BOSCH REXROTH LTDA. The Drive and Control Company



Documentos relacionados
E v o lu ç ã o d o c o n c e i t o d e c i d a d a n i a. A n t o n i o P a i m

Controle de Múltiplos Pivôs Centrais com um único Conjunto Motor-Bomba

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DEE

Escola de Educação Profissional SENAI Visconde de Mauá

Conhecer as características de conjugado mecânico

Motores de Indução ADRIELLE DE CARVALHO SANTANA

A metodologia proposta pela WEG para realizar este tipo de ação será apresentada a seguir.

MOTORES ELÉTRICOS. Aula 1. Técnico em Eletromecânica - Julho de Prof. Dr. Emerson S. Serafim 1

5. Resultados e Análises

26/08/ Agosto/2012

Motores Automação Energia Transmissão & Distribuição Tintas. W22 IR4 Super Premium Motor de Indução Trifásico

Décima segunda aula de teoria de ME5330. Maio de 2011

COMPRESSORES PARAFUSO

Unidades de negócios. Eficiência Energética no Segmento Plástico. Sidnei Amano. Transmissão & Distribuição. Motores Automação Energia.

Eficiência Energética Chocolates Garoto

Ac esse o sit e w w w. d e ca c lu b.c om.br / es t u dos e f a ç a s u a insc riçã o cl ica nd o e m Pa r t i c i p e :

MOTORES ELÉTRICOS Princípios e fundamentos

Análises de Eficiência Energética em Métodos de Controle de Vazão

Rexroth Sytronix. Eficiência Energética na Hidráulica. Veja o vídeo

CAPÍTULO 2 - TIPOS DE MÁQUINAS ASSÍNCRONAS TRIFÁSICAS

ACIONAMENTOS ELETRÔNICOS (INVERSOR DE FREQUÊNCIA)

MOTORES ELÉTRICOS 29/01/2010 CONSERVAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA. Motor Elétrico. Motor Elétrico UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

Miguel C. Branchtein, Delegacia Regional do Trabalho no Rio Grande do Sul

Compressor Parafuso. Principais tipos: Parafuso simples. Parafuso duplo (mais empregado)


Fundamentos de Automação. Hidráulica 01/06/2015. Hidráulica. Hidráulica. Hidráulica. Considerações Iniciais CURSO DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

ESTUDO SOBRE CONTROLE DE MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS

Válvula Proporcional Limitadora de Pressão Pilotada Tipo DRE e ZDRE

VENTILADORES INTRODUÇÃO: Como outras turbomáquinas, os ventiladores são equipamentos essenciais a determinados processos

Levantamento da Característica de Magnetização do Gerador de Corrente Contínua


Considerações sobre redimensionamento de motores elétricos de indução

ENSAIO DE BOMBAS EM SÉRIE E PARALELO

Solução EF-ENERGY + Solução WEG para Armazenagem de Grãos

LUPATECH S.A Unidade Metalúrgica Ipê

PERGUNTAS E RESPOSTAS

Acesse:

Equipamentos e sistemas para fertirrigação

RECUPERAÇÃO DE ENERGIA

TRABALHO LABORATORIAL Nº 3

Linha KSDX Solução em processamento CNC

HYDAC KineSys Sistemas de acionamento

Inversores de Freqüência na Refrigeração Industrial

Automação Hidráulica

Principais funções de movimento em analisadores médicos.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Megabloc Manual Técnico

Programa de Eficiência Energética Serviço de Água, Esgoto e Meio Ambiente do Município de Araras SP

ANÁLISE DA QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA EM CONVERSORES DE FREQUENCIA

Jowle - Consultoria e Projetos 1 Conceitos de moldagem.

Estamos apresentando nossa proposta em resposta a sua carta convite enviada em 13/05/08.

BI 1-7. Sistemas de aceleração (testes de disparo)

Eletrônicos PAE. Componente Curricular: Práticas de Acionamentos. 5.ª Prática Inversor de Frequência Vetorial da WEG CFW-08

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ. Câmpus Ponta Grossa Coordenação do Curso Superior de Tecnologia em Automação Industrial

O S I S T E M A P R O P O R C I O N A L N O N O V O Q U A D R O P O L Í T I C O E U R O P E U. A n t o n i o P a i m

Potência ativa (W): é a que realmente produz trabalho, isto é, faz os motores e os transformadores funcionarem.

Grupo 09 Centrais de testes e limpeza

ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS II AT-102

Resumo. Palavras chave: acionamentos, moendas, eletro-hidráulicos, eletro-mecânicos. Abstract

Dobramento. e curvamento

Laboratório de Conversão Eletromecânica de Energia B

PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DOS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA

Motores Síncronos ADRIELLE C SANTANA

Conjunto de motor de relutância síncrono de potência aumentada e conversor de frequência Custo de propriedade otimizado para aplicações de bombagem e

Lubrificação III. Após a visita de um vendedor de lubrificante. Outros dispositivos de lubrificação

Analisando graficamente o exemplo das lâmpadas coloridas de 100 W no período de três horas temos: Demanda (W) a

Edifícios. Variação de Velocidade com o PumpDrive. Eficiência em Acção.

Mecânica dos Fluidos Fundamentos da Cinemática dos Fluidos

Rexroth 4EE Rexroth para Eficiência Energética

Conversor Analógico /Digital

Haitian Série Mars. HAITIAN INTERNATIONAL HOLDINGS LIMITED Unit 1105 Level 11 Metroplaza Tower Hing Fong RD Kwai Fong N.T

Tutorial de Eletrônica Aplicações com 555 v

Eficiência Energética na Indústria Indústria +Eficiente

Geradores de Corrente Contínua UNIDADE 2 Prof. Adrielle de Carvalho Santana

Motores Automação Energia Transmissão & Distribuição Tintas. Alternadores Síncronos Linha AN10. Novo

nova geração de motores a gasolina Guia de produtos

GREENLOAD CARGA ELETRÔNICA REGENERATIVA TRIFÁSICA

Sistemas de Força Motriz

Seleção Dimensionamento de Hidrômetros

WRM Sistemas Hidráulicos

Escola de Educação Profissional SENAI Visconde de Mauá

APÊNDICE B. Ensaio da Performance do Protótipo. MATRBDA-HAW560-75kW


SISTEMA HIDRAULICO PARA ELEVADORES CONFORTO TOTAL ACESSIBILIDADE TOTAL

Avaliação de Ciclo de Vida. Buscando as alternativas mais sustentáveis para o mercado de tintas

SÃO LEOPOLDO - RS SEMINÁRIO TÉCNICO DE AUTOMAÇÃO PARA SISTEMAS DE ÁGUA E ESGOTO AUTOMAÇÃO PARA SISTEMAS DE ÁGUA E ESGOTO

w w w. h e n f e l. c o m. b r HIDROVARIADOR

n o m urd ne Hel e n o mis

Como otimizar o desempenho e minimizar o tamanho em aplicações de alta velocidade Motores CC sem escova de alto desempenho

Comandos Eletro-eletrônicos SENSORES

Motores Automação Energia Transmissão & Distribuição Tintas. Motores de Indução Trifásicos Refrigerados por manto d água

Com muito carinho para minha querida amiga e super profissional. Ale Del Vecchio

Automação Inversor Solar Central SIW700 Inversor String SIW500 Inversor Monofásico SIW300

DC Modular Otimizado para consumo mínimo de água

GERADORES MECÂNICOS DE ENERGIA ELÉTRICA

Relé de Proteção do Motor RPM ANSI 37/49/50/77/86/94 CATÁLOGO. ELECTRON TECNOLOGIA DIGITAL LTDA Página 1/5

ANÁLISE E DETERMINAÇÃO DAS PERDAS NO FERRO DO ESTATOR EM MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS

Atividade prática Partida estrela + cálculos para motores. Medições preliminares bancada R S R T S T R N S N T N

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM FILTRO DE MANGAS

NPQV Variável Educação Prof. Responsáv el : Ra ph a el B i c u d o

Transcrição:

BOSCH REXROTH LTDA The Drive and Control Company ANÁLISE DE ECONOMIA DE ENERGIA EM MÁQUINAS INJETORAS DE PLÁSTICO APLICANDO-SE SERVOACIONAMENTO E BOMBA HIDRÁULICA DE ENGRENAMENTO INTERNO Autor LEONARDO FALCÃO MACEDO LIMA São Paulo 2013

Ab str a ct De m o nst r at e t r o u gh t he ca se s tu d y o f a r ea l ap p li ca t io n t he p o ssib i l i t y t o i ncr ea se t he e ne r g y e ff ic i e nc y o f a P l astic In je ct io n M o ld in g M ac hine u s i ng d r ive s w it h va r iab le sp ee d pu mp. Wit h t he e l ec t r o nic co nt r o l o f t he ser vo d ri ve, t he s yst em w i l l su pp l y t o t he h yd r au l i c s yst em, o nl y t he p o w er r eq uir ed / d e ma nd e d at e a c h st ep o f t he i njec t io n p ro c ess. T hu s, d ep e nd i ng up o n t he ma c hiner y c yc l e, a nd esp ec i a l l y t he co o l i ng t ime o f t h e mo l d ed p a rt, it is po ssib l e t o ob t ai n a re d u ct io n i n p o we r c o nsu m p t io n o f t he h yd r a u li c s ys t e m u p to 6 0 % Ke y wo r d s : S er vo d ri ve, e ff ic i e nc y, c yc le a nd c o ntro ls. Re sumo D e mo nstra r at r a vé s d o est u do d e c aso d e u ma ap l i ca ção re a l a p o ssib i l id ad e d e ga n ho d e e fic i ê nc i a e ner gét ic a em m á q u i na s d e i njeç ão d e p lá stic o In je t o ra s a p li c a nd o - se u m co n ju nto mo t ri z co mp o st o d e ser vo ac io n ame n to e b omb a h id ráu li ca d e e ngre n am e nto i nter no. A t ra v é s d o co nt r o le e le t r ô nico do ser vo a c io name nto, o si stema d isp o n ib i l i za r á, ao sist e ma hid rá u lic o, so me nte a e ne r gia nec essár ia / d ema nd ad a em c ad a fa se d o p r o cesso d e i njeçã o. D est a fo rma, d ep e nd e nd o d o c ic lo d a m áq uina, p ri nc ip a lm e nt e d o t em p o d e re sfr ia me nt o d a p eça i njet a d a, e xist e a p o ss ib i lid a d e d e r ed u ção no co nsu mo d e ener gia e lé t r ica d o sist em a h id r áu l i co d a injet o r a d a or d em d e at é 6 0 %. Pa l a vra s ch a ve : S er vo a c io name nto, e fi c iê nc ia, c i c lo e c o nt ro le.

Sumário 1. Introdução... 1 2. Objetivo... 2 3. Objeto de Análise... 3 3.1 A Máquina Injetora e o Ciclo de Injeção... 3 4. Hipóteses para Redução do Consumo de Energia... 7 4.1 Utilização de Elementos Eficientes... 7 4.2 Fornecimento de energia sob demanda... 8 5. testes realizados... 9 6. Resultados Encontrados... 10 7. Conclusão... 10 8. Referências Bibliográficas... 11

1 1. INTRODUÇÃO Um dos temas mais em voga atualmente, a melhoria da eficiência energética nos processos de produção é pautada no aumento constante do consumo contra a dificuldade na geração de energia para sustentá-lo. De acordo com Garcia (2003, p14) os motores elétricos, que consomem um terço da eletricidade ofertada no Brasil, devem ser um foco importante neste esforço. Por isso, foram o primeiro alvo da Lei de Eficiência Energética. Se restringirmos nossa análise ao setor Industrial, essa participação chega a 50%. Tabela 1 - Participação dos motores no consumo de eletricidade do Brasil Energia consumida em 2001 [GWh] Total Participação dos motores SETOR ENERGÉTICO 10.979 30% 3.294 RESIDENCIAL 73.770 40% 29.508 COMERCIAL 44.517 40% 17.807 PÚBLICO 28.452 40% 11.381 AGROPECUÁRIO 13.171 20% 2.634 TRANSPORTES 1.257 0% - INDUSTRIAL 137.774 50% 68.887 CONSUMO TOTAL 309.920 133.511 43% Fonte: GARCIA, A. G. P. Impacto da Lei de Eficiência energética para motores elétricos no potencial de conservação de energia na indústria 2003, 139p. Tese (Mestrado em Planejamento Energético) UFRJ, Rio de Janeiro O motor de indução, trifásico, rotor em gaiola de esquilo representa 75% dos motores existentes no Brasil (AMERICO, 2003). Uma das principais causas de baixa eficiência em aplicações deste tipo de acionamento é o sobredimensionamento. Ao analisar a Figura 1 Curvas de desempenho de um motor elétrico, percebe-se que acima de 50% de sua carga nominal, os motores apresentam rendimentos entre 85% e 95%, porém abaixo de o mesmo se degenera rapidamente chegando a menos de 70% abaixo de 20% da carga nominal. Em aplicações em regime de carga variável isto pode resultar em uma perda na eficiência total.

2 Figura 1 - Curvas de desempenho de um motor Fonte: Catálogo WEG. Disponível em www.weg.net. Acesso em Fevereiro 2013 2. OBJETIVO Este trabalho tem o objetivo de analisar a redução do consumo de energia, e analisar o impacto da utilização de servomotores síncronos com variação de velocidade através de inversores de freqüência vetorial em uma máquina injetora de plástico com força de fechamento de 70 toneladas.

3 3. OBJETO DE ANÁLISE 3.1 A Máquina Injetora e o Ciclo de Injeção O objeto de estudo deste trabalho será a máquina injetora de plástico, e o primeiro passo é entender seu conceito, composição, distribuição do consumo de energia e o ciclo de operação. A partir daí é possível buscar pontos de melhoria de desempenho. O processo de injeção consiste em derreter material termoplástico a fim de que ele seja moldado em formatos complexos e arbitrários (AMBS & FREKER). A maioria das injetoras utiliza sistemas hidráulicos sofisticados para realizar o trabalho. A vazão e pressão necessárias variam durante o ciclo e em muitos casos o excesso de fluído retorna ao reservatório, o que gera calor e demanda mais energia para o resfriamento. 3.1.1 Composição Figura 2 - Representação Gráfica de uma Máquina Injetora Fonte: Google Images, disponível em www.google.com.br. Acesso em Fevereiro 2013 A injetora pode ser dividida em duas partes, à esquerda fica o Sistema do Fechamento, composto pelo cilindro de fechamento, que movimenta a placa móvel, normalmente orientada sobre as colunas, em direção à placa fixa. É neste lado que o molde é fixado e onde a peça estará disponível ao fim do ciclo. Normalmente, há ainda um cilindro extrator, para fazer a remoção do produto final. Algumas vezes, é possível encontrar cilindros auxiliares, utilizados para movimentação de partes do móvel, como na inserção de machos.

4 À direita, está situado o Sistema de Injeção, também conhecido como Unidade Injetora. Aqui está situado o alimentador, onde é depositado o material plástico granulado. Este material desce ao canhão graças à gravidade e ao movimento de giro da rosca, acionada por um motor hidráulico. Este depósito de material no canhão causa o recuo da rosca e consequentemente do cilindro de injeção. Ainda no canhão, o material é aquecido pelas resistências de aquecimento, podendo então ser transferido para o molde pelo avanço do cilindro de injeção. 3.1.2 Distribuição do consumo de energia Nem toda a energia utilizada por uma injetora é para a realização de movimentos, ou seja, é consumida pela bomba hidráulica. Boa parte é dividida entre aquecimento do canhão e resfriamento da unidade, conforme pode ser verificado na Figura 4. Figura 3 - Consumo de energia/potência de uma célula de produção. Resina em processamento: PC/ABS, temperatura do molde - 75ºC Fonte: Jarosch, Wortberg e Kamps (2005), Elétrico ou hidráulico: vantagens e desvantagens dos diferentes sistemas de acionamento de injetoras. Revista do Plástico, Dezembro 2005

5 Ao analisarmos o consumo do motor elétrico da bomba, considerando um sistema de bomba com load-sensing, é comum nos depararmos com o seguinte gráfico: Figura 4 - Ciclo de Injeção Fonte: Jarosch, Wortberg e Kamps (2005), Elétrico ou hidráulico: vantagens e desvantagens dos diferentes sistemas de acionamento de injetoras. Revista do Plástico, Dezembro 2005 Nota-se que o interesse por este tipo de máquina deve-se justamente ao fato de que na maior parte do tempo o motor está trabalhando com carga inferior a 50%, ou seja, na sua região de pior desempenho. 3.1.3 Ciclo de operação O passo a passo do ciclo de operação de uma máquina injetora pode variar em função do número de auxiliares empregados, da existência ou não de movimentos simultâneos e do material utilizado. O ciclo utilizado neste estudo pode ser encontrado na Figura 5 Ciclo de Operação.

Figura 5 - Ciclo de operação de Máquina Injetora 6

7 4. HIPÓTESES PARA REDUÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA A análise que será realizada baseia-se em 3 hipóteses que visam a redução do consumo de energia e serão apresentadas a seguir: 4.1 Utilização de Elementos Eficientes Hipótese de comprovação mais intuitiva, pela qual que se forem utilizados elementos mais eficientes então o sistema final terá um grau maior de eficiência. De maneira geral, no caso dos motores elétricos, esse princípio recebeu status de lei com a instituição da Norma Brasileira Regulamentadora 17094-1, seguindo a tendência europeia da IEC 60034-30. De acordo com a NBR 17094-1, desde dezembro de 2008 todos os motores devem seguir níveis mínimos de eficiência que variam conforme a potência nominal e quantidade de pólos em equivalência com a classe IE2 da IEC60034-30. Uma vantagem dos servomotores síncronos é já se situarem em nível maior que aquele proposto em sua maioria os servoacionamentos já são classificados como IE3. Figura 6 - Classes de eficiência de acordo com IEC 60034-30

8 4.2 Fornecimento de energia sob demanda Os sistemas de fornecimento de energia, como os moto-bombas, por exemplo, são projetados de acordo com o ponto de operação de maior demanda. Em situações de carga parcial, o fornecimento deve ser restringido, de forma a fornecer apenas a quantidade realmente necessária. Uma prática comum em sistemas hidráulicos é a ventagem, situação em que como não há movimento de atuadores, o volume de óleo deslocado pela bomba é retornado para o tanque. Embora a potência envolvida em um estágio como este do ciclo seja pequena, ela pode perdurar por grandes tempos, levando a um consumo considerável. De acordo com hipótese de fornecimento de energia sob demanda, deveria ser possível reduzir a rotação do motor a um limite mínimo, até alcançar em um modo de stand by onde a potência consumida seria apenas aquela necessária para a lubrificação interna da bomba. Em sistemas onde não há variação da rotação do motor, é comum a aplicação de bombas com deslocamento variável, onde o volume nominal da bomba é reduzido, visando um menor deslocamento de óleo, porém a potência elétrica continua considerável, já que o motor se mantém em sua rotação nominal. Uma conseqüência indesejada deste comportamento é a queda do fator de potência.

9 5. TESTES REALIZADOS Para comprovação das hipóteses apresentadas foi realizado um estudo de caso real com a medição de consumo de energia do motor elétrico de duas máquinas injetoras de plástico de 70 toneladas, ambas trabalhando com o mesmo molde e mesmas condições operacionais. A cada ciclo foram produzidas 4 tampas de cosmético, de polipropileno com peso unitário de aproximadamente 11g. A primeira máquina utilizou como tecnologia de acionamento um motor elétrico assíncrono, com partida estrela triângulo acionando uma bomba de pistões com deslocamento variável. A segunda, um servomotor síncrono acionando uma bomba de engrenamento externo de deslocamento fixo. Em ambos os casos, foi realizada a leitura do consumo apenas do motor assíncrono ou do conversor, objetivo deste estudo. Desta forma, o consumo do sistema de aquecimento do canhão, trocador de calor da unidade hidráulica e sistemas de controle e instrumentação não foram considerados. As medições foram realizadas com o uso do Analisador de Energia, modelo 434 série II, fabricante Fluke. Na figura abaixo, está apresentada a distribuição no tempo dos passos do ciclo utilizado. Figura 7 - Distribuição dos passos do ciclo no tempo

10 6. RESULTADOS ENCONTRADOS MOTOR ASSÍNCRONO SERVOACIONAMENTO COMPARATIVO PESO CAVIDADE UNITARIO 11,5 11,2 0,26 GRS TEMPO DE CICLO 14,6 15 +0,36 SEG QT. CICLOS HORA 246,6 240,64-2,40% CONSUMO ENERGIA MEDIDO [kw] 14,27 5,34-62% CONSUMO MATERIAL PLASTICO [kg] 2,84 2,71 CONSUMO REAL KW/KG 5 2 Tabela 2 - Comparativo de resultados - Motor assíncrono x Servoacionamento 7. CONCLUSÃO O resultado encontrado corrobora as hipóteses propostas, uma diminuição de consumo de 62% está de acordo com o observado em experimentos semelhantes. Além disto, outros ganhos foram observados. Como o sistema com servoacionamento não realiza ventagem ou estrangulação do óleo que é devolvido ao tanque, percebeu-se que há uma redução do aquecimento do tanque. Após 55 minutos de teste a máquina com motor assíncrono teve que ter o teste interrompido ao atingir 52ºC a fim de preservar as propriedades do óleo. A máquina com servoacionamento após 3 horas de trabalho ainda estava com 44ºC e poderia continuar trabalhando. Em ambos os casos, o trocador de calor não foi acionado.

11 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GARCIA, A. G. P. Impacto da Lei de Eficiência Energética para Motores Elétricos no Potencial de Conservação de Energia na Indústria 2003, 139p. Dissertação (Mestrado em Planejamento Energético) PPE/COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, 2003 AMBS, L. e FRERKER, M. M. The Use of Variable Speed Drives to Retrofit Hydraulic Injection Molding Machines 10p University of Massachusetts at Amerst. JAROSCH, P. e WORTBERG J. e KAMPS, T. Elétrico ou Hidráulico: vantagens e desvantagens dos diferentes sistemas de acionamento de injetoras. Plástico Industrial, São Paulo, p. 28-39, Dez 2005 WEG. Catálogo de Motores Elétricos. Jaraguá do Sul SC: WEG, 2012. Disponível em www.weg.net Acesso em Fevereiro 2013 REXROTH. Rexroth IndraDyn S: MSK Synchronous Motors Special Product SVP, Lohr am Main AG, REXROTH, 2009.