UTILIZAÇÃO DE ESPÉCIES FORRAGEIRAS NA BOVINOCULTURA LEITEIRA DA REGIÃO SUDOESTE DO PARANÁ

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO CURITIBANOS FELIPE GRANEMANN JUNIOR CONSÓRCIO DE AVEIA E AZEVÉM SUBMETIDO A ALTURAS DE PASTEJO

Transcrição:

UTILIZAÇÃO DE ESPÉCIES FORRAGEIRAS NA BOVINOCULTURA LEITEIRA DA REGIÃO SUDOESTE DO PARANÁ Viviani Carla Dalfovo 1 *, Magnos Fernando Ziech 2 [orientador], Aline Beatriz Chiochetta 1, Alberto Luiz Gagstetter 1, Fernando Bernardo da Silva 3, Bruna Ambrosini 1 1 Alunos do curso de Zootecnia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Dois Vizinhos. vivicarlad@gmail.com; aline.chiochetta@gmail.com, albertoluizg@hotmail.com, bruna.ambrosini@hotmail.com 2 Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Dois Vizinhos. *mfziech@hotmail.com. 3 Aluno do curso de Veterinária da Universidade Federal Fronteira Sul, Câmpus Realeza, fernando16bernardo@hotmail.com. Resumo: o presente trabalho teve por objetivo verificar a área e a utilização de pastagens (espécies forrageiras) em diferentes épocas do ano dentro de três níveis de produção de leite. Foram realizadas entrevistas com produtores de leite abordando os seguintes temas: área total da propriedade; área total de pastagens e espécies perenes e anuais utilizadas, posteriormente, os questionários foram divididos em três níveis de produção de leite diário (até litros, 1 a 25 litros e mais de 25 litros). Os valores de área total das propriedades, área total de pastagens, área destinada à produção de leite, estabelecidas com espécies perenes e com espécies anuais de estação fria, não apresentaram diferença estatística entre níveis de produção, encontrando-se valores médios de 18,79; 4,59;,31 e 2,78 hectares, respectivamente. Para áreas constituídas com espécies anuais de estação quente encontraran-se diferenças significativas, sendo superiores para o maior nível de produção, não se diferindo do nível intermediário. Dentre as pastagens de estação fria, verificou-se que a aveia tem a maior utilização junto aos produtores, atingindo 86,57%, seguido pelo azevém com 59,7% de uso pelos entrevistados, já para as espécies estivais, a aveia de verão foi a mais citada com 55,22% dos produtores. Palavras-chave: produção de leite, pastagem anual, pastagens perenes. Introdução A pastagem é o principal recurso alimentar utilizado para os animais ruminantes nos diferentes sistemas de produção animal no Brasil. Este fato está aliado a fatores econômicos, à diversidade climática e de espécies e, também, pela produtividade e qualidade dos pastos encontradas nas diferentes regiões do país. A região Sul do Brasil está situada em uma latitude privilegiada, permitindo a utilização, tanto de espécies forrageiras tropicais e subtropicais, bem como temperadas, o que facilita a adoção de sistemas de produção animal em pastagens, durante o ano inteiro (Moraes, 1991). Para atingir o nível ótimo de produção, preservando o sistema, o tomador de decisão deverá, necessariamente, procurar atingir o equilíbrio entre as eficiências de crescimento da forragem, utilização da forragem produzida e conversão desta em produto animal (Da Silva & Sbrissia, ). A região Sudoeste do Paraná é caracterizada por pequenos estabelecimentos rurais, sendo mais de 8% deles caracterizados com áreas de até 5 ha e utilização quase exclusiva de mão-de-obra familiar (DERAL, 4). Sendo assim, o presente trabalho tem por objetivo verificar a área e a utilização de pastagens (tipos de forrageiras) em diferentes épocas do ano dentro de três níveis de produção de leite na Região Sudoeste do Paraná. Materiais e Métodos Esse trabalho foi realizado na Região Sudoeste do Paraná, abrangendo 16 municípios: Mangueirinha, Nova Esperança do Sudoeste, Coronel Vivida, Chopinzinho, Honório Serpa, Realeza, Planalto, Capanema, Pato Branco, Dois Vizinhos, Salgado Filho, Verê, Francisco Beltrão, Santa Isabel do Oeste, São Jorge do Oeste e 17 e 18 de Outubro de 11 398

Sulina. O trabalho foi executado entre os meses de outubro de a março de 11, sendo realizadas entrevistas com produtores de leite. Para isto, foi elaborado um questionário, abordando os seguintes temas: a) área total da propriedade; b) área total de pastagens; c) espécies de pastagens perenes e anuais utilizadas e o tamanho da área ocupada. Após a realização das entrevistas, os dados encontrados foram tabulados e posteriormente divididos em três níveis de produção de leite diário: até litros/dia, de a 25 litros/dias e acima de 25 litros/dia. Uma vez tabulados, foram submetidos a análise de comparação de médias, aplicando-se o teste de tukey a 5% de significância, com auxílio do programa estatístico ASSISTAT (SILVA E AZEVEDO, 9). Resultados e Discussão Com a realização do questionário, e o posterior agrupamento dos dados em níveis de produção de leite, observou-se (tabela 1), ausências de diferenças significativas considerando área total das propriedades, área total de pastagens, áreas estabelecidas com espécies perenes e com espécies anuais de estação fria, encontrando-se valores médios de 18,79; 4,59;,31 e 2,78 hectares respectivamente. Segundo o IPARDES (8), em pesquisa realizada no Sudoeste do Paraná, foram encontrados percentuais similares ao nosso estudo para área total, sendo de 19,99 ha em média por propriedade, sendo as áreas utilizadas para produção de pastagens perenes foram em média de 8,88 ha. Com relação as pastagens anuais encontraram em média valores de 9,19 ha. Quando se observa áreas constituídas por espécies anuais de estação quente, verificou-se diferenças significativas, sendo superiores para o maior nível de produção (2,23 ha), quando comparado ao menor (,93 ha), porém não diferindo para o nível intermediário (1,75 ha), demonstrando assim, que nestes níveis o volumoso para atividade leiteira na estação quente é dependente de espécies perenes e/ou suplementação com silagem, onde provavelmente a área destinada as pastagens anuais de estação fria estão neste período sendo utilizadas com a cultura do milho. Verificando-se a participação de cada espécie forrageira perene, observou-se que na região Sudoeste do Paraná o capim estrela africana (Cynodon nlenfuensis) obteve a maior participação, com 56,71% entre os entrevistados (figura 1), muito em função de sua agressividade para cobertura do solo e fácil propagação. Gramíneas do gênero Cynodon, são bastante adaptadas às características da Região, o cultivar Tifton 85 é utilizado por 49,25% dos entrevistados. Outras forrageiras perenes que obtiveram destaque foram o capim elefante (Pennisetum purpureum) cv. Pioneiro e a Brachiaria brizanta (Brachiaria brizantha), ambas com 37,31% de uso, grande parte dos produtores usam simultaneamente de duas a quatro espécies cultivadas singularmente em sua propriedade leiteira. Quando utilizadas pastagens de estação fria (figura 2) o estudo mostrou a aveia preta (Avena strigosa), como a cultivar de maior utilização dentre os produtores, com um percentual de 86,57%, seguida pelo azevém (Lolium multiflorum), com 59,7% de uso entre os entrevistados. O trevo branco (Trifolium repens) foi citado por apenas 13,43% dos produtores, sendo a leguminosa de clima temperado mais utilizada. Segundo dados do governo paranaense, as pastagens de inverno mais utilizadas são a aveia e o azevém, por ser cultivares resistentes ao frio e que possuem altos níveis de proteína. IPARDES (8), em trabalho semelhante, observaram que 64% dos produtores também declararam usar aveia em suas pastagens e 33,3% azevém. Dentre as espécies anuais de estação quente (figura 3), a aveia de verão ou capim Sudão (Sorghum sudanense) foi a mais citada pelos produtores de leite (55,22%), sendo também utilizados o sorgo forrageiro 17 e 18 de Outubro de 11 399

(Sorghum bicolor) e o milheto (Pennisetum americanum) perfazendo 38,8% e 32,83% respectivamente. Notase ainda que há uma grande diversidade das forrageiras utilizadas pelos produtores da região. Conclusão Mesmo com pequenas áreas, a atividade leiteira na Região Sudoeste do Paraná, apresenta condições interessantes para o desenvolvimento de um sistema de produção de leite baseado no uso total ou parcial de pasto. As pastagens perenes, em grande parte das propriedades, ainda está caracterizada pela utilização de gramíneas que proporcionam pouca produtividade, independentemente do nível de produção diário. Pastagens anuais de estação quente são mais utilizadas por produtores com produção diária acima de litros. Referências Da SILVA, S. C.; SBRISSIA, A. F. a planta forrageira no sistema de produção animal. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DE PASTAGENS, 17., Piracicaba,. Anais. Piracicaba: FEALQ,. p. 3- IPARDES. Caracterização socioeconômica da atividade leiteira no estado do Paraná. Curitiba, 8. MORAES, A. Produtividade animal e dinâmica de uma pastagem de pangola (Digitária decumbens stent). Azevém (Lolium multiflorum Lam) e trevo branco (Trifolium repens L.), submetidas a diferentes pressões de pastejo: Porto Alegre, RS: UFRS, 1991. p. Tese (Doutorado em Zootecnia) - Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1991. SEAB-DERAL.: Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Depertamento de Economia, Rural, Curitiba, 4 Sede e Núcleos Regionais. SILVA, F.A.S.; AZEVEDO, C.A.V.. Principal Components Analysis in the Software Assistat-Statistical Attendance. In: WORLD CONGRESS ON COMPUTERS IN AGRICULTURE, 7, Reno-NV-USA: American Society of Agricultural and. Tabela 1. Área total das propriedades, área total de pastagens, destinadas à produção de leite, com espécies perenes, com espécies anuais de inverno e de verão em níveis de produção de leite no sudoeste do Paraná - 11. Áreas (ha) Até litros a 25 litros + de 25 litros Média Total da propriedade 15,23,38,77 18,79 Utilizada com Pastagens 3,22 4,58 5,98 4,59 Espécies Perenes 2,39 3,28 4,27 3,31 Espécies Anuais de inverno 1,41 3, 3,83 2,78 Espécies Anuais de verão,93 b 1,75 ab 2,23 a 1,63 As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. 17 e 18 de Outubro de 11

56,71% 35 49,25% N de produtores 25 15 5 37,31% 8,95%,9% 37,31%,45%,45% 7,47% Brizanta Tifton 85 Tanzânia Estrela Africana Coastcross Pioneiro - C. Elefante Hemartria Mombaça Outros Figura 1. Percentual de propriedades que utilizam e participação de espécies perenes na região do sudoeste do Paraná 11. 7 6 86,57% N Produtores 5 59,7% 13,43% 5,97% Aveia Azevem Trevo Branco Outros Figura 2. Percentual de propriedades que utilizam e participação de espécies de estação fria na região do sudoeste do Paraná 11 17 e 18 de Outubro de 11 1

35 55,22% N de produtores 25 15 38,8% 32,83% 5 1,49% 2,98% Aveia de Verão Sorgo Forrageiro Milheto Dente de Burro Outros Figura 3. Percentual de propriedades que utilizam e participação de espécies de estação quente na região do sudoeste do Paraná 11. 17 e 18 de Outubro de 11 2