MÓDULO I - INTRODUÇÃO AO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

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Transcrição:

MÓDULO I - INTRODUÇÃO AO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Aula 02 Tema: Princípios constitucionais de proteção ao consumidor 1

CONCEITO DE CONSUMIDOR Artigo 2º da Lei n. 8.078/90 Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. 2

PESSOA FÍSICA Pessoa física é todo ser humano enquanto indivíduo a partir de seu nascimento com vida até a morte. 3

PESSOA JURÍDICA Pessoa jurídica é a união de pessoas naturais, ou pessoas físicas, reconhecidas pela ordem jurídica como sujeito de direitos e obrigações. 4

PESSOA JURÍDICA COMO CONSUMIDORA A pessoa jurídica adquire produtos e utiliza serviços Exemplos: aquisição de maquinário para produção de matéria-prima, contratação de ascensorista. 5

O legislador consumerista entendeu por bem empregar o verbo adquirir para produtos e o verbo utilizar para serviços. 6

A aquisição de produtos pode ser gratuita? 7

DESTINATÁRIO FINAL CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR CONSUMIDOR C0NCESSIONÁRIA 8

DIREITO CIVIL CONCESSIONÁRIA AUTOMÓVEIS 9

NÃO SE APLICA O CDC AQUISIÇÃO DE BENS PELA EMPRESA UTILIZAÇÃO DESSES BENS NA CADEIA PRODUTIVA 10

COMPETÊNCIA. RELAÇÃO DE CONSUMO. UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTO E DE SERVIÇOS DE CRÉDITO PRESTADO POR EMPRESA ADMINISTRADORA DE CARTÃO DE CRÉDITO. DESTINAÇÃO FINAL INEXISTENTE. A aquisição de bens ou a utilização de serviços, por pessoa natural ou jurídica, com o escopo de implementar ou incrementar a sua atividade negocial, não se reputa como relação de consumo e, sim, como uma atividade de consumo intermediária. Recurso especial conhecido e provido para reconhecer a incompetência absoluta da Vara Especializada de Defesa do Consumidor, para decretar a nulidade dos atos praticados e, por conseguinte, para determinar a remessa do feito a uma das Varas Cíveis da Comarca. (REsp 541.867/BA, Rel. Ministro ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO, Rel. p/ Acórdão Ministro BARROS MONTEIRO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 10/11/2004, DJ 16/05/2005, p. 227) 11

Exemplos de pessoa jurídica como consumidora Compra de máscara para seus colaboradores contra poeiras tóxicas Alimentos para fornecer aos colaboradores na hora do almoço 12

CONCEITO DE FORNECEDOR Art. 3º da Lei n. 8.070/90 Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. 13

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COMPRA E VENDA DE VEÍCULO ENTRE ADVOGADOS 17

RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO Conceito de contrato na relação de consumo 18

RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO Aquisição de produtos e utilização da prestação de serviço na relação jurídica de consumo. 19

RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO FORNECEDOR - Art. 14 do CDC O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. 20

21

DANOS MORAIS E MATERIAIS. Furto de objetos deixados no interior do veículo em estacionamento de lanchonete. Estabelecimento comercial que ao disponibilizar estacionamento, mesmo que gratuito, tem responsabilidade pela guarda e vigilância sobre os veículos. Súm. 130/STJ. Documentos juntados aos autos suficientes à demonstração de que parte dos objetos furtados se encontrava, de fato, no interior do veículo. Apresentação, ademais, das notas fiscais relativas aos pertences do consumidor, atestando a sua existência e o seu valor. Indenização material que é devida excepcionalmente, dadas as peculiaridades do caso concreto. Dano moral não evidenciado, eis que não atingidos os direitos da personalidade do consumidor, com gravidade suficiente a caracterizar essa espécie de prejuízo. Sentença mantida. Sucumbência recíproca. Recursos desprovidos. TJSP; Apelação 1008912-94.2016.8.26.0361; Relator (a): Teixeira Leite; Órgão Julgador: 4ª Câmara de Direito Privado; Foro de Mogi das Cruzes - 6ª Vara Cível; Data do Julgamento: 05/12/2017; Data de Registro: 05/12/2017). 22

SÚMULA N. 130 DO STJ A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de veiculo ocorridos em seu estacionamento. 23

COMPETÊNCIA. RELAÇÃO DE CONSUMO. UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTO E DE SERVIÇOS DE CRÉDITO PRESTADO POR EMPRESA ADMINISTRADORA DE CARTÃO DE CRÉDITO. DESTINAÇÃO FINAL INEXISTENTE. A aquisição de bens ou a utilização de serviços, por pessoa natural ou jurídica, com o escopo de implementar ou incrementar a sua atividade negocial, não se reputa como relação de consumo e, sim, como uma atividade de consumo intermediária. Recurso especial conhecido e provido para reconhecer a incompetência absoluta da Vara Especializada de Defesa do Consumidor, para decretar a nulidade dos atos praticados e, por conseguinte, para determinar a remessa do feito a uma das Varas Cíveis da Comarca. (REsp 541.867/BA, Rel. Ministro ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO, Rel. p/ Acórdão Ministro BARROS MONTEIRO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 10/11/2004, DJ 16/05/2005, p. 227) 24

Correntes doutrinárias Finalistas: parte vulnerável (adotamos esse posicionamento) Maximalistas: não protege o consumidor, mas regula o mercado de consumo brasileiro 25

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