ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA REDE PÚBLICA DE GUARAPUAVA, PR. PALAVRAS-CHAVE: crianças; diagnóstico nutricional; obesidade; desnutrição.

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Transcrição:

ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA REDE PÚBLICA DE GUARAPUAVA, PR Área Temática: Nutrição em Saúde Pública. Carlyle Pietrobom (PIAE/UNICENTRO) 1 ; Liana Marczal (PIAE/UNICENTRO) 2 ; Thayna Viencz (PIAE/UNICENTRO) 3; Luana Bernardi (DENUT/UNICENTRO) 4 ; Daiana Novello (DENUT/UNICENTRO, Orientadora) 5 RESUMO: O Brasil vem sofrendo uma transição nutricional, com isso nota-se um aumento na obesidade e um declínio na desnutrição. Os hábitos e as práticas alimentares são construídos na fase escolar. A partir dessa idade a criança cria autonomia para escolher determinado alimento. O objetivo do estudo foi avaliar o estado nutricional de escolares da rede pública municipal de ensino da zona urbana da cidade de Guarapuava, PR. Participaram 16 escolas da rede pública, com 552 crianças, de ambos os sexos, com idade entre 7 a 10 anos. Em relação ao estado nutricional das crianças observou-se que a maioria das crianças apresentou diagnóstico adequado e a estatura adequada para a idade. Ao classificar o Índice de massa corporal por idade (IMC/I), verificou-se que 40,6% das crianças, de ambos os sexos apresentavam excesso de peso. Conclui-se que a população estudada apresenta alta prevalência de excesso de peso. Estes dados refletem a importância de realizar intervenções com o público infantil, que englobem tanto o incentivo à alimentação saudável quanto a prática de exercícios, para que as crianças adotem um estilo de vida saudável e possam prevenir problemas de saúde futuros. PALAVRAS-CHAVE: crianças; diagnóstico nutricional; obesidade; desnutrição. 1. INTRODUÇÃO/CONTEXTO DA AÇÃO O estado nutricional consiste no equilíbrio entre a ingestão de nutrientes e o gasto energético do organismo para suprir as necessidades nutricionais (BRASIL, 2004). Através da avaliação do estado nutricional, a criança pode ser classificada em eutrofia, quando apresentar estado antropométrico adequado, ou distrofia, quando seu estado antropométrico apresentar alguma alteração. A desnutrição infantil é considerada uma doença multifatorial (BRASIL, 2005), que gera diferentes alterações fisiológicas na tentativa de adaptar o organismo à falta de nutrientes (JESUS et al., 2014). No entanto, resultados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) (IBGE, 2008-2009) indicam uma redução nos casos de desnutrição infantil no País ao longo das três últimas décadas (BRASIL, 2004; IBGE, 2010). Já, os casos de obesidade, crescem no público infanto-juvenil, tornando-se um dos maiores problemas nutricionais da atualidade 1 Acadêmica do 4º ano do curso de graduação em Nutrição da UNICENTRO. carpietrobom@hotmail.com 2 Acadêmica do 4º ano do curso de graduação em Nutrição da UNICENTRO. lianamarczal@gmail.com 3 Acadêmica do 4º ano do curso de graduação em Nutrição da UNICENTRO. thayviencz@hotmail.com 4 Professora do Departamento de Nutrição da UNICENTRO. luana_bernardi@yahoo.com.br 5 Professoras do Departamento de Nutrição da UNICENTRO. nutridai@gmail.com.

(NASCIMENTO et al., 2014). A obesidade pode ter início em qualquer fase da vida, devido à ingestão inadequada de alimentos, mudanças comportamentais e desmame precoce. Outro fator muito relacionado ao aumento da prevalência da obesidade infantil é o aumento do sedentarismo, devido à preferência por aparelhos eletrônicos (LACERDA et al., 2014). Os hábitos e as práticas alimentares são construídos na fase escolar. A partir dessa idade a criança cria autonomia para escolher determinado alimento (OLIVEIRA et al., 2015; TRICHES; GIUGLIANI, 2005). Assim, recomenda-se o desenvolvimento de ações educativas para promover a alimentação saudável neste público, como a educação nutricional, que é fortemente recomendada no ambiente escolar (BIZZO; LEDER, 2005). Diante do exposto, o estudo teve como objetivo avaliar o estado nutricional de crianças em idade escolar da rede pública municipal de ensino da zona urbana da cidade de Guarapuava, PR. 2. DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES E/OU DA METODOLOGIA O presente estudo foi realizado em 16 escolas da rede pública de Guarapuava, PR, com 552 crianças em idade escolar (7 à 10 anos), de ambos os sexos. Para a avaliação antropométrica seguiu-se os protocolos específicos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricionais (SISVAN) para aferição das medidas de peso (kg) e estatura (m) dos escolares (BRASIL, 2011). O peso foi obtido através de uma balança digital portátil (Filizola, Brasil), estando as crianças com roupas leves e sem calçado. A estatura foi realizada com a utilização de uma fita métrica fixada na parede sem rodapé e posicionada verticalmente. As crianças se encontravam eretas, com os braços alinhados ao corpo e com os pés unidos e encostados na parede. Para avaliação do estado nutricional foram comparados os valores dos seguintes índices: Peso para idade (P/I), Estatura para idade (E/I) e Índice de Massa Corporal (IMC) para idade (IMC/I). Foram utilizados os valores de referência de escore-z para crianças de cinco a dez anos de idade propostos pela Organização Mundial da Saúde (WHO, 2006-2007). Os três índices foram categorizados para o diagnóstico do estado nutricional, conforme segue: a) Classificação de baixo peso : quando escore-z <-2 para os três índices; b) Classificação de eutrofia : quando escore-z entre -2 e +1 (IMC/I), ou escore-z entre -2 e +2 (P/I), ou escore-z -2 (E/I) e; c) Classificação de excesso de peso : quando escore-z > +1 (IMC/I) ou escore-z > +2 (P/I) (WHO, 2006/2007). As categorias eutrofia e estatura adequada para a idade foram adotadas como o grupo de referência. Os dados foram analisados com auxílio do programa estatístico Statistical Package for Social Sciences (SPSS versão 20). A amostra foi caracterizada inicialmente pela análise descritiva. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (COMEP) da UNICENTRO, sob parecer nº 1.064.507/2015.

3. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS, ANÁLISE E DISCUSSÃO Quinhentos e cinquenta e dois escolares participaram da amostra total, sendo 49,46% (n=273) do gênero masculino e 50,54% (n=279) do gênero feminino, com média de idade de 8,1±0,7 anos. O IMC médio foi de 18,4±3,9 kg/m², sendo similares entre meninos (18,4±4,2 kg/m²) e meninas (18,4±3,7 kg/m²). A caracterização da amostra estratificada por gênero está descrita na Tabela 1. Tabela 1. Estado nutricional de crianças em idade escolar de acordo com o Índice de Massa Corporal por idade (IMC/I), peso por idade (P/I) e estatura por idade (E/I), estratificado por gênero Estado Nutricional Masculino Feminino Total n (%) n (%) n (%) IMC/I Baixo Peso 4 (1,5) 2 (0,7) 6 (1,1) Eutrofia 157 (57,5) 165 (59,1) 322 (58,3) Excesso de Peso 112 (41,0) 112 (40,1) 224 (40,6) P/I Baixo Peso 5 (1,8) 5 (1,8) 10 (1,8) Eutrofia 211 (77,3) 224 (80,3) 435 (78,8) Excesso de Peso 57 (20,9) 50 (17,9) 107 (19,4) E/I Baixa estatura para a idade 4 (1,5) 11 (3,9) 15 (2,7) Estatura adequada para a idade 269 (98,5) 268 (96,1) 537 (97,3) n: número de indivíduos. Em relação ao estado nutricional das crianças observou-se que, para os três índices avaliados, a maioria apresentou diagnóstico de eutrofia (IMC/I = 58,3% e P/I = 78,8%) e estatura adequada para a idade (97,3%). No entanto, o excesso de peso prevaleceu entre os infantes (IMC/I = 40,6% e P/I = 19,4%), em detrimento ao baixo peso (IMC/I = 1,1% e P/I = 1,8%). Os achados deste estudo podem ser comparados ao estudo de Guimarães e Silva (2015), que encontraram valores similares para a baixa estatura para idade (4,0%) e baixo peso (4,8%). Contudo, Ramires et al. (2014) encontraram uma prevalência de 24% (IMC/I) de excesso de peso entre os escolares avaliados, sendo mais baixa que os resultados da presente pesquisa. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que a maioria das crianças em idade escolar de Guarapuava, PR apresentam um estado nutricional de eutrofia. Porém, observou-se elevada prevalência de excesso de peso. Os dados refletem a importância de se realizar intervenções com o público infantil, que englobem tanto o incentivo à alimentação saudável quanto a prática de exercícios, para que as crianças adotem um estilo de vida saudável e possam prevenir problemas de saúde

futuros. REFERÊNCIAS BIZZO, M.L.G; LEDER, L. Educação nutricional nos parâmetros curriculares nacionais para o ensino fundamental. Revisa de Nutrição, Campinas, v.18, n.5, p.661-667, set./out. 2005. BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de atendimento da criança com desnutrição grave em nível hospitalar. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. BRASIL. Ministério da Saúde. Orientações para a coleta, o processamento, a análise de dados e a informação em serviços da saúde. Normas e Manuais Técnicos - SISVAN/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica Brasília: Ministério da Saúde, 2004. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentares Nutricional - SISVAN/Ministério da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. GUIMARÃES, R.C.R.; SILVA, H.P. Estado nutricional e crescimento de crianças quilombolas de diferentes comunidades do estado do Pará. Amazônica, Revista de Antropologia, Belém, v.7, n.1, p.186-209, jan. 2015. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa de orçamentos Familiares 2002-2003. Antropometria e análise do estado nutricional de crianças e adolescentes no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2006. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa de orçamentos Familiares 2008-2009. Antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. JESUS, G.M.; CASTELÃO, E.S.; VIEIRA, T.O.; GOMES, D.R.; VIEIRA, G.O. Déficit nutricional em crianças de uma cidade de grande porte do interior da Bahia, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.19, n.5, p.1581-1588, mai. 2014. LACERDA, L.R.F.; RODRIGUES, A.Y.F.; ROCHA, M.R.S.; LOPES, S.V.M.U. Prevalência de obesidade infantil e sobrepeso em escolares. Revista Interfaces: Saúde, Humanas e Tecnologia, Campina Grande, v.2, n.5, p.1-10, 2014. NASCIMENTO, G.V.M.; KANAMURA, H.Y.; RODRIGUES, A.M. Estado Nutricional de Escolares da Rede de Ensino de um Município do Vale do Paraíba do Sul (SP). Revista Ciências Humanas, Taubaté, v.7, n.1, p.87-103, jan./jun. 2014. OLIVEIRA, A.B.de.; RIBEIRO, J.D.; SCHALEMBERGUER, J.T.S.; OLIVEIRA, T.H.F.; NASCIMENTO, S.; FLORES, P.W.; SACCOL, A.L.F. Educação nutricional para escolares por meio de comunicação em massa. Ciências da Saúde, Santa Maria, v.16, n.2, p.257-264, jun. 2015. RAMIRES E.K.N.M.; MENEZES, R.C.E.; OLIVEIRA, J.S.; OLIVEIRA, M.A.A.; TEMOTEO, T.L.; LONGO-SILGA, G.; LEAL, V.S.; COSTA, E.C.; ASAKURA, L. Estado nutricional de crianças e adolescentes de um município do semiárido do Nordeste brasileiro.

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