Senhor Presidente do Conselho Geral, Prof. Doutor Eduardo Marçal Grilo Senhor Presidente do Conselho de Curadores, Prof. Doutor António Correia de Campos Senhor Prof. Doutor Manuel António Assunção Senhores Antigos Reitores Senhores Membros do Conselho Geral Senhores Membros do Conselho de Curadores Senhores Vice-Reitores e Pró-Reitores Senhora Administradora Senhor Presidente da Associação Académica, Prezado Xavier Vieira Senhor Diretor-Geral da Direção-Geral do Ensino Superior, Prof. Doutor João Queiroz Senhor Presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Prof. Doutor Nuno Mangas Senhores Reitores e Vice-Reitores de outras Universidade e Institutos Politécnicos Senhor Presidente da Câmara Municipal de Aveiro Senhores Deputados da Assembleia da República Senhores Presidentes e Representantes de outras Autarquias Sua Excelência Reverendíssima, o Bispo de Aveiro Senhores ex-presidentes da Associação Académica Senhor Presidente da Federação Académica do Desporto Universitário, Prezado Daniel Monteiro Demais Autoridades Judiciais, Militares, Religiosas, Civis e Académicas Senhores Convidados Prezados Colegas, Funcionários e Estudantes Minhas Senhoras e Meus Senhores As minhas primeiras palavras nesta cerimónia serão, naturalmente, de agradecimento. Saúdo todos os que a seguem. A vossa presença confere dignidade a este ato tão importante para a Universidade de Aveiro. Agradeço-vos, pessoal e institucionalmente. Devo uma palavra muito especial ao Conselho Geral, que saúdo na pessoa do seu presidente, Prof. Doutor Eduardo Marçal Grilo. Agradeço a confiança que depositaram em mim. Saúdo também o Conselho de Curadores na pessoa do seu presidente, Prof. Doutor Correia de Campos. Agradeço a todos a disponibilidade que manifestaram desde o nosso primeiro contacto.
Dirijo uma saudação especial ao Reitor cessante e a todos os membros da sua equipa. Coubelhes uma missão bem difícil: a de conduzir a Universidade de Aveiro durante um dos períodos mais difíceis que Portugal teve de atravessar, e que não terminou por completo ainda. Agradeço ao Diretor-Geral da Direção-Geral do Ensino Superior e aos senhores deputados que nos honram com a sua presença. Uma universidade de referência depende da concentração de talento e da existência de recursos; mas também de uma boa gestão no contexto de um quadro legal apropriado e de políticas claras e pertinentes. Aprofundar a nossa relação significa criar condições para a melhoria contínua desse quadro. Contem sempre comigo. Agradeço a presença dos nossos antigos reitores, que prestaram à Universidade de Aveiro serviços a que o tempo, em vez de apagar, parece conferir mais relevo. Se como instituição nos temos mantido fiéis a uma visão fundadora, é porque o vosso olhar alcançou longe. Possa a geração que ajudaram a formar, e à qual eu pertenço, estar à altura. Agradeço também aos Reitores e Presidentes das instituições de ensino superior aqui presentes, a quem manifesto total empenho para desenvolver as colaborações existentes e ir ainda mais além, em benefício do País. Os estudantes são a razão de ser das universidades. Existimos por eles e para eles. Saúdo todos na pessoa do atual presidente da Associação Académica da Universidade de Aveiro, Xavier Vieira, neste ano em que a Associação celebra o seu 40º aniversário. Saúdo também os responsáveis de todos os núcleos. Estarei atento à vossa voz. Agradeço a presença dos ex-presidentes da Associação, a quem dirijo uma saudação muito especial. São parte integrante da nossa história. Espero poder vê-los no 40º aniversário da vossa Associação, nesta sempre vossa Academia. Como ex-aluno da Universidade de Aveiro, não poderia esquecer-me de agradecer a presença dos nossos ex-alunos, aqui representados pelo presidente da nossa Associação de Antigos Alunos, Carlos Pedro Ferreira. Aos professores, investigadores e bolseiros, cujo empenho diário torna possível o projeto Universidade de Aveiro; ao pessoal técnico, administrativo e de gestão, cuja dedicação mantém a máquina da Universidade a funcionar sete dias por semana: muito obrigado pela presença.
A todas as entidades públicas e privadas que honram a Universidade de Aveiro comparecendo neste ato; em particular, aos autarcas: mais que agradecer-vos a presença, manifesto total abertura para trabalhar com cada um de vós a favor das nossas regiões e do país. Mencionarei agora algumas das ideias que defendo e compromissos que assumo. O meu primeiro e principal compromisso é com as pessoas; com toda a comunidade da Universidade de Aveiro. São o eixo principal do meu programa de ação. Seja na avaliação, no recrutamento, na promoção, na valorização, na mobilidade, na transparência; muitas das minhas propostas convergem para um objetivo principal, o de criar um ambiente mobilizador, propício à criatividade e à inovação, que valorize e motive as pessoas e aprofunde o sentimento de comunidade. Num ambiente assim, melhorar e inovar, fazermos melhor e fazermos primeiro, será sempre mais fácil. A Universidade somos todos nós. Desafio-vos todos a fazermos da universidade de Aveiro uma comunidade diferente, uma comunidade especial: a universidade das pessoas. O segundo eixo que aqui menciono é o da interdisciplinaridade. A investigação que se faz na Universidade de Aveiro dispensa apresentação. No ensino, a Universidade foi pioneira em diversas áreas. A cooperação e relação com a região fazem parte das nossas preocupações desde o início. Os nossos diplomados têm uma das mais baixas taxa de desemprego do país. Mas não devemos olhar só para o presente. A Universidade de Aveiro é uma instituição voltada para o futuro e o futuro é interdisciplinar. As disciplinas científicas são construções académicas. Os problemas complexos do século XXI transcendem as fronteiras dessas disciplinas e colocam-nos perante a necessidade de integrar saberes. A Universidade de Aveiro não tem muros nem faculdades. Escolheu manter junto o que a tradição mandava separar. Na era da integração dos saberes, esta aposta histórica converteu-se numa vantagem para todas as vertentes da sua missão: a investigação, o ensino e a cooperação. Exploremos esta vantagem para ganhar o futuro. Façamos da Universidade de Aveiro a universidade interdisciplinar.
O terceiro eixo de ação que mencionarei relaciona-se com a região e o mundo, com a agenda local e a agenda global. Há menos de um mês, um relatório da Comissão Europeia afirmava que a política para o futuro da Europa, ou seja, a política de investigação e inovação, estava subfinanciada. O orçamento para o próximo programa quadro, recentemente revelado, foi de facto reforçado consideravelmente. A Universidade de Aveiro atua nos planos regional, nacional e internacional. Mas, na era da globalização, há entre estes planos cruzamentos e dependências a ter em atenção. O reforço orçamental do programa quadro é uma boa notícia mas não altera por si só o subfinanciamento do sistema científico Português. Não haverá convergência de Portugal para a Europa se o financiamento em Investigação e Desenvolvimento não crescer mais rapidamente em Portugal que na Europa, e isso não irá acontecer só à custa do setor público. E o setor privado desenvolver-se-á mais depressa se as universidades contribuírem ativamente para isso. A Universidade de Aveiro não pode ter uma agenda europeia ou internacional independente da realidade da região e do país. Para ganhar a nível internacional, tem de fazer ganhar a nível nacional e regional. Tem de atuar e transformar já, sem esperar. A Região de Aveiro apresenta já uma elevada competitividade. Segundo a Direção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência, a Região de Aveiro tem o segundo maior índice de competitividade e a segunda maior despesa em investigação e desenvolvimento como percentagem do produto interno bruto regional. Os dados de 2017 do Instituto Nacional de Estatística mostram que o peso do emprego nos setores de alta e média-alta tecnologia na Região de Aveiro é superior ao dobro da média nacional. A Região destaca-se ainda, e cito apenas dois exemplos, na área das Ciências da Engenharia e Tecnologia e em Transportes, Telecomunicações e Outras Infraestruturas. Este desenvolvimento facilita à Universidade a qualificação e a interação em benefício mútuo, para a capacitação da região e do país. As escolas politécnicas integradas na Universidade de Aveiro, que já cultivam com a região relações exemplares, terão um papel importante nesta estratégia. A rede de colaborações da Universidade de Aveiro chega muito além da Região de Aveiro e das fronteiras nacionais, alargando-se a muitos outros países. Em Portugal, compreende um grande número de municípios, empresas e entidades.
Percebi já, da parte de todos os protagonistas, uma grande abertura para colaborar e um grande empenho em afirmar as regiões e o país. Estamos prontos para o desafio. Na verdade, senhores autarcas, senhores empresários, estamos mais que disponíveis: iremos ao vosso encontro. Contem connosco. Há outros pontos importantes que deveria aqui desenvolver, ligados por exemplo à internacionalização, ao desporto, à ação social, ao património e aos campi. Mas dentro dos limites duma cerimónia como esta não lhes posso dar a atenção que merecem. Contudo, há um compromisso que tenho de mencionar, ainda que de forma grosseiramente incompleta. Refiro-me ao compromisso com a cultura, e em particular com as artes e humanidades. Uma universidade de referência não pode ser uma estação de serviço. Não se pode limitar a formar técnicos. Deve assumir a missão de formar para a cidadania. Os grandes desafios contemporâneos exigem-nos criatividade, pensamento crítico, sentido ético, responsabilidade social, trabalho de equipa, capacidade de comunicação e respeito pelo outro. Em suma, dimensão humana. E isso prova bem que as artes e humanidades não podem ser vistas como um corpo estranho à formação integral de um cidadão. O compromisso com a cultura aproximará os campi da Universidade de Aveiro das cidades. Exploraremos o património que a Universidade possui nas cidades para criar novas dinâmicas e comunidades, importantes para a imagem institucional e para o reforço do impacto da Universidade como centro de difusão cultural. Conduzir-me-á a visão de uma Universidade de Aveiro que não transfere apenas tecnologia, mas transfere também cultura; que não faz nascer apenas empresas, mas também comunidades. Permitam-me, antes de terminar, fazer ainda uma breve apresentação da equipa reitoral. Entendi manter investigação e inovação juntas porque formam um importante ciclo de valorização: a investigação transforma recursos em conhecimento; a inovação transforma conhecimento em novos recursos. O Prof. Doutor Artur Silva aceitou o desafio de ser Vice-Reitor para a Investigação e Inovação.
Conto com o Prof. Doutor João Coutinho para, como Pró-Reitor, desenvolver a vertente da internacionalização ao nível da Escola Doutoral. A transmissão de conhecimento é a mais antiga das vertentes da missão das universidades. O Prof. Doutor Jorge Adelino Costa irá assumir, como Vice-Reitor para a Educação, os desafios correspondentes. A Prof. Doutora Sandra Soares terá, enquanto Pró-Reitora, responsabilidades relativas à inovação curricular e à internacionalização da formação inicial. O Prof. Doutor Luís Filipe Castro será Vice-Reitor para a promoção da qualidade, comunicação, eficácia e eficiência da Universidade, cabendo-lhe entre outras responsabilidades a de coordenar o processo de melhoria contínua em todas as vertentes da nossa missão. O Pró-Reitor Prof. Doutor José Neto Vieira coordenará o desenvolvimento e implementação dos sistemas de informação da Universidade. A Pró-Reitora Prof.ª Doutora Ana Luísa Velosa ficará encarregue da sustentabilidade dos campi, incluindo o acompanhamento da planificação, construção e manutenção de edifícios e demais infraestruturas. A Vice-Reitoria para a cooperação Universidade-Sociedade, incluindo a tutela do empreendedorismo, incubação, prestação de serviços e relação com as empresas e entidades externas, ficará a cargo do Prof. Doutor Eduardo Castro. O Prof. Doutor Filipe Teles Nunes ficará encarregue, como Pró-Reitor, da cooperação nos domínios do desenvolvimento regional e da política de cidades. A Pró-Reitora Prof.ª Doutora Augusta Ferreira acompanhará os processos relativos ao plano estratégico, orçamento e relatórios de atividades. Convidei a Prof.ª Doutora Alexandra Queirós para assumir as responsabilidades atinentes ao compromisso com a cultura e à vida nos campi. Trata-se de uma vice-reitoria nova, que permitirá à Universidade reforçar a atenção concedida à dinamização das atividades culturais e à qualidade de vida, saúde e bem-estar nos campi. O objetivo é aproximar e articular campi e cidades reforçando o impacto e visibilidade das artes e das humanidades, fora da periferia curricular.
Igualmente novas são as atribuições do Pró-Reitor Prof. Doutor Manuel Senos Matias, que ficará encarregue da valorização da prática desportiva e do desenvolvimento das condições adequadas ao desporto. Agradeço a todos os membros da equipa a disponibilidade para servir a Universidade durante os próximos quatro anos. Neste momento de mudança, em que nos voltamos para o futuro, quero deixar-vos uma mensagem final de confiança. Há cerca de um ano, o Senhor Presidente do Conselho Geral disse nesta sala que o país esperava muito da Universidade de Aveiro. Assim é. Ser reitor desta instituição é um privilégio e uma responsabilidade. Sei que a tarefa é difícil e que as expectativas são elevadas, mas estou confiante. Não se trata de confiança no meu mérito. É confiança em toda a comunidade da Universidade de Aveiro, a quem se deve a construção e afirmação desta academia no dia a dia. Em pouco mais de quatro décadas, esta comunidade fez crescer a Universidade e cresceu com ela, desde os cerca de 50 estudantes de 1975 aos 14000 de hoje. Juntos, transformaram uma semente de Universidade numa instituição de classe mundial, onde coexistem 90 nacionalidades. Creio que isto justifica bem a minha confiança. Estou aqui para vos servir, a todos. E conto com todos, para servirmos juntos a nossa Universidade. Muito obrigado.