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CIDI 2013 6TH CIDI 5TH InfoDesign 6TH CONGIC 6 th Inform ation Design International Conference 5 th Brazilian Conference of In form ation Design 6 th Inform ation Design Student Conference Blucher Design Proceedings May 2014, Vol. 1, Num. 2 www.proceedings.blucher.com.br/evento/cidi Estudo sobre a elaboração de representações de dosagem e frequência de uso em bulas de medicamentos: uma análise do processo de design A study on the development of representations of dosage and frequency of use in medicine inserts: an analysis on the design process Christopher Hammerschmidt, José Marconi Bezerra de Souza, Carla Galvão Spinillo bulas de medicamentos, representação de tempo, processo de design As bulas de medicamentos fazem parte de um sistema de informação em que usuários com necessidades informacionais distintas interagem entre si e com os materiais gráficos projetados por designers. Compreender as especificidades de tais stakeholders e promover uma abordagem de design centrada no usuário se mostra fundamental para que a informação se apresente de forma clara nas bulas, de modo a evitar erros de interpretação que possam acarretar prejuízos à saúde dos usuários. Este artigo tem como objetivo analisar os problemas envolvidos no processo de desenvolvimento de representações de dosagem e frequência de tratamento, relatando o projeto de uma seção referente à bula de um medicamento fictício. Analisa-se o processo de design e as estratégias adotadas para chegar ao protótipo final, distribuído a um grupo de dez usuários participantes do estudo. Estes responderam a duas perguntas chave, formuladas para avaliar se as soluções propostas cumpriam o objetivo de informar eficientemente os usuários quanto à dosagem e à frequência de administração do medicamento. medicine inserts, time representation, design process Medicine inserts are part of an information system in which users with different informational needs must interact with each other and with graphic materials designed for health purposes. Understanding the stakeholders specificities and promoting a user centered approach for design is fundamental so that information is clearly presented in the leaflets, avoiding interpretation mistakes that can lead to injuries in users health. This paper intends to analyze problems in the development of representations of dosage and frequency of use of medicines in health treatments, reporting the experience of designing a section in a leaflet for a fictitious medicine. It is analyzed the design process and the strategies adopted to elaborate the final prototype, which was distributed to ten users taking part in the study. These people answered two key questions, made to evaluate whether the solutions proposed achieved the goal to inform efficiently the users about dosage and frequency of drug administration. 1 Introdução A compreensibilidade das bulas de medicamentos depende do conteúdo e da maneira como a informação é disponibilizada aos pacientes (Närhi, 2006: 20). Dixon-Woods (2001) analisa dois tipos de discurso quanto à elaboração e ao uso desses documentos: (1) a educação do paciente (patient education), uma visão paternalista, segundo a qual os usuários de medicamentos são tratados enquanto sujeitos passivos; e (2) o empoderamento do paciente (patient empowerment), uma abordagem centrada no usuário. De acordo com a autora, esta segunda abordagem constitui um discurso mais recente e, embora seja menos volumosa na literatura, é apontada como tendência desde a década de 1980 por Armstrong (1983, 1984), como forma de incorporar às práticas da área de saúde uma perspectiva comum às ciências Anais do 6º Congresso Internacional de Design da Informação 5º InfoDesign Brasil 6º Congic Solange G. Coutinho, Monica Moura (orgs.) Sociedade Brasileira de Design da Informação SBDI Recife Brasil 2013 Proceedings of the 6 th Information Design International Conference 5 th InfoDesign Brazil 6 th Congic Solange G. Coutinho, Monica Moura (orgs.) Sociedade Brasileira de Design da Informação SBDI Recife Brazil 2013 Hammerschmidt, Christopher; Souza, José Marconi Bezerra de; Spinillo; Carla Galvão. 2014. Estudo sobre a elaboração de representações de dosagem e frequência de uso em bulas de medicamentos: uma análise do processo de design. In: Coutinho, Solange G.; Moura, Monica; Campello, Silvio Barreto; Cadena, Renata A.; Almeida, Swanne (orgs.). Proceedings of the 6th Information Design International Conference, 5th InfoDesign, 6th CONGIC [= Blucher Design Proceedings, num.2, vol.1]. São Paulo: Blucher, 2014. ISSN 2318-6968, ISBN 978-85-212-0824-2 DOI http://dx.doi.org/10.5151/designpro-cidi-9

sociais. Essa tendência encontra apoio também em trabalhos mais recentes de pesquisadores brasileiros, como Arrais et al. (2007: 933), que criticam a postura paternalista dos médicos em relação aos pacientes, e Caldeira et al. (2008: 742), que defendem a importância das bulas enquanto fonte de informação para os indivíduos acerca do uso de medicamentos. Esse discurso, centrado no usuário, enfatiza que as mudanças no papel do paciente deixando um comportamento passivo e submisso às recomendações médicas para assumir uma postura mais ativa e consciente do tratamento valorizam o acesso à informação na área de saúde (Payne, 2002). As bulas de medicamentos desempenham, assim, uma importante função no empoderamento dos pacientes, fornecendo-lhes informação sob a forma escrita (Caldeira et al., 2008; Coulter, 2002; Dixon-Woods, 2001; Närhi, 2006; Raynor et al, 2005). Tais documentos constituem relevantes objetos de estudo, pois trata-se do principal meio de acesso à informação em forma escrita disponível aos usuários de medicamentos no Brasil (Silva et al., 2000; Volpato et al., 2009). 2 2 Bulas de medicamentos e a representação de dimensões temporais Apesar da grande importância no papel que as bulas desempenham, esses documentos exibem deficiências na forma como se apresentam graficamente. Entre os problemas citados com frequência, constatam-se a linguagem de difícil entendimento, com presença recorrente de termos técnicos; o tamanho pequeno das letras impressas, que prejudica a legibilidade das informações; a falta de atratividade do material; a hierarquia mal definida entre os diversos níveis de informação; a apresentação de instruções visuais muitas vezes imprecisas e com omissão de passos; e a transparência do papel (Silva et al., 2000; Paula et al., 2009; Spinillo et al., 2010). Como forma de tentar sanar esses problemas, a legislação brasileira tem implementado parâmetros para a elaboração de bulas de medicamentos. Nesse sentido, destacam-se as Resoluções RDC n. 140, de maio de 2003 (Brasil, 2003), e RDC n. 47, de setembro de 2009 (Brasil, 2010), publicadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A primeira instituiu como principal novidade a criação de uma bula específica para pacientes, que deveria conter letras maiores e linguagem mais simples, além da bula destinada aos profissionais de saúde. Já a Resolução RDC n. 47 se mostra mais específica e busca abordar pontos não contemplados ou pouco definidos na RDC n. 140, sobretudo no que diz respeito à apresentação textual (Paula et al., 2009). Assim, verificam-se, na RDC n. 47, diretrizes quanto a tipo e corpo tipográfico, espaçamento entre letras e entre linhas de texto, largura mínima para colunas de informação textual, alinhamento de texto, uso de caixa alta, negrito, itálico e sublinhado, cor de tinta e tipo de papel. As bulas são, portanto, documentos complexos tanto na dimensão linguística quanto em termos gráficos (Spinillo & Padovani, 2012). Apesar da importância dedicada aos aspectos textuais e tipográficos na legislação brasileira sobre esses materiais, há ainda uma lacuna quanto a outros elementos de apresentação gráfica. Observa-se, nas bulas de medicamentos, a presença frequente de instruções visuais, tabelas, diagramas, listas e quadros para a visualização de procedimentos, advertências, indicações de dosagens e efeitos colaterais. Uma questão particularmente complexa nesse contexto diz respeito à representação de dimensões temporais, visto que o conceito de tempo consiste numa noção intuitiva do ser humano, sem definição precisa (Maia, 2008). No que tange à representação do conceito de frequência, Maia (2008: 98) nota a necessidade de que a ação representada ocorra mais de uma vez por ciclo. Caso contrário, a representação se confunde com a dimensão período, designada pelo autor como o espaço de tempo necessário para a realização de cada ciclo. Ressalta-se ainda que recursos semelhantes podem ser utilizados para representar as dimensões frequência e instante. Este, definido como um espaço de tempo infinitesimal, caracteriza um ponto correspondente a um evento específico (Maia, 2008: 64-97). Assim, verifica-se que as representações de frequência estão comumente associadas a elementos que definem a sucessão de instantes distintos. No intuito de compreender melhor o processo de design para instruções referentes a dosagem e frequência de uso de medicamentos, este artigo analisa as estratégias adotadas e os resultados atingidos durante o desenvolvimento de uma seção específica da bula de um medicamento fictício.

3 3 Abordagem Adotou-se, para o desenvolvimento das representações gráficas de que trata este artigo, uma abordagem centrada no usuário. Nesse sentido, Spinillo et al. (2010) formularam uma lista de recomendações para o design de bulas de medicamentos: as informações presentes na bula devem ser concisas; deve-se evitar que as informações instrucionais sejam interrompidas na apresentação gráfica da bula. Caso tais interrupções sejam inevitáveis, deve-se utilizar indicadores que explicitem a ordem de leitura correta; deve-se utilizar elementos de ênfase para evidenciar partes específicas da tarefa ou dos objetos envolvidos; deve-se fornecer imagens que apresentem os objetos necessários para o uso do medicamento, acompanhadas da nominação de tais componentes; as instruções textuais devem ser específicas, evitando o uso de conceitos vagos. A definição da abordagem exige a escolha de um processo de design coerente com os propósitos do estudo. Segundo Frascara (2004), o processo de design, seja em grandes ou pequenas dimensões, requer planejamento nos âmbitos de comunicação, visualização e produção. Os dois primeiros níveis envolvem estudo do problema, desenvolvimento de estratégias e criação de propostas de design. Já a produção diz respeito à organização de recursos e fabricação. Trata-se de uma prática complexa, com abordagens variadas, algumas de caráter geral e outras direcionadas a problemas específicos. Sless (2003) sugere um modelo cíclico para o processo de design composto por sete etapas: 1. Delimitação do escopo: identificar os problemas existentes, as normas e restrições que devem ser observadas e os stakeholders envolvidos; 2. Benchmarking: avaliar o desempenho atual do design e definir o que se pretende alcançar; 3. Projeto: gerar soluções e produzir protótipos; 4. Conversação: promover a interação dos usuários com os protótipos, a fim de observar as ações das pessoas e conversar com elas para identificar problemas no design; 5. Refinamento: a partir da conversação e tendo como base o benchmarking, deve-se fazer ajustes no design, para tentar resolver os problemas identificados; 6. Especificação e produção: definir as especificações técnicas e executar a produção; 7. Monitoramento: avaliar o desempenho do design em situações reais de uso, identificando novos problemas, que podem servir como ponto de partida para reiniciar o ciclo. Esse modelo foi aplicado ao processo de desenvolvimento das representações de dosagem e frequência de uso de medicamentos aqui abordado por se considerar uma alternativa satisfatória, envolvendo os usuários nas etapas de conversação e refinamento. Dessa maneira, inclui-se a perspectiva desses sujeitos já durante a elaboração de soluções ao problema. O caráter cíclico do modelo também sugere que a resposta dos usuários às soluções propostas se mostra definitiva no processo, servindo de base para a elaboração de novas soluções que se adaptem de forma mais adequada às necessidades das pessoas. Essa escolha corrobora, portanto, a abordagem centrada no usuário. 4 Desenvolvimento de representações de dosagem e frequência: estudo de um medicamento fictício Em workshop realizado na cidade de Curitiba, em março de 2012, solicitou-se aos participantes para que desenvolvessem uma seção da bula para um medicamento utilizado em tratamento contra câncer. A seção escolhida se referia à administração do remédio, abordando questões referentes a dosagem e frequência de uso do fármaco. Por fim, os participantes deveriam realizar um pequeno teste, entrevistando pessoas, com o objetivo de avaliar o desempenho da bula desenvolvida e listar pontos que poderiam contribuir para a melhoria do material. Este estudo buscou analisar, sob um ponto de vista metodológico, o processo de desenvolvimento das representações de dosagem e frequência de administração do

medicamento fictício. Para tanto, esta seção foi dividida em etapas, de acordo com o modelo de processo de design sugerido por Sless (2003). As fases discutidas compreendem delimitação do escopo, análise de similares, projeto, conversação e refinamento. Por fim, contemplam-se os resultados das entrevistas empreendidas para avaliar o desempenho do material criado, visando a estabelecer reflexões pertinentes ao design da informação. Delimitação do escopo De acordo com as diretrizes do workshop, o medicamento fictício Farnilon se aplica a pacientes em tratamento contra câncer. A administração do fármaco se dá em unidades médicas especializadas, sob a supervisão de um profissional de saúde. Quanto à dosagem, a relação usual é de 3,5 miligramas do medicamento por quilograma de massa corporal do paciente. As doses devem ser administradas quatro vezes durante ciclos de três semanas, sempre nos dias 1, 4, 8 e 11, após os quais se observa um intervalo de 10 dias no tratamento. O número de ciclos necessários, bem como eventuais mudanças na dosagem, são decisões de responsabilidade do médico que atende o paciente. Com base em tais informações, buscou-se compreender melhor a tarefa proposta e delimitar os principais problemas que se deveria tentar resolver. A Figura 1 apresenta esboços desenhados no intuito de avaliar o problema a partir de três questões centrais: (1) como fazer com que o paciente tivesse certeza de estar recebendo o medicamento correto; (2) como definir a dosagem adequada; e (3) como definir o calendário de consultas para administração do medicamento, ou seja, a frequência do tratamento. Devido às limitações de tempo, desconsiderou-se a primeira questão, referente a identificar o medicamento, para concentrar esforços no problemas relacionados a dosagem e frequência do tratamento. 4 Figura 1: Esboços para definição dos principais problemas relacionados à atividade Ainda na fase de delimitação do escopo foram feitos esboços adicionais para abranger outras questões importantes, como a identificação dos stakeholders e a esquematização do tratamento. Por meio da desconstrução do processo, identificaram-se oito etapas referentes ao ciclo de tratamento, conforme a numeração da Figura 2:

1. Consulta do paciente com o médico e prescrição do medicamento; 2. Encaminhamento do paciente ao hospital; 3. Entrega da prescrição do medicamento na unidade específica para administração do fármaco; 4. Identificação do medicamento pelo farmacêutico responsável; 5. Preparação do medicamento; 6. Ingestão do medicamento pelo paciente; 7. Registro dos dados referentes à administração do medicamento e dosagem correspondente; 8. Armazenamento dos dados. 5 Figura 2: Identificação dos stakeholders e etapas do processo de tratamento As oito fases se mostram necessárias no primeiro dia do ciclo, quando o médico, ao avaliar a resposta do paciente ao tratamento, decide por iniciar um novo ciclo. Nos demais dias de administração do medicamento, o processo se inicia na terceira etapa e continua normalmente. Análise de similares 1 Nesta etapa, observaram-se bulas de medicamentos diversos. Constatou-se a presença dos problemas citados anteriormente, como letras pequenas e consequentes prejuízos à legibilidade, além de falta de hierarquia tipográfica, questões relacionadas a leiturabilidade e transparência do papel. A análise de similares mostrou, portanto, a existência de diversos problemas que deveriam ser evitados no processo de design proposto. Projeto Tendo-se por base as informações das fases anteriores, iniciou-se a etapa de projeto. Nesse momento, buscaram-se alternativas para elaboração das soluções gráficas da bula e produziu- 1 Optou-se pela denominação análise de similares por considerar que o termo benchmarking define um processo mais estruturado que o descrito neste artigo, embora a essência do modelo de Sless (2003) tenha sido preservada.

se o protótipo usado na fase seguinte, de conversação. A Figura 3 apresenta esboços para as representações de dosagem e frequência do tratamento. Testou-se a disposição da sequência dos dias de tratamento de forma linear, separando-se as semanas em linhas distintas, e também em forma circular, na tentativa de enfatizar a noção de ciclo. O uso de componentes móveis, que permitissem adaptar os dias de administração do medicamento com a numeração dos dias do mês também apareceu como solução potencial, embora não tenha sido desenvolvida. 6 Figura 3: Esboços com alternativas para as representações de frequência do tratamento Desenvolveu-se o primeiro protótipo (Figura 4) dividido em duas partes distintas. Na primeira, a bula, além dos textos sobre instruções de uso e frequência do tratamento, optou-se por compor um quadro que exemplificasse as relações usuais entre dosagem e peso (massa corporal) do paciente, em vez de apenas expressar essa relação por meio de texto ou fórmulas. Denominado tabela de dosagem, esse recurso apresenta as doses referentes a pacientes com peso compreendido na faixa de 40 a 155 kg, dispostos em intervalos de 5 kg. Buscou-se, assim, tornar mais clara a relação entre peso do paciente e dosagem. Já na segunda parte, relativa ao calendário de administração do medicamento no período de um ciclo, considerou-se como solução mais apropriada o uso de um cartão de dosagem separado da bula, de modo que pacientes e profissionais de saúde pudessem utilizá-lo para controlar a execução do tratamento. Esse material exibe, após alguns campos destinados a escrever os dados do usuário (nome, peso e dose), um diagrama referente ao período de um ciclo de administração do medicamento. Os 21 dias se encontram identificados por números, dispostos em três linhas, cada uma referente a uma semana do ciclo. Os dias 1, 4, 8 e 11, quando há dosagem, foram destacados em tonalidade mais escura, tentando-se evidenciar um padrão lógico entre momentos de administração do remédio na primeira e na segunda semana. Para tentar facilitar o uso do cartão, associando os dias da semana aos de tratamento, inseriu-se um campo com lacunas, de modo que o usuário indicasse tais informações (segunda-feira para os dias 1 e 8; quinta-feira para os dias 4 e 11, por exemplo).

7 Figura 4: Primeiro protótipo para bula e cartão de dosagem Antes de passar à etapa de conversação, decidiu-se fazer algumas alterações nos materiais produzidos, conforme se observa na Figura 5. Tais mudanças têm por base as recomendações fornecidas por Spinillo et al. (2010). Assim, buscou-se trabalhar a informação de maneira mais objetiva e concisa, o que demandou a revisão dos textos e, em alguns casos, a reordenação dos dados. Enfatizou-se a hierarquia tipográfica, tanto na bula quanto no cartão de dosagem, com uso do estilo bold para títulos e dados considerados chave para a compreensão das informações. Na tabela de dosagem, tornou-se mais explícita a separação entre as duas seções. Além disso, os valores numéricos das colunas referentes a peso e dose foram aproximados, tornando a relação entre eles mais clara. O cartão de controle de dosagem recebeu um cabeçalho, com a denominação do material e o nome do medicamento, tendo em vista o uso de tal peça separada da bula. Figura 5: Protótipo final para bula e cartão de dosagem

Conversação A fase de conversação foi conduzida com dez participantes voluntários, cujas idades variavam entre 30 e 60 anos. Observou-se como esses participantes interagiam com o material desenvolvido, sendo entregue a cada participante uma cópia dos protótipos da bula e do cartão de controle de dosagem. Solicitou-se que as pessoas lessem o material e, depois de concluírem essa tarefa, os participantes foram solicitados a responder a duas perguntas: 1. Qual a dose a ser administrada a uma pessoa que pese 75 kg? 2. Com que frequência um paciente deve tomar esse medicamento? Verificou-se não apenas a conformidade das respostas apresentadas com os dados contidos na bula e no cartão de controle de dosagem, mas também como as pessoas utilizaram esses materiais para responder aos questionamentos. As respostas às perguntas 1 e 2 se encontram registradas no Quadro 1, em que as linhas identificam as perguntas, enquanto as colunas enumeram os participantes, identificados por um código alfanumérico. Os pesquisadores categorizaram as respostas em duas classes: C para respostas que indicam que o participante compreendeu como utilizar os materiais gráficos testados; e NC para respostas que indicam que os participantes não conseguiram compreender o uso dos materiais. 8 Quadro 1: Respostas dos participantes às perguntas realizadas na fase de conversação Participantes Pergunta P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 1) Dosagem C NC NC C C C C C C C 2) Frequência do tratamento C NC NC NC C C NC C C C 5 Resultados Os resultados apresentaram, em geral, que os participantes conseguiram compreender a finalidade e o uso dos materiais gráficos testados. Tal constatação se deve ao maior número de respostas classificadas como C para as duas perguntas, relacionadas à dosagem e à frequência de uso do medicamento. Entretanto, verificou-se alguns problemas quanto à interpretação da tabela, bem como do cartão de controle de dosagem. Quatro participantes (P2, P3, P4 e P8) apresentaram dificuldades em interpretar a tabela. Dois deles explicitaram tal dificuldade, conforme atestam os comentários: tabela não faz sentido (P2), melhor explicar a tabela (P4). Apesar disso, apenas dois usuários erraram a resposta da pergunta 1 (Qual a dose a ser administrada a uma pessoa que pese 75 kg?). Os outros seis participantes não demonstraram problemas em interpretar a tabela e responderam corretamente a pergunta 1. Com relação ao cartão de controle de dosagem, as dúvidas se mostraram mais constantes. Apenas dois participantes (P6 e P10) compreenderam o diagrama, apesar de revelarem uma dificuldade inicial em interpretá-lo. Cinco participantes (P1, P4, P5, P8 e P9) compreenderam parcialmente o recurso, confundindo os dias do tratamento com os dias da semana ou do mês. A analogia com o calendário, nesses casos, ao invés de auxiliar a compreensão dos dados, gerou confusões. Em alguns momentos, apontou-se que a administração do fármaco deveria se iniciar sempre na segunda-feira, fato pelo qual se pode concluir que os campos para preenchimento manual não foram adequadamente compreendidos, ou foram ignorados. Por fim, constatou-se que três participantes (P2, P3 e P7) não compreenderam o diagrama e não conseguiram determinar o tempo de duração do ciclo ou os dias de dosagem. Comparando-se as respostas da pergunta 2 (Com que frequência um paciente deve tomar esse medicamento?) com a análise de interpretações e compreensão do diagrama constante no cartão de dosagem, parece haver uma relação mais estreita entre esse recurso visual e o entendimento da frequência de administração do remédio. Entre os participantes que compreenderam o diagrama, ainda que parcialmente, apenas um não respondeu a pergunta 2 de forma correta, por fazer menção somente ao tempo total do ciclo, sem determinar os dias específicos de administração.

As entrevistas revelaram ainda respostas que não apresentavam qualquer relação com o conteúdo da bula e do cartão de controle de dosagem. O participante P2, quando questionado acerca da quantidade de medicamento a ser administrada, afirmou que deveria se tratar da dosagem mínima, em função da idade do paciente. Já o participante P3, na pergunta relacionada à frequência do tratamento, afirmou que o remédio deveria ser dado ao paciente a cada seis horas, para aliviar as fortes dores decorrentes da doença. Tais respostas parecem se fundamentar em noções de senso comum, uma vez que dados como idade do paciente, dosagem mínima e dores no processo de tratamento não são citados em momento algum no material entregue aos participantes. 9 6 Conclusões e considerações quanto ao refinamento O processo de design descrito neste artigo teve como objetivo projetar uma solução gráfica capaz de apresentar a informação de forma clara aos pacientes, dentro do escopo do estudo, que abrangia apenas as questões de dosagem e frequência de tratamento. A partir da análise do problema, desmembrando as etapas do tratamento para compreender mais claramente as necessidades de informação dos pacientes, ocorreu a construção de soluções. Com base no modelo para processo de design sugerido por Sless (2003), empreendeu-se a etapa de conversação. Essa fase permitiu observar a forma como os usuários interagiam com o protótipo desenvolvido e ofereceu subsídios para promover melhorias no material Com relação ao texto da bula, a inclusão de uma frase que expresse claramente não haver um dia específico no mês ou na semana para início do tratamento poderia auxiliar os usuários a compreender adequadamente esse problema. A especificação do dia inicial se mostrou uma dúvida recorrente, que tanto o diagrama quanto as breves instruções do cartão de controle de dosagem não conseguiram esclarecer em alguns casos. A analogia com o calendário, pensada inicialmente para auxiliar a compreensão da frequência do tratamento e a definição precisa dos dias de dosagem, não funcionou como se esperava, induzindo alguns participantes a interpretações equivocadas do material. Por isso, sugere-se reconstruir o diagrama, desvinculando sua estrutura daquela que caracteriza o calendário, para avaliar o desempenho de outras formas de representação da frequência de administração do medicamento. 7 Considerações finais Este artigo apresentou uma abordagem centrada no usuário para o desenvolvimento de representações de instruções quanto a dosagem e frequência de uso de um medicamento fictício. Pôde-se constatar, durante o desenvolvimento de soluções, bem como pela prática da etapa de conversação com participantes voluntários, que a representação de conceitos abstratos, como a dimensão temporal de frequência, constitui tarefa complexa. Isso porque os conceitos relacionados a tempo possuem caráter intuitivo e definições vagas, sendo difícil sintetizá-los precisamente. Logo, a participação de usuários no processo de design se revela fundamental para atestar a adequação das soluções propostas. O processo relatado neste artigo constitui uma contribuição relevante ao design da informação, sobretudo no que concerne à abordagem do problema. O uso de uma seção específica de bula com informações relacionadas a um fármaco fictício demonstrou pertinência para os objetivos deste estudo. Entretanto, considera-se importante que futuras pesquisas possam estender a abordagem aqui descrita a bulas de medicamentos completas, o que implica complexidade sensivelmente maior quanto à apresentação gráfica desses documentos. Por fim, julga-se igualmente importante que futuros estudos possam transpor as questões apontadas neste artigo para bulas de medicamentos reais, considerando o contexto de uso dos fármacos. Agradecimento Os autores agradecem a Karel van der Waarde pela condução das atividades e pela orientação durante o workshop que originou este artigo. À CAPES, agradecem o apoio financeiro concedido por meio de bolsa para a realização do curso de Mestrado em Design durante o qual

10 este artigo foi elaborado. Referências ARMSTRONG, D. 1983. Political anatomy of the body: medical knowledge in Britain in the twentieth century. Cambridge: Cambridge University Press. ARMSTRONG, D. 1984. The patient s view. Social Science & Medicine, v. 18, n. 9: 737-744. ARRAIS, P. S. D.; BARRETO, M. L.; COELHO, H. L. L. 2007. Aspectos dos processos de prescrição e dispensação de medicamentos na percepção do paciente: estudo de base populacional em Fortaleza, Ceará, Brasil. Cad. Saúde Pública, v. 23, n. 4: 927-937. BRASIL. 2003. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução de Diretoria Colegiada n. 140, de 29 de maio de 2003. Diário Oficial da União, Brasília, 24 set. 2003. BRASIL. 2010. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução de Diretoria Colegiada n. 47, de 8 de setembro de 2009. Estabelece regras para elaboração, harmonização, atualização, publicação e disponibilização de bulas de medicamentos para pacientes e para profissionais de saúde. Diário Oficial da União, Brasília, 19 jan. 2010. CALDEIRA, T. R.; NEVES, E. R. Z.; PERINI, E. 2008.. Evolução histórica das bulas de medicamentos no Brasil. Cad. Saúde Pública, v. 24, n. 4: 737-743. COULTER, A. 2002. After Bristol: putting patients at the centre. BMJ, v. 324: 648-651. DIXON-WOODS, M. 2001. Writing wrongs? An analysis of published discourses about the use of patient information leaflets. Social Science & Medicine, v. 52, n. 9: 1417-1432. FRASCARA, J. 2004. Methods and planning. In: Communitacion Design: principles, methods and practice. New York: Allworth Press. MAIA, T. C. 2008. A representação de dimensões de tempo em instruções visuais e sua relação com imagens mentais de usuários. Curitiba: UFPR. 282 p. Dissertação (mestrado) Programa de Pós-Graduação em Design. NÄRHI, U. 2006. Drug information for consumers and patients: a review of the research. Helsinki: National Agency for Medicines. PAULA, C. S.; COSTA, C. K.; MIGUEL, M. D.; ZANIN, S. M. W.; SPINILLO, C. G. 2009. Análise crítica de bulas sob a perspectiva do usuário de medicamentos. Visão Acadêmica, v. 10, n. 2: 123-133. PAYNE, S. A. 2002. Balancing information needs: dilemmas in producing patient information leaflets. Health Informatics Journal, v. 8: 174-179. RAYNOR, D. K.; KNAPP, P.; MOODY, A.; YOUNG, R. 2005. Patient information leaflets impact of European regulations on safe and effective use of medicines. The Pharmaceutical Journal, v. 275: 609-611. SILVA, T.; DAL-PIZZOL, F.; BELLO, C. M.; MENGUE, S. S.; SCHENKEL, E. P. 2000. Bulas de medicamentos e a informação adequada ao paciente. Revista de Saúde Pública, v. 34, n. 2: 184-189. SLESS, D. 2003 Collaborative processes and politics in complex information design. In M. J. ALBERS & B. MAZUR (Eds.) Content and complexity: information design in technical communication. London: Lawrence Erlbaum. SPINILLO, C. G.; PADOVANI, S.; LANZONI, C. 2010. Ergonomia informacional em bulas de medicamentos e na tarefa de uso: um estudo sobre fármaco em suspensão oral. Ação Ergonômica, v. 5, n. 1: 2-10. SPINILLO, C. G. & PADOVANI, S. 2012. Information safety: a patient centered framework for the design of medicine inserts. In: BERHARDT, L. V. (Ed.). Advances in Medicine and Biology. New York: Nova Science. v. 53: 1-22. VOLPATO, L. F.; MARTINS, L. C.; MIALHE, F. L. 2009. Bulas de medicamentos e profissionais de saúde: ajudam ou complicam a compreensão dos usuários? Revista de Ciências

11 Farmacêuticas Básica e Aplicada, v. 30, n. 3: 309-314. Sobre os autores Christopher Hammerschmidt, BA, UFPR, Brasil <chdeutschbr@yahoo.com.br> José Marconi Bezerra de Souza, PhD, UTFPR, Brasil <marconi2006@gmail.com> Carla Galvão Spinillo, PhD, UFPR, Brasil <cgspin@gmail.com>