Economia Industrial Prof. Marcelo Matos Aula 2
Das críticas ao modelo tradicional ao desenvolvimento da Organização Industrial Azevedo, cap.8; Sraffa, 1926; Ferguson, cap.10;
Sraffa (1926) Busca mostrar inconsistências internas da teoria marginalista do valor, para que fosse possível posteriormente construir uma teoria alternativa Crítica: Incompatibilidade de leis dos rendimentos com o resultado de concorrência perfeita em equilíbrio parcial (modelo Marshalliano) Rendimentos decrescentes Origem em análise ricardiana do uso da terra estendida a todos os fatores Suposta pressão persistente sobre custo de fator Só se aplica à diminuta classe de produtos em cuja produção todo o fator é utilizado Rendimentos crescentes Relacionadas a Economias Externas Incompatível com análise de equilíbrio parcial Relacionadas a Economias Internas Incompatível com concorrência perfeita Observação empírica: predominância de custos individuais decrescentes
Sraffa (1926) Decorrem duas opções: Abandona-se as leis dos rendimentos não proporcionais e se assume rendimentos constantes volta aos clássicos Abandona-se o caminho da livre concorrência e retorna-se para o caso oposto do monopólio Desdobramentos da segunda opção Limitações para aumentar produção, mesmo com custos individuais decrescentes teria que reduzir preço Demanda específica do produto da empresa descendente consumidores preferem uma firma disposição a pagar mais Poder de monopólio relacionado à elasticidade Mercado geral se subdivide em série de mercados específicos Tentativa de crescer para além do próprio mercado, invadindo o de outro: barreias relacionadas a altos custos de comercialização (+barreiras absolutas de custo; requerimentos de K) Forças que levam produtor a aumentar preço são muita mais efetivas do que aquelas que o impelem a reduzi-lo (provável reação de concorrentes) Limite para expansão de lucro monopolista se for muito acima de outros setores tende a atrair entradas
Robinson (1933) e Chamberlin (1933) Concorrência imperfeita ou monopolística Conciliação de concorrência com monopólio Modelo de Chamberlin Substituição de mercado por grupo de produção Todos no grupo de produção possuem mesma estrutura de preços e demanda individual Duas curvas de demanda Curva de demanda esperada relativamente elástica Curva de demanda no caso de concorrentes acompanharem redução de preço menos elástica Miopia sobre curva de demanda gera dinâmica de redução de preços Tendência a lucro econômico nulo (resultado concorrencial) Se concorrência via preço é efetiva, não ocorre excesso de capacidade Diferença entre preço de equilíbrio e custo médio mínimo representa custo de diferenciação, socialmente válido Qual seria a quantidade ótima de diferenciação?
Hall & Hitch (1939) Doutrina tradicional fornece solução aceitável apenas pra os casos: Concorrência perfeita Monopólio Concorrência Monopolística Não o faz para os casos: Oligopólio Concorrência monopolística com oligopólio Parte da análise dos mercados com algum grau de concentração Esforços empírico para determinar práticas de determinação de preço
Hitch (1939) Crítica à informação perfeita e à solução marginalista, que pressupõe racionalidade plena Regra simples: margem fixa sobre o custo variável médio Margem se divide em parcela para cobrir custos fixos e margem de lucro Rigidez da margem consideração de interdependência curva de demanda quebrada Críticos Mesmo que desconheçam cálculo maximizador, na prática agem de forma consistente A parcela da margem de lucro não é explicada, não se constituindo uma explicação alternativa para a determinação de preço
Mason (1939) Esforço empírico Interdependência estratégica: decisões levam em consideração prováveis reações de concorrentes A Firma Ativa Busca de alterar o ambiente no qual está inserida Preço passa a ser variável de escolha estratégica Várias estratégias possíveis: P&D, marketing, diferenciação Crítica à maximização de lucro: firmas como organizações complexas com separação de propriedade e gerência Contextualização de estratégias de cada empresa a partir das características do mercado na qual esta se insere: grau de concentração; mercados de fornecedores; características do produto; etc Características de Mercado (E) estratégias (C) desempenho (D)
Bain Relação causal mais direta entre Estrutura e Desempenho, relegando Conduta estratégica a segundo plano Variáveis de estrutura verificáveis empiricamente Barreiras à entrada e papel de concorrência potencial Peço do oligopólio relacionado à consideração de concorrência potencial
Resumindo Surge um conjunto de fatores novos que se busca integrar na análise dentro de uma arcabouço teórico / analítico Oligopólio como estrutura de mercado típica Relação mais ou menos direta: E C D Fatores que condicionam estruturas de mercado mais concentradas Entre outros, requer revisão e aprofundamento do entendimento da estrutura de custos (a partir de desenvolvimentos mais alinhados com verificação empírica) Fatores que deste contexto derivam, com destaque para aqueles que determinam barreiras à entrada Diferenciação de produtos Vantagens de custo Economias de escala Requerimentos de capital Preço do oligopólio relacionado a consideração de concorrência potencial e barreiras Interdependência estratégica