Palavras-Chave: Educação. Direitos Humanos. Projetos Pedagógicos.

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Transcrição:

A EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS NOS PROJETOS PEDAGÓGICOS DOS CURSOS DE LICENCIATURA DA UFMS Gisele Melo Sanchesr 1 Sanches.m.gisele@gmail.com Ynes da Silva Félixr 2 ynesil@hotmail.com Resumo: Em 1996, com a implantação do 1º Programa Nacional de Educação em Direitos Humanos PNDH-1, a Educação em Direitos Humanos tornou-se uma política pública no Brasil. Hoje, vigora o PNDH-3, que estabelece, como resultado de umas das suas ações programáticas, as Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos DNEDH, que determina às universidades inserir a Educação em Direitos Humanos nos projetos pedagógicos de seus cursos de graduação, sendo um conteúdo obrigatório nos cursos, destinado à formação de educadores, neste caso, as licenciaturas. Contudo, não existe um estudo a respeito da incorporação de Temas de Direitos Humanos nos projetos pedagógicos da UFMS, até o momento. Dessa forma, este trabalho investiga se a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul UFMS cumpre o estabelecido nas Diretrizes para a Educação em Direitos Humanos, ou seja, se, nos Projetos Pedagógicos dos cursos de Licenciatura da UFMS, estão sendo respeitados os procedimentos contidos nas DNEDH, no que tange à inserção da Educação em Direitos Humanos no currículo do curso, seja essa inserção de forma transversal ou como uma disciplina específica. Foram analisados os Projetos Pedagógicos de 46 (quarenta e seis) cursos de Licenciatura, na modalidade presencial, abrangidos os cursos das áreas de Humanas, Exatas e Biológicas, ofertados pela UFMS em 9 (nove) cidades do Mato Grosso do Sul. Os dados foram coletados a partir da consulta das Resoluções do Conselho de Ensino de Graduação que aprovaram os Projetos Pedagógicos dos cursos. Após a análise, foi possível perceber que os temas de Direitos Humanos encontram-se em alguns cursos, porém, esse número representa um percentual de 12% apenas. Ou seja, bem abaixo do que se espera de uma instituição pública de ensino superior. Apesar de os resultados apresentados estarem aquém do esperado, a UFMS tem desenvolvido ações para a instauração da Educação em Direitos Humanos, uma vez que 6 (seis) cursos já estão atendendo as DNEDH, e 9 (nove) cursos já trazem, por meio de disciplinas optativas, temas relacionados aos Direitos Humanos. Licenciaturas. Palavras-Chave: Educação. Direitos Humanos. Projetos Pedagógicos. 1 Especialista em Educação em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 2 Doutora em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Grupo de Trabalho: GT 4- EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS E INCLUSÃO. Problema da Pesquisa: A Educação em Direitos Humanos tornou-se uma política pública no Brasil com a implantação do 1º Programa Nacional de Educação em Direitos Humanos PNDH-1, em 1996, após recomendação das Nações Unidas na Conferência Mundial de Direitos Humanos ocorrida em Viena em 1993. Atualmente, vige o 3º Programa Nacional de Educação em Direitos Humanos PNDH-3, instituído em 2009, por meio do Decreto nº 7.037/2009, que estabelece e ações programáticas para a implementação de uma política de Estado para os Direitos Humanos. Como resultado de uma das ações programáticas da diretriz número 19 (dezenove) do PNDH-3, foi editada em 30 de maio de 2012, pelo Conselho Nacional de Educação, a Resolução CNE/CP nº 1, que estabeleceu as Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos DNEDH, que devem ser observadas pelos sistemas de ensino e suas instituições. As DNEDH estabelecem que as universidades devem inserir a Educação em Direitos Humanos nos projetos pedagógicos de seus cursos de graduação, como conteúdo obrigatório nas licenciaturas. Objetivos: Gerais: investigar se a UFMS cumpre o estabelecido nas Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos; Específicos: investigar se nos Projetos Pedagógicos dos cursos de Licenciatura da UFMS estão sendo respeitados os procedimentos contidos nas DNEDH, no que tange à inserção da Educação em Direitos Humanos no currículo do curso, seja essa inserção de forma transversal ou por meio de disciplinas específicas. Metodologia: Pesquisa documental nos Projetos Pedagógicos dos 46 cursos de Licenciatura (sem distinção de área de conhecimento), na modalidade presencial, ofertados pela UFMS em 9 cidades do MS. A análise fundamentou-se no exame das Estruturas Curriculares inseridas nesses Projetos Pedagógicos, buscando primeiramente identificar se havia disciplinas cuja nomenclatura remetia a temas de Direitos Humanos, ou que possuísse essa nomenclatura

especificamente. Ainda, foram analisadas as ementas de cada disciplina da Estrutura Curricular, a fim de se identificar se continham temas que remetiam aos Direitos Humanos. Foram estabelecidos como temas de Direitos Humanos, para fins desta pesquisa, assuntos que estivessem relacionados com o respeito, a tolerância, a promoção e a valorização das diversidades (étnico-racial, religiosa, cultural, geracional, territorial, físico-individual, de gênero, de orientação sexual, de nacionalidade e de opção política, e solidariedade entre povos e nações). Resultados: A UFMS não cumpre integralmente o estabelecido nas DNEDH quanto à inserção da Educação em Direitos Humanos no currículo dos cursos de licenciaturas. Dos 46 cursos pesquisados, apenas 15 apresentaram, em seus currículos, seja diretamente ou transversalmente, conteúdos referentes aos Direitos Humanos. Desses, 9 contemplam o conteúdo apenas no rol de disciplinas optativas. Portanto, somente 6 deles contemplam temas de Direitos Humanos (disciplinas específicas ou ementas de disciplinas), no rol de disciplinas obrigatórias do curso, como exige as DNEDH. Tabela 1: Resultado da Pesquisa, contendo a relação dos cursos que atendem às DNEDH. LOCAL DE OFERTA CURSO HISTÓRIA CAMPO GRANDE - CCHS LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO AQUIDAUANA - CPAQ LICENCIATURA INTERCULTURAL INDÍGENA NAVIRAÍ - CPNV

Gráfico 1 Percentual de cursos que atendem às DNEDH Atendem Não Atendem 12% 88% Considerações Finais: É necessário que a UFMS adote medidas visando à revisão de seus currículos e proponha ações para que a Educação em Direitos Humanos esteja presente em seus cursos, como preconiza a positivação dos Direitos Humanos ratificada pelo Brasil. Uma vez que, por força das novas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de licenciatura, instituída por meio da Resolução CNE/CP nº 2, de 1º de julho de 2015, as Instituições de Ensino têm até julho de 2017 para adequar os projetos pedagógicos dos seus cursos de licenciatura, particularmente, em relação à inclusão de temas de Direitos Humanos. Em caso de descumprimento, poderão ser suspensas as autorizações, reconhecimentos ou renovações de reconhecimento de seus cursos concedidas pelo Ministério da Educação, pois a inclusão de conteúdos de Direitos Humanos nos Currículos dos cursos compõe um dos indicadores do Instrumento de Avaliação de Cursos do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior Sinaes. Referências: BENEVIDES. Maria Victória. Educação em Direitos Humanos: de que se trata? Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/etica/9_benevides.pdf. Acesso em 16 ago. 2016. CANDAU, Vera Maria. Educação em Direitos Humanos: desafios atuais. In: SILVEIRA, Rosa Maria Godoy [et al] (Orgs.). Educação em Direitos Humanos: Fundamentos teóricometodológicos. João Pessoa: Editora Universitária, 2007. p. 399-412.

MAGENDZO K., Abraham. La educación en derechos humanos en américa latina: Una mirada de fin de siglo. Artigo disponível em http://www.derechoshumanos.unlp.edu.ar/assets/files/documentos/la-educacion-en-derechoshumanos-en-america-latina-una-mirada-de-fin-de-siglo-abraham-magendzo.pdf. Acesso em: 16 ago. 2016. RABENHORST, Eduardo R. O que são Direitos Humanos? In: Direitos Humanos: capacitação de educadores / Zenaide, Maria de Nazaré Tavares, [et al] (Orgs.). João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 2008, p. 13 a 21. TAVARES, Celma. Educar em direitos humanos, o desafio da formação dos educadores numa perspectiva interdisciplinar. In: SILVEIRA, Rosa Maria Godoy [et al] (Orgs.). Educação em Direitos Humanos: Fundamentos teórico-metodológicos. João Pessoa: Editora Universitária, 2007. p.487-503.