Memória Química: uma abordagem lúdica para auxiliar no ensino de Reações Químicas

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Transcrição:

Memória Química: uma abordagem lúdica para auxiliar no ensino de Reações Químicas Francisca Belkise de Freitas Moreira 1, Igor Rannes da Costa Sousa 1, Karla Andromeda Nobre de Oliveira 1, Maria Alcilene Gomes de Menezes 1, Edson Fernandes Moreira 2, Paulo Roberto Nunes Fernandes 3 1 Licenciandos do Curso de Química IFRN. Bolsistas do PIBID. e-mail: belkisemoreira@hotmail.com; igorrannes@hotmail.com; karlinhanb@windowslive.com; alcilenejr@hotmail.com. 2 Licenciado em Química- UERN. Supervisor do PIBID na EEPAD. e-mail: edsonfmoreira@yahoo.com.br 3 Doutor em Química- UFC. Coordenador do PIBID do IFRN Câmpus Apodi. e-mail: paulo.fernandes@ifrn.edu.br Resumo: Os jogos educativos visam estimular o raciocínio lógico, proporcionando uma forma dinâmica de aprendizado e construção de conhecimentos. Estes podem atuar como um recurso de ensino auxiliando o professor na complementação das aulas, proporcionando estímulo e interesse aos alunos. Reconhecendo a relevância deste recurso tão importante, este trabalho propõe o desenvolvimento de um jogo intitulado Memória Química, para auxiliar no ensino das Reações Químicas. Os materiais utilizados na construção das peças do jogo foram: folha A4 peso 60, fita transparente para fixar as cartelas em sua respectiva base, tesoura, computador e impressora. Antes da aplicação do jogo foi ministrada uma aula teórica sobre o assunto em questão e logo após foi realizado um teste para avaliar o nível da aprendizagem. Em seguida, o jogo foi aplicado com 28 alunos da 1ª série do Ensino Médio da Escola Estadual Professor Antonio Dantas do município de Apodi. A dinâmica ocorreu como num jogo da memória tradicional, porém numas peças continham as reações e em outras os nomes. Os resultados obtidos após o jogo foram satisfatórios. O percentual de notas abaixo e acima de 6,0 foram respectivamente 29% e 71%, tendo uma melhora de 16% com relação ao teste antes do jogo. O jogo Memória Química mostrou ser um recurso lúdico válido, tornando o ensino de Química no ensino médio mais contextualizado, interessante, atrativo e divertido. Palavras chave: Memória Química, jogos educativos, Reações Químicas. 1. INTRODUÇÃO O ensino da Química é de fundamental importância na formação da cidadania, pois esta ciência faz parte da sociedade tecnológica moderna. Tradicionalmente, as ciências têm sido ensinadas como uma coleção de fatos, descrição de fenômenos, enunciados de teorias em que o aluno tem que memorizar (SANTOS, 2004). A maioria dos educadores não procura fazer com que os alunos discutam as causas dos fenômenos, estabeleçam relações da ciência com o cotidiano, enfim, que entendam os mecanismos dos processos que estão estudando (ZANON, 2008). Segundo Silva et al (2009) é muito comum que não seja dada a devida importância ao que é chamado, na literatura, de processo da ciência, ou seja, aos eventos e procedimentos que levam às descobertas científicas. Em geral, o ensino fica limitado à apresentação dos chamados produtos da ciência. Assim, como afirma Domingos e Recena (2010), para muitos alunos, aprender Química é decorar um conjunto de nomes, fórmulas, descrições de instrumentos ou substâncias, enunciados de leis. Diante dessas circunstâncias as atividades lúdicas, mais do que serem aceitas como rotina da educação dos alunos, são uma prática privilegiada para a aplicação de uma educação que visa o desenvolvimento pessoal e a atuação cooperativa na sociedade, como também instrumentos motivadores, atraentes e estimuladores do processo de construção do conhecimento, podendo ser definida de acordo com Soares (2004) como uma ação divertida, seja qual for o contexto linguístico, desconsiderando o objeto envolto na ação. Se há regras, essa atividade lúdica pode ser considerada um jogo. O jogo, considerado como um tipo de atividade lúdica, segundo Kishimoto (1994 apud SANTANA, 2006) possui duas funções: a lúdica e a educativa, em que as mesmas devem coexistir em equilíbrio. Se a função lúdica prevalecer, não passará de um jogo e se a função

educativa for predominante será apenas um material didático. Segundo Campos (2002) o lúdico apresenta dois elementos que o caracterizam: o prazer e o esforço espontâneo, além de integrarem as várias dimensões do aluno, como a afetividade, o trabalho em grupo e das relações com regras pré-definidas. O mesmo deve ser inserido como impulsor e instigador nos trabalhos escolares, isso por apresentar funções tão importantes. O jogo pedagógico ou didático tem como objetivo proporcionar determinadas aprendizagens, diferenciando-se do material didático por conter o aspecto lúdico e por ser utilizado para atingir determinados objetivos pedagógicos, sendo uma alternativa para melhorar o desempenho dos alunos em alguns conteúdos de difícil aprendizagem (CUNHA, 1998). O jogo não é o fim, mas o eixo que conduz a um conteúdo didático específico, resultando em um empréstimo da ação lúdica para a aquisição de informações (KISHIMOTO, 1996). Segundo Borges e Schwarz (2005) ao criar ou adaptar um jogo ao conteúdo escolar ocorrerá o desenvolvimento de habilidades que envolvem o indivíduo em todos os aspectos: cognitivos, emocionais e relacionais. A atividade lúdica tem como objetivo tornar o indivíduo mais competente na produção de respostas criativas e eficazes para solucionar os problemas. Ser competente implica em saber mobilizar de forma criativa e eficaz as habilidades, nas quais os conhecimentos, valores e atitudes são usados de forma integrada frente às necessidades impostas pelo meio. As habilidades se constroem e manifestam na ação, a qual se aprimora pela prática, levando à reconstrução do conhecimento. Na elaboração de um jogo didático deve-se ter bastante cuidado, respeitar as condições físicas e o desenvolvimento dos educandos, bem como o nível de interesse, a faixa etária e o(s) tema(s) escolhido(s) para ser trabalhado. Cumprindo esses pontos os resultados esperados serão alcançados com sucesso (NARDIN, 2010). Os jogos didáticos têm um valor indispensável no processo de ensino e aprendizagem, sendo ferramentas alternativas que dão um bom suporte/apoio tanto para o professor, que quer transmitir conhecimento para o aluno, que deseja adquirir conhecimento. Eles têm inúmeras vantagens, mas uma das principais é que ao mesmo tempo em que ensinam, divertem, facilitando assim a aquisição de conhecimentos. O objetivo deste trabalho é justamente tornar o ensino de química mais atrativo para os alunos, facilitando e melhorando o processo de ensinoaprendizagem. 2. MATERIAL E MÉTODOS O processo de realização deste trabalho foi dividido em algumas etapas. A primeira foi à confecção do jogo. Foram selecionadas 36 Reações Químicas envolvendo as de decomposição, síntese, simples troca e dupla troca para serem utilizadas no jogo, sendo 9 de cada. Numas peças continham as reações e em outras os nomes das mesma, veja na Figura 1. Os materiais utilizados na construção das peças foram: folha A4 peso 60, fita transparente para fixar as cartelas em sua respectiva base, tesoura, computador e impressora. Figura 1: Peças que compõe o jogo Memória Química

Inicialmente os alunos tiveram aula sobre as Reações Químicas e em seguida foi aplicado um teste para avaliar o nível de aprendizagem. Um segundo momento ocorreu com a apresentação do jogo em que foram expostas as regras e estratégias que eram idênticas a um jogo de memória tradicional, porém o reconhecimento das Reações Químicas era primordial para que o jogador pudesse ir formando seus pares, o que obrigava o aluno/jogador a identificar as reações corretamente. Nesta etapa da atividade dividiu-se os 38 alunos em grupos, permitindo aos mesmos, num primeiro momento, a familiarização com o material e de como seriam as regras e a prática do jogo. Para dar início a atividade as peças forma espalhadas numa mesa. Foi necessária a interrupção do jogo durante alguns minutos para fazer um levantamento das dificuldades e dúvidas sobre o assunto explicado. O jogo só acabava quando não tivesse mais peças na mesa, e o vencedor era o grupo que tivesse o maior número de pares formado, porém corretos. Após a aplicação do jogo foi realizado um segundo teste, diferente do primeiro, para a verificação da aprendizagem. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A aplicação do jogo Memória Química envolveu ao todo 38 alunos da 1ª série do Ensino Médio da Escola Estadual Professor Antonio Dantas do município de Apodi, os mesmos mostraram um grande interesse pelo jogo, e estavam felizes por participarem ativamente da atividade. No teste feito antes do jogo observou-se que os alunos tiveram dificuldades para responder algumas das questões. O teste continha seis questões envolvendo Reações Químicas, como mostra a Figura 2. A cada questão foi atribuída uma nota, somando-se dez pontos no total. Tiveram notas elevadas, porém muitas abaixo da média. A Figura 3 mostra o percentual das notas obtidas antes do jogo. Figura 2: Teste aplicado antes do jogo

60 50 40 30 20 Abaixo de 6,0 10 0 Percentagem (%) Figura 3: Resultados do teste antes do jogo Observando a Figura 3, percebeu-se que 55% dos alunos obtiveram uma nota acima de 6,0 enquanto que 45% as notas foram inferiores a média escolar. Talvez por se tratar de um assunto que requer muita prática e atenção, uma parte dos alunos não obteve êxito, e o percentual abaixo da média foi bastante preocupante. Durante a aplicação do jogo pôde-se observar a curiosidade dos alunos pelo assunto trabalhado, a socialização entre os grupos, a interação da turma, a diversão e ao mesmo tempo uma aula mais dinâmica, tornado mais significativa à aprendizagem como é observado na Figura 4. Figura 4: Aplicação do jogo Memória Química

Após a aplicação do jogo foi feito outro teste, que envolveu questões diferentes do primeiro teste, veja na Figura 5 abaixo. Ao comparar os resultados obtidos nesse teste com o primeiro pôde-se perceber que o jogo ajudou a melhorar o desempenho dos alunos com relação ao conhecimento sobre Reações Químicas como pode ser observado na Figura 6 abaixo. Figura 5: Teste aplicado após o Jogo 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Percentagem (%) Abaixo de 6,0 Acima de 6,0 Figura 6: Notas do teste após o Jogo

De acordo com a Figura 6, o jogo foi uma ferramenta lúdica bastante importante que contribuiu para essa melhora, pois é possível verificar que os alunos que possuíam dificuldades com a matéria ministrada, após jogarem o Memória Química as mesmas foram minimizadas, efetivando assim o processo de aprendizagem e o interesse pela Química. O jogo foi bem aceito pelos alunos, pois ao complementar a aula teórica com exercícios e com jogos lúdicos, a mesma se tornou mais atrativa, divertida e interessante. A importância da utilização de atividades lúdicas mobilizam esquemas mentais, ativando funções neurológicas e psicológicas estimulando o pensamento. E quando o sujeito está diretamente envolvido na ação fica mais fácil à compreensão do aspecto cognitivo, pois ocorre um desbloqueio mental (SANTANA, 2006). Os jogos são um importante recurso não só para as aulas de Química, mas como para qualquer outra disciplina, pois facilitam a aprendizagem do aluno, além de motivar o mesmo. Podendo ser trabalhadas diretamente as habilidades dos alunos além de existir uma maior socialização entre os colegas da turma, entre o aluno e o professor, entre o aluno e o jogo e entre o mesmo e o conteúdo a ser trabalhado. 6. CONCLUSÕES O desenvolvimento de jogos com seus objetivos definidos proporciona aos alunos diversas interações, promovendo construções e aperfeiçoamentos de conceitos, habilidades e a valorização do conhecimento, resgatando as lacunas que o processo de ensino e aprendizagem atual deixa em aberto. A função educativa do jogo Memória Química foi facilmente observada durante sua aplicação ao verificar o favorecimento da aquisição de conhecimento em clima de alegria e prazer. Cabe ressaltar que os jogos pedagógicos não são substitutos de outros métodos de ensino, eles são apenas suportes para o professor e poderosos motivadores para os alunos que usufruírem os mesmos, como recurso didático para a sua aprendizagem. AGRADECIMENTOS Agradecemos a CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) pela concessão de bolsas, ao IFRN (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte) Câmpus Apodi pelo apoio e a Escola Estadual Professor Antonio Dantas pelo espaço para a realização das atividades do PIBID. REFERÊNCIAS BERTOLDI, M. A. A escolha dos jogos definida pelas dificuldades específicas de cada criança. Curitiba, 2003. BORGES, R. M. R.; SCHWARZ, V. O. O Papel dos jogos educativos no processo de qualificação de professores de ciências. In: IV Encontro Ibero-Americano coletivos escolares e redes de professores que fazem investigação na escola, 4. Lajeado. ed. UNIVATES, 2005. CAMPOS, L.; BORTOLOTO, T. M.; FELÍCIO, A. K. C. A produção de jogos didáticos para o ensino de Ciências e Biologia: uma proposta para favorecer a aprendizagem Disponível em <www.unesp.br/prograd/pdfne2002/aproducaodejogos.pdf> Acesso em 14/07/2012. CUNHA, H.S. Brinquedo, desafio e descoberta. 1ª edição. AE/MEC/RJ, 1998. DOMINGOS, D. C. A. ; RECENA, M. C. P. Elaboração de jogos didáticos no processo de ensino e aprendizagem de química: a construção do conhecimento. Ciências & Cognição (UFRJ), Rio de Janeiro, 2010 v. 15. Kishimoto, T.M. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. São Paulo: Cortez, 1996.

MIRANDA, S. No fascínio do jogo, a alegria de aprender. Ciência Hoje, v.28, p. 64-66, 2001. NARDIN, I. C. B. Brincando aprende-se Química Disponível em <www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/688-4.pdf> Acesso em 14/07/2012. RIEDER R. et al. Observação e análise da aplicação de jogos educacionais bidimensionais em um ambiente aberto. NET, Rio Grande do Sul,abr, 2005. Journal of Computer Science. Disponível em: <http://www.dcc.ufla.br/infocomp/artigos/v4.2/art08.pdf> Acesso em 10 jun. 2012. SANTANA, E. M. A Influência de atividades lúdicas na aprendizagem de conceitos químicos. Universidade de São Paulo, Instituto de Física - Programa de Pós-Graduação Interunidades em Ensino de Ciências, 2006. SANTOS, M. S. M. A. Roleta de Iões: uma nova aplicação para o ensino de Química. Dissertação de Mestrado, Programa de pós-graduação em Educação Multimídia, Universidade do Porto, 2004. SILVA, L. M.; CRUZ, K. C. A.; FILHO, J. R. L.; REIS, S. M.; COSTA, P. H. C. S.; SOUZA, L.. Master Química: A utilização de jogos educativos como motivação para aprender Química. IFPB JP. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, 2009. SOARES, M. H. F. B. O lúdico em Química: jogos e atividades aplicados ao ensino de Química. Tese (Doutorado em Ensino de Química), 2004. 71f. Universidade Federal de São Carlos, São Paulo. 2004. ZANON, D. A. V.; GUERREIRO, M. A. S.; OLIVEIRA, R. C. Jogo didático Ludo Químico para o ensino de nomenclatura dos compostos orgânicos: projeto, produção, aplicação e avaliação. (UNESP)-Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Campus Araraquara- São Paulo, 2008.