 13

Por outro lado, há uma crescente concorrência dos jornais diários na área dos classificados. Por estas razões, será necessário reforçar o controle de custos e encontrar novas formas de gerar proveitos. 4.3. BLITZ No que respeita ao jornal Blitz, detido em 100% pela IMPRESA, a facturação total, atingida em 2002, foi de 1,2 milhão de euros, ou seja 21% inferior a 2001. Esta quebra de receitas deveu-se à descida de 26,4% no investimento publicitário e ao facto de não se ter realizado o Prémio de Música Blitz, que, em 2001, representara 135 mil euros. A tiragem média, em 2002, foi de 20.011 exemplares, valor semelhante ao ano transacto. A circulação atingiu uma média de 12.198 exemplares, cerca de 7% inferior à registada em 2001. De salientar que, em 2002, houve um aumento substancial do número de assinantes. Com o aumento do preço de capa, as vendas de jornais só sofreram uma redução de 2%. Houve um controle rigoroso de custos, o que permitiu que o cash-flow operacional (EBITDA) tivesse crescido 54% para 112 mil euros, obtendo uma margem de 8,9%. Face à mudança de instalações, a efectuar no 1º trimestre de 2003, foi necessário proceder ao inventário do imobilizado o que implicou a regularização de diversos items no montante de 222 mil euros, com impacto nos custos extraordinários do exercício de 2002. Para o ano 2003, a aposta continuará assente no desenvolvimento de acções que permitam captar maior investimento publicitário e patrocínios, como o relançamento do Prémio de Música, aumentar a circulação e continuar com o processo de redução de custos. 4.4. AUTOSPORT O Autosport, semanário automóvel detido em 50% pela IMPRESA, celebrou, em 2002, os seus 25 anos de existência. Este evento não impediu que o total das receitas do Autosport descessem 22,7%, atingindo os 1,3 milhões de euros em 2002. Pelo terceiro ano consecutivo, o sector automóvel viveu mergulhado na crise. Os meios especializados, como o Autosport, foram ainda mais sacrificados, tendo as receitas de publicidade registado uma quebra de 35%, em 2002. Por outro lado, o desporto automóvel não constituiu grande motor de vendas de jornais. O campeonato de Formula 1 ficou praticamente decidido em Julho e o campeonato Mundial de Rallyes perdeu interesse interno pelo afastamento do Rallye de Portugal. Deste modo as vendas do jornal atingiram 553 mil euros em 2002, cerca de 10,8% inferiores ao exercício anterior. Apesar do esforço, a redução dos custos operacionais, em 20%, não foi suficiente para suster a quebra do cash-flow operacional (EBITDA) cuja margem desceu para 6,4% versus os 18,4% registados em 2001. 14

O início do ano de 2003 não é mais do que a continuidade da crise do sector automóvel, mas porque o ano anterior registou quebras muito acentuadas, perspectiva-se no sector alguma reacção para inverter esta situação. Estes sinais abrem maiores possibilidades para encontrar parceiros que permitam lançar novas iniciativas no futuro próximo. 4.5. SURFPORTUGAL Durante 2002, a revista Surfportugal, detida em 99% pela IMPRESA, continuou a registar ganhos na sua circulação, com um crescimento de 4%, passando para 3.387 exemplares. Este ganhos de circulação não impediram, contudo, que as receitas de publicidade diminuissem 22,7%, em 2002. As receitas totais desceram 19%, enquanto a margem do cash-flow operacional (EBITDA) desceu para 8,7% contra os 16,4% registados em 2001. Para 2003, mantêm-se o objectivo primordial de aumentar a circulação e a notoriedade da publicação e esperar a retoma do mercado publicitário para melhorar a performance. 4.6. CINFORMA Durante o ano de 2002, a Cinforma, detida em 100% pela IMPRESA, consolidou a sua actuação enquanto empresa prestadora de serviços de pré-press aos jornais do grupo IMPRESA Expresso, Blitz, Jornal da Região e AutoSport e também a outros editores externos ao grupo, nomeadamente O Jogo, e diversos títulos clientes da Imprejornal. As receitas atingiram 1,6 milhões de euros em 2002, o que significou uma redução de 9,5%, resultado da quebra no investimento publicitário e consequente redução do número de páginas editadas, e, em alguns casos, redução do número de edições. O cash-flow operacional (EBITDA) apurado foi de 35 mil euros, e inclui custos com indemnizações de 64 mil euros. Sem considerar os custos de reestruturação o cash-flow operacional teria sido superior ao registado em 2001. Para 2003, apesar do contexto de mercado ainda difícil, mas considerando as reduções de estrutura ocorridas e provisionadas em 2002, projecta-se uma exploração equilibrada para a Cinforma. 4.7. IMPREJORNAL O ano de 2002 caracterizou-se por ser um período muito difícil. A quebra do investimento publicitário teve como resultado uma diminuição generalizada no número médio de páginas impressas, tendo alguns editores reduzido as suas tiragens. Em 2002, a facturação de serviços atingiu o montante de 4,8 milhões de euros, um decréscimo de 26% face a 2001. O cash-flow operacional (EBITDA) apurado atingiu os 1,46 milhões de euros. 15

Em 2002, os investimentos rondaram os 400 mil euros. Destes investimentos destacou-se a grande intervenção na rotativa, levada a cabo durante o mês de Agosto, sem afectar a produção normal da empresa. Para 2003, estão previstos investimentos na ordem de 80 mil euros. Ainda para o ano de 2003, espera-se a manutenção dos actuais clientes, embora se preveja uma redução das tiragens por parte de alguns deles. Para compensar esta eventual quebra de produção, serão incrementadas acções comerciais na perspectiva de angariação de novos clientes. 5. Revistas Tabela 5. Indicadores Revistas (valores em M ) 2002 2001 Variação (hom) Total Receitas 72,7 75,4-3,6% Receitas de Publicidade 33,6 37,2-9,7% Vendas Revistas 35,5 33,3 6,6% Outros 3,6 4,9-24,5% EBITDA Consolidado (1) 13,8 8,9 55.1% Margem 19,0% 11,9% Custos de Reestruturação 0,6 3,1 Fonte: IMPRESA (1) EBITDA ajustado de custos de reestruturação. Na área de revistas, a actividade esteve condicionada pela conjuntura desfavorável do mercado publicitário, embora parcialmente compensada pelo bom momento que registou nas vendas de publicações. As receitas totais da ACJ decresceram, em 2002, 3,6% relativamente a 2001, atingindo-se cerca de 72,7 milhões de Euros. Para esta quebra contribuiu essencialmente a quebra no mercado publicitário, que, no segmento da imprensa não diária, teve uma retracção de 12,5%. As receitas de publicidade da ACJ desceram 9,7%, em 2002. No entanto, o crescimento das circulações verificado durante o ano e respectivos níveis de audiências permitiram inverter a tendência descendente nas receitas de publicidade, as quais, no 4º trimestre de 2002, já apresentaram um crescimento de 7,1%. As dinâmicas editorial e comercial implementadas durante 2002, com enfoque na divulgação das principais marcas na TV, assim como uma política de relançamento de títulos, permitiram ganhos de circulação significativos, com a obtenção de um crescimento de cerca de 8%. Apesar do menor número de títulos publicados em 2002, as receitas de circulação cresceram 6,6%. Com uma recuperação sustentada das circulações, as vendas de publicações representaram 49% do total das receitas da ACJ. 16

O relançamento de revistas, alterações editoriais e promoções especiais permitiram a recuperação das circulações, conforme está demonstrado na tabela 6. É de salientar o comportamento de várias revistas, nomeadamente: Novo recorde de vendas da VISÃO, que, ultrapassando a barreira dos 110 mil exemplares em 2002, representou um aumento de 8,7%, reforçando a sua posição de mercado. Para este nível de vendas, muito contribuiu o sucesso do lançamento do Guia das Praias, durante os meses de Verão. O relançamento da Cosmopolitan, que aumentou a sua circulação em 27,9%, atingindo um novo recorde de vendas, com valores superiores a 58 mil exemplares. A Activa, que, com o crescimento das suas vendas em 38,2% e ultrapassando a barreira dos 80 mil exemplares, registou o segundo melhor ano de sempre. Grande recuperação, principalmente no 2º semestre, da Exame Informática que cresceu quase 20% em 2002. Tabela 6. Circulação de Revistas 2002 2001 Variação (hom) Activa 80.320 58.110 38,2% Cosmopolitan 57.635 45.047 27,9% Exame Informática 37.775 31.538 19,8% Caras 112.312 102.470 9,6% Visão 110.494 101.660 8,7% TV Mais 82.619 76.877 7,5% Exame 23.263 22.049 5,5% Telenovelas 154.652 147.161 5,1% Super Interessante 52.991 53.603-1,1% Auto Guia 13.629 13.869-1,7% Casa Cláudia 28.529 29.263-2,5% Jornal de Letras 10.371 10.693-3,0% Caras Decoração 26.219 27.669-5,2% Turbo 26.600 28.513-6,7% Executive Digest 20.917 22.480-7,0% Fontes: APCT e IMPRESA Devido à quebra de actividade no exercício, a ACJ continuou a sua política de racionalização de custos, assente em dois pilares: contenção das tiragens das publicações e redução dos principais custos das publicações, nomeadamente produção. Esta estratégia, aliada às reestruturações efectuadas em 2001 e 2002, permitiu que os custos operacionais tenham descido 11,4% em 2002. Deste modo, a ACJ registou um aumento substancial das margens operacionais. Assim, o cash-flow operacional (EBITDA) atingiu os 13,8 milhões de euros, o que representou uma margem de 19%, comparativamente a 11,9% 17

registados em 2001. A margem de 2002 corresponde ao valor mais alto apurado pela empresa, desde a sua constituição. Conforme já mencionado, a reestruturação, iniciada em 2001, continuou em 2002. Durante 2002, o número de trabalhadores foi reduzido em 7%, tendo-se encerrado o exercício com 468 trabalhadores. Com esta redução, a empresa incorreu em custos no montante de 607 mil euros. Ainda de referir o prosseguimento da política de redução do nível de stocks de produtos acabados, que, no final do ano, se situava em 567 mil euros. Este nível de stocks diminuiu, significativamente, como resultado de uma política de venda dos produtos armazenados e do aumento de provisões, no montante de 2,7 milhões de euros em 2002, para os produtos com maior antiguidade. O saldo final de existências, entre matérias-primas e produtos acabados, atingiu o valor de 3,8 milhões de euros, o que representa um decréscimo de 25%. Com a inauguração, em 2002, do novo edifício da sede da empresa, o investimento, realizado em leasing, foi de 15 milhões de euros, a um prazo de 15 anos. Apesar da evolução desfavorável das receitas totais, a redução dos custos permitiu que os resultados líquidos positivos atingissem 1,8 milhões de euros, contra um prejuízo de 3,7 milhões de euros obtidos em 2001. No final do exercício de 2002, a IMPRESA e a Edipresse adquiriram os 33,33% detidos, indirectamente, pelo grupo Abril. O valor desta aquisição, no montante de 23 milhões de euros, permitiu à IMPRESA e à Edipresse passarem a deter, cada uma, 50% do capital da empresa. Em Janeiro de 2003, a ACJ alterou a sua denominação para Edimpresa. Apesar de se prever para 2003 uma conjuntura adversa no mercado publicitário, perspectiva-se, com a manutenção da dinâmica actual, um aumento das receitas, o que, em conjugação com o controlo de custos e a descida do preço do papel, permitirá a continuação da subida do resultado e das margens operacionais. 6. Outras Actividades Para além dos segmentos atrás identificados, existe no grupo IMPRESA um conjunto de empresas que são consolidadas pelo método da equivalência patrimonial, nomeadamente a Vasp, a Portais Verticais.Com, a Lusa e a Portusat. No que se refere à Vasp, no final do primeiro semestre de 2002, foi concluído o processo de concentração com a Deltapress, no seguimento do qual a IMPRESA reduziu a sua participação de 50% para 33,33%. Por esta razão, a Vasp deixou de ser consolidada pelo método proporcional, tendo esta alteração no perímetro de consolidação afectado a totalidade do exercício de 2002. Em 2002, a Vasp teve um crescimento de 55,3% nas receitas, que atingiram o valor de 137,6 milhões de euros. Este forte acréscimo foi fruto, não só do impacto da concentração da actividade no último trimestre, mas, também do aumento generalizado de venda dos títulos anteriormente distribuídos e da conquista de novos editores. 18

Os resultados líquidos negativos apurados foram de 424 mil euros, mas neste valor estão incluídos 879 mil euros de custos de reestruturação e 455 mil euros de amortização de goodwill referente à aquisição da participação na Deltapress, tendo-se concluído ainda em 2002 todo o processo de integração das distribuidoras. A Portais Verticais.Com, onde a IMPRESA detêm uma posição de 50%, participa em dois portais, CasaGlobal e Exit, e teve uma contribuição negativa para os resultados da Impresa no montante de 3,1 milhões de euros. De referir, em relação ao portal Casaglobal, a decisão de suspender a sua actividade, reduzindo todos os seus custos ao mínimo possível, até surgir um melhor timing para o seu relançamento no mercado. A Lusa, onde a Impresa detém uma participação de 22,35%, procedeu em 2002 a uma reestruturação da sua actividade, com custos associados de 813 mil euros, o que lhe permitirá reduzir a sua estrutura de custos para os próximos anos. A aplicação da equivalência patrimonial dos resultados da Lusa implicou, para a IMPRESA, 711 mil euros negativos. A Premium TV Portugal, SA, empresa em que a SIC e a Globo estão associadas ao grupo Portugal Telecom, através da participada Portusat, onde a SIC detém 40% do capital, atingiu o número de 240 mil assinantes. A aplicação da equivalência patrimonial implicou para a IMPRESA um valor positivo de 198 mil euros. As medidas tomadas em 2002 permitirão que este conjunto de empresas contribua positivamente já em 2003, principalmente com o regresso da Vasp aos resultados positivos. 7. Análise Financeira A IMPRESA atingiu, em 2002, receitas consolidadas de 250,7 milhões de euros, o que representou um decréscimo de 9,3% face às contas pro-forma do ano transacto, tendo em conta a alteração do perímetro de consolidação, após a redução da participação na distribuidora Vasp de 50% para 33,33%. A evolução das receitas é explicada, essencialmente, pela descida de 12,3% nas receitas de publicidade, as quais, em 2002, ainda representaram 67,6% do total das receitas consolidadas. As outras receitas tiveram uma queda de 38,3%, com abrandamento da actividade por parte da SIC Filmes e dos serviços de impressão para terceiros. Por outro lado, houve um excelente comportamento na venda de publicações, que cresceu 8,4%, representando quase 20% do total. Também as receitas dos canais temáticos cresceram 18,1% e já representaram 8,5% do total de receitas. O ano de 2002 foi marcado por um enorme esforço de redução de custos. Procedeu-se a uma redução dos custos de programação de televisão, a um corte nos custos com pessoal, a um controle apertado dos custos variáveis, nomeadamente, do número de páginas e tiragens das publicações, para além de se ter assistido a uma descida dos preços de papel. Deste modo, os custos operacionais consolidados desceram 15,9%, o que representou uma poupança de 43,9 milhões de euros. 19

Esta redução dos custos permitiu compensar o impacto resultante da descida das receitas, tendo o cash-flow operacional (EBITDA) atingido 18,8 milhões de euros em 2002, enquanto que, em 2001, fora apenas ligeiramente positivo em 220 mil euros. O cash flow operacional (EBITDA) foi ainda afectado pelos custos de reestruturação, que, em 2002, alcançaram os 6,4 milhões de euros, resultantes das indemnizações pagas, nomeadamente, na SIC, no Expresso, na ACJ e no Jornal da Região. O número de trabalhadores ao serviço das 3 principais áreas de negócio, no final de 2002, cifrou-se em 1.593, o que significou uma redução de 163 indivíduos, representando 9,3% do total, em relação aos números no final de 2001. O volume de provisões manteve-se elevado, rondando os 10,5 milhões de euros, e inclui uma provisão no montante de 3,9 milhões de euros para fazer face a custos com indemnizações a concretizar em 2003. Tabela 7. Conta de Exploração Consolidada (Valores em uros) 2002 2001 2001 Var (vs proforma) Pro-forma Receitas Consolidadas 250.690.901 276.492.262 301.046.470-9,3% Televisão 130.352.359 144.425.126 144.425.125-9,7% Jornais 50.544.938 58.124.484 58.124.484-13,0% Revistas 72.758.490 75.471.131 75.471.131-3,6% Distribuição 0 0 44.318.609 Inter-segmentos -2.964.886-1.528.478-21.292.879 94,0% Custos Operacionais 231.891.784 275.829.155 300.443.731-15,9% EBITDA Consolidado 18.799.117 221.211 602.739 n.a. EBITDA por áreas Televisão 452.228-11.867.449-11.867.449 n.a. Jornais 6.112.779 6.698.563 6.698.563-8,7% Revistas 13.788.274 8.959.202 8.959.202 53,9% Distribuição 0 0 381.528 Holding Ajustamentos -1.554.162-3.569.105-3.569.105 +143,5% Custos Reestruturação 6.413.505 14.763.107 14.763.107-56,6% Amortizações (-) 21.588.909 19.478.387 19.738.239 10,8% Provisões (-) 10.556.456 10.217.913 10.219.608 3,3% Resultados Operacionais -19.759.753-44.238.196-44.118.215 55,3% Resultados Financeiros(-) 11.133.588 11.529.505 11.643.346 3,4% Goodwill(-) 9.861.671 9.861.671 9.861.671 0,0% Resultados Extraordinários(+) 331.006-16.986.120-16.986.120 n.a. Resultados Antes Imp.e Minoritários -40.424.006-82.173.596-82.609.352 50,8% Imposto (IRC)(-) -2.327.431-13.275.575-13.488.317 82,5% Interesses Minoritários(-) -10.131.387-16.654.878-16.878.209 39,2% Resultado Líquido Consolidado -27.965.188-52.242.826-52.242.826 46,5% (1) As contas pro-forma 2001 reflectem a alteração do perímetro de consolidação com a redução da participação na VASP de 50% para 33,33%. 20

No que se refere a amortizações, é de registar um aumento de 10,8%, consequência dos investimentos efectuados ao longo do ano 2001, principalmente no que se refere à SIC Online. Os investimentos em 2002, se exceptuarmos a aquisição da participação financeira da Abril na ACJ, foram reduzidos, cifrando-se em 8,7 milhões de euros. Para 2003, os investimentos programados não devem ultrapassar os 10 milhões de euros, o que permitirá uma redução no valor das amortizações anuais. Os resultados operacionais negativos, no montante de 19,8 milhões de euros, registaram uma evolução favorável de 55,3% relativamente a 2001. Os resultados financeiros negativos de 11,1 milhões de euros em 2002 apresentaram uma descida de 3,4% em relação a 2001. Apesar do aumento do passivo remunerado e do aumento generalizado dos spreads, os juros suportados foram inferiores a 2001, como resultado das descidas das taxas de juro ocorridas durante 2002. Também de registar o crescimento dos ganhos cambiais, repercutindo a valorização do euro contra o dólar americano. Esta exposição à moeda norte-americana advém de a SIC ter uma percentagem significativa dos seus custos de programação indexados a essa moeda. Por outro lado, de referir o aumento significativo das perdas em empresas associadas, que atingiu os 3,75 milhões de euros, como resultado dos processos de reestruturação que ocorreram nas várias empresas participadas, nomeadamente, na Portais Verticais.Com, na Lusa e na Vasp, conforme anteriormente referido. A rubrica Outros inclui, em 2002, o montante de 1,5 milhões de euros referente ao reforço da provisão para fazer face às responsabilidades decorrentes dos acordos de equity swaps. Tabela 8. Resultados Financeiros Consolidados 2002 2001 Juros (-) 6.251.259 6.611.317 Descontos (-) 1.880.382 1.985.034 Diferenças de câmbio (+) 2.966.261-291.864 Perdas em associadas (-) 3.750.477 2.294.583 Outros (-) 2.217.731 460.565 Total Resultados Financeiros (-) 11.133.588 11.643.346 A amortização anual de goodwill registou um valor de 9,86 milhões de euros em 2002. O aumento da participação na ACJ, que gerou um valor de goodwill de 21,4 milhões de euros, implicará um aumento da amortização anual em cerca de 1 milhão de euros a partir de 2003, inclusivé. O passivo bancário atingiu os 147,9 milhões de euros no final de 2002, ou seja, mais 30,6 milhões do que no final de 2001. Este aumento do endividamento deveu-se, principalmente, ao financiamento da aquisição da posição da Abril na ACJ e ao financiamento das necessidades de fundo de maneio da SIC. De salientar, que estas necessidades de fundo de maneio 21