Conselho da União Europeia Bruxelas, 10 de fevereiro de 2017 (OR. en) 5776/17 IND 18 MI 82 COMPET 58 FISC 27 PI 9 NOTA de: para: Assunto: Presidência Comité de Representantes Permanentes/Conselho Preparação da reunião do Conselho (Competitividade) de 20 de fevereiro de 2017 Comunicação da Comissão intitulada "Os próximos líderes da Europa: Iniciativa 'Start-up e Scale-up'" - Apresentação pela Comissão - Troca de pontos de vista Junto se envia, à atenção das delegações, uma nota da Presidência sobre "Os próximos líderes da Europa: Iniciativa 'Start-up e Scale-up'", destinada ao Conselho (Competitividade) de 20 de fevereiro de 2017. 5776/17 ag/jnt/jv 1
Os próximos líderes da Europa: Iniciativa "Start-up e Scale-up" Um manifesto para a mudança e a capacitação na era digital Em 2016, um "Manifesto para a mudança e a capacitação na era digital" 1 referia o seguinte: "A Europa não tem falta de empresários de sucesso nem de ideias inovadoras. Com efeito, contrariamente à crença generalizada, a Europa dispõe de mais empresários per capita do que os Estados Unidos, um país geralmente tomado como referência da excelência empresarial. O problema, contudo, é que as empresas europeias raramente atingem uma grande dimensão. São demasiadas as empresas constituídas por duas ou três pessoas, ou até, muito frequentemente, apenas por uma pessoa. As ideias inovadoras dessas empresas não ultrapassam o domínio exclusivo das economias locais, por vezes confinadas a um único Estado-Membro da União Europeia e, por vezes, apenas a uma única região no interior de um mesmo país. Falta-lhes o peso global e a dimensão em termos de criação de postos de trabalho de conhecidas empresas dos EUA, como a Apple (fundada em 1976), a Amazon (1994), a Google (1998), a Tesla (2003), o Facebook (2004) ou, mais recentemente, a Uber (2009)." De acordo com a base de dados macroeconómicos anuais da Comissão, existe uma considerável diferença de produtividade entre a Europa e os EUA. Em 2014, a produtividade do trabalho na UE era de apenas 70 % da dos EUA. Além disso, a produtividade parece ter estagnado na UE, ao passo que os Estados Unidos e o Japão registaram um aumento. A base de dados da Comissão revelou igualmente que a produtividade do trabalho na Europa é determinada pelos seguintes elementos: a) capacidade de adotar novas tecnologias avançadas, bem como a digitalização; b) investimento na investigação e desenvolvimento; c) infraestruturas e redes; d) competitividade externa e e) lenta realização do mercado único. A diferença de produtividade entre a UE e os EUA pode, pelo menos em parte, ser explicado pela falta de empresas em expansão na Europa. Iniciativa "Start-up e Scale-up" Em novembro de 2016, a Comissão publicou a Iniciativa "Start-up e Scale-up" (arranque e expansão), cujo objetivo consiste em proporcionar mais oportunidades aos empresários inovadores da Europa para as suas empresas se tornarem líderes a nível mundial. 1 http://scaleupeuropemanifesto.eu/pdf/scale_up_europe_brochure.pdf. 5776/17 ag/jnt/jv 2
Os meios para atingir esse objetivo são a eliminação dos obstáculos para as empresas em fase de arranque se poderem expandir no mercado único, a criação de melhores oportunidades de parceria, de melhores oportunidades comerciais e de melhores competências, e facilitar o acesso ao financiamento. Na sequência de uma apresentação pela Comissão, no Conselho (Competitividade) de novembro de 2016 os ministros saudaram e apoiaram a Iniciativa "Start-up e Scale-up". A Presidência maltesa está determinada em ajudar as empresas em fase de arranque a concretizarem todo o seu potencial de inovação e criação de emprego. Em 11 de janeiro de 2017, o Grupo da Indústria debateu a Iniciativa "Start-up e Scale-up". A DG Mercado Interno, Indústria, Empreendedorismo e PME da Comissão Europeia, o Banco Europeu de Investimento e o Fundo Europeu de Investimento fizeram apresentações que proporcionaram informações úteis sobre a iniciativa. Resultados do Grupo da Competitividade e Crescimento (Indústria) de 11 de janeiro de 2017 Os Estados-Membros acolheram favoravelmente a Iniciativa "Start-up e Scale-up", que consideraram um importante passo em frente. Apelaram ainda à participação da rede europeia de empresas no fornecimento de informação às PME sobre incentivos a nível europeu, nacional e regional, questões relacionadas com o mercado, orientação prática e assistência em matéria de aconselhamento, bem como sobre a disponibilização de uma série de serviços avançados para empresas em fase de arranque e em expansão. As empresas em fase de arranque e em expansão deverão ter condições para se concentrarem no produto ou serviço que pretendem vender. É necessário que os programas da UE sejam mais conviviais para as PME, e é imperativo que haja menos encargos administrativos a fim de reduzir a burocracia. Deve ser dada especial atenção às necessidades de tesouraria das empresas em fase de arranque e em expansão. É também importante que as autoridades de gestão dos Estados-Membros, ao implementarem os programas da UE, não exijam uma quantidade excessiva de documentação. Os programas da UE deverão ser reforçados e coordenados por forma a melhor apoiar as empresas no desenvolvimento de protótipos e na comercialização de novos produtos. Os programas devem ser concebidos de modo a facilitar a cooperação transfronteiras e criar sinergias, bem como para ajudar as empresas em fase de arranque e em expansão a internacionalizar as suas atividades. As autoridades nacionais e regionais gostariam de ter informações práticas sobre o modo de captar o financiamento oferecido pelo FEIE, o FEI e o BEI. Os serviços da plataforma Fi-Compass constituem um passo na direção certa e deverão ser alargados. É igualmente importante identificar de que modo o FEIE II pode melhorar o acesso das PME ao financiamento na sequência do êxito do FEIE I. 5776/17 ag/jnt/jv 3
Os Estados-Membros convidaram a Comissão a criar plataformas onde os Estados-Membros possam partilhar as boas práticas na utilização dos fundos estruturais, bem como na criação de instrumentos financeiros nacionais. Deve ser dada uma atenção especial aos instrumentos de financiamento, em particular aos instrumentos de capital próprio, em relação aos quais mais se faz sentir a insuficiência no mercado. Os Estados-Membros e as regiões mais pequenos da UE não têm o mesmo acesso ao capital de risco que os Estados-Membros e as regiões de maior dimensão, e gostariam que existisse um fundo de capital de risco a nível da UE. Alguns Estados-Membros gostariam de utilizar os conhecimentos especializados da Comissão e de identificar as ligações em falta no seu ecossistema, com o objetivo de decidirem quais as medidas e incentivos que deverão ser criados para melhorar o ambiente macro e microeconómico para as empresas em fase de arranque e em expansão. No novo quadro financeiro plurianual (após 2020), os Estados-Membros gostariam que as empresas em fase de arranque e em expansão dispusessem de um maior envelope financeiro e de mais recursos de assistência técnica. Também é necessário dar um impulso à promoção de fontes alternativas de financiamento para as PME, através dos mercados de capitais a nível nacional e regional. É necessário que a União dos Mercados de Capitais se torne uma realidade. Importa que a UE crie um ambiente de segurança para as empresas em fase de arranque e em expansão. Deverá ser incentivada uma cultura de "segunda oportunidade". Além disso, tanto a UE como os Estados-Membros devem promover as competências empresariais. Reunião informal dos Ministros da competitividade em abril de 2017 A Presidência tenciona prosseguir os debates sobre as empresas em fase de arranque e em expansão na reunião informal dos ministros responsáveis pela competitividade em 5-6 de abril. A Presidência irá exemplificar aos Ministros os desafios e as oportunidades para as empresas em expansão. A reunião informal ajudará também os Ministros a compreenderem o ecossistema onde operam as empresas em expansão. Por último, será demonstrado de que modo os instrumentos financeiros podem ser utilizados para melhorar o acesso das PME ao financiamento. Espera-se que a troca de pontos de vista no Conselho (Competitividade) de hoje seja da maior importância para a Presidência preparar a reunião informal de abril. 5776/17 ag/jnt/jv 4
Perguntas para a troca de opiniões Convidam-se os Ministros a refletir sobre as seguintes perguntas: Pergunta 1: A Iniciativa "Start-up e Scale-up" define uma série de medidas concretas para ligar e melhorar os ecossistemas com vista a fomentar empresas em fase de arranque e em expansão na UE. Quais dessas medidas deverão ser tomadas mais urgentemente, e qual a melhor forma de associar os governos à sua implementação? Pergunta 2: Quais são os incentivos nacionais ou regionais que existem no seu Estado-Membro para apoiar as empresas em fase de arranque e em expansão? Quais desses incentivos poderiam, na sua opinião, ser "expandidos" para um nível europeu? Pergunta 3: Como podem os instrumentos financeiros ser atualizados com base num intercâmbio de boas práticas e de experiências? De que forma podem os bancos de desenvolvimento nacionais desempenhar um papel mais ativo no processo? 5776/17 ag/jnt/jv 5