AVALIAÇÃO DA MEMÓRIA EM IDOSOS: ESTUDO TRANSVERSAL

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Transcrição:

AVALIAÇÃO DA MEMÓRIA EM IDOSOS: ESTUDO TRANSVERSAL Aline Cristina da Silva¹; Geovana Mellisa Castrezana Anacleto²; Adriana Aparecida Ferreira de Souza³ Estudante do curso de Psicologia; aline.cristina@ymail.com¹ Professor da Universidade de Mogi das Cruzes; geovana_castrezana@hotmail.com² Professor da Universidade de Mogi das Cruzes; adrianaaf@umc.br³ Área do Conhecimento: Processos de Aprendizagem, Memória e Motivação Palavras-chave: Envelhecimento; Cognição; Recordação INTRODUÇÃO Para Fechini e Trompieri (2012) as variações do envelhecimento dependem do seu estilo de vida, condições socioeconômicas e doenças crônicas, cada um encara o envelhecimento de uma forma diferente. A velhice é caracterizada por aspectos cronológicos, biológicos, psicológicos e culturais de um indivíduo. A capacidade de adquirir e armazenar informação é uma das principais características do envelhecimento saudável. Esta função afeta diretamente o idoso em relação ao seu bem-estar psicológico e social. As queixas mais frequentes em relação ao idoso é a dificuldade em armazenar sua rotina diária. As dificuldades são observadas em relação à evocação e não quanto ao armazenamento da memória, além das dificuldades na formação de memória de curto prazo (CHARIGLIONE, 2014). OBJETIVOS Avaliar a memória dos idosos residentes na região do Alto Tietê comparando-os de acordo com o nível educacional. Especificamente: (1) verificar o perfil sócio-econômicodemográfico dos idosos participantes; (2) avaliar e categorizar os níveis de memória e comparar de acordo com os níveis de escolaridade. METODOLOGIA Participantes: Amostra composta por conveniência, abordagem e coleta de dados realizada nas dependências da CECERFI. Participaram 35 idosos, todos residentes do Alto Tietê, SP, sendo 60% (N=21) mulheres e 40% homens (N=14). Entre as mulheres, a idade variou de 61 a 97 anos, sendo a média de idade 75 (dp=8,33) e os homens tiveram média de 71 anos (dp=8,30) e a amplitude entre 60 e 84 anos. Material: Foram utilizados os seguintes instrumentos: Questionário sociodemográficos: caracterização da amostra. Teste Memória da Lista de Palavras: avalia a memória episódica e os resgates consecutivos avaliam a curva de aprendizagem. (RIBEIRO et al., 2010). Mini Exame do Estado Mental MEEM: verificação da orientação cognitiva em idosos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Fluência Verbal: avalia funções executivas, memória semântica e linguagem (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Subteste Dígito: investiga as habilidades de recordação e repetição imediata (WAIS III, 1997). Teste Evocação Tardia da Lista de Palavras: avalia a capacidade de consolidação na memória de longo prazo (RIBEIRO et al., 2010). Procedimento: Após aprovação do Comitê de Ética, foi contatada a instituição, bem como os participantes. A todos foram apresentados o projeto e solicitado o consentimento por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A coleta foi feita individualmente, em única sessão. Após análise dos dados sociodemográficos, os

resultados dos testes de memória, foram trabalhados a partir do escore bruto, sendo aplicado o teste Mann-Whitney Wilcoxon para amostras independentes. RESULTADOS/DISCUSSÃO Quanto ao estado civil, verificou-se que são casados 65,71%, são viúvos 25,71%, divorciados 5,71% e 2,86% são solteiros. Entre as mulheres 47,62% são casadas, tendo o mesmo estado civil 92,86% dos homens. Já 38,10% das mulheres são viúvas, 9,52% divorciadas e 4,76% solteiras. Sendo o restante dos homens viúvos, representando apenas 7,14%. Em relação a convivência dos idosos, 91,43% residem acompanhados, sendo a maioria apenas pelo cônjuge, 31,43%. Seguido pela convivência do cônjuge e filhos ou somente filhos, representando 22,86 cada, 11,43% convivem com cônjuge, filhos e netos e apenas 2,86 com outros familiares. Quanto a ocupação, 71,43% dos idosos são aposentados, 17,14% são pensionistas, comerciante ou doméstica, sendo 5,14% cada um e 11,43% têm outras ocupações. Entre os participantes aposentados, 62,50% são mulheres (N=15) e 27,50% são homens (N=9). A amplitude do tempo de aposentadoria é <1 a 65 anos, sendo a média de 17,11 anos (dp=17,03). As mulheres têm média 20,16 anos de aposentadoria (dp=18,78) e os homens 11 anos (dp=9,83). Quanto à renda, 60% apresentam renda maior que três salários mínimos, 28,58% renda de até um e até três salários mínimos, sendo 14,29% cada um, 8,57% não informaram e apenas 2,86% apresentam renda de até dois salários mínimos. Dentre os participantes, 63,83% sinalizaram ter doenças crônicas, deste grupo, 63,64% são mulheres e 36,36% são homens. O uso de medicação contínua foi sinalizado por 80% dos participantes. Houve menção a 52 participações de atividade em grupo, o que representa 1,48 atividades por participante. A participação em atividades físicas é de 59,62%, em atividades religiosas 17,31%, outras atividades 9,62%, trabalhos voluntários 7,69% e não participam de nenhum grupo apenas 5,77%. Os resultados referentes aos níveis de memória foram comparados em relação aos níveis de escolaridade. Neste estudo a escolaridade foi caracterizada em três níveis, compostas pelos seguintes anos de estudo: Ensino Fundamental (1ª a 8ª série), Ensino Médio (1º ao 3º ano) e Ensino Superior (cursos tecnólogos, licenciatura e bacharéis). Participaram 42,86% idosos declarantes de Ensino Superior, 28,57% com Ensino Fundamental e 28,57% com Ensino Médio. Em estudo com 100 idosos em uma USF, com o objetivo de analisar fatores determinantes de um envelhecimento ativo e a relação com a independência funcional, Ferreira et al. (2012) encontraram resultados diferentes quanto a escolaridade, sendo 40% dos idosos não alfabetizados e 48% declararam ter o Ensino Fundamental incompleto. Foi aplicado o teste Mann-Whitney Wilcoxon para o Teste Memória da Lista de Palavras de acordo com escolaridade e não foram identificadas diferenças estatísticas significativas entre os grupos, apesar das médias de pontuação alcançadas aumentarem de acordo com o nível de escolaridade. Em estudo sobre o desempenho de idosos na bateria cognitiva CERAD, do qual participaram 158 idosos, média de idade 70,2 anos e média de escolaridade de 7 anos, verificou-se resultados similares, a média encontrada foi de 15,5 (dp=4,7) e desempenhos cognitivos relacionados a mais anos de escolaridades, menor idade e convivência com companheiro, na maior parte dos testes (RIBEIRO et al., 2010). Em relação ao MEEM, foi possível verificar novamente que há evolução, mediante a progressão do nível educacional. Aplicado o teste estatístico, os resultados demonstram que o Ensino Fundamental em relação ao Ensino Médio e Ensino Superior apresentaram diferença estatisticamente significante, mas não foi constatada diferença entre o Ensino Médio e Ensino Superior. Domiciano et al. (2014) analisaram a relação entre idade, escolaridade e potenciais perdas cognitivas em idosas residentes em instituições de longa permanência, utilizando o MEEM. Participaram 24 idosas, e a escolaridade e a idade

foram os fatores mais influentes na pontuação do MEEM, demonstrando também que mesmo níveis baixos de educação formal, proporcionam melhor desempenho cognitivo global. Os resultados para o Fluência Verbal, também ocorreram aumento por nível de escolaridade. Foi aplicado o teste estatístico e foi possível verificar que há diferença significante, apenas entre o nível Fundamental e Superior. Em um estudo sobre queixa mnemônicas dos idosos e a relação com a escolaridade, além da associação a desempenho cognitivo e sintomas de depressão e ansiedade, Paulo e Yassuda (2009), utilizaram 13 instrumentos, dentre eles o Teste de Fluência Verbal. Participaram do estudo 67 idosos, divididos em três grupos de acordo com a escolaridade, os resultados encontrados são inferiores, mas similares ao desta pesquisa, sendo que o grupo com até oito anos de escolaridade apresentou média de 15,80 (dp=4,36) e acima de nove anos de escolaridade, 17,66 de média (dp=4,25). Os resultados do Dígitos mostram aumento gradual por escolaridade. Foi aplicado o teste Mann-Whitney Wilcoxon, que demonstrou diferença estatisticamente significante entre todos os grupos. Em estudo sobre avaliação da função executiva em idosos, utilizando os subteste da escala WAIS-III (Banhato e Nascimento, 2007), participaram 346 idosos, as médias encontradas para idosos com oito anos ou mais de estudos foi de 11,70 (dp=3,87), discretamente mais baixas em relação a este estudo, porém os resultados encontrados para idosos analfabetos, média de 10,86 (dp=4,63), ficou acima da categoria Ensino Fundamental, no qual representa até oito anos de estudos. Aplicado o Teste Evocação Tardia da Lista de Palavras foi possível observar sensível aumento de pontuação por nível de escolaridade, aplicado o teste Mann-Whitney Wilcoxon, foi possível observar que houve diferenças estatisticamente significantes em relação as categorias de ensino fundamental e ensino superior, bem como ensino médio e ensino superior. Ribeiro et al. (2010) encontraram resultados similares no estudo Desempenho de idosos na bateria cognitiva CERAD: relações com variáveis sociodemográficas e saúde percebida, os resultados da evocação tardia da lista de palavras obtiveram média 5,2 (dp=2,5) para idosos com média de escolaridade de 7 anos. CONCLUSÃO Houve maior participação do gênero feminino, nível de escolaridade Superior, casados, residentes com cônjuge, a maioria aposentados, com renda mensal maior de três salários mínimos, alguma doença crônica, usuário de medicação contínua e participante de grupos sociais. No Teste Lista Memória de Palavras, todos os grupos ficaram acima da média de acertos, quanto ao MEEM, nenhum nível educacional atingiu a média proposta de 28 pontos para 7 anos ou mais de escolaridade. No Fluência Verbal o Ensino Médio e Superior, ficaram acima da pontuação proposta de 15 acertos, no Dígitos, todos os níveis de escolaridade apresentaram diferença estatisticamente significantes e no Teste Evocação Tardia da Lista de Palavras, não houve diferença significante apenas entre Ensino Fundamental e Médio. Todos os testes tiveram aumento no desempenho ligado a escolaridade, pode-se afirmar que quanto mais anos de estudo, observa-se um fator protetor ao declínio cognitivo. A maioria dos idosos eram praticantes de atividade física, variável que pode estar relacionada aos níveis de memória, visto que há na literatura pesquisas indicando o mesmo, mas que não foram contemplados neste estudo. Um fator limitador deste estudo está ligado a uma pequena amostra e o corte transversal não possibilita o acompanhamento da mesma. Sugere-se novos estudos visto que a literatura tem declinado, sendo necessário a atualização dos instrumentos para avaliação do idoso e também compreensão do pesquisador e profissional da saúde, para identificar variáveis ligadas diretamente ao declínio cognitivo, principalmente a memória que é fator essencial para a manutenção da autonomia de vida e também o favorecimento na identificação de

fatores protetivos para prevenção e promoção da saúde em todas as fases da vida, não somente durante a velhice. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BANHATO, Eliane Ferreira Carvalho. NASCIMENTO, Elizabeth do. Função executiva em idosos: um estudo utilizando subtestes da Escala WAIS-III. Psico-USF, v. 12, n. 1, p. 65-73, jan./jun. 2007 CHARIGLIONE, Isabelle Patriciá Freitas. Intervenções cognitivas para o aprimoramento da memória em idosos com envelhecimento cognitivo normal. Brasilia, Universidade de Brasília: 2014. CORDEIRO, Juliana. CASTILLO, Bruna Lenciana Del. FREITAS, Caroline Silva de. GONÇALVES, Maria Pereira. Efeitos da atividade física na memória declarativa, capacidade funcional e qualidade de vida em idosos. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, 2014; 17(3):541-552 DOMICIANO, Bruno Ricarth. BRAGA, Darling Kescia Araújo Peixoto. SILVA, Paula Negrão da Silva. VASCONCELOS, Thiago Brasileiro de. MACENA, Raimunda Hermelinda Maia. Escolaridade, idade e perdas cognitivas de idosas residentes em instituições de longa permanência. Revista Neurociências, 2014;22(3):330-336 FECHINE, Basílio Rommel Almeida. TROMPIERI, Nicolino. Processo de envelhecimento: as principais alterações que acontecem com o idoso com o passar dos anos. Revista Cientifica Internacional. Ceará. Edição 20, volume 1, artigo nº 7, Janeiro/Março 2012. FERREIRA, Olívia Galvão Lucena. MACIEL, Silvana Carneiro. COSTA, Sônia Maria Gusmão SILVA, Antonia Oliveira. MOREIRA, Maria Adelaide Silva Paredes. Envelhecimento ativo e sua relação com a independência funcional. Texto Contexto Enfermagem, Florianópolis, 2012 Jul-Set; 21(3): 513-8. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 192 p. il. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica, n. 19). PAULO, Débora Lee Vianna. YASSUDA, Mônica Sanches. Queixas de memória de idosos e sua relação com a escolaridade, desempenho cognitivo e sintomas de depressão e ansiedade. Revista de Psiquiatria Clínica USP. 2010;37(1):23-6 RIBEIRO, Priscila Cristina Correa. OLIVEIRA, Beatriz Helena Domingos. CUPERTINO, Ana Paula Fabrino Bretas. NERI, Anita Liberalesso. YASSUDA, Mônica Sanches. Desempenho de Idosos na Bateria Cognitiva CERAD: Relações com Variáveis Sociodemográficas e Saúde Percebida. Psicologia: Reflexão e Crítica, São Paulo, 23(1), 102-109. 2010. WECHSLER, David. WAIS III: Escala de Inteligência Wechsler para Adultos; WMS III: Escala de Memória Wechsler: manual técnico / David Wechsler; [tradução Maria Cecília de Vilhena Moraes Silva]. - - São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.

AGRADECIMENTOS AGRADEÇO A UMC NÃO SOMENTE PELO AUXÍLIO FINANCEIRO, MAS POR OPORTUNIZAR O ACESSO E INCENTIVO AO CONHECIMENTO PARA ALÉM DA SALA DE AULA. ÀS MINHAS ORIENTADORAS: ADRIANA E GEOVANA, POR TODA DISPOSIÇÃO, INCENTIVO, AMIZADE E DIRECIONAMENTO NOS MOMENTOS DE ALEGRIA E PRINCIPALMENTE DE DESESPERO. À MINHA FAMÍLIA POR TODA COMPREENSÃO E AMPARO, DIA E NOITE. À EQUIPE CECERFI QUE ABRIU AS PORTAS PARA A COLETA DE DADOS E AOS PARTICIPANTES. AOS MEUS AMIGOS BRUNO E NATALY QUE ME AJUDARAM INTEGRALMENTE NESTA JORNADA.