Anais do 13 O Encontro de Iniciação Científica e Pós-Graduação do ITA XIII ENCITA / 2007 Instituto Tecnológico de Aeronáutica São José dos Campos SP Brasil Outubro 01 a 04 2007. ESTUDO DA APLICAÇÃO DE OZÔNIO PARA PRÉ- TRATAMENTO DE ÁGUA PARA ABASTECIMENTO Thyago Santos Braga Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA End.: Praça Marechal Eduardo Gomes 50 - Vila das Acácias - CEP 12228-900 São José dos Campos SP Brasil Universidade Braz Cubas UBC Av. Francisco Rodrigues Filho 1233 - Mogilar- Cep: 08773-380 - Mogi das Cruzes/SP Bolsista: CNPq e-mail: thyago@ita.br e guitar.thyago@gmail.com Wilfredo Irrazabal Urruchi Universidade Braz Cubas UBC Av. Francisco Rodrigues Filho 1233 - Mogilar- Cep: 08773-380 - Mogi das Cruzes/SP e-mail: wiurruchi@yahoo.com.br Marcos Massi Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA End.: Praça Marechal Eduardo Gomes 50 - Vila das Acácias - CEP 12228-900 São José dos Campos SP Brasil e-mail: massi@ita.br Ricardo de Oliveira Bicudo UNIVAP Universidade do Vale do Paraíba Av. Shishima Hifumi 2911 CEP: 12244-000 Bairro Urbanova - São José dos Campos SP e-mail: ricardo22fera@yahoo.com.br Resumo: No presente trabalho foi realizado um estudo comparativo entre sistemas dinâmicos de pré-tratamento de água. Três sistemas foram utilizados sendo que no primeiro foi aplicado apenas sulfato de alumínio no pré-tratamento; no segundo apenas ozônio e no terceiro uma mistura de ambos ou seja sulfato de alumínio e ozônio. As variáveis físico químicas analisadas tanto na água bruta como na água tratada foram cor ph e turbidez. As doses de ozônio aplicadas foram mantidas constantes em 05 mg O 3 e 10 mg O 3 enquanto as doses de sulfato foram injetadas simultaneamente com o ozônio variando entre 00 e 60 ml. O sistema era composto por um tanque de espera um tubo de vidro onde era injetado o ozônio e uma chicana. Observou-se que a aplicação do ozônio no tratamento de água proporciona uma redução na quantidade de substâncias utilizadas para regular os valores do ph. Sendo que os melhores resultados são obtidos quando usado 10 mg O 3 L - 1 com 20 ml de sulfato de alumínio (20ppm) onde se observou uma eficiência na turbidez de 58% (152 para 64 ftu) e de19% na cor (565 para 465 PtCO) com uma alteração de 02 no ph sendo que para estes valores iniciais de turbidez (152 ftu) é recomendado 40 ppm de sulfato de alumínio. Além disso houve uma diminuição do ph que esta relacionada com o aumento da dose de sulfato de alumínio. Palavras-Chave: Ozônio Sulfato de Alumínio Dinâmico Pré Tratamento de Água 1. Introdução O desenvolvimento de novas tecnologias para o tratamento de água vem se tornando uma necessidade social cada vez maior uma vez que os processos convencionais não têm eficiência suficiente para degradar todos os microorganismos além de gerar subprodutos tóxicos como por exemplo os trialometanos. Entre essas novas tecnologias é que encontramos o ozônio usado para desinfecção da água para abastecimento. Na realidade esta tecnologia começou a ser estudada no final do século XVIII quando em 1886 foi verificada sua capacidade de eliminação de microorganismos por De Meritens (RICE Rip.G & NETZER). Dentre as vantagens da utilização do ozônio temos a redução dos teores de ferro e manganês aumento da eficiência dos processos de coagulação e floculação; remoção de certas substâncias orgânicas não biodegradáveis (Faria D; Urruchi W); comparado ao cloro é 20 vezes mais eficiente 3.120 vezes mais rápido e letal para bactérias e micro organismos sendo 100 vezes mais solúvel em água. O ozônio não produz subprodutos e é gerado no local de utilização; quando não consumido decompõe-se naturalmente em oxigênio além disso o transporte manuseio e estoque não são necessários (Ornelas A. PUC). No caso de ser empregado também no lugar do cloro o ozônio pode controlar o sabor odor e os subprodutos da desinfecção. Além disso pode ajudar em outras etapas do processo de tratamento como coagulação e floculação da água devido a sua característica microfloculante. Desse modo as doses de produtos convencionais utilizados nesse processo(sulfato de alumínio por exemplo) podem ser reduzidas (CASTRO 2003). Este trabalho teve por objetivo implementar e testar sistemas dinâmicos de pré-tratamento de água. Três metodologias foram adotadas nesses ensaios variando a quantidade de sulfato de alumínio e mantendo o ozônio em
Anais do XIII ENCITA 2007 ITA Outubro 01-04 2007 taxas constantes de 05 mg O 3 e 10 mg O 3. Os compostos usados foram: ozônio sulfato de alumínio e ozônio mais sulfato de alumínio. Os parâmetros físico-químicos monitorados nestes testes foram turbidez ph cor tempo de floculação e tempo de decantação. 1.2. Características e padrão de potabilidade da água A água para consumo humano deve obedecer a condições de potabilidade isto é determinadas substâncias e microorganismos devem ser reduzidas ou eliminadas para que não sejam prejudiciais à saúde do ser humano. Caso contrário pode ter como conseqüência a transmissão de diversas doenças como: febres tifóides e paratifóide disenterias baciliar e amebiana cólera esquistossomose hepatite infecciosa giardíase e criptosporidíase. Com isto temos que toda água fornecida à população deve ser tratada tendo como finalidade reduzir as impurezas até os níveis em que ela possa ser considerada potável ou seja apresentar fatores qualitativos com relação à qualidade e a potabilidade para o seu devido consumo. Entretanto para que isto ocorra a água deve ter características físico-químicas e biológicas que estejam de acordo com o padrão aprovado pela norma brasileira da Portaria nº. 1469 de 29/12/2000 do Ministério da Saúde ver Tabela 1 (Portaria nº1469) que apresenta uma relação da máxima quantidade de alguns elementos químicos que podem estar contidas na água de maneira que a mesma seja considerada potável. Tabela 1. Padrões de potabilidade valores máximos permissíveis para aspectos organolépticos e que afetam a saúde. Além disso há outros fatores que levam em consideração as características biológicas físicas e químicas da água. A seguir algumas considerações a respeito dessas características. 1.2.1 Características Biológicas (Sabesp 2007) As características biológicas das águas são determinadas por meio de exames bacteriológicos e hidrobiológicos. O exame hidrobiológico visa identificar e quantificar as espécies de organismos presentes na água. Em geral esses organismos são microscópicos e comumente denominados plânctons destacando-se os seguintes grupos: algas protozoários bactérias rotíferos crustáceos vermes e larvas de insetos. 1.2.2. Características Físicas e Químicas (Sabesp 2007) As características físicas da água embora tenham pouca importância do ponto de vista sanitário podem ser determinantes na escolha do tratamento. Normalmente as características físicas são facilmente determinadas com destaque para: cor turbidez sabor odor temperatura e condutividade elétrica. Ao contrário as características químicas são muito importantes do ponto de vista sanitário pois a presença de alguns elementos ou compostos químicos pode inviabilizar o uso de certas tecnologias de tratamento e exigir tratamentos específicos. Dentre as principais características químicas temos: ph alcalinidade acidez dureza cloretos sulfatos ferro manganês nitratos nitritos oxigênio dissolvido e compostos orgânicos. Os principais parâmetros utilizados neste trabalho são:
Anais do XIII ENCITA 2007 ITA Outubro 01-04 2007 a) Coloração A cor de uma amostra de água está associada aos compostos orgânicos naturais presentes nas águas. Estes compostos são oriundos dos esgotos sanitários que se caracterizam por apresentarem predominantemente matéria em estado coloidal e da degradação de plantas e animais denominados substâncias húmicas. Há também os compostos inorgânicos capazes de provocar os efeitos de matéria em estado coloidal sendo que os principais são os óxidos de ferro e manganês que são abundantes em diversos tipos de solo. b) ph (potencial hidrogeniônico ) O ph é uma medida que estabelece a condição ácida ou alcalina da água. É um parâmetro que não tem risco sanitário associado diretamente à sua medida porém com relação ao caráter operacional deve ser acompanhado para aperfeiçoar os processos de tratamento e preservar as tubulações contra corrosões ou entupimentos. De acordo com a Portaria 518/04 do Ministério da Saúde a faixa recomendada de ph na água distribuída é de 60 a 95 (Sabesp 2007). c) Turbidez A turbidez das águas é causada pela presença de partículas em suspensão e em estado coloidal as quais podem apresentar ampla faixa de tamanhos. A turbidez pode ser causada por uma grande variedade de matérias incluindo partículas de areia fina silte argila detritos orgânicos algas bactérias plâncton etc. As partículas de menor tamanho e com baixa massa específica são mais difíceis de serem removidas nas ETAs por apresentarem menor velocidade de sedimentação. A Tabela 2 relaciona a dosagem de sulfato de alumínio com a turbidez da água bruta (CETESB 1973). Esse foi um dos parâmetros que motivaram a realização do trabalho. Tabela 2. Dosagem de sulfato de alumínio em p.p.m para diferentes valores da turbidez da água bruta (CETESB 1973) 2. Metodologia Os ensaios experimentais foram realizados no Laboratório de Plasmas e Processos do ITA (LPP-ITA) e incluíram as seguintes tarefas realizadas: coleta da água bruta da lagoa do CTA (Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial); análises da cor tubidez e ph da água bruta; realização de ensaios estáticos; preparação da solução de sulfato de alumínio (concentração de 1% m/v) realização de ensaios dinâmicos que consistiam em deposição da água bruta em um tanque de espera; adição do sulfato de alumínio e injeção de ozônio coagulação sedimentação das partículas e coleta da água tratada para as análises finais da cor turbidez e ph. Para análises de turbidez e cor foi utilizado um espectrofotômetro HACH 2500 (Figura 1) e para o ph o Papel Indicador Marca: Meck ph 0-14. A geração de ozônio foi realizada por um gerador de ozônio MV06 da Multivácuo (Figura 2) alimentado a partir de oxigênio puro (O 2 ) produzido por um concentrador marca MILLENIUNM 5 sendo que a aferição da quantidade de ozônio utilizado nos ensaios foi feita através do medidor de ozônio Anseros: Ozomat GM (Figura 3).
Anais do XIII ENCITA 2007 ITA Outubro 01-04 2007 Figura 1 Espectrofotômetro HACH 2500. Figura 2 Gerador de ozônio MV06 da Multivácuo. Figura 3 Medidor de ozônio Anseros: Ozomat GM. 2.2 Tratamento de água Método Dinâmico 2.2.1. Descrição do sistema piloto O sistema dinâmico foi montado no Laboratório de Plasmas e Processos do ITA (LPP-ITA) utilizando os seguintes aparatos: uma bomba marca Elice 6-12V na tensão máxima (12V) para manter um fluxo constante de 1 litro por minuto uma vez que tensões menores diminuem o fluxo da mesma. Também foram utilizados um tanque de espera onde era depositada a água bruta com dimensões 440 mm de altura e 210 mm de diâmetro cuja capacidade era de 12 litros; um tubo de 1600 mm de altura por 33 mm de diâmetro onde era injetado o ozônio e uma chicana com 500 X 200 X 200 mm para melhor reação do ozônio com o sulfato de alumínio (Figura 4). Figura 4. Diagrama esquemático do sistema piloto com a inserção de sulfato e ozônio Nas chicanas foram colocadas barreiras em cada divisão para diminuir a velocidade do efluente garantindo assim uma melhor coagulação da água (Figura 6). O sulfato de alumínio foi injetado com uma seringa de 20 ml em uma fase intermediária entre o tanque de espera e o tubo onde foi injetado o ozônio (Ver Figura 4).
Anais do XIII ENCITA 2007 ITA Outubro 01-04 2007 Figura 5 Foto ilustrando parte do sistema dinâmico incluindo o gerador de ozônio o concentrador de oxigênio e o medidor de fluxo de oxigênio. Figura 6 - Sistema de chicanas com as divisões feitas com isopor para diminuir a velocidade da água permitindo assim uma melhor coagulação. Nos ensaios dinâmicos o fluxo da bomba foi mantido em 1 litro por minuto. O sulfato de alumínio cuja concentração era de 1% foi aplicado em volumes que variaram entre 00 e 60 ml enquanto o ozônio foi aplicado com concentração de 05 mg e 10 mg. As coletas das amostras para análises da turbidez cor e ph final eram feitas após 20 minutos de sedimentação para todos os ensaios. 2.2.2. Ensaio dinâmico aplicando somente sulfato de alumínio ( Al 2 (SO 4 ) 3 ) Após a preparação da solução de sulfato de alumínio a água bruta foi analisada para termos os parâmetros iniciais do ph cor e turbidez. O volume de sulfato de alumínio utilizado variou entre 10 e 60 ml sendo injetados de 1 em 1 minuto no sistema com uma seringa de 20 ml. Após a reação com o efluente houve a formação de flocos no tanque de chicanas seguido de uma sedimentação mantida com um tempo constante de 20 minutos para todos os ensaios. Após a sedimentação as amostras eram coletadas para a análise da turbidez cor e ph para termos como fator comparativo entre o efluente bruto e tratado. Cada ensaio durava cerca de 1 hora e 30 minutos. 2.2.3. Ensaios dinâmicos aplicando somente ozônio ( O 3 ) A inserção de ozônio se deu através de uma pedra porosa dentro do tubo mostrado na figura 4 as doses do mesmo foram mantidas constantes 05 mg O 3 e 1 mg O 3 com um fluxo de 1 litro de oxigênio por minuto. As análises foram feitas antes da ozonização (no efluente bruto) e pós ozonização seguido de uma sedimentação de 20 minutos. 2.2.4. Ensaios dinâmicos aplicando ozônio mais sulfato de alumínio ( O 3 + Al 2 (SO 4 ) 3 ) Os parâmetros utilizados para inserção de ozônio foram os mesmos utilizados para o sistema que utilizou somente o ozônio. As concentrações de ozônio foram fixadas com 05 e 10 mg sendo que as doses de sulfato de alumínio foram de 00; 10; 20; 30; 40; 50 e 60 ml para cada etapa da aplicação do ozônio ou seja com concentrações de 05 mgo 3 L - 1 no efluente mais 10 ml de sulfato foi realizado um ensaio depois com 05 mgo 3 L - 1 mais 2 ml de sulfato outro ensaio e assim por diante. Este procedimento foi conseguido após uma longa etapa de ajuste das doses de sulfato de alumínio e de concentração de ozônio. Cada ensaio levou cerca de 2 horas. 3. Resultados Obtidos Os resultados obtidos neste trabalho foram divididos quanto à natureza dos ensaios realizados ou seja quanto à metodologia adotada. Antes porém um breve relato será feito em relação às condições iniciais da água bruta a ser tratada.
Anais do XIII ENCITA 2007 ITA Outubro 01-04 2007 3.1. Condições iniciais da água As condições iniciais da água da Lagoa do CTA apresentaram uma certa não homogeneidade quanto aos parâmetros analisados como turbidez e cor durante o período de monitoramento (outubro 2006 a julho 2007). Em certos períodos como durante o mês de junho a turbidez apareceu com valores altos 150 143152 151 ftu comparado aos outros valores encontrados normalmente 45 71 78 80 ftu isto se deve ao fato de aparecer na superfície da lagoa uma substância de coloração verde escuro que aumentava substancialmente os parâmetros analisados e quanto ao ph os valores iniciais encontrados variaram entre 55 e 75. 3.3. Resultados obtidos com os ensaios dinâmicos No presente trabalho foram realizados cerca de 120 ensaios dinâmicos sendo que foram coletadas amostras das seis últimas divisões das chicanas pelo fato da cor e a turbidez variarem de uma divisão para outra. A apresentação dos resultados está dividida conforme os tipos de ensaios ou seja usando sulfato de alumínio ozônio e ambos simultaneamente. 3.3.1. Ensaios com sulfato de alumínio ( Al 2 (SO 4 ) 3 ) A Tabela 3 apresenta detalhadamente os resultados dos ensaios realizados com os valores da turbidez cor e ph em função da variação das doses de sulfato de alumínio. De acordo com os resultados apresentados na Tabela 3 pode ser observado que a aplicação de somente sulfato de alumínio com volume de 60 ml melhora a turbidez da água em 89% e cor em 83% contudo causa uma diminuição do ph de 12 levando-o de 75 para 63. Esta dosagem de sulfato (60 ml) ultrapassa a dose de sulfato fornecida pela Tabela 2 onde é indicado que para turbidez 150 é necessário usar no máximo 37 ppm de sulfato. Neste ensaio foi utilizado 60 ppm. Já para a terceira linha da Tabela 3 ou seja para doses de 3 ml de sulfato de alumínio é possível observar que a turbidez reduziu 64% a cor 62% e o ph 08. Neste caso a turbidez inicial era de 45 e a dose usada de sulfato de alumínio foi de 30 ppm na água bruta fato coerente com a Tabela 2 que indica que para turbidez 40 é necessário 25 ppm de sulfato de alumínio. Os resultados finais em porcentagem colocados na Tabela 3 em relação a turbidez e cor foram obtidos a Ti Tf Ci Cf partir das fórmulas T = x100% e C = x100% respectivamente onde T i e T f = Turbidez Ti Ci inicial e final (em ftu) e C i e C f = Cor inicial e final em PtCO. E para o cálculo do ph : ph = phi phf onde ph i e ph f = ph inicial e final. Tabela 3. Resultados obtidos com a aplicação de apenas Sulfato de Alumínio na água bruta comparado aos valores indicados pela Tabela 2 que indica a quantidade de sulfato de alumínio em p.p.m a ser usada em função da turbidez inicial da água. 3.3.2. Tratamento da água com ozônio Quando utilizado somente concentrações de 05 mg O 3 L - 1 a eficiência da turbidez foi de 10% (150 para 135) e da cor de 2% (570 para 560). Já para valores de 10 mg O 3 L - 1 a eficiência da turbidez foi de 14% (80 para 69) e da cor de 5% (473 para 448). O ph não se alterou em nenhum dos dois casos. Os resultados são mostrados na primeira linha das Tabelas 4 e 5 quando utilizado ozônio em conjunto com 00 ml de sulfato de alumínio. 3.3.3. Tratamento da água com ozônio mais sulfato de alumínio
Anais do XIII ENCITA 2007 ITA Outubro 01-04 2007 Na Tabela 4 seguem os valores encontrados da turbidez cor e ph em função das variações das doses de sulfato com 05 mg de ozônio já nas Tabelas 5 e 6 são mostrados os valores encontrados com a aplicação de 10 mg de ozônio em conjunto com o sulfato. Os cálculos necessários para a confecção destas Tabelas foram feitos da mesma maneira que os realizados na Tabela 3. a) 05 mgo 3 L - 1 ozônio mais sulfato de alumínio Para uma turbidez inicial de 75 e injeções de 05 mg O 3 L - 1 mais 3 ml de sulfato de alumínio houve uma melhora de 49% da turbidez da água bruta e 35% da cor contudo a variação do ph foi de 06. Já com a adição de 4 ml de sulfato a eficiência da turbidez foi de 70% e 54% da cor sendo a variação do ph a mesma com a adição de 3 ml. Com 50 ml do coagulante a melhora da turbidez foi de 91% mas adição de sulfato fica acima dos valores indicados na Tabela 2 que sugere 30 ppm de sulfato de alumínio para turbidez inicial 80 ftu. Neste ensaio a quantidade de sulfato utilizado foi de 50 ppm. Os detalhes dos ensaios realizados encontram-se na Tabela 4. Tabela 4. Resultados obtidos com a aplicação de 05 mg de ozônio em conjunto com o sulfato de alumínio na água bruta comparado aos valores indicados pela Tabela 2 (sulfato de alumínio em função da turbidez). b) 10 mg O 3 L - 1 ozônio mais sulfato de alumínio Quando usado 10 mg O 3 L - 1 com 20 ml de sulfato a eficiência da turbidez foi de 58% e 19% da cor com uma alteração de 02 no ph (Tabela 5) entretanto a turbidez inicial era de 152 fato relevante uma vez que pela Tabela 2 para turbidez com estes valores são necessários aproximadamente 40 ppm de sulfato de alumínio no nosso caso foi utilizado 20 ppm ou seja uma redução de duas vezes em relação a quantidade de sulfato indicado. Tabela 5. Resultados obtidos com a aplicação de 10 mg de ozônio em conjunto com o Sulfato de Alumínio na água bruta comparado aos valores indicados pela Tabela 2 (sulfato de alumínio em função da turbidez). 3.4. Comparação entre os resultados dinâmicos (Somente Sulfato de Alumínio e Sulfato de Alumínio mais ozônio) A aplicação somente de sulfato de alumínio com volume de 60 ml causa uma diminuição do ph de 12 levando-o de 75 para 63. Observando este mesmo item para o mesmo volume de 60 ml de sulfato de alumínio juntamente com ozônio em concentrações de 05 e 10 mg observamos uma diminuição do ph de 06 e 03 respectivamente. Este fato nos leva a concluir que houve um benefício pelo fato da variação do ph ser menor quando utilizado ozônio em conjunto com o sulfato. Nas condições acima mencionadas a eficiência de remoção da turbidez foi de 89% e a redução de cor foi de 83% quando utilizado somente sulfato de alumínio entretanto quando utilizado 05 mg e 10 mg de ozônio em conjunto com 60 ml de sulfato de alumínio a taxa de variação da turbidez foi de 92%
Anais do XIII ENCITA 2007 ITA Outubro 01-04 2007 e 89% e da cor 80% e 72% respectivamente. Este último fato nos leva a concluir que a aplicação de ozônio em concentrações menores que 10 mg são mais adequados. A diminuição da turbidez está relacionada com o aumento da dose de sulfato de alumínio entretanto a diminuição do ph é prejudicial em uma ETA uma vez que são necessários adicionar produtos químicos como o cal para a correção final do ph. A aplicação somente de ozônio causou uma redução da turbidez de apenas 10% e 14% e da cor de 2% e 5% para doses de ozônio de 05 mg e 10 mg respectivamente sendo que em ambos os casos não houve alteração do ph. Tendo como base as Tabelas 3 4 e 5 apresentadas temos os gráficos comparativos dos três ensaios mantendo como base os principais parâmetros analisados cor ph e Turbidez conforme mostram as figuras 7 8 e 9. Na figura 7 é mostrada a eficiência de redução da cor em função do volume de sulfato de alumínio aplicado. Na Figura 8 é mostrada a variação do ph em função do volume de sulfato de alumínio aplicado. Na figura 9 é mostrada a eficiência de redução da turbidez em função do volume de sulfato de alumínio aplicado. Analisando as Figuras 7 8 e 9 podemos concluir que entre os melhores processos estudados temos que quando adicionado 20 ml (20 ppm) de sulfato de alumínio em conjunto com 10 mg de ozônio obtivemos uma eficiência de 58% na turbidez e 19% na cor com uma alteração de 02 no ph (ver Figura 7). Neste caso a turbidez inicial era de 152 fato relevante uma vez que pela Tabela 2 para turbidez com estes valores são necessários aproximadamente 40 ppm de sulfato de alumínio ou seja houve uma redução de duas vezes em relação a quantidade indicada. Eficiência da redução da Cor (%) (PtCO) 80 60 40 20 0 05 mg O 3 1 mg O 3 Al 2 (SO 4 ) 3 (Somente) 0 1 2 3 4 5 6 Sulfato de Alumínio (ml) Figura 7. Eficiência da redução de cor em função das doses de sulfato de alumínio. 13 12 11 05 mg O 3 1 mg O 3 Al 2 (SO 4 ) 3 (Somente) 10 09 Variação do ph (ph f - ph 0 ) 08 07 06 05 04 03 02 01 00 0 1 2 3 4 5 6 Sulfato de Alumínio (ml) Figura 8. Variação do ph em função das doses de sulfato de alumínio tendo como parâmetros concentração de ozônio (05 e 10 mg )
Anais do XIII ENCITA 2007 ITA Outubro 01-04 2007 Eficiência da redução da Turbidez (%) (ftu) 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 mg O 3 05 mg O 3 Al 2 (SO 4 ) 3 (Somente) 0 1 2 3 4 5 6 Sulfato de Alumínio (ml) Figura 9. Comparação entre os três ensaios realizados tendo como parâmetro analisado a turbidez final do efluente pós-tratamento. 4. Conclusões As principais conclusões obtidas neste trabalho foram: a) A aplicação do ozônio no tratamento de água proporciona a redução na quantidade de substâncias utilizadas para regular os valores do ph. b) A diminuição da turbidez está relacionada com o aumento da dose de sulfato de alumínio mas a diminuição do ph é prejudicial pois de acordo com a Portaria 518/04 do Ministério da Saúde a faixa recomendada de ph na água distribuída é de 60 a 95. Estes valores são recomendados para preservar as tubulações contra corrosões ou entupimentos (Sabesp 2007). c) Quando usado 10 mg O 3 L - 1 com 20 ml de sulfato a eficiência da turbidez foi de 58% e 19% da cor com uma alteração de 02 no ph (Tabela 5) entretanto a turbidez inicial era de 152 fato relevante uma vez que pela Tabela 2 para turbidez com estes valores são necessários aproximadamente 40 ppm de sulfato de alumínio no nosso caso foi utilizado 20 ppm ou seja uma redução de duas vezes em relação a quantidade de sulfato indicado. d) Além disso o aparato experimental montado que ficará no Laboratório de Plasmas e Processos do ITA possibilitará uma continuidade para trabalhos futuros uma vez que o sistema montado permite a adição de um filtro injeção de qualquer outro produto químico para análise seguido de uma pós-ozonização variando ainda mais os parâmetros e dados analisados no efluente permitindo assim uma aproximação mais completa e próxima de uma ETA convencional. 5. Agradecimentos A Deus e à toda minha família pelo apoio. Ao CNPq e FAPESP por ter dado suporte financeiro a este trabalho; Aos Professores Dr. Marcos Massi e Dr. Wilfredo Irrazabal Urruchi orientadores deste trabalho pelo acompanhamento continuo e dedicação. Aos amigos do Laboratório de Física e Química pela contribuição significativa à realização deste trabalho; 6. Referências bibliográficas RICE Rip.G & NETZER Aharan. Handbook of Ozone Technology and Applications. Ozone for drinking water treatment. Volume II. Boston: Buttereords Publishers UK. Faria D; Urruchi W. ; Otani C. ; MassiM. Efeitos na Turbidez cor ph Fe e Mn da aplicação de ozônio em água de abastecimento. In: CONGRESSO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL 23.
Anais do XIII ENCITA 2007 ITA Outubro 01-04 2007 Adenilson Ornelas TCC Engenharia Ambiental CCET/PUCPR CASTRO Ernesto; Princípios de Control Microbiológico com Oxidantes. Água Latinoamérica v.3 n.2 mar/abr.2003. Norma brasileira da Portaria nº1469 de 29/12/2000 do Ministério da Saúde fonte: http/: www.sabesp.br (Dia: 24/07/2007 Horário:11h10min) Governo do Estado de São Paulo Secretaria dos Serviços e Obras Públicas Operação e Manutenção de E.T.A Vol:2; CETESB 1973