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Transcrição:

Microsseguros Série Pesquisas Volume 1 i

ii

ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS FUNENSEG Microsseguros Série Pesquisas Volume 1 Coordenação Editorial CLAUDIO CONTADOR Rio de Janeiro 2010 iii

Escola Nacional de Seguros Funenseg Rua Senador Dantas, 74 Térreo, 2 o, 3 o e 4 o andares Rio de Janeiro RJ Brasil CEP 20031-205 Tels. (21) 3132-1022 Fax: (21) 2524-6715 Internet: www.funenseg.org.br e-mail: faleconosco@funenseg.org.br Impresso no Brasil/Printed in Brazil Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros, sem autorização por escrito da Escola Nacional de Seguros Funenseg. Coordenação Editorial Claudio Contador Capa Pedro Rocha Diagramação Info Action Editoração Eletrônica Ltda. Me Revisão Thaís Ferraz Virginia Thomé CRB-7/3242 Bibliotecária responsável pela elaboração da ficha catalográfica M572 Microsseguros: série pesquisas/organização de Claudio R. Contador. Rio v.1 de Janeiro: Funenseg, 2010. 350 p.; 28 cm (Microsseguros: série pesquisas, v.1) Conteúdo: Parte I: Relatórios do grupo de Trabalho de microssseguros da Susep; I Relatório parcial: Regina Lidia Giordano Simões, Olavo Ribeiro Salles, João Luis Nascimento Vieira, Christine de Faria Zettel, Wagner Clemenceau Rodrigues Ramos, Rossano Orsini Júnior e Alessandra Ribeiro Conceição; II Relatório Parcial: Regina Lidia Giordano Simões, Olavo Ribeiro Salles, João Luis Nascimento Vieira, Christine de Faria Zettel, Wagner Clemenceau Rodrigues Ramos, Rossano Orsini Junior e Francisco de Assis Vasconcelos; II Relatório Parcial Anexo I Legislação Selecionada: Regina Lidia Giordano Simões, Olavo Ribeiro Salles, João Luis Nascimento Vieira, Christine de Faria Zettel, Wagner Clemenceau Rodrigues Ramos, Rossano Orsini Junior e Francisco de Assis Vasconcelos; III Relatório Parcial: Regina Lidia Giordano Simões, João Luis Nascimento Vieira, Christine de Faria Zettel, Wagner Clemenceau Rodrigues Ramos, Rossano Orsini Junior, Francisco de Assis Vasconcellos; IV Relatório Parcial: Regina Lidia Giordano Simões, João Luis Nascimento Vieira, Christine de Faria Zettel, Wagner Clemenceau Rodrigues Ramos, Rossano Orsini Junior, Francisco de Assis Vasconcellos. ISBN 978-85-7052-516-1 v. 1 1. Microsseguro Estudos e pesquisas. I. Contador, Claudio R. II. Título. III. Série. 0010-0898 CDU 368-058.34(07) iv

Autores ALESSANDRA RIBEIRO CONCEIÇÃO CHRISTINE DE FARIA ZETTEL FERNANDA PAES LEME RITO FRANCISCO DE ASSIS VASCONCELLOS FRANCISCO GALIZA JOÃO LUIS NASCIMENTO VIEIRA KAIZÔ IWAKAMI BELTRÃO MARCELO CORTES NERI OLAVO RIBEIRO SALLES REGINA LIDIA GIORDANO SIMÕES ROSSANO ORSINI JUNIOR SONOE SUGAHARA WAGNER CLEMENCEAU RODRIGUES RAMOS v

vi

Sumário Apresentação, xvii PARTE I RELATÓRIOS DO GRUPO DE TRABALHO DE MICROSSEGUROS DA SUSEP 1 Relatório Parcial I, 1 Microsseguro Definição de Conceito e Identificação de Público-Alvo Regina Lidia Giordano Simões, Olavo Ribeiro Salles, João Luis Nascimento Vieira, Christine de Faria Zettel, Wagner Clemenceau Rodrigues Ramos, Rossano Orsini Junior, Alessandra Ribeiro Conceição Introdução... 3 Microsseguro como Ferramenta de Inclusão... 4 Foco do Microsseguro... 5 Importância de uma Política Adequada e da Regulação para os Microsseguros... 5 Ações da Susep... 6 Comissão Consultiva de Microsseguros do CNSP... 7 Grupo de Trabalho de Microsseguros da Susep... 9 Considerações Preliminares... 10 Definição do Conceito de Microsseguro... 10 Identificação do Público-Alvo: Definição do Conceito de População de Baixa Renda para fins de Microsseguro... 10 Definição do Conceito de Microsseguro... 11 Conceito de Microsseguro para o Brasil... 14 Definição do Conceito de População de Baixa Renda para Fins de Microsseguro... 14 Classe de Rendimento Educação... 18 Classe de Rendimento Características de Domicílio... 21 Conceito de População de Baixa Renda... 24 Conclusões e Recomendações... 25 Bibliografia... 26 vii

2 Relatório Parcial II, 27 Identificação das Barreiras Regulatórias para o Microsseguro no Brasil Regina Lidia Giordano Simões, Olavo Ribeiro Salles, João Luis Nascimento Vieira, Christine de Faria Zettel, Wagner Clemenceau Rodrigues Ramos, Rossano Orsini Junior, Francisco de Assis Vasconcellos Considerações Preliminares... 27 Identificação de Barreiras Regulatórias para o Microsseguro no Brasil... 27 Análise da Legislação de Seguros... 28 A Regulação como Instrumento de Política Pública... 28 A Estrutura Regulatória de Seguro... 29 Seleção e Análise... 31 Política de Inclusão Social... 31 Marco Regulatório do Setor Segurador... 32 Regulação Prudencial... 39 Regulação de Conduta de Mercado... 47 Regulação de Produtos... 50 Estrutura dos Contratos de Seguros de Danos... 52 Regulação Institucional e Outras... 65 Reuniões entre o GT Susep e o Setor Privado... 68 Conclusões e Recomendações... 69 Bibliografia... 71 Anexo 1 Legislação Analisada... 72 3 Relatório Parcial III, 81 Identificação das Partes Interessadas nos Microsseguros e seus Respectivos Papéis Regina Lidia Giordano Simões, Olavo Ribeiro Salles, João Luis Nascimento Vieira, Christine de Faria Zettel, Wagner Clemenceau Rodrigues Ramos, Rossano Orsini Junior, Alessandra Ribeiro Conceição Considerações Preliminares... 81 Os Diferentes Níveis do Sistema Financeiro... 82 Partes Interessadas... 83 Nível Macro... 84 Poder Executivo... 84 Poder Legislativo... 96 Poder Judiciário... 96 Nível Meso... 97 Associações Internacionais de Supervisores... 97 Escola Nacional de Seguros Funenseg... 99 viii

Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização Fenaseg... 100 Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das Empresas Corretoras de Seguros e de Resseguros Fenacor... 100 Instituições de Estudos e Pesquisa... 101 Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome MDS... 102 Auditores/Instituto dos Auditores Independentes do Brasil Ibracon... 104 Consultores(ias) Especializados(das)... 105 Resseguradores... 106 Nível Micro... 106 Provedores de Microsseguros... 106 Intermediários e Canais de Distribuição... 109 Segurados e Beneficiários... 114 Doadores e Agências Internacionais de Desenvolvimento... 115 Projeto FOMIN-BID/A2II de Microssseguros... 116 Conclusões e Recomendações... 117 Bibliografia... 119 4 Relatório Parcial IV, 121 Identificação dos Principais Parâmetros para os Produtos de Microsseguro Regina Lidia Giordano Simões, João Luis Nascimento Vieira, Christine de Faria Zettel, Wagner Clemenceau Rodrigues Ramos, Rossano Orsini Junior, Francisco de Assis Vasconcellos Considerações Preliminares... 121 Conclusões no Âmbito do Subgrupo de Produtos e Público-Alvo da CCM-CNSP... 122 Sobre o Conceito de População de Baixa Renda... 122 Sobre Produtos de Microsseguros e seus Parâmetros... 124 Sobre Produtos... 124 Sobre Parâmetros... 124 Conclusões e Comentários do GT Susep... 126 Sobre Parâmetros... 128 Sobre os Critérios de Operação... 128 Sobre Aspectos Fiscais... 129 Bibliografia... 130 ix

PARTE II ESTUDOS REALIZADOS NO ÂMBITO DO PROGRAMA DE PESQUISAS DA ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS FUNENSEG COMISSÃO CONSULTIVA DE MICROSSEGUROS DO CNSP 5 Estimativa de Potencial do Mercado de Microsseguros no Brasil, 133 Kaizô Iwakami Beltrão, Sonoe Sugahara, Fernanda Paes Leme Rito Introdução... 133 População... 138 Composição dos Domicílios Brasileiros... 148 Arranjos Familiares... 155 Distribuição Espacial da População e dos Domicílios Brasileiros... 169 Distribuição Espacial dos Domicílios Brasileiros... 170 Distribuição dos Domicílios Segundo Níveis Renda Total Brasil (Números Absolutos)... 170 Distribuição dos Domicílios Segundo Níveis de Renda Total Brasil (Números Relativos)... 173 Distribuição Espacial da População Brasileira... 175 Distribuição de Pessoas Segundo Níveis de Renda Total Brasil (Números Absolutos)... 176 Distribuição de Pessoas Segundo Níveis de Renda Total Brasil (Números Relativos)... 178 Escolaridade... 180 Escolaridade Individual... 180 Distribuição da População Brasileira Total, Segundo Diferentes Níveis de Renda, por Sexo e Anos de Estudo Individual... 180 Razão de Sexo da Distribuição da População Brasileira, Segundo Diferentes Níveis de Renda, por Sexo e Anos de Estudo Individual... 184 Escolaridade da Pessoa de Referência do Domicílio... 187 Distribuição da População Brasileira Total, Segundo Diferentes Níveis de Renda, por Sexo e Anos de Estudo da Pessoa de Referência do Domicílio... 188 Razão de Sexo da Distribuição da População Brasileira, Segundo Diferentes Níveis de Renda, por Sexo, Anos de Estudo da Pessoa de Referência do Domicílio e Situação de Domicílio... 192 Inserção no Mercado de Trabalho e Relações Previdenciárias... 196 Posição na Ocupação... 198 Posição na Ocupação por Status de Ocupação da População com Renda de até 1 Salário Mínimo... 198 x

Posição na Ocupação por Status de Ocupação da População com Renda de até 2 Salários Mínimos... 201 Posição na Ocupação por Status de Ocupação da População com Renda de até 3 Salários Mínimos... 203 Posição na Ocupação Segundo Setor de Atividade... 204 Posição na Ocupação por Setor de Atividade e Sexo da População com Renda de até 1 Salário Mínimo e Superior a 1 Salário Mínimo... 205 Posição na Ocupação por Setor de Atividade e Sexo da População com Renda de até 2 Salários Mínimos e Superior a 2 Salários Mínimos... 207 Posição na Ocupação por Setor de Atividade e Sexo da População com Renda de até 3 Salários Mínimos e Superior a 3 Salários Mínimos... 209 Distribuição da PEA por Setor de Atividade... 210 Distribuição da PEA por Setor de Atividade e Sexo da População com Renda de até 1 Salário Mínimo... 211 Distribuição da PEA por Setor de Atividade e Sexo da População com Renda de até 2 Salários Mínimos... 213 Distribuição da PEA por Setor de Atividade e Sexo da População com Renda de até 3 Salários Mínimos... 214 Outras Características Relevantes para o Mercado de Microsseguros... 215 Tipo de Ocupação do Domicílio... 215 Condição de Ocupação do Domicílio com Renda Abaixo e Acima de 1 Salário Mínimo... 217 Condição de Ocupação do Domicílio com Renda Abaixo e Acima de 2 Salários Mínimos... 220 Condição de Ocupação do Domicílio com Renda Abaixo e Acima de 3 Salários Mínimos... 223 Acesso a Serviços de Saúde... 226 Pessoas com Plano de Saúde, Segundo Sexo, Grupo Etário e Renda... 227 Autoavaliação da Saúde, Segundo Sexo, Grupo Etário e Renda até 1 Salário Mínimo... 229 Autoavaliação da Saúde, Segundo Sexo, Grupo Etário e Renda até 2 Salários Mínimos... 232 Autoavaliação da Saúde, Segundo Sexo, Grupo Etário e Renda até 3 Salários Mínimos... 234 Comparação por Grupos Etários e Renda da Autoavaliação da Saúde... 237 Considerações Finais... 240 Bibliografia... 242 xi

Anexo I Base de Dados Utilizada... 243 Anexo II População... 252 Anexo III Composição dos Domicílios Brasileiros... 264 Anexo IV Arranjos Familiares... 266 Anexo V Distribuição Espacial da População e dos Domicílios Brasileiros... 273 Anexo VI Escolaridade... 299 Anexo VII Inserção no Mercado de Trabalho e Relações Previdenciárias... 337 6 Produtos da Iniciativa Privada Correlacionados com o Microsseguro, 347 Francisco Galiza Introdução... 347 Programas Existentes... 348 PASI... 348 Assistência Funeral... 350 Microcrédito... 350 Definições... 350 Evolução... 352 Situação Atual... 353 Programa Crediamigo... 356 Potencial do Microcrédito... 357 Potencial do Microsseguro... 358 Títulos de Capitalização... 359 História... 359 Produtos Relacionados... 360 Aspectos Tributários... 360 Conclusões... 365 Bibliografia... 367 Anexo 1 Circular Susep 267, de 21 de setembro de 2004... 368 Anexo 2 Circular Susep 306, de 17 de novembro de 2005... 371 7 Programas e Seguros Sociais no Brasil: Características Principais, 377 Francisco Galiza Introdução... 377 Programas Existentes... 379 Programa Bolsa-Família... 379 Histórico... 379 Condições de Participação... 379 xii

Valores... 381 Diversos... 381 Seguro-Desemprego... 381 Previdência Social... 382 Introdução... 382 Aposentadoria... 383 Auxílios... 387 Pensão por Morte... 389 Salário-Família... 390 Salário-Maternidade... 390 Assistência Social Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC)... 391 Carências... 391 SUS (Sistema Único de Saúde)... 392 Seguro de Acidentes de Trabalho... 394 Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf)... 395 Programas Complementares... 396 Programa Brasil Alfabetizado... 396 Programa ProJovem... 397 Projeto de Promoção do Desenvolvimento Local e Economia Solidária (PPDLES)... 398 Pronaf Linhas Especiais... 398 Programa de Microcrédito do Nordeste... 399 Programa Nacional do Biodiesel... 400 Programa Luz para Todos... 401 Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti)... 401 ProUni Programa Universidade para Todos... 401 Programa Territórios da Cidadania... 402 Salário Mínimo... 403 Produtos de Seguros Relacionados... 404 Previdência Privada Aberta... 404 Seguro Saúde... 406 Seguro de Pessoas... 406 Conclusões... 408 Anexo 1 Legislação Básica... 410 Anexo 2 Cadastro Único... 412 xiii

8 Microsseguros, 413 Risco de Renda, Seguro Social e a Demanda por Seguro Privado pela População de Baixa Renda Marcelo Cortes Neri Visão Geral... 413 Sítio da Pesquisa... 417 Os Motivos do Consumidor de Seguros: Teoria... 418 Seguro-Desemprego (ou Saúde), Risco de Renda e o Motivo Precaucional... 418 Restrição de Sobrevivência... 419 O Motivo Precaucional... 420 Impactos da Estabilização... 421 Seguro de Vida e os Motivos da Herança... 423 Tipos de Herança... 423 Previdência Complementar e Ciclo da Vida... 424 Seguro de Imóveis e Automóveis, Indivisibilidades e Restrições de Crédito... 426 Sumário dos Motivos e a Demanda de Microsseguro... 427 Definição de Microsseguros... 427 Definições de Microsseguros e de Microfinanças... 427 Assimetria de Informações e Restrição de Seguro... 429 Definindo Microsseguros no Brasil... 431 Definição de Classes Econômicas... 433 O Mercado de Microsseguros... 434 Descrição da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF)... 434 O Mercado de Seguros... 434 O Mercado de Microsseguros... 435 Panorama de Acesso a Microsseguro... 442 Quais São os Principais Determinantes da Demanda por Microsseguro?... 443 Aspectos Técnicos... 443 Análise Multivariada Metodologia... 443 Regressão Logística... 443 Modelos de Escolha de Variáveis Explicativas do Acesso a Microsseguros... 445 Razão de Vantagens... 446 Quais São os Determinantes da Demanda Setorial de Microsseguros?... 448 Renda Domiciliar Per Capita Versus Renda Individual: A Família é o que Importa... 451 Desigualdade das Despesas de Seguros... 453 xiv

Equações de Despesa de Seguros e Microsseguros... 454 Equação Minceriana... 458 Mercado Corrente de Seguros e de Microsseguros... 459 Simulação do Mercado Corrente de Seguros... 459 Cenários sobre a Taxa de Acesso a Seguros... 461 Cenários sobre a Despesa de Seguros... 464 Substituição e Complementariedade entre Diferentes Tipos de Microsseguros... 466 Matrizes de Acesso a Diferentes Tipos de Seguro... 466 Detalhamento da Demanda de Microsseguros... 469 Simulador de Acesso e de Despesas... 470 Estimador de Diferenças-em-Diferenças... 471 Causalidade, Altruísmo Familiar e Seguro-saúde: Estimador de Diferenças-em-Diferenças... 471 Variáveis Econômicas... 477 Variáveis Sociodemográficas... 481 Variáveis Espaciais... 490 Bibliografia... 502 Anexo 1 O Questionário de Seguros... 507 Anexo 2 Testes Completos dos Modelos de Acesso a Seguros (STEPWISE)... 509 Anexo 3 Decomposição do Acesso e Despesa Média com Seguros... 513 Anexo 4 Modelos Multivariados de Acesso a Seguros para Classe AB... 515 Anexo 5 Evolução da Distribuição de Renda e da Pobreza no Brasil... 517 Anexo 6 Deslocamentos agregados de Classes Econômicas... 525 Anexo 7 Risco de Renda... 535 Anexo 8 Visão Geral do Projeto... 538 xv

xvi

Apresentação A inclusão social como meta nacional assumiu papel central na década de 2000 no Brasil, na esteira de preocupações similares em outros países. Ainda assim, não houve um engajamento efetivo de todos os segmentos da sociedade. No tocante ao setor de seguro, a resposta foi centrada no chamado microsseguro, e até 2007 exercida através de medidas isoladas e com pouca articulação com as instituições do mercado. Ainda assim, algumas ações foram tomadas. Em setembro de 2004, a Circular Susep 267/2004 estabeleceu as condições gerais padronizadas do seguro de vida em grupo popular. Em seguida, o Decreto 5.172/2004 reduziu o IOF para o ramo vida, e em novembro de 2005, a Circular Susep 306/2005 estabeleceu as condições gerais para o seguro popular de automóvel. Essas medidas, ainda que com teor distinto, haviam sido sugeridas e antecipadas em 2004 nas propostas apresentadas pela Escola Nacional de Seguros Funenseg para um novo Plano Diretor 1. Em 2006, foi formado o IAIS-CGAP Joint Working Group on Microinsurance (JWG-MI), com a participação da Susep como membro e colaborador, e em outubro de 2007, o Superintendente da Susep foi eleito presidente do JWG-MI e do Subgrupo de Trabalho de Microsseguro do IAIS. Em abril de 2008, o CNSP, através do ato CNSP 10/2008, criou a Comissão Consultiva de Microsseguro, presidida pelo Superintendente da Susep e com representantes do mercado, inclusive da Escola Nacional de Seguros. Dois meses depois, a Susep instituiu o Grupo de Trabalho de Microsseguros, com a finalidade de apresentar estudos, assessorar e secretariar os trabalhos da Comissão Consultiva. Finalmente, em novembro de 2008, a Comissão Consultiva de Microsseguro aprovou as linhas gerais de propostas, ficando a Escola Nacional de Seguros responsável pela coordenação do Subgrupo de Pesquisas destinadas a fundamentar as medidas políticas e fornecer sugestões para a efetiva implantação do microsseguro no Brasil em um prazo efetivo de até dois anos. 1 Escola Nacional de Seguros, Plano Diretor para o Mercado de Seguros: propostas apresentadas pela Funenseg, outubro de 2004. xvii

A intensa discussão aberta a todos os segmentos do mercado apontou a necessidade de uma regulação específica nos aspectos institucional, prudencial, de comercialização e de produtos. Para evitar erros de medidas políticas e os desgastes de revisões eventuais e da insegurança operacional foi necessário elucidar diversas dúvidas sobre o microsseguro: qual o tamanho efetivo desse mercado, a viabilidade privada desse nicho, os ganhos sociais com a implantação do microsseguro, se existem, e quais as barreiras regulatórias para o microsseguro no Brasil, qual o perfil do consumidor, as suas necessidades e percepções sobre o seguro, quais as diferenças demográficas e econômicas em comparação com a população já atendida das classes A e B, como sensibilizar e vender os produtos de seguro, quais os produtos mais viáveis, se há necessidade de uma formação específica para o intermediário, quais os canais mais adequados de comercialização e de arrecadação de receitas, e muitas outras. Enfim, um elenco de perguntas que precisaram ser respondidas para a efetiva e eficiente implantação de microsseguro. Por restrições orçamentárias e de tempo, a Comissão Consultiva fez uma ordenação das perguntas centrais e estabeleceu um programa articulado de pesquisas, as quais foram distribuídas pelos melhores analistas e acadêmicos do Brasil. Os autores das pesquisas foram selecionados com base no seu conhecimento sobre o tema, formação acadêmica e capacidade de responder as dúvidas apresentadas. Essas coletâneas compreendem as pesquisas realizadas em 2009 e 2010, e que apenas abrem caminho para muitas outras pesquisas. Os temas ainda pouco claros ou não explorados serão objeto de novos esforços de pesquisa e esperamos apresentar novos resultados no futuro próximo. Mas não basta gerar o conhecimento científico. Igualmente importante é a sua divulgação e aplicação, o que exige a articulação com material didático específico e a formação de profissionais especializados. Com esse objetivo, a Escola Nacional de Seguros criou o Programa Microsseguro, com ações articuladas em três grupos de atividades: a geração do conhecimento através de pesquisas; a difusão do conhecimento através de seminários, palestras e publicações; e a formação e certificação do intermediário. Parte fundamental do conhecimento sobre o microsseguro no Brasil foi fornecida pela própria Susep, através do seu Grupo de Trabalho interno. A Susep dá uma contribuição importante e seminal com o exame crítico das barreiras na legislação atual 2. 2 SUSEP, Identificação das barreiras regulatórias para o microsseguro no Brasil, II Relatório Parcial; e Anexo I Legislação Selecionada. Outros relatórios importantes preparados pela Susep foram Definição do conceito de Microsseguro, I Relatório Parcial; Identificação das partes interessadas no microsseguro e seus respectivos papéis, III Relatório Parcial; e Identificar os principais parâmetros para os produtos de microsseguros, IV Relatório Parcial. xviii

Com base no marco regulatório das linhas atuais de seguro, ficou comprovado que o Decreto-Lei 73, de 1966, não apresenta barreiras e restrições significativas para a implantação de um ambiente regulatório favorável ao microsseguro no Brasil. Pelo contrário, o Decreto-Lei 73 é bastante flexível para a regulação das atividades do microsseguro no âmbito do CNSP e da Susep, e a integração do mercado segurador reforçado agora através do microsseguro no processo econômico social é um dos objetivos explícitos da política de seguros. Ademais, não há barreiras para as novas formas de canais de distribuição, como bancos e seus correspondentes, cadeias comerciais de varejo, prestadores de serviços de utilidade pública (luz, gás, telefonia etc.), agências de correios e casas lotéricas. Enfim, as eventuais barreiras ao microsseguro não estão no âmbito da legislação do seguro, mas podem ter origem na legislação tributária, principalmente no IOF, na legislação trabalhista, e também nos custos de intermediação através do corretor qualificado para a comercialização de todos os ramos. Este óbice na intermediação pode ser contornado com a criação de uma classe especial de corretor de microsseguro cuja qualificação seja obtida em certificação específica, menos exigente do que as demais formas. Com esses textos, o primeiro volume da Coletânea traça os limites para o microsseguro no Brasil. No âmbito do Programa de Pesquisas da Escola Nacional de Seguros, os temas foram variados. A pergunta principal para o início do debate se refere ao potencial do mercado de microsseguros no Brasil, tanto no tocante ao tamanho como na existência de produtos similares fornecidos pelo governo e pelo setor privado. Prof. Beltrão, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, coordenou uma pesquisa 3, explorando as informações estatísticas da PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, da POF Pesquisa de Orçamentos Familiares e da ECINF Pesquisa da Economia Informal Urbana. O objetivo foi o de mapear a população-alvo inclusive a inserida na economia informal, combinando aspectos demográficos, geográficos, econômicos, escolaridade e atributos familiares. Os cruzamentos permitiram identificar o número de consumidores, sua localização e características básicas. Pelos resultados, é possível afirmar que existe um amplo mercado com potencial de consumo de seguro, bastando adequar produtos e condições de preço. A questão do preço do seguro e do seu impacto na demanda é recorrente e abordada em outras pesquisas, sob outros ângulos. Por exemplo, numa amostra com mais de oito milhões de microempresários informais, 3 Kaizô Iwakami Beltrão, Sonoê Sugahara e Fernanda Paes Leme. Estimativa do potencial de microsseguros no Brasil e Estimativa do potencial de microsseguros no Brasil a partir da análise da estrutura dos gastos familiares e das pequenas empresas com produtos relacionados, nesta coletânea. xix

42% apontam o preço elevado como justificativa para não fazer seguro, e mais de 70% utilizam a rede bancária e correspondentes bancários para realizar pagamentos. Mais de 22% dos microempresários não fazem seguro por achar desnecessário. Portanto, aí residem algumas questões conscientização da importância da proteção do seguro, preço mais baixo e canais de comercialização mais simples que devem ser discutidas na implantação do microsseguro. Embora o microsseguro seja uma atividade inédita no Brasil sob o ponto de vista governamental, existem experiências bem-sucedidas que oferecem e comercializam atividades similares ao seguro. Parte dessas atividades está sob administração pública, e outras, sob administração privada. Galiza nos contempla com duas pesquisas, cada uma abordando um desses temas. Os seguros e os programas de proteção com alguma similaridade com o seguro, qualificados como sociais, estão sob a égide do governo, e o elenco é amplo: Programa Bolsa Família certamente o mais conhecido; o Seguro-Desemprego; os benefícios da Previdência Social; o SUS Sistema Único de Saúde; o Seguro de Acidentes de Trabalho; o Pronaf Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar; o Programa Brasil Alfabetizado; o Programa Pró-Jovem; o PPDLES Projeto de Promoção do Desenvolvimento Local e Economia Solidária; o Pronaf Linhas Especiais; o Programa de Microcrédito do Nordeste; o Programa Nacional Biodiesel; o Programa Luz para Todos; o Peti Programa de Erradicação do Trabalho Infantil; o Prouni Programa Universidade para Todos; e o Programa Territórios da Cidadania 4. Neste elenco estão alguns seguros que podem ser absorvidos pelo setor privado, certamente com maior eficiência operacional e menor custo, como o seguro de acidentes de trabalho, que inclusive já esteve sob administração privada e acabou absorvido pelo governo federal, parte da previdência social para as classes de renda mais alta e o seguro saúde. Os produtos de administração privada 5 que atendem às classes C e D são em menor número, mas deles provêm lições valiosas e que permitem queimar etapas na implantação do microsseguro: o seguro de assistência funeral, ofertado por milhares de funerárias que não percebem que se trata de uma atividade de seguro e, como tal, sujeito à supervisão e às regras do setor; o Pasi Plano de Amparo Social Imediato, um seguro de vida que protege os trabalhadores legalizados e é especializado no atendimento junto às CCT Convenções Coletivas do Trabalho; o microcrédito e outros. 4 Galiza, Francisco. Programas e seguros sociais no Brasil: características principais, nesta coletânea. 5 Galiza, Francisco. Produtos da iniciativa privada correlacionados com o microsseguro, nesta coletânea. xx

Neri utiliza os microdados da POF e decompõe as despesas com seguro por classe econômica e por tipo de seguro. O autor mostra que enquanto 4% dos indivíduos das classes A, B e C têm despesas com seguro, nas classes D e E esse percentual diminui para 0,7 e 0,4%, respectivamente 6. Surpreendem os percentuais modestos da população que utiliza alguma forma de seguro comercial, e não apenas nas classes de renda mais baixa. Entre 2003 e 2009, cerca de 27 milhões de pessoas número que corresponde à população de meia França, como ressalta Neri foram incorporadas às classes de renda A, B e C. Acrescentando-se o efeito-renda gerado pelo crescimento da renda real e o crescimento populacional, a taxa de acesso ao seguro privado teria tido um crescimento de 44,3%. Ou seja, mesmo com a melhoria inconteste na distribuição de renda e com o crescimento da renda per capita, existe um amplo mercado a ser conquistado. É com esse objetivo que colocamos à disposição dos leitores e instituições interessadas esta sequência de artigos. Boa leitura! Claudio Contador Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento Escola Nacional de Seguros 6 Neri, Marcelo Cortes. Microsseguros, risco de renda, seguro social e a demanda por seguro privado pela população de baixa renda, nesta coletânea. xxi