AULA 16 DIREITO AGRÁRIO. Usucapião: Conceito. Modalidades. Distinções. Usucapião agrária. Requisitos específicos.

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Transcrição:

Usucapião: Conceito. Modalidades. Distinções. Usucapião agrária. Requisitos específicos. 1. USUCAPIÃO: CONCEITO No direito clássico, o conceito de Usucapião se resume a aquisição do domínio pela posse prolongada. A posse mansa, pacífica e ininterrupta, criadora de direito, foi preocupação dos gregos, que os romanos aperfeiçoaram através do usucapio. O Código Civil de 1916 previa duas formas de usucapião, as quais a doutrina consagrou como usucapião ordinário e usucapião extraordinário (formas de usucapião de imóveis urbanos). O Código Civil de 2002 prevê hoje quatro espécies de usucapião, sendo três espécies aplicáveis a imóveis urbanos e a espécie agrária repetindo redação do art. 191 da CF. 1.1 CONCEITOS BÁSICOS DO CC/2002 Conceitos Gerais a) Posse com intenção de dono (animus domini) b) Posse mansa e pacifica c) Posse contínua e duradoura e com determinado lapso temporal sem interrupções (exceção: soma de posses sucessivas- inter vivos ou mortis causa só não se aplica ao usucapião especial urbano e rural) d) Posse justa: ou seja, sem violência, clandestinidade ou precariedade. e) Posse de boa fé e justo título Generalidades a) Não correrão os prazos de usucapião entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal Exceção: possibilidade de usucapião urbana em casos de abandono do lar b) Não haverá usucapião entre ascendente e descendente durante o poder familiar; c) Não correrão prazos entre tutelados e curatelados e seus tutores e curadores durante a tutela ou curatela; d) Não correm prazos de usucapião contra os absolutamente incapazes; e) Não correm prazos contra os ausentes do País em serviço público da União, Estado ou municípios, ou os que estiverem servindo as Forças armadas em tempos de guerra; f) Pendendo de condição suspensiva não corre o prazo Ex.: se o bem estiver sendo discutido em ação reivindicatória; g) Não se adquire por usucapião não estando vencido eventual prazo para a aquisição do direito; h) Não haverá contagem de prazo pendendo de ação de evicção (perda de um bem por ação reivindicatória); i) O prazo prescricional interrompe pelo protesto; j) Interrompe o prazo prescricional para usucapião a apresentação do título de credito em juízo de inventário ou concurso de credores.

2. MODALIDADES. DISTINÇÕES. I. DA USUCAPIÃO ORDINÁRIA (ART. 1.242 DO CC/2002) Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. Usucapião ordinária regular Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico. Usucapião qualificada- cumprimento da função social/ posse-trabalho ou tabular Sobre o justo título: Enunciado n. 86 CJF/STJ I JDC todo o documento que permita a interpretação a boa fé para a transferência do imóvel. II. DA USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA (ART. 1.238, DO CC/2002) Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição (animus domini), possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. Usucapião extraordinária comum Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. Usucapião extraordinária qualificada ATENÇÃO: Enunciado n. 564 da VI JDC: As normas relativas à usucapião extraordinária (art. 1.238, caput, CC) e à usucapião ordinária (art. 1.242, caput, CC), por estabelecerem redução de prazo em benefício do possuidor, têm aplicação imediata, não incidindo o disposto no art. 2.028 do Código Civil. Artigo: 1.238 do Código Civil III) USUCAPIÃO COSTITUCIONAL OU ESPECIAL URBANA (pro misero) Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição (animus domini), utilizando-a para sua moradia ou de sua família (pro misero), adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde

que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 1 o O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. 2 o O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. LEI N o 10.257, DE 10 DE JULHO DE 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Art. 9 o Aquele que possuir como sua área ou edificação urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 1 o O título de domínio será conferido ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. 2 o O direito de que trata este artigo não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. 3 o Para os efeitos deste artigo, o herdeiro legítimo continua, de pleno direito, a posse de seu antecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da abertura da sucessão. Accessio possessionis mortis causa IV) USUCAPIÃO POR ABANDONO DO LAR (FAMILIAR) 1 Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirirlhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) 1 o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. Enunciado n. 498 da V JDC: A fluência do prazo de 2 (dois) anos previsto pelo art. 1.240-A para a nova modalidade de usucapião nele contemplada tem início com a entrada em vigor da Lei n. 12.424/2011. Enunciado n. 499 da V JDC: A aquisição da propriedade na modalidade de usucapião prevista no art. 1.240-A do Código Civil só pode ocorrer em virtude de implemento de seus pressupostos anteriormente ao divórcio. O requisito abandono do lar deve ser interpretado de maneira cautelosa, mediante a verificação de que o afastamento do lar conjugal representa descumprimento simultâneo de outros deveres conjugais, tais como assistência material e sustento do lar, onerando desigualmente aquele que se manteve na residência familiar e que se responsabiliza unilateralmente pelas despesas oriundas da manutenção da família e do próprio imóvel, o que justifica a perda da propriedade e a alteração do regime de bens quanto ao imóvel objeto de usucapião. Enunciado n. 500 da V JDC: A modalidade de usucapião prevista no art. 1.240-A do Código Civil pressupõe a 1 Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIVÓRCIO LITIGIOSO. PARTILHA DE IMÓVEL. CÔNJUGES. USUCAPIÃO FAMILIAR. ART. 1.240-A CC/02. ABANDONO DO LAR. FLUÊNCIA PRAZO BIENAL. 1. O prazo aquisitivo bienal da usucapião familiar(art.1.240-a do CC/02) flui a partir da vigência do novo instituto, introduzida pela Lei 12.424/2011 (16/06/2011), para não incorrer em vedada retroatividade da norma e surpreender o ex-cônjuge ou ex-companheiro com a perda da sua parte ideal sobre o imóvel comum. 2. O requisito de abandono do lar do art. 1.240-A do CC/02 insere-se no âmbito patrimonial, no sentido do não-exercício de atos possessórios (uso, gozo, disposição ou reivindicação) sobre determinado bem. Não basta a saída de um dos cônjuges do ambiente físico familiar, pela inviabilidade de convivência sob mesmo teto, nem alheamento afetivo. Com a abolição do conceito de culpa no âmbito do Direito de Família, pelo advento da EC nº66/2010 que deu nova redação ao art.226 da CF/88, o pressuposto da usucapião familiar não se confunde com o abandono voluntário do lar conjugal do art.1.573, IV do CC, causa de infração de dever matrimonial e consequente culpabilidade pelo fim do casamento. 3. Apelo desprovido. (TJ-DF - Apelação Cível APC 20130910222452 (TJ-DF) Data de publicação: 14/08/2015)

propriedade comum do casal e compreende todas as formas de família ou entidades familiares, inclusive homoafetivas. Enunciado n. 501 da V JDC: As expressões ex-cônjuge e ex-companheiro, contidas no art. 1.240-A do Código Civil, correspondem à situação fática da separação, independentemente de divórcio. Enunciado n. 502 da V JDC: O conceito de posse direta referido no art. 1.240-A do Código Civil não coincide com a acepção empregada no art. 1.197 do mesmo Código. o imóvel pode estar locado a terceiro e haver a posse indireta, quando um dos cônjuges promove o abandono G R U D -. Enunciado n. 85 da I JDC: Para efeitos do art. 1.240, caput, do novo Código Civil, entende-se por "área urbana" o imóvel edificado ou não, inclusive unidades autônomas vinculadas a condomínios edilícios. Jurisprudência majoritária tem aceito usucapião de apartamentos em condomínios edilício. Enunciado n. 314 da IV JDC: Para os efeitos do art. 1.240, não se deve computar, para fins de limite de metragem máxima, a extensão compreendida pela fração ideal correspondente à área comum. V) DA USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA COLETIVA (LEI N. 10.257/2001) 2 Art. 10. As áreas urbanas com mais de duzentos e cinqüenta metros quadrados, ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição (animus domini), onde não for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural. 1 o O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este artigo, acrescentar sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas (accessio possessionis). 2 o A usucapião especial coletiva de imóvel urbano será declarada pelo juiz, mediante sentença, a qual servirá de título para registro no cartório de registro de imóveis. 3 o Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a cada possuidor, independentemente da dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre os condôminos, estabelecendo frações ideais diferenciadas. 4 o O condomínio especial constituído é indivisível, não sendo passível de extinção, salvo deliberação favorável 2 Justiça do Paraná reconhece usucapião especial urbana coletiva em imóvel de massa falida (23/05/2013) Ementa: AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE USUCAPIÃO COLETIVO AQUISIÇÃO ORIGINÁRIA DA PROPRIEDADE E NÃO CRÉDITOS DE TERCEIROS PARA COM O FALIDO PRESCRIÇÃO AQUISITIVA QUE NÃO SE SUSPENDE COM A FALÊNCIA - REQUISITOS DO ART. 10º DO ESTATUTO DA CIDADE ATENDIDOS POSSIBILIDADE FAMÍLIAS QUE FIXARAM MORADIA HÁ MAIS DE 05 ANOS POSSE ININTERRUPTA E SEM OPOSIÇÃO FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE ATENDIDA RECURSO IMPROVIDO. Apelação Cível nº 917511-7 (...) Recente decisão do Tribunal de Justiça do Paraná, ao julgar o recurso de apelação cível nº 917511-7, oposto contra sentença que reconheceu a usucapião especial urbana em imóvel de massa falida, confirmou o entendimento a quo, privilegiando em sua fundamentação o princípio constitucional da função social da propriedade, o direito fundamental à moradia e os instrumentos do Estatuto da Cidade, em detrimento da imprescritibilidade de bens da massa falida. (...) Como consequência, e por entender cumpridos os requisitos da usucapião especial, a decisão comentada conferiu efetividade ao marco regulatório dos direitos humanos, compreendendo a proteção do direito à moradia através dos instrumentos constitucionais confirmados pela legislação inferior, no caso, a usucapião especial urbana coletiva, prevista na Constituição e regulamentada pelo Estatuto da Cidade. Como ponderou o relator: A Constituição Federal, dentre seus objetivos, busca a redução das desigualdades sociais. Sem opor-se a garantia do direito de propriedade, não mais vigora o absolutismo de tal direito, dando amparo à socialização e à equitativa distribuição dos bens. Nesta esteira, o direito de propriedade subordina-se ao interesse coletivo, batizado de função social. A concretização do direito à moradia nos marcos da função social da propriedade e do instrumento constitucional da usucapião urbana faz dessa decisão jurisprudência inédita no estado, a merecer amplo destaque e replicação pelo acertado posicionamento favorável à efetivação dos direitos humanos. (FRANZONI, Júlia Ávila, 2013) Disponível em: < http://www.gazetadopovo.com.br/> Acesso em: 07 set de 2015.

tomada por, no mínimo, dois terços dos condôminos, no caso de execução de urbanização posterior à constituição do condomínio. 5 o As deliberações relativas à administração do condomínio especial serão tomadas por maioria de votos dos condôminos presentes, obrigando também os demais, discordantes ou ausentes. 3. USUCAPIÃO AGRÁRIA. REQUISITOS ESPECÍFICOS. VI) DA USUCAPIÃO CONSTITUCIONAL OU ESPECIAL RURAL POR LABORE (ART. 191, caput CF/88; ART. 1.239 DO CC/2002 E LEI N. 6.969/1981) Foi chamada de Usucapião Pro Labore, devido ao caráter laboral ou de trabalho que cerca sua natureza; de Usucapião Rural; e de Usucapião Constitucional, por sua origem no texto da Carta Magna de 1934. Hoje os doutrinadores agraristas têm preferido o nome Usucapião Agrária (sim, usucapião no feminino). É que vemos o termo usucapião ser usado tanto no feminino quanto no masculino (a usucapião ou o usucapião). No entanto, a legislação e a doutrina agrária, bem como o Código Civil de 2002 têm utilizado mais a expressão como substantivo feminino, por isso assim o faremos. Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu (animus domini), por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família (subsistência), tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade (atendimento à função social). Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinqüenta hectares, tornandoa produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. LEI N o 6.969, DE 10 DE DEZEMBRO DE 1981: Dispõe Sobre a Aquisição, Por Usucapião Especial, de Imóveis Rurais, Altera a Redação do 2º do art. 589 do Código Civil e dá outras providências. Enunciado n. 312 (IV JDC) Art.1.239. Observado o teto constitucional, a fixação da área máxima para fins de usucapião especial rural levará em consideração o módulo rural e a atividade agrária regionalizada. Dialogo com o Direito Agrário e o Estatuto da Terra para o (des) envolvimento do homem com a terra e (re) conhecimento social por meio do empoderamento e progresso econômico. Enunciado n. 313 (IV JDC) Arts.1.239 e 1.240. Quando a posse ocorre sobre área superior aos limites legais, não é possível a aquisição pela via da usucapião especial, ainda que o pedido restrinja a dimensão do que se quer usucapir Enunciado bastante controverso na doutrina majoritária havendo o entendimento que a eficácia material da usucapião constitucional deve prevalecer a eficácia formal. 3.1 REQUISITOS ESPECÍFICOS.

A Constituição Federal de 1988 exige os seguintes requisitos para que se adquira a propriedade pelo instituto da Usucapião Especial Agrária: a) não ser o usucapiente proprietário de imóvel rural ou urbano; b) que a área seja exclusivamente rural; c) que a área a usucapir não seja superior a 50 hectares; d) que o usucapiente investido na posse esteja tornando a terra produtiva por seu trabalho ou de sua família; e) que o usucapiente tenha na terra a sua moradia. O Enunciado 594 da VII Jornada de Direito Civil fez prever que É possível adquirir a propriedade de área menor do que o módulo rural estabelecido para a região, por meio da usucapião especial rural. A Justificativa é a de que a usucapião especial é modalidade surgida no mundo jurídico para valorizar a fixação do homem no campo e cumprimento da função social. Também a 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por maioria, já decidiu permitindo a usucapião especial rural de área inferior ao módulo rural estabelecido para a região REsp 1.040.296, em recurso contra decisão do Tribunal de Justiça do Espírito Santo que não reconheceu o direito à usucapião porque o artigo 65 do Estatuto da Terra (Lei 4.504/64) proíbe o parcelamento rural em áreas inferiores ao módulo da região. ANEXO LEI N o 6.969, DE 10 DE DEZEMBRO DE 1981. Dispõe Sobre a Aquisição, Por Usucapião Especial, de Imóveis Rurais, Altera a Redação do 2º do art. 589 do Código Civil e dá outras providências. Art. 1º - Todo aquele que, não sendo proprietário rural nem urbano, possuir como sua, por 5 (cinco) anos ininterruptos, sem oposição, área rural contínua, não excedente de 25 (vinte e cinco) hectares, e a houver tornado produtiva com seu trabalho e nela tiver sua morada, adquirir-lhe-á o domínio, independentemente de justo título e boafé, podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para transcrição no Registro de Imóveis. Parágrafo único. Prevalecerá a área do módulo rural aplicável à espécie, na forma da legislação específica, se aquele for superior a 25 (vinte e cinco) hectares. Art. 3º - A usucapião especial não ocorrerá nas áreas indispensáveis à segurança nacional, nas terras habitadas por silvícolas, nem nas áreas de interesse ecológico, consideradas como tais as reservas biológicas ou florestais e os parques Art. 2º - A usucapião especial, a que se refere esta Lei, abrange as terras particulares e as terras devolutas, em geral, sem prejuízo de outros direitos conferidos ao posseiro, pelo Estatuto da Terra ou pelas leis que dispõem sobre processo discriminatório de terras devolutas. Art. 4º - A ação de usucapião especial será processada e julgada na comarca da situação do imóvel. 1º - Observado o disposto no art. 126 da Constituição Federal, no caso de usucapião especial

nacionais, estaduais ou municipais, assim declarados pelo Poder Executivo, assegurada aos atuais ocupantes a preferência para assentamento em outras regiões, pelo órgão competente. Parágrafo único. O Poder Executivo, ouvido o Conselho de Segurança Nacional, especificará, mediante decreto, no prazo de 90 (noventa) dias, contados da publicação desta Lei, as áreas indispensáveis à segurança nacional, insuscetíveis de usucapião. Art. 5º - Adotar-se-á, na ação de usucapião especial, o procedimento sumaríssimo, assegurada a preferência à sua instrução e julgamento. 1º - O autor, expondo o fundamento do pedido e individualizando o imóvel, com dispensa da juntada da respectiva planta, poderá requerer, na petição inicial, designação de audiência preliminar, a fim de justificar a posse, e, se comprovada esta, será nela mantido, liminarmente, até a decisão final da causa. 2º - O autor requererá também a citação pessoal daquele em cujo nome esteja transcrito o imóvel usucapiendo, bem como dos confinantes e, por edital, dos réus ausentes, incertos e desconhecidos, na forma do art. 232 do Código de Processo Civil, valendo a citação para todos os atos do processo. 3º - Serão cientificados por carta, para que manifestem interesse na causa, os representantes da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias. 4º - O prazo para contestar a ação correrá da intimação da decisão que declarar justificada a posse. 5º - Intervirá, obrigatoriamente, em todos os atos do processo, o Ministério Público. Art. 7º - A usucapião especial poderá ser invocada como matéria de defesa, valendo a sentença que a reconhecer como título para transcrição no Registro de Imóveis. em terras devolutas federais, a ação será promovida na comarca da situação do imóvel, perante a Justiça do Estado, com recurso para o Tribunal Federal de Recursos, cabendo ao Ministério Público local, na primeira instância, a representação judicial da União. 2º - No caso de terras devolutas, em geral, a usucapião especial poderá ser reconhecida administrativamente, com a conseqüente expedição do título definitivo de domínio, para transcrição no Registro de Imóveis. 3º - O Poder Executivo, dentro de 90 (noventa) dias, contados da publicação desta Lei, estabelecerá, por decreto, a forma do procedimento administrativo a que se refere o parágrafo anterior. 4º - Se, decorridos 90 (noventa) dias do pedido ao órgão administrativo, não houver a expedição do título de domínio, o interessado poderá ingressar com a ação de usucapião especial, na forma prevista nesta Lei, vedada a concomitância dos pedidos administrativo e judicial. Art. 6º - O autor da ação de usucapião especial terá, se o pedir, o benefício da assistência judiciária gratuita, inclusive para o Registro de Imóveis. Parágrafo único. Provado que o autor tinha situação econômica bastante para pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio e da família, o juiz lhe ordenará que pague, com correção monetária, o valor das isenções concedidas, ficando suspensa a transcrição da sentença até o pagamento devido. Art. 8º - Observar-se-á, quanto ao imóvel usucapido, a imunidade específica, estabelecida no 6º do art. 21 da Constituição Federal. Parágrafo único. Quando prevalecer a área do módulo rural, de acordo com o previsto no parágrafo único do art. 1º desta Lei, o Imposto

Art. 9º - O juiz de causa, a requerimento do autor da ação de usucapião especial, determinará que a autoridade policial garanta a permanência no imóvel e a integridade física de seus ocupantes, sempre que necessário. Territorial Rural não incidirá sobre o imóvel usucapido. Art. 10 - O 2º do art. 589 do Código Civil passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 589... 2º - O imóvel abandonado arrecadar-se-á como bem vago e passará ao domínio do Estado, do Território ou do Distrito Federal se se achar nas respectivas circunscrições: a) 10 (dez) anos depois, quando se tratar de imóvel localizado em zona urbana; b) 3 (três) anos depois, quando se tratar de imóvel localizado em zona rural." 4. DA USUCAPIÃO ESPECIAL INDÍGENA LEI Nº 6.001, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1973. Dispõe sobre o Estatuto do Índio. Art. 33. O índio, integrado ou não 3, que ocupe como próprio, por dez anos consecutivos, trecho de terra inferior a cinqüenta hectares, adquirir-lhe-á a propriedade plena. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às terras do domínio da União, ocupadas por grupos tribais, às áreas reservadas de que trata esta Lei, nem às terras de propriedade coletiva de grupo tribal. Não confundir com demarcação de terras. Nesse sentido: A Constituição de 1988 não criou novas áreas indígenas. Ao contrário, limitou-se a reconhecer as já existentes. Tal reconhecimento, contudo, não se cingiu às terras indígenas já demarcadas. As áreas demarcadas, evidentemente, não necessitavam do reconhecimento constitucional pois, ao nível da legislação infraconstitucional, já se encontravam afetadas aos povos indígenas. O que foi feito pela Constituição foi o reconhecimento de situações fáticas, isto é, a Lei Fundamental, independentemente de qualquer norma de menor hierarquia, fixou critérios capazes de possibilitar o reconhecimento jurídico das terras indígenas. Não se criou direito novo. É preciso estar atento ao fato de que as terras indígenas foram pertencentes aos diversos grupos étnicos, em razão da incidência de direito originário, isto é, direito precedente e superior a qualquer outro que, eventualmente, se possa ter constituído sobre o território dos índios. A demarcação das terras tem única e exclusivamente a função de criar uma delimitação espacial da titularidade indígena e de opô-la a terceiros. A demarcação não é constitutiva. Aquilo que constitui o direito indígena sobre as suas terras é a própria presença indígena e a vinculação dos índios à terra, cujo reconhecimento foi efetuado pela Constituição Brasileira (ANTUNES, 1998, p. 67). 3 Todos aqueles que, não vivendo nem convivendo mais com a selva, de há muito viviam e conviviam com o meio civilizado, morando nas cidades, vilas ou povoados, aí exercendo atividades típicas de civilizados, ora como comerciantes, ora como empregados e até mesmo como proprietários rurais ou profissionais autônomos.

5. USUCAPIÃO ADMNISTRATIVA (DESJUDICIALIZAÇÃO DE CONFLITOS CIVIS) LEI Nº 11.977, DE 7 DE JULHO DE 2009. Dispõe sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida PMCMV e a regularização fundiária de assentamentos localizad em áreas urbanas Art. 59. A legitimação de posse devidamente registrada constitui direito em favor do detentor da posse direta para fins de moradia. 1 o A legitimação de posse será concedida aos moradores cadastrados pelo poder público, desde que: I - não sejam concessionários, foreiros ou proprietários de outro imóvel urbano ou rural; II - não sejam beneficiários de legitimação de posse concedida anteriormente. 2 o A legitimação de posse também será concedida ao coproprietário da gleba, titular de cotas ou frações ideais, devidamente cadastrado pelo poder público, desde que exerça seu direito de propriedade em um lote individualizado e identificado no parcelamento registrado. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) Art. 60. Sem prejuízo dos direitos decorrentes da posse exercida anteriormente, o detentor do título de legitimação de posse, após 5 (cinco) anos de seu registro, poderá requerer ao oficial de registro de imóveis a conversão desse título em registro de propriedade, tendo em vista sua aquisição por usucapião, nos termos do art. 183 da Constituição Federal. 1 o Para requerer a conversão prevista no caput, o adquirente deverá apresentar: I certidões do cartório distribuidor demonstrando a inexistência de ações em andamento que versem sobre a posse ou a propriedade do imóvel; II declaração de que não possui outro imóvel urbano ou rural; III declaração de que o imóvel é utilizado para sua moradia ou de sua família; e IV declaração de que não teve reconhecido anteriormente o direito à usucapião de imóveis em áreas urbanas. 2 o As certidões previstas no inciso I do 1 o serão relativas à totalidade da área e serão fornecidas pelo poder público. 3 o No caso de área urbana de mais de 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados), o prazo para requerimento da conversão do título de legitimação de posse em propriedade será o estabelecido na legislação pertinente sobre usucapião. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) Art. 60-A. O título de legitimação de posse poderá ser extinto pelo poder público emitente quando constatado que o beneficiário não está na posse do imóvel e não houve registro de cessão de direitos. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) Parágrafo único. Após o procedimento para extinção do título, o poder público solicitará ao oficial de registro de imóveis a averbação do seu cancelamento, nos termos do inciso III do art. 250 da Lei n o 6.015, de 31 de dezembro de 1973. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) 6. USUCAPIÃO DE BENS PÚBLICOS (VEDAÇÃO) : Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.