Ano VI Número 10 Janeiro de 2008 Periódicos Semestral CÓLICA EQUINA. CAMPELO, Jairo



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Transcrição:

CÓLICA EQUINA CAMPELO, Jairo Acadêmico da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Garça FAMED/ ACEG PICCININ, Adriana Docente da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Garça FAMED/ ACEG RESUMO A cólica eqüina é uma doença muito grave, que aparece rapidamente e pode levar o animal à morte se não for tratada logo. É conhecida popularmente como Nó nas tripas, justamente porque os sintomas se caracterizam por dor na barriga, que pode ser leve ou intensa. Devido à dor abdominal o cavalo começa a ficar agitado. O Objetivo desse trabalho é dar informações básicas sobre a Cólica eqüina com suas causas, sintomas e conseqüências. Palavras-chave: Cólica Eqüina, Dor Abdominal, Eqüino Tema Central: Medicina Veterinária ABSTRACT The Equine Stomach cramps is a serious disease, that appeared quickly and the animal con died if don t treat. Is popular know ledge for Nó nas tripas because the symptoms is characterized for belly ache, that cam be minor or intense. Because of the belly ache the horse getting tense. The objtive this project is passed basics information about equine stomach cramps with causes, symptoms and consequences Key-words: Belly Ache, Equine Stomach, Equine Central theme: Veterinary Medicine 1. INTRODUÇÃO A doença gastrointestinal, que produz sinais de dor abdominal em eqüinos, é comumente referida como cólica (HINCHCLIFF et al, 2002). As cólicas são resultantes de doenças do aparelho digestivo ou de outros órgãos (CICCO, 2007), A cólica eqüina é um distúrbio resultante de doenças que atacam o aparelho digestivo. Ela pode estar relacionada a vários fatores, que vão desde a produção excessiva de gás no estômago, resultado da fermentação dos alimentos, até a obstrução ou torção do intestino, o que requer a intervenção cirúrgica. Sua principal característica é a dor, que vai provocar uma série de

mudanças no comportamento do animal. Ele pode, por exemplo, rolar e se jogar no chão sem maiores cuidados, suar em excesso, deitar e levantar constantemente ou ter dificuldades para caminhar. Esse modo de agir é chamado mímica da dor. Devido a esse comportamento peculiar, perceptível até mesmo para um leigo, é fácil reconhecer um animal com cólica. Determinar a origem da dor, porém, é um desafio para os médicos veterinários (FAGUNDES, 2006). O diagnóstico rápido e preciso é fundamental para a sobrevivência do eqüino, é uma das maiores dificuldades porque os fatores que causam o distúrbio são muitos e variam de caso para caso. A própria domesticação é um exemplo. Como explica o professor Alves, a cólica é rara entre os cavalos que vivem em seu habitat natural porque eles comem pequenas quantidades de alimento e percorrem grandes distâncias durante todo o dia. A domesticação modifica esses hábitos, pois o cavalo passa a caminhar pouco e a ficar longos períodos em jejum, para depois se alimentar com ansiedade e compulsão. A maioria dos casos de cólica tem origem na alimentação irregular (FAGUNDES, 2006). Doenças parasitárias, qualidade da forragem e estresse ambiental são outros fatores que contribuem para o surgimento de problemas gastrointestinais, que se manifestam através da dor. A multiplicidade de causas dificulta também o tratamento. É necessário conhecer os sintomas, as mudanças recentes no manejo e o histórico do cavalo a fim de se descobrir a terapia mais adequada a cada animal. Na maioria das vezes, os casos são clínicos e podem ser solucionados com a ajuda de medicamentos. Existem aqueles, porém, que requerem cirurgia (FAGUNDES, 2006). 2. CONTEÚDO Para ser capaz de chegar ao diagnóstico da cólica abdominal no eqüino, é essencial executar um exame semiológico correto. Desafortunadamente, muitas das provas diagnósticas requerem tempo e isto é essencial para a

instauração rápida do processo. A decisão inicial reside na atenção rápida do Médico Veterinário, encarando os sintomas das doenças primárias. Neste caso é quando devemos tomar como indicador o grau de dor que é o que ajuda a medir a severidade do problema. Todas as cólicas abdominais são consideradas como emergências médicas. Os eqüinos com dor intermitente ou leve, geralmente não representam uma emergência crítica. Pelo contrário os eqüinos em dor incontrolável e severa sofrem de torção ou ampliação intestinal, em que cada lapso minúsculo reduz a chance de sobrevida (GENOUD, et al., 2001). 2.1 Principais tipos de cólica: Cólica de pélvica ou de impacto: Este é o termo usado quando o intestino se torna obstruído por uma massa espessa de alimento. Geralmente ocorre no intestino grande em um dos flexórios. Este é um tipo razoavelmente comum de cólica que na maioria dos casos resolve-se facilmente com tratamento adequado. A causa mais comum é quando o cavalo está no descanso da caixa e/ou consome volumes grandes da palha, ou o cavalo tem a doença dental e é incapaz ao mastigar corretamente. Esse caso pode ser diagnosticado no exame retal, realizado por um veterinário. No entanto esse tipo de cólica pode surgir como um óbvio sinal de algo que pode tornar-se mais complicado. Cólica por gases : Ocorre geralmente no intestino grande. O gás estica o intestino, causando a dor, as cólicas originadas por gases resolvem-se facilmente com tratamento apropriado, embora seja essencial assegurar-se de que não há nenhuma razão subjacente para o problema. Cólica por Espasmos ou Espasmódica: Alguns casos de cólica devem-se às contrações intestinais aumentadas, contrações peristálticas, alteradas no intervalo gastro-intestinal do cavalo. Pode ser o resultado de um acúmulo suave do gás dentro do intervalo digestivo do

cavalo. Os sinais da cólica são geralmente suaves e respondem bem, quando tratados com a medicação adequada. Cólica causada por parasitas: (Lombrigas grandes) Ocasionalmente pode haver uma obstrução por um grande número lombrigas. Isto é visto o mais geralmente em cavalos novos em conseqüência de uma infestação muito pesada do equorum de Parascarus que possa subseqüentemente causar um bloqueio e uma ruptura do intestino pequeno. Cavalos pesadamente infectados podem fazer com que os sem-fins inoperantes puncionem a parede intestinal e cause uma peritonite fatal. Um bloqueio dos intestinos pequenos por sem-fins pode jorrar requer a cirurgia cólica. Uma aproximação mais conservadora pode ser dar a um cavalo um laxativo (por exemplo parafina líquida) antes de se manifestar uma infestação pesada do sem-fim for suspeitado. Os cavalos desenvolvem a imunidade aos parasitas em sua fase de vida de 6 meses a 1 ano, logo esta circunstância é rara em cavalos do adulto. Colite : Alguns casos da dor abdominal são devidos à inflamação do intestino, pequenas (enterites) ou grandes (da colite). Estes são casos médicos sérios e requerem a atenção veterinária imediata. Deslocamento ou torsão gástrica: Em um deslocamento, uma parcela do intestino moveu-se para uma posição anormal no abdômen. Um volvulvus ou a torsão ocorrem quando uma parte do intestino torce. Exceto em casos raros, estes tipos de causa cólica um bloqueio total do intestino e requerem a cirurgia imediata se o cavalo dever sobreviver. Nos estágios adiantados de uma cólica do deslocamento, os sinais podem ser similares àqueles de um cavalo com uma das causas mais benignas da cólica. Daí a importância de fazer exame serio de todos os casos da cólica.

Em muitos casos da cólica é impossível determinar a razão para a dor. O tratamento, a monitoração do fim e a atenção aos sintomas, conduzem geralmente à definição do problema (MONTEIRO, 2007). A prevenção dos episódios de cólica depende dos fatores de manejo que consistem no controle parasitário adequado, alimentação baseada em grandes volumes de forrageiras, minimizando a quantidade de alimento concentrado, e adoção de cuidados dentais. No entanto, a maioria dos casos de cólica não atribuíveis aos parasitas ou aos fatores alimentares não pode ser evitada (HINCHCLIFF et al., 2002). 3. CONCLUSÃO Através dos dados apresentado nesse trabalho sugere-se que seja feita uma alimentação regular e sem excesso, assegurar o acesso constante a água limpa, manter um regime consistente do exercício, controlar parasites intestinal e avaliar a eficiência periodicamente. É importante que toda pessoa que lida com cavalos consiga reconhecer os sintomas da cólica, o que pode ser fator determinante a vida do animal. 4. REFERÊNCIAS CICCO, L. Doenças e Afecções - Cólica Eqüina. Disponível em http://www.saudeanimal.com.br. Acesso em 07 de Setembro de 2007. FAGUNDES, V. Cólica eqüina. Disponível em http://revista.fapemig.br. Acesso em 07 de Setembro de 2007. GENOUD, Jorge M., MOIRON, Adriana I. Diagnóstico Prematuro do Abdome Agudo em Cavalos. Nova Técnica, parte 1, Buenos Aires. Argentina. 2001

HINCHCLIFF, Kenneth et al. Clínica Veterinária: Um tratado de Doenças dos Bovinos, Ovinos, Suínos, Caprinos e Eqüinos. 9 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 1737 p. MONTEIRO, Antonieta. Cólica Eqüina. Disponível em http://www.cavalomania.com.br. Acesso em 08 de Setembro de 2007.