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Estatísticas da Pesca 2007 04 de Julho 2008 INE divulga dados da Pesca 2007 As 5 050 embarcações de pesca que operaram em Portugal em 2007 geraram um volume de capturas de pescado fresco em portos nacionais de 161 mil toneladas, mais 14% do que no ano anterior. Nesta actividade estiveram envolvidos mais de 17 mil pescadores que registaram, face ao ano anterior, um menor índice de sinistralidade, contabilizando-se menos vítimas e menos dias de incapacidade. Em 2007 o saldo do comércio internacional de produtos da pesca atingiu um défice de 877 milhões de Euros, apresentando uma taxa de cobertura de 37%. Como principais resultados de 2007, em comparação com 2006, salientamos: Aumento da quantidade e do valor do pescado fresco ou refrigerado descarregado em 14% e 13%; Saída de 246 embarcações da frota de pesca; Decréscimo, pelo segundo ano consecutivo, do número de pescadores matriculados; Manutenção da dependência do sector face ao exterior, apresentando uma taxa de cobertura de 37%. As tradicionais preparações e conservas de peixe constituíram a única excepção, revelando um saldo do comércio internacional positivo. Na publicação Estatísticas da Pesca 2007 editada em conjunto pelo Instituto Nacional de Estatística e pela Direcção-Geral das Pescas e Aquicultura, que poderá ser consultada em breve no site (www.ine.pt), disponibilizase toda a informação relevante sobre as pescas em 2007. População da pesca Em 2007 matricularam-se 17 021 pescadores (dois em cada três no escalão etário dos 35-54 anos), menos 240 do que em 2006, embora se tenha registado um aumento do número de pescadores matriculados para pescas em águas interiores não marítimas. As Rias de Aveiro, Formosa e Alvor concentraram 80% das licenças emitidas para a pesca apeada em 2007, enquanto a apanha de animais marinhos se encontra ainda em fase de consolidação resultante da recente regulamentação relativa às águas interiores não marítimas. Estatísticas da Pesca - 2007 1/5

Em 2007, o número de pescadores inscritos nas capitanias marítimas foi de 17 021, valor inferior a 2006 em 240 indivíduos, em resultado do menor número de pescadores matriculados nos segmentos do arrasto e cerco. Pelo contrário, registou-se um maior número de inscritos na pesca em Águas Interiores não Marítimas, particularmente nas capitanias de Viana do Castelo (rio Lima) e de Aveiro (ria de Aveiro). Este aumento é justificado pela transferência de indivíduos de outros segmentos, bem como por novas inscrições, maioritariamente provenientes de filhos de pescadores destas zonas, que desta forma asseguram a tradição familiar nesta actividade piscatória. O número de inscritos na pesca polivalente registou também um ligeiro acréscimo (+0,5%). Estruturas da Pesca No ano de 2007 foram licenciadas 5 050 embarcações e emitidas 20 496 licenças, das quais mais de 3/4 para embarcações com menos de 10 metros, a operar com artes fixas. A diversificação da actividade da pesca e a concentração de um maior número de artes de pesca por embarcação (em média 4 licenças) caracterizaram a actividade no ano em análise. 246 embarcações saíram da frota de pesca enquanto apenas 168 deram entrada. A análise da frota licenciada em 2007 isto é, a frota com autorização para operar com uma determinada arte de pesca, numa zona específica e por um determinado período, mostra uma prevalência das embarcações com menos de 12 metros, a operar com artes fixas. O número de licenças de pesca emitidas em 2007 foi de 20 496, isto é, em média, cerca de 4 licenças por embarcação. Este número representa um aumento de 2,4% no número de licenças emitidas, relativamente a 2006 (+487 licenças). Considerando a redução efectiva do número de embarcações licenciadas, o aumento do número de licenças de pesca emitidas deverá ser entendido como uma procura de diversificação da actividade de pesca das embarcações, eventualmente explicada pela procura de recursos alternativos, bem como pela necessidade de viabilizar economicamente a actividade, através da diversificação das espécies capturadas. Também a concentração de um maior número de artes de pesca por embarcação, decorrente em muitos casos do abate de embarcações a partir das quais foram transferidas as artes de pesca, pode ser entendido como a resposta do armamento a uma redução das capturas, por parte das embarcações. Descargas e capturas Capturas de pescado fresco em portos nacionais aumentam em 2007 e ultrapassam as 160 mil toneladas. De assinalar a pesca do cerco que, suportada pelos acréscimos de volume capturados de sardinha, cavala e carapau, aumentou mais de 33%. Produção total da pesca aumenta em 2007 maioritariamente devido às capturas efectuadas no Atlântico Nordeste. Preço médio do pescado descarregado rondou os 1,64Euros/kg. Estatísticas da Pesca - 2007 2/5

Em Portugal, no ano de 2007, foram capturadas 160 834 toneladas de pescado, descarregado como fresco ou refrigerado em lota, no valor de 275 295 mil euros, o que representa um acréscimo de 13,5% no volume de capturas e de 12,7% no correspondente valor, relativamente ao ano anterior. Para este crescimento, contribuiu de forma decisiva o aumento da captura de Peixes marinhos (+17,2% e +13,8%, em quantidade e valor, respectivamente), bem como de Crustáceos (+12,8%, em quantidade e +15,5%, em valor). Relativamente aos Moluscos, a quantidade capturada teve um decréscimo de 13,8%, devido à menor quantidade de berbigão e amêijoa. Contrariamente, o valor dos moluscos subiu 8,0%, pela maior captura de espécies mais valorizadas, como o polvo. Os aumentos em volume e valor decorreram da actividade pesqueira do Continente (+12,9% e +11,3%, respectivamente) e da Região Autónoma dos Açores (+33,9% e +19,9%, respectivamente). Na Região Autónoma da Madeira, apesar da quebra observada no volume de pescado descarregado (-8,0%), houve um aumento do respectivo valor (+15,9%), devido aos preços atingidos por espécies de grande relevância na região (atuns e peixe espada). A pesca do cerco registou um aumento assinalável (+33,4%), quando comparada com o ano de 2006, tendo a captura atingido as 68 000 toneladas, devido sobretudo ao maior volume de sardinha (+20,4%), cavala (+85,7%) e carapau (+56,5%). Pelo contrário, a pesca do arrasto registou um decréscimo (-18,5%), que corresponde a menos 3 656 toneladas, em 2007, não tendo ultrapassado as 16 054 toneladas descarregadas. Para esta diminuição contribuíram as menores capturas de carapau (-38,7%) e sarda (-83,9%). Em termos de produção da pesca, onde se inclui pescado fresco e refrigerado, congelados e capturas em pesqueiros externos, Portugal vê a sua produção crescer cerca de 11%, em relação a 2006, passando das 228 mil toneladas para as 253 mil toneladas Este crescimento é sustentado num aumento das capturas no Atlântico Nordeste (área FAO 27), onde o volume de pescado cresceu cerca de 22%. Dentro desta área, é significativo o aumento da produção em águas nacionais, designadamente nas subáreas da ZEE nacional do Continente e dos Açores, onde o volume da produção global, divisões IX e X do ICES, registou um aumento, face a 2006, de 23%. Em pesqueiros externos, relativamente a 2006, verifica-se um alargamento das áreas de operação, designadamente no Indico Oeste e Oceano Pacífico, como resultado de novas possibilidades abertas por novos acordos de pesca. Ainda assim, e apesar do alargamento das áreas de operação, o volume de produção global nesses pesqueiros não aumentou, por não traduzirem um maior número de embarcações a operar. Comércio Internacional Saldo do comércio internacional para o sector atinge em 2007 um défice de mais de 877 milhões de euros, constituindo o subsector das Preparações e conservas de peixe a única excepção, que regista um saldo positivo de cerca de 43 milhões de euros. No que diz respeito ao comércio internacional de produtos da pesca ou relacionados com esta actividade foram registadas entradas de cerca de 422 mil toneladas, o que corresponde, em valor, a 1 395 157 mil euros, Estatísticas da Pesca - 2007 3/5

representando um aumento de 7,7% em quantidade e 9,6% em valor, relativamente ao ano 2006. Cerca de 35% das entradas em quantidade e 29% em valor foram constituídas por peixes congelados. Igualmente importantes foram as entradas de peixes frescos ou refrigerados (19% da quantidade e 14% do valor) e de peixes secos, salgados, e fumados (13% da quantidade e 23% do valor), onde se destaca o bacalhau salgado e não seco. Em 2007 as saídas de produtos da pesca ou relacionados com esta actividade atingiram, em quantidade, as 144 mil toneladas e um valor de 518 028 mil euros, o que, comparativamente a 2006, significa um incremento de 10,0% em quantidade e 11,6% em valor. Os peixes frescos ou refrigerados, com 34 mil toneladas, corresponderam a 24% da quantidade e 14% do valor das saídas; os peixes congelados representaram cerca de 23% do volume de saídas tendo, em valor, contribuído para 12% das mesmas. No ano em análise, o saldo do comércio internacional dos produtos da pesca ou relacionados com esta actividade atingiu um défice de 877 129 mil euros, o que corresponde a um agravamento face a 2006. Relativamente aos principais grupos de produtos da pesca, em 2007, apenas nas transacções comerciais das preparações e conservas de peixe o saldo do comércio internacional atingiu um valor positivo (43 437 mil euros), como já se tinha verificado em 2006, com uma taxa de cobertura das entradas pelas saídas de 165,8%. Principais stocks e níveis de exploração Em 2007, as possibilidades de pesca diminuíram 3% em águas comunitárias. O estabelecimento de um Total Admissível de Captura (TAC), constitui uma medida de gestão das pescas em águas comunitárias que visa limitar o volume global de capturas de um determinado stock a um nível prefixado. Esse TAC é, depois, repartido pelos Estados-membros através de quotas de pesca definidas em função de chaves de repartição consolidadas (de acordo com o princípio da estabilidade relativa). Portugal possui quotas de pesca para as espécies sujeitas a este tipo de medidas em águas nacionais, mas também em águas internacionais ou de Países Terceiros. Em 2007 o total das possibilidades de pesca, no que toca aos recursos sujeitos a este tipo de medidas, diminuiu 3% em águas comunitárias, essencialmente pela redução da quota de verdinho (19%), ainda que algumas quotas, por força de um reforço do TAC, tenham crescido (areeiro e sarda). Também os grandes migradores e, designadamente, as quotas de pesca em áreas e pescarias regulamentadas pela ICCAT, viram a possibilidade de pesca total reduzida em 2%. É de salientar, no caso destas espécies, o estabelecimento do Plano de Recuperação para o atum rabilho e, em sinal inverso, o aumento significativo da quota de atum voador (100%). Apesar de no ano em análise se verificar, em termos globais, uma redução das oportunidades de pesca para espécies sujeitas a TAC, é de salientar, ainda assim, o aumento das capturas em alguns grupos. Estão nesta situação os peixes de profundidade e os grandes migradores. Estatísticas da Pesca - 2007 4/5

Salicultura Em 2007, 45 salinas estiveram em actividade gerando uma produção que rondou as 64 mil toneladas de sal. A costa atlântica portuguesa, compreendida entre a Ria de Aveiro e a Foz do Guadiana, apresenta condições potencialmente favoráveis para a produção de sal marinho por evaporação solar, especialmente no Sul, como é próprio de um país que se estende em latitude. Em termos de solo, matéria-prima e clima, é no Algarve que se encontram reunidas as melhores condições para a produção de sal marinho, tendo este Salgado representado, em 2007, mais de 90% da produção nacional. A produção de sal marinho registou, em 2007, uma quebra de 17%, sendo sobretudo a região do Algarve a que mais contribuiu para essa redução. Sinistralidade diminui em 2007, quer em número de vítimas, quer em dias de incapacidade As estatísticas sobre sinistralidade (provenientes das mútuas de pescadores e armadores) revelam que 2007 foi um ano menos negativo, quer em número de vítimas, com 1252 ocorrências (menos 119 feridos do que em 2006) quer em dias de incapacidade registados, tendo o período médio de incapacidade sido inferior ao registado em 2006 (de 20 para 18 dias). Mais acções de formação e mais alunos em 2007 Entre 2006 e 2007, no âmbito da formação (FORPESCAS e Escola de Pesca e da Marinha de Comércio) a oferta total do número de cursos voltou a crescer de 211 para 238, verificando-se idêntica tendência quanto ao número de alunos inscritos (3 436 alunos em 2007), tendo a taxa de sucesso sido idêntica à registada em 2006 (87%). Mercado dos produtos da pesca e estruturas organizativas Aumenta a representatividade do associativismo no sector Em 2007, o número de associações de profissionais envolvidos no sector da pesca, captura, aquicultura e indústria transformadora era de 25 unidades. Verifica-se uma crescente representatividade das mesmas, quer através do número de associados, avaliado em termos de armadores, quer pelo número de embarcações aderentes às Organizações de Produtores. Em 2007, o número de embarcações aderentes cresceu para 1 391, representando 28% do total de embarcações licenciadas em Portugal. A publicação Estatísticas da Pesca 2007, é divulgada em www.ine.pt Estatísticas da Pesca - 2007 5/5