2 Lucia Moysés Solicite nosso catálogo completo, com mais de 300 títulos, onde você encontra as melhores opções do bom livro espírita: literatura infantojuvenil, contos, obras biográficas e de autoajuda, mensagens espirituais, romances palpitantes, estudos doutrinários, obras básicas de Allan Kardec, e mais os esclarecedores cursos e estudos para aplicação no centro espírita iniciação, mediunidade, reuniões mediúnicas, oratória, desobsessão, fluidos e passes. E caso não encontre os nossos livros na livraria de sua preferência, solicite o endereço de nosso distribuidor mais próximo de você. Edição e distribuição Editora EME Caixa Postal 1820 CEP 13360 000 Capivari SP Telefones: (19) 3491 7000/3491 5449 vendas@editoraeme.com.br www.editoraeme.com.br
4 Lucia 2012 Moysés Lucia Moysés Os direitos autorais desta obra são de exclusividade da autora e serão repassados para o Grupo Espírita Bezerra de Menezes, mantenedor da Creche Carmem, situado à Rua Daniel Torres, 405, Niterói RJ. A Editora EME mantém o Centro Espírita Mensagem de Esperança, colabora na manutenção da Comunidade Psicossomática Nova Consciência (clínica masculina para tratamento da dependência química), e patrocina, junto com outras empresas, a Central de Educação e Atendimento da Criança (Casa da Criança), em Capivari -SP. 1ª edição fevereiro/2012 3.000 exemplares Capa Abner Almeida DIAGRAMAÇÃO Antonio do Carmo Martimbianco Revisão Editora EME Ficha catalográfica elaborada na editora Moysés, Lucia, 1945 - Nas mãos amigas dos pais / Lucia Moysés. 1ª ed. fev. 2012 Capivari, SP : Editora EME. 168 p. ISBN 978-85-7353-477-1 1. Espiritismo. 2. Educação espírita. 3. Educação de filhos. 4. Adolescência. I. Título. CDD 133.9
Nas mãos amigas dos pais 5 Dedicatória A minha mãe, que desde cedo me acenou com as verdades do Espiritismo. A meu pai, pelos exemplos de generosidade e honradez deixados.
Sumário Apresentação...9 Para além do saber tecnológico...11 Reencarnar na mesma família...15 Conviver com filhos difíceis...19 Sintonias perigosas...23 O sentido da vida...29 O menino do violino...33 Pais e filhos: amigos ou estranhos?...37 Em torno da mesa...41 A criança terceirizada...45 O valor do aplauso...51 Nas mãos amigas dos pais...55 Brincadeira é coisa séria...59 Gentileza gera gentileza...63 Caminhar junto...67 Três gerações sob o mesmo teto: novos desafios...71 Crianças espíritas...75 Tocar a sensibilidade da criança...79 No caminho do bem...83 A adolescência sob um novo olhar...87 O perigo do primeiro gole...93
8 Lucia Moysés A lição que vem das crianças...97 Ninguém vive sem limites...101 Tirar da redoma...105 A complicada tarefa de se tornar adulto...109 Receita de mãe...113 Jovens fora do crime: a parte que nos toca...117 Quando o pai não é amado...121 Filhos que partem: há consolação?...127 A hora certa...131 Já conheces a verdade, agora liberta te...135 Sonhos e medos...139 Fazer o bem faz bem...143 Ajudar a crescer...149 Educar para a fraternidade...153 Conto de Natal...157 Referências bibliográficas...161 Bibliografia complementar...163 Documentos eletrônicos...165
Nas mãos amigas dos pais 9 Apresentação Pais e educadores neste início de século sabem que está cada vez mais difícil encontrar nos parâmetros antigos as balizas seguras para a educação dos seus filhos. O mundo vem mudando de uma forma vertiginosa. Padrões de comportamento, regras e confiança vão se transmutando diante dos seus olhos, gerando insegurança e incertezas. O que valia para o seu tempo de criança passou a ser questionado. Há muitas dúvidas quanto à melhor forma de educar os filhos. Neste panorama, nada melhor do que buscar apoio na Doutrina Espírita, uma proposta educativa, por excelência. Baseada no fato de que somos espíritos imortais, cumprindo uma trajetória ascensional na busca da perfeição, ela oferece um roteiro capaz de iluminar este caminhar. Pensando em contribuir com o debate em torno de questões relevantes que permeiam o cotidiano de inúmeras famílias, reunimos aqui uma coletânea de temas atuais, analisados à luz do espiritismo. Kardec, a seu tempo, mostrou-se particularmente interessado com o que se passava a sua volta, entendendo que a Doutrina dos Espíritos deveria servir ao homem comum, iluminando-o com as suas
10 Lucia Moysés diretrizes, ajudando-o a dirimir suas dúvidas e a solucionar suas dificuldades e seus problemas. Esta é, também, a nossa intenção: trazer para o dia a dia familiar um olhar da educação espírita. Esta coletânea é uma compilação revista e ampliada de artigos publicados no jornal Correio Espírita, dirigido por Saulo Ferreira Neto, no qual assinamos uma coluna sobre temas educacionais. Lucia Moysés
Nas mãos amigas dos pais 11 Para além do saber tecnológico A cada novo final de ano ouvimos reiteradas vezes que o tempo está voando. É verdade. As necessidades que criamos para nós, e que nos exigem atuar em várias frentes ao mesmo tempo, encurtaram nosso tempo. Observando as transformações ocorridas nas últimas décadas, temos que reconhecer que estamos testemunhando uma revolução sem precedentes. A união da ciência e tecnologia transformou o mundo. Hoje, a diferença entre as gerações mostra se de forma mais contundente do que no passado. Por conta dos avanços que não cessam de surgir, pais e filhos estão se distanciando cada vez mais. Psicólogos e educadores estão afirmando que estamos diante de uma nova infância. Há uma brutal aceleração das etapas evolutivas. Provavelmente porque já tomaram contato com o mundo moderno em existências passadas, os espíritos que retornam vêm trazendo de
12 Lucia Moysés forma aguçada essa capacidade de interagir com as mais sofisticadas invenções tecnológicas. Agora, são eles quem ensinam aos pais. Essa constatação me leva a pensar nas consequências dessa inversão de papéis. Sim, porque até bem pouco tempo (e ainda nas sociedades mais tradicionais) sempre coube às gerações mais velhas transmitir conhecimento às mais novas. Será que na tão propalada crise de autoridade que se verifica nos dias atuais, essa mudança de paradigma não desempenha um certo papel? Muitos são os fatores que a determinam, é verdade. Mas nossa mente está acostumada a fazer generalizações. Então, frente a um adulto que titubeia diante de situações consideradas elementares pelas crianças e jovens, como aquelas que envolvem o uso de aparelhos eletrônicos ou a da informática, pode surgir uma perigosa e equivocada leitura: Se não sabe isso, não sabe nada. Se a hipótese é viável, é importante que se analise esse processo de transferência, dissecando o, de forma a deixar claro que o fato de os pais apresentarem dificuldades no uso de aparatos tecnológicos não significa nenhuma perda de responsabilidade ou autoridade frente aos filhos. Diante da enorme tarefa que lhes compete na sua educação, esse desconhecimento deveria pesar bem pouco. Ninguém deveria se sentir diminuído por não ter o domínio das novas habilidades do mundo moderno. É evidente que todo esforço dos pais no sentido de se adequarem à era tecnológica é louvável, até porque é importante que exerçam controle sobre os conteúdos a que
Nas mãos amigas dos pais 13 seus filhos estão expostos. Mas há algo muito mais importante do que dominar o computador, saber programar celulares, usar bluetooth ou jogar videogame. Quando comparados os repertórios de conhecimentos da criança e do adulto, é evidente que o conhecimento de vida dos mais velhos é infinitamente superior ao dos mais jovens. Isso, por si só, já deveria convencê los da importância do seu papel na formação das personalidades das novas gerações. E a Doutrina Espírita vem corroborar esse fato. Não nos iludamos. Por mais habilidades e conhecimentos específicos que nossas crianças possam demonstrar, estamos diante de espíritos que renasceram sob nossa responsabilidade e pelos quais temos que zelar. Somos, como diz Santo Agostinho em O Evangelho segundo o Espiritismo, os jardineiros responsáveis pelas guias que irão conduzir a planta a um crescimento firme e na direção certa. É preciso que cuidemos do seu desenvolvimento moral, oferecendo lhes oportunidades para que cresçam como espíritos. E tudo começa fazendo lhes perceber o sentido da vida. Se elas sabem muito no campo tecnológico, precisam saber mais ainda no campo da transcendência. Ou seja, saber responder a questões como: quem somos? Como fomos criados? O que viemos fazer aqui? Qual o nosso destino depois da morte? Do que precisamos para alcançar a verdadeira felicidade? Saber, enfim, aquilo que as leva a ultrapassar a materialidade que as envolve para chegar ao que realmente irá fazer a diferença em suas vidas. Assim agindo, estaremos auxiliando as crianças a desenvolver o conhecimento e a bondade, o saber e a virtude. Lembra nos Emmanuel, o nobre mentor de Chico Xavier,
14 Lucia Moysés na obra Pensamento e vida, que este movimento não se impõe de fora para dentro. Ao contrário, é construído paulatinamente mediante a consciente adesão da vontade, e se traduz pelas ações no bem por iniciativa própria. Acrescenta o mentor que ao agir de forma generosa, a criança pode libertar e polir o coração, nele plasmando a face cristalina da alma, capaz de refletir a vida gloriosa e transformar, consequentemente, o cérebro em preciosa usina de energia superior, projetando reflexos de beleza e iluminação. Em outras palavras: o que transforma o cérebro em uma usina superior é o que se faz com o coração, é o progresso moral. Por maiores sejam os avanços do espírito no campo intelectual como no caso do domínio de tecnologias de ponta Somente o progresso moral pode assegurar aos homens a felicidade na Terra. [...] somente ele pode fazer com que reinem a concórdia, a paz e a fraternidade entre os homens., conforme registra Kardec em A Gênese, cap. XVIII. Assim, pais, não tenham receio em assumir o papel de guia diante do seu filho, mesmo sendo analfabetos digitais. Ele vai precisar de muito mais do que o conhecimento tecnológico nas aprendizagens que seu espírito deverá fazer para sair vitorioso na reencarnação que recomeça.