As reflexões aqui passadas a palavras do Prof. Doutor Carlos Pereira Alves

Documentos relacionados
MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS

Introdução. Procura, oferta e intervenção. Cuidados continuados - uma visão económica

O SMMP oferece aos seus associados uma apólice de Internamento Hospitalar, com as seguintes características:

Condições de acesso ao Programa de Passageiro Frequente TAP Victoria para Clientes do Banco Popular

PERGUNTAS MAIS FREQÜENTES SOBRE VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)

INTERVENÇÃO DE SUA EXCELÊNCIA O MINISTRO DAS OBRAS PÚBLICAS, TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES. Eng. Mário Lino. Cerimónia de Abertura do WTPF-09

A Secretária de Estado dos Transportes. Ana Paula Vitorino

PERÍODO AMOSTRA ABRANGÊNCIA MARGEM DE ERRO METODOLOGIA. População adulta: 148,9 milhões

SÍNTESE DAS CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Após 41 anos de descontos e 65 de idade reformei-me. Fiquei com UMA SÓ reforma calculada a partir dos descontos que fiz nesses 41 anos.

PROJECTO DE LEI N.º 351/XI

Conversas de Fim de Tarde

Investimento Directo Estrangeiro e Salários em Portugal Pedro Silva Martins*

Programa Portugal no Coração

OFICIAL DA ORDEM MILITAR DE CRISTO MEDALHA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E BONS SERVIÇOS. Circular n.º 023-A/2014 Portal F.P.T. - Inscrições (Aditamento)

Serviço Nacional de Saúde

PROGRAMA PORTUGAL NO CORAÇÃO REGULAMENTO

A visão Social da Previdência Complementar. Palestrante: Henda Mondlane F. da Silva

TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) PERGUNTAS MAIS FREQÜENTES

Liberalização da escolha «medida inevitável» para uns, «ratoeira» para outros

Encontro Eficiência Energética na Mobilidade Eléctrica: O que o público e os actores do sector pensam

Entrevista com BPN Imofundos. António Coutinho Rebelo. Presidente. Com quality media press para LA VANGUARDIA

III PROGRAMA DE ESTÁGIOS DE VERÃO AEFFUL

MESTRADO EM DESPORTO, ESPECIALIZAÇÕES EM TREINO DESPORTIVO, CONDIÇÃO FÍSICA E SAÚDE, DESPORTO DE NATUREZA, EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Folha Informativa nº 121

Debate Quinzenal Economia Intervenção do Primeiro-Ministro José Sócrates

Empreendedorismo De uma Boa Ideia a um Bom Negócio

Globalização e solidariedade Jean Louis Laville

Senhor Presidente da Assembleia Senhoras e Senhores Deputados Senhor Presidente do Governo Regional Senhora e Senhores Membros do Governo

Fazendo a diferença nos Serviços de Saúde: Visão do Técnico Especialista

IX Colóquio Os Direitos Humanos na Ordem do Dia: Jovens e Desenvolvimento - Desafio Global. Grupo Parlamentar Português sobre População e

SINDICATO DOS MÉDICOS DA ZONA SUL

Amares Anos 60 Festas de S. António Foto Kim Amares Amares na actualidade Arquivo BE ESA

W W W. G U I A I N V E S T. C O M. B R

OS LIMITES DO ENSINO A DISTÂNCIA. Claudson Santana Almeida

Desigualdade Económica em Portugal

MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES Gabinete do Ministro INTERVENÇÃO DE SUA EXCELÊNCIA O MINISTRO DAS

Checklist de Segurança em Endoscopia Digestiva. Elsa Monteiro UTG Centro Hospitalar de Setúbal EPE

Partido Popular. CDS-PP Grupo Parlamentar. Projecto de Lei nº 195/X. Inclusão dos Médicos Dentistas na carreira dos Técnicos Superiores de Saúde

em nada nem constitui um aviso de qualquer posição da Comissão sobre as questões em causa.

PROJECTO DE LEI N.º 125/IX ACESSO UNIVERSAL À INTERNET EM BANDA LARGA. Exposição de motivos

Discurso do Sr. Governador do BCV, Dr. Carlos Burgo, no acto de abertura do Seminário sobre Bureau de Informação de Crédito

Discurso de Sua Excelência o Governador do Banco de Cabo Verde, no acto de abertura do XIII Encontro de Recursos Humanos dos Bancos Centrais dos

Modelos de gestão: eficiência, acessibilidade e clinical governance. Pedro Pita Barros

1. Tradicionalmente, a primeira missão do movimento associativo é a de defender os

6.º Congresso Internacional dos Hospitais. Inovar em Saúde Mito ou realidade?

Só você pode responder a esta pergunta.

Objectivos Proporcionar experiências musicais ricas e diversificadas e simultaneamente alargar possibilidades de comunicação entre Pais e bebés.

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

POLITICA SINDICAL Lisboa, 16 de Dezembro de Novo CCT para o Setor Segurador

Como economizar dinheiro negociando com seu banco. negociecomseubanco.com.br 1

P R E M I S S A S P A R A E L A B O R A Ç Ã O D E C O N T R A T O D E P R E S T A Ç Ã O D E S E R V I Ç O S D E A R Q U I T E C T U R A

PHC Serviços CS. A gestão de processos de prestação de serviços

ABCEducatio entrevista Sílvio Bock

DISCURSO DE SUA EXCELÊNCIA, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

REU IÃO I FORMAL DOS CHEFES DE ESTADO E DE GOVER O DE 7 DE OVEMBRO VERSÃO APROVADA

República de Angola DNME/MINSA/ ANGOLA

I ENCONTRO NACIONAL DAS EMPRESAS DO SECTOR DA CONSTRUÇÃO E IMOBILIÁRIO Lisboa, 5 de Junho de 2012


ESTÁGIO DE INTEGRAÇÃO À VIDA PROFISSIONAL II 4.º ANO - ANO LECTIVO 2008/2009

NERSANT Torres Novas. Apresentação e assinatura do contrato e-pme. Tópicos de intervenção

Acompanhamento de preços de produtos para a saúde é desnecessário e prejudicial ao mercado

Desigualdade Económica em Portugal

OCUPAÇÃO CIENTÍFICA DE JOVENS NAS FÉRIAS

Senhor Ministro da Defesa Nacional, Professor Azeredo Lopes, Senhora Vice-Presidente da Assembleia da República, Dra.

ÁREA A DESENVOLVER. Formação Comercial Gratuita para Desempregados

Tendo isso em conta, o Bruno nunca esqueceu que essa era a vontade do meu pai e por isso também queria a nossa participação neste projecto.

BOLETIM ESCLARECIMENTOS Anuidade de a

A evolução da espécie humana até aos dias de hoje

Procedimentos legais de justificação das faltas por doença novo regime

Como construir um Portfólio Reflexivo de Aprendizagens?

INQUÉRITO SOBRE OS SISTEMAS DE FINANCIAMENTO, SUPORTE, E FORNECIMENTO DE SERVIÇOS DO SECTOR DE SAÚDE

Exmo. Senhor Bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique, Exmos. Senhores Membros dos Corpos Directivos da Ordem dos Advogados de Moçambique,

PROTOCOLO FIDELIDADE S.A.

IV Fórum do Sector Segurador e Fundos de Pensões. Lisboa, 15 de Abril de 2009

Apoios à Reabilitação de Edifícios: a iniciativa Jessica Seminário Tektónica Maio 2012, FIL, Lisboa

Novo Aeroporto de Lisboa e privatização da ANA

Taylor e a Organização Científica do Trabalho

PROJECTO DE RESOLUÇÃO N.º 255/IX RECOMENDA AO GOVERNO A TOMADA DE MEDIDAS COM VISTA AO DESENVOLVIMENTO DO SOFTWARE LIVRE EM PORTUGAL

Gabinete do Governador e dos Conselhos

Montepio, Portugal. Tecnologia de recirculação de notas na optimização dos processos de autenticação e de escolha por qualidade

MOVIMENTO MENOS UM CARRO PEDALAR NUMA CIDADE COM SETE COLINAS

O CHCB emprega mais de 1400 colaboradores;

uma vez que estamos a falar de uma instituição com altos standards formativos, reconhecida e operante em todo o mundo.

Sendo manifesto que estas incertezas e insegurança económica sentidas por. milhões de cidadãos Portugueses e Europeus são um sério bloqueio para o

A aceitação foi surpreendente, como revelam os números de acessos a seus programas, que podem se dar no site da TV ou via youtube.

Comemorações do 35º Aniversário do Banco de Cabo Verde. Conferência internacional sobre A mobilização de oportunidades no pós-crise

Os modelos de financiamento da saúde e as formas de pagamento aos hospitais: em busca da eficiência e da sustentabilidade

VESTIBULAR: Uma escolha profissional que interliga a família e a escola

Projecto de Lei n.º 408/ X

Comentário ao Documentário Portugal Um Retrato Social

22 de Maio de 2013 Centro de Congressos de Lisboa, Auditório II. Discurso de abertura

Senhor Dr. João Amaral Tomaz, em representação do Senhor Governador do Banco de Portugal,

Mais um ano Mais Recordes

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS E DE PROJECTOS PEDAGÓGICOS

Antes de mais gostaria, Sr. Presidente, de desejar-lhe os maiores sucessos no exercício das suas funções, bem como ao jovem IX Governo Regional dos

Em ambos os casos estão em causa, sobretudo, os modos de relacionamento das empresas com os seus múltiplos stakeholders.

Transcrição:

As reflexões aqui passadas a palavras do Prof. Doutor Carlos Pereira Alves 30 Janeiro 2015 Texto: Carlos Gamito carlos.gamito@iol.pt Fotografia: Rita Santos Paginação e Grafismo: Marisa Cristino geral@apdh.pt

O Prof. Doutor Carlos Pereira Alves, médico-cirurgião e co-fundador da APDH, transformou as suas reflexões em palavras que, pela importância que encerram, devem servir de reflexão aos responsáveis pelo sector da saúde em Portugal Foram palavras cheias de palavras. Palavras claras e substantivas que corporizaram esta que foi uma longa entrevista mas que, por tão longa, lamentavelmente não a podemos transcrever integralmente aqui. E não a podemos transcrever porque também no formato digital o jornalismo obedece a regras. Regras que devem ser observadas para salvaguarda da fadiga e consequente desinteresse do leitor quando confrontado com textos densos e extensos. Mas dentro da sintetização a que sujeitámos a conversa, ficam as asseverações mais significativas deixadas pelo Prof. Doutor Carlos Pereira Alves. Carlos Pereira Alves foi licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto no ano de 1968 e, no ano de 2000, foram-lhe impostas as insígnias de Doutor. A Medicina, à semelhança da Cirurgia, na hora das decisões desaguaram na mesma corrente: a Paixão. Num passado recente era reiterada a consideração que os médicos-cirurgiões eram os patrões da medicina. O Professor Carlos Pereira Alves explicou-nos porquê: «Sim, esse conceito é resultante das características próprias da cirurgia, a qual encerra em si, de maneira perfeita, a simbiose da Medicina como Ciência e Arte. A cirurgia permite verificar de maneira real a patologia em causa e o seu tratamento. A cirurgia exige treino e destreza manual para executar as técnicas, mas estas devem ser pensadas antes, durante e depois da sua execução.» Porque nesta fase a conversa estava centrada na Cirurgia, o Professor recordou: «Como lhe referi, licenciei-me no Porto, na Faculdade de Medicina. A par dos meus Professores, o Dr. Gomes de Almeida, uma das figuras marcantes da Cirurgia portuense, mostrou-se como uma 2

influência definitiva na minha paixão pela Cirurgia bem como olhar a Cirurgia como coisa mental e profissão romântica, e mais tarde lançar um olhar continuado e sedimentado nos Hospitais Civis de Lisboa e sobretudo no Hospital dos Capuchos, com o Professor Alves Pereira. É com imensa saudade que os recordo, assim como recordo esse tempo». O PROGRESSO TROUXE, ENTRE MUITOS OUTROS BENEFÍCIOS, A CIRURGIA DE AMBULATÓRIO, E O PROFESSOR EXEMPLIFICOU UMA DAS INÚMERAS VANTAGENS DESTA NOVA PRÁTICA Grandes avanços têm-se verificado na tecnologia, mas caberá dizer-lhe que a Cirurgia não se limita a actos técnicos. A Cirurgia, como já lhe referi, encerra muita arte, e esta arte é feita com respeito pelos conhecimentos e evidências científicas, afirmou-nos o Professor A longa carreira do Professor vivenciada no mundo das práticas cirúrgicas suscitou-nos perguntar-lhe se, à semelhança da Medicina em geral, também a Cirurgia conheceu avanços significativos no âmbito das suas técnicas. O Professor Carlos Pereira Alves, com o olhar colado no passado, deixou-nos uma resposta bem esclarecedora: «São muitos os momentos em que faço reflexões sobre o progresso, e devo afirmar-lhe que o progresso e evolução do conhecimento são inevitáveis e essenciais, mas também não posso deixar de dizer que o progresso encerra aspectos negativos e por vezes perversos, e é nossa obrigação evitar os perversos e reduzir os negativos.» E sublinhou: «Grandes avanços têm-se verificado na tecnologia, mas caberá dizer-lhe que a Cirurgia não se limita a actos técnicos. A Cirurgia, como já lhe referi, encerra muita arte, e esta arte é feita com respeito pelos conhecimentos e evidências científicas.» Ainda a este propósito o Professor fez questão de destacar que os acentuados progressos no território farmacológico e técnico, nomeadamente na área anestesiológica, ofereceram excepcionais condições para que as práticas cirúrgicas conhecessem avanços inimagináveis há duas décadas, sendo que um dos exemplos mais expressivos é a Cirurgia de Ambulatório. 3

De entre outros casos que podiam servir para exemplificar a importância da Cirurgia de Ambulatório, o Professor socorreu-se da sua prática diária no tratamento cirúrgico das doenças venosas e evidenciou: «No passado, quando iniciei a minha actividade cirúrgica, um doente para ser operado a varizes tinha que ser internado para estudo clínico, análises, electrocardiograma e radiografia de tórax. Depois realizávamos a cirurgia, seguida de um período de internamento nunca inferior a dez, quinze dias. Hoje opero um doente às varizes no período da manhã e ao fim do dia regressa a casa e, no dia seguinte está em perfeitas condições de retomar a sua vida normal. São substanciais as vantagens decorrentes deste extraordinário avanço da Medicina, o qual beneficia não só o doente como os profissionais e as próprias instituições prestadoras de cuidados de saúde. Este é um exemplo de como o avanço dos conhecimentos se reflete na prática clínica e nos custos inerentes. Costumo dizer que a boa prática clínica é a melhor medida de economia em saúde.» UM OLHAR AO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE E O ALARGAMENTO, FACULTATIVO, À POPULAÇÃO EM GERAL, DO SUBSISTEMA DE SAÚDE ADSE O Serviço Nacional de Saúde foi objecto de uma profunda análise deste médico que apresenta no seu vasto currículo uma longa carreira a nível hospitalar e, atente-se, o Professor Carlos Pereira Alves defende o alargamento à população em geral do subsistema de saúde ADSE O Serviço Nacional de Saúde, fruto da crise económica que assola a Europa em geral e o País em particular, está a ser flagelado conforme tem sido amplamente divulgado com medidas ditas adulteradoras do sistema, o que nos levou a instar a opinião do Professor Carlos Pereira Alves. A sua resposta foi peremptória: «A essência do Serviço Nacional de Saúde assenta no pressuposto da Constituição Portuguesa de que todo o cidadão deve ter direito universal e gratuito na assistência à saúde, não dando lugar a qualquer preocupação, por parte do cidadão, no plano financeiro, quando está doente. Ora bem: o cidadão tem direito universal e gratuito, mas na minha opinião esta gratuidade tem sido extremamente mal interpretada. E 4

mal interpretada porquê? Porque a prestação de cuidados, ao contrário do que se possa pensar, não e nem nunca foi gratuita. O Serviço Nacional de Saúde é financiado por uma parte dos impostos a que todos estamos obrigados a pagar, e é esse dinheiro que garante a assistência na doença quando tal for necessário. O problema coloca-se na altura do pagamento, se deve ser pago pelo cidadão enquanto pessoa saudável, através dos impostos, ou quando está doente, fragilizado e vulnerável no recurso ao hospital ou centro de saúde. O pagamento a montante é o princípio do Serviço Nacional de Saúde que se configura como um Seguro Nacional de Saúde. Estou convicto que o cidadão aceita este pagamento desde que verifique na prática a sua aplicação.» A terminar o seu raciocínio, o Professor Carlos Pereira Alves referiu que os custos com a saúde serão inevitavelmente crescentes devido aos já mencionados avanços tecnológicos, novos medicamentos e aumento da esperança de vida, o que deve ser equacionado aquando do financiamento do Ministério da Saúde e na definição de prioridades. Investimento na saúde é sem qualquer dúvida um investimento rentável, com custo-benefício altamente positivo. O Professor destacou também ser defensor da possibilidade de liberdade de escolha do médico por parte do doente, liberdade relativa, como todas as liberdades, mas que deve ser considerada dentro desta relatividade. É nesta problemática de financiamento de custos crescentes e liberdade de escolha que poderá considerar-se o alargamento, facultativo, à população em geral das condições oferecidas pelo subsistema de saúde ADSE. E acentuou: «Considerando os descontos para a ADSE proporcionais às remunerações e os benefícios iguais para todos, estaríamos perante um sentido de solidariedade. Podemos mesmo analisar outros serviços de saúde, como por exemplo o francês, onde esta liberdade de escolha está consignada.» Como última observação, o Professor Pereira Alves sublinhou ainda: «Na minha opinião considero alarmante e não menos preocupante a organização do trabalho hospitalar onde assistimos a um aumento crescente de médicos tarefeiros, situação que se revela perversa e contrária à essência da prática clínica, a qual assenta numa abordagem sequencial da doença e do doente, sendo que esta nefasta realidade também impossibilita por completo a actividade do ensino médico.» PORTUGAL ESTÁ REPRESENTADO EM RECONHECIDAS ORGANIZAÇÕES HOSPITALARES EUROPEIAS ATRAVÉS DA APDH O Professor Carlos Pereira Alves, na sua qualidade de co-fundador da APDH Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar, teceu uma concludente análise ao trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela Associação: «A APDH tem feito um trabalho notável, sobretudo se atendermos às condicionantes com que ao longo dos anos temos sido confrontados, no entanto todos nós, membros da direcção, sentimos algum orgulho em representarmos Portugal junto de importantes organizações hospitalares, nomeadamente a HOPE Federação Europeia dos Hospitais, e a IHF Federação Internacional dos Hospitais, onde Portugal tem a honra de integrar o seu Board of Governors e Governing Council, respectivamente». 5