Histórico Há mais de século eram plantadas no Brasil as primeiras mudas de eucalipto, árvore originária da Austrália. Desde então se originou uma história de sucesso: nascia a silvicultura brasileira. O pioneirismo coube a Navarro de Andrade, técnico da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, que em 1903 trouxe mudas da nova espécie para plantio em Rio Claro, SP. Seu objetivo era encontrar uma solução para a produção de dormentes e de madeira exigidos pela ferrovia. Naquela época, apenas as terras roxas, cobertas por florestas, eram desbravadas para uso agrícola. As áreas de vegetação menos abundantes, cerrados com solos arenosos e fracos na fertilidade natural, restavam marginais. Foi a sorte do eucalipto. Mesmo plantadas em solos considerados pobres, suas árvores manifestaram um vigor de crescimento surpreendente, superando seus ancestrais australianos. Assim, vários hortos florestais foram implantados no estado. As frondosas florestas de eucalipto faziam sua fama ao substituir as árvores raquíticas do cerrado paulista. Com as espécies de pinheiro (pinus elliottii e pinus tedae) ocorreu semelhante história. Trazidas dos EUA em 1947, logo se manifestaram com excepcional performance, adaptando-se especialmente nas regiões mais frias do país, a exemplo do Paraná e de Santa Catarina. Os Incentivos Fiscais Até 1965 a silvicultura nacional viveu sua fase inicial. Nesse ano, as estimativas indicavam 400 mil hectares plantados com eucaliptos. A partir de 1966, o governo federal estabelece um forte programa de incentivos fiscais ao reflorestamento, permitindo uma rápida expansão na atividade. Em 20 anos, 3,23 milhões de hectares foram plantados nas regiões sul e sudeste, conformando o setor florestal em grandes empresas, interessadas na madeira principalmente como matéria-prima para a fabricação de papel, a partir da extração da celulose. Surgiu também a indústria de aglomerados, compensados e chapas de
madeira, produtos utilizados na indústria moveleira. A política de incentivos fiscais, encerrada em 1986/87, representou a fase de ouro dos plantios florestais. A silvicultura se diferenciou da agronomia, surgindo faculdades próprias do saber florestal, potencializando o conhecimento científico e a pesquisa tecnológica. A Cadeia Produtiva da Floresta Plantada A celulose, segundo produto básico das florestas plantadas, é a fibra retirada da madeira através de processos químicoindustriais. Trata-se da matéria-prima fundamental para a produção de papel. A indústria de celulose e papel consome 19,3% da matéria-prima florestal, movimentando variados ramos de imprensa e gráfica (jornais, livros, cadernos escolares, talões de cheque, etc), embalagens (caixas de papelão, sacos de cimento, de ração animal, caixas para o comércio), sanitários e usos especiais. Das folhas do eucalipto se extrai ainda a essência, muito utilizada em perfumaria, bem como suas flores geram excelente mel. Da araucária se aproveitam os pinhões, frutos saboreados na época junina. Ecologia das Florestas Plantadas As florestas plantadas se configuram como qualquer outra atividade agrícola desenvolvida pelo homem. O cultivo do solo sempre representa uma simplificação do ecossistema natural. Na área plantada, qualquer que seja a
espécie, alimentar ou florestal, troca-se a diversidade pela monocultura. No passado, pouco se estudava a ecologia na agricultura. Hoje, o planejamento ambiental e a busca da sustentabilidade influenciam as pesquisas florestais e condicionam os novos plantios a práticas conservacionistas. Isso se percebe, por exemplo, no manejo do sub-bosque que se forma entremeado às árvores principais, na manutenção das matas ciliares dentro da mesma microbacia hidrográfica, ou ainda na geografia dos talhões e respectivas estradas internas, instaladas de forma a evitar erosão. Uma prova dessa evolução ambiental da atividade se obtém nos estudos realizados com a avifauna, que analisam a dinâmica de povoamento e reprodução dos pássaros. Zuquim Antas e Almeida (2003), na mais completa pesquisa sobre aves como indicadoras de qualidade ambiental, coletaram 204 espécies na microbacia analisada, entre 1993 a 2004, no Espírito Santo. Há 4 espécies presentes unicamente nas plantações de eucaliptos: a cambucira, o coleirinho, o tiziu e o piolhinho. O efeito das plantações de eucalipto sobre o solo foi estudado inicialmente na região do Mediterrâneo. Pesquisas citadas por Paula Lima (1993) concluem que o plantio de eucalipto é, em geral, propenso a melhorar, com o tempo, as propriedades químicas do solo. Estudos de campo mostram que plantios de feijão efetuados em áreas ocupadas há 20 anos com eucalipto, na Aracruz, produziram com elevada produtividade. Com relação ao consumo de água pelos maciços florestais, estudos sobre balanço hídrico das bacias hidrográficas, desenvolvidos na África do Sul, Portugal e Austrália, citados por Paula Lima (1993) permitem concluir que as plantações de eucaliptos não diferem de outras espécies florestais. O desmatamento contínuo, esse sim, é o grande mal para a conservação de água. A implantação de florestas, desde que baseado no manejo sustentado, pode auxiliar na reparação dos danos ambientais. A manutenção de áreas com matas nativas exerce outro efeito importante no balanço hídrico e ecológico das microbacias.
Apenas nas empresas de celulose e papel, a área de conservação cobre 2,6 milhões de hectares, abrangendo a totalidade das áreas de preservação permanente e as de reserva legal, nelas incluídos parques e reservas nativas, e as reservas Particulares do Patrimônio Natural, integrantes do Sistema Nacional de Unidades de Conservação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Por fim, o plantio de eucalipto e pinus ajuda a reduzir a pressão para utilizar florestas nativas como fonte de matéria-prima (móveis, construção civil e carvão), contribuindo indiretamente para a defesa da Amazônia. Quanto maior for a disponibilidade de madeira plantada, menor será o avanço sobre a Hiléia. Impacto Socioeconômico das Florestas Plantadas pelo Setor Apenas no setor de celulose e papel, 108 mil empregos são gerados diretamente e milhares indiretamente por 220 empresas, seja nas florestas, seja no processamento industrial. O programa de investimentos até 2012 prevê a criação de novos 60 mil empregos diretos. Cerca de 45 mil pessoas trabalham diretamente empregadas nas florestas da indústria de celulose e papel. A atividade gera cargos indiretos, em vários pontos do país, para cientistas, técnicos e outros trabalhadores. Os efeitos multiplicadores da economia florestal do setor distribuem-se por 450 municípios, em 16 estados. Em impostos, as empresas de celulose e papel recolheram US$ 805,4 milhões em 2004, elevando os orçamentos públicos, o que permite ampliar o atendimento da saúde, educação, segurança pública. O setor se notabiliza por uma efetiva contribuição e destinação de recursos, dedicando aproximadamente US$ 2,1 bilhões, a cada ano, ao pagamento de impostos, salários e contribuições sociais, bem como aos investimentos em preservação ambiental e na saúde, alimentação, educação e desenvolvimento profissional dos trabalhadores das comunidades em que atua. As empresas do setor de celulose e papel aplicam recursos consideráveis em projetos junto às comunidades próximas.
As empresas investem em ações e programas voltados para o bem-estar e para a promoção social nas comunidades em que atuam, beneficiando milhares de crianças, idosos, populações indígenas, quilombolas, ocupantes e parceiros rurais. Iniciativas nas áreas de educação e cultura, desenvolvimento econômico, esporte e lazer, voluntariado, apoio à saúde e educação ambiental, foram viabilizadas e beneficiadas não só pelos investimentos das empresas do setor, mas pelo comprometimento e atuação de uma significativa parcela de seus profissionais. Referência Bibliográfica Celulose Online: Florestas Plantadas de Eucalipto e Pinus, a solução. Disponível em: <http://www.celuloseonline.com.br/curiosidades/florestas+plantadas+de+eucalipto+e+pinus+ A+soluo+v >. Acesso 07 jan, 2014.