V SIGA Ciência (Simpósio Científico de Gestão Ambiental) V Realizado dias 20 e 21 de agosto de 2016 na ESALQ-USP, Piracicaba-SP.

Documentos relacionados
Mapeamento das Formações Florestais no Rio Grande do Sul com Dados e Técnicas de Sensoriamento Remoto Estado da Arte

Geoprocessamento na delimitação de áreas de conflito em áreas de preservação permanente da sub-bacia do Córrego Pinheirinho

Dinâmica das Áreas de Vegetação do município de Cândido Sales

ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL DO CULTIVO DE MILHO EM SERGIPE, COM AUXÍLIO DE NDVI/EVI- SENSOR MODIS, NO PERÍODO DE

SÍNTESE. AUTORES: MSc. Clibson Alves dos Santos, Dr. Frederico Garcia Sobreira, Shirlei de Paula Silva.

II Semana de Geografia UNESP / Ourinhos 29 de Maio a 02 de Junho de 2006

Identificação de Áreas Prioritárias para Recuperação Município de Carlinda MT

Geoprocessamento na delimitação de áreas de conflito em áreas de preservação permanente da sub-bacia do Córrego Pinheirinho

USO DE IMAGENS TM LANDSAT 5 PARA ANÁLISE DO ALBEDO E SALDO DE RADIAÇÃO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO CAMARAGIBE: DESTAQUE PARA SÃO LUIZ DO QUITUNDE-AL

Anais 1º Simpósio de Geotecnologias no Pantanal, Campo Grande, Brasil, novembro 2006, Embrapa Informática Agropecuária/INPE, p

¹ Estudante de Geografia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), estagiária na Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP).

ESTIMATIVA DO ALBEDO E TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE UTILIZANDO IMAGENS ORBITAIS PARA O MUNICÍPIO DE BARRA BONITA SP

COMPARAÇÃO DE MODELOS DIGITAIS DE ELEVAÇÃO PARA A ILHA DE SÃO SEBASTIÃO - SP Nº 11503

DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE VEGETAÇÃO ATRAVÉS DE IMAGENS METEOSAT-8

Análise do desempenho dos Índices de Vegetação NDVI e SAVI a partir de imagem Aster

ANÁLISE COMPARATIVA DOS DADOS DE NDVI DO MUNICÍPIO DE POÇOS DE CALDAS-MG PARA OS ANOS DE 1986 E 2010

Uso de geotecnologias livres para o mapeamento das plantações de Eucalipto, Nossa Senhora do Socorro-SE

O USO DO GEOPROCESSAMENTO NO ESTUDO AMBIENTAL DE BACIA HIDROGRÁFICA

ANÁLISE TEMPORAL DAS ÁREAS DE EXPANSÃO DE REFLORESTAMENTO NA REGIÃO DO CAMPO DAS VERTENTES-MG

CONTRIBUIÇÃO AO CONHECIMENTO DA BIOTA DO AÇUDE ITANS EM CAICÓ/RN: ANÁLISE DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

José Hamilton Ribeiro Andrade (1); Érika Gomes Brito da Silva (2)

Área verde por habitante na cidade de Santa Cruz do Sul, RS

Ministério Público do Rio Grande do Sul Divisão de Assessoramento Técnico PARECER DOCUMENTO DAT-MA Nº 3038/2008

Utilização de imagens de satélite para criação do mapa de uso e cobertura da terra para o estado de Goiás Ano base 2015

Figura 10- Mapa da Planície de Inundação para a cota de 15 m, nas proximidades da cidade de Propriá.

Seminário de Sensoriamento Remoto: Vegetação

ANÁLISE DO RELEVO DA MICROBACIA

NOTA DE AULA CURVAS DE NÍVEL e REPRESENTAÇÃO DO RELEVO

ANÁLISE MULTI-TEMPORAL DO USO DA TERRA E DA COBERTURA VEGETAL NO SUL DE MINAS GERAIS UTILIZANDO IMAGENS LANDSAT-5 TM E CBERS-2B

Sensoriamento Remoto II

XI SIMPÓSIO DE RECURSOS HÍDRICOS DO NORDESTE

Análise da vegetação da Área de Preservação Ambiental de São Desidério - BA, a partir do DVI e DWI

DISTRIBUIÇÃO DA COBERTURA VEGETAL NO MUNICÍPIO DE LAVRAS-MG POR MEIO DO NDVI.

ARTIGO COM APRESENTAÇÃO ORAL - GEOPROCESSAMENTO

COORDENADORIA DE DEFESA CIVIL MUNICÍPIO DE DUQUE DE CAXIAS - RJ

USO DE GEOTECNOLOGIAS PARA AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DA AREA DE PRESERVAÇÃO PERMENTE DO RIO UNA, IBIÚNA, SP

Avaliação de métodos de classificação para o mapeamento de remanescentes florestais a partir de imagens HRC/CBERS

DEFINIÇÃO DE PARÂMETROS PARA A PROTEÇÃO DE NASCENTES

RESUMO MORPHOMETRIC CHARACTERIZATION AND LAND S DISTRIBUTIONS OF BATATAIS CITY, SP ABSTRACT

MUDANÇAS NO USO E COBERTURA DA TERRA NO MACIÇO DA TIJUCA/RJ: AS IMPLICAÇÕES NAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ENTRE OS ANOS DE 1972 E 1996.

Geomática e SIGDR aula teórica 25 14/05/2013. Interpretação de imagens de detecção remota Índices de vegetação

USO DE GEOTECNOLOGIAS NA ANÁLISE AMBIENTAL DA MICROBACIA DO RIO FACA, SÃO JORGE D OESTE PARANÁ, BR.

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GEOPROCESSAMENTO APLICADO A ANÁLISE AMBIENTAL E AOS RECURSOS HÍDRICOS

ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - MONITORAMENTO AMBIENTAL

ANÁLISE AMBIENTAL DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DOS ARROIOS JUÁ E CARACOL BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CAÍ / RS.

TERMO DE REFERÊNCIA PLANO DE TRABALHO 123: GEOPROCESSAMENTO E CADASTRAMENTO DE PROPRIEDADES DO OESTE BAIANO

MAPEAMENTO DE SUSCEPTIBILIDADE À EROSÃO EM ZONA DE AMORTECIMENTO DE ÁREAS PROTEGIDAS BRASILEIRAS, ULTILIZANDO TÉCNICAS DE GEOPROCESSAMENTO

Utilização de Técnicas de SIG e de Campo para Identificação de Áreas Sensíveis com Intuito de Regularização Fundiária

Cartografia Temática

OS INCÊNDIOS DE 2010 NOS PARQUES NACIONAIS DO CERRADO

VARIAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL NATURAL EM UMA MICROBACIA DO NOROESTE DO PARANÁ

MONITORAMENTO AMBIENTAL: A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NO TRÓPICO SEMI-ARIDO DO NORDESTE BRASILEIRO

Mapeamento do uso do solo para manejo de propriedades rurais

André dos Santos Ribeiro, Mestre em Ecologia e Tecnologia Ambiental,

DIAGNÓSTICO DO MEIO FÍSICO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO DA VEREDA, RIO EMBU MIRIM, SP.

Anais XVII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, João Pessoa-PB, Brasil, 25 a 29 de abril de 2015, INPE

CLASSIFICAÇÃO PRELIMINAR DE PASTAGENS DEGRADADAS EM MICROBACIAS DA REGIÃO DE GUARARAPES-SP

Delimitação da rede de drenagem utilizando dados SRTM. Gustavo da Cruz Talon1 Gerardo Kuntschik1

ANÁLISE DE DIFERENTES TIPOS DE USO DO SOLO DA REGIÃO SEMIÁRIDA UTILIZANDO GEOTECNOLOGIAS

FLORESTAS PARA PRODUÇÃO DE ÁGUA

Monitoramento de Queimadas e Incêndios na Região do Parque Estadual do Jalapão em 2007, 2008 e 2009

Estimativa da vulnerabilidade à erosão hídrica da bacia do rio Goitá-PE, utilizando técnicas de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto.

Utilização da tecnologia SIG e imagem SRTM no mapeamento das terras para mecanização agrícola no Estado da Paraíba

IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS DE CORPOS HÍDRICOS UTILIZANDO IMAGENS DO SATÉLITE LANDSAT 8 SENSOR OLI PARA OS PRINCIPAIS AÇUDES DO SERTÃO DA PARAÍBA

USO DE GEOTECNOLOGIAS PARA ANALISE GEOMORFOLÓGICA USANDO O USO E COBERTURA DE TERRA NO MUNICÍPIO DE NITERÓI-RJ.

Geoprocessamento aplicado à análise do uso e ocupação da Terra em áreas de preservação permanente na APA de Murici, Alagoas.

Monitoramento de Queimadas e Incêndios na Região do Parque Estadual do Jalapão em 2011, 2012 e 2013

ANÁLISE GEOESPACIAL DAS DINÂMICAS AMBIENTAIS DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DO RIO MONTEIRO-PB

Geração de mapas de altitude por sensoriamento remoto. Imagens do Óptico Imagens InSAR

Adriana Gerdenits 1,2 Adriana Affonso 2 José Luiz Stech 2

ÍNDICES DE VEGETAÇÃO PARA A AMAZÔNIA CARACTERIZAÇÃO DO DESMATAMENTO E MUDANÇAS DE USO DA TERRA.

Figura 1 - Abrangência espacial do Bioma Cerrado. Fonte: Adaptado de Scariot et al. (2005).

ESCOLA DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

Uso de geotecnologias no estudo da sustentabilidade agrícola do núcleo rural Taquara, DF.

RELAÇÃO SOLO-PAISAGEM EM TOPOSSEQUÊNCIA NA REGIÃO DO TRIÂNGULO MINEIRO, MINAS GERAIS (BR).

Elias Ribeiro de Arruda Junior [1] ; Eymar Silva Sampaio Lopes [2] ; UFF Universidade Federal Fluminense -

ANALISE DE DADOS AMBIENTAIS POR MEIO DO USO DE IMAGENS DE SATÉLITE

Treinamento: Gestão Ambiental da Propriedade Rural Cód. 294

MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO DO MUNICÍPIO DE ARAXÁ MG, UTILIZANDO TÉCNICAS DE GEOPROCESSAMENTO ROCHA, M. B. B. 1 ROSA, R. 2

Zoneamento de risco de incêndios florestais para a bacia hidrográfica do Córrego Santo Antônio, São Francisco Xavier (SP)

Sensoriamento remoto e SIG

VARIABILIDADE DO NDVI NA BACIA DO RIO TRUSSU CEARÁ

ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE FOCOS DE CALOR E O DESMATAMENTO NA CAATINGA

VARIÁVEIS GEOMORFOLÓGICAS NO ESTUDO DE DESLIZAMENTOS EM CARAGUATATUBA-SP UTILIZANDO IMAGENS TM-LANDSAT E SIG

Mapeamento das Unidades de Paisagem como subsídio ao planejamento em ecoturismo nas regiões do Alto rio dos Sinos e do rio Rolante / RS

Análise temporal da microbacia Mariana no município de Alta Floresta, Mato Grosso

Reunião Banco do Brasil

Projeto de Monitoramento do Desmatamento nos Biomas Brasileiros por Satélite

Uso De Índice De Vegetação Para Determinar A Evolução Do Desmatamento Numa Sub-Bacia Do Uruçuí-Preto

Apoio do IG à CETESB para análise de áreas de preservação permanente (APP's) na Fazenda Serramar, em Caraguatatuba SP.

Análise Temporal da Degradação Ambiental no Município de Santa Maria da Boa Vista PE a partir de Imagens Orbitais

QUEM SOMOS. Empresa de tecnologia e engenharia, especializada em mapeamento 3D, que visa facilitar a gestão e. acompanhamento com precisão - da

Hidrologia e Recursos Hídricos 2008 / 2009

Modelagem ambiental do uso e cobertura da terra da savana tropical da Amazônia Legal, para utilização em modelos meteorológicos e hidrológicos

UNIDADES ECODINÂMICAS DA PAISAGEM DO MUNICÍPIO DE JEREMOABO- BA.

Grade de Apresentações - Trabalhos Orais. 04/10 (matutino)

MAPEAMENTO COSTEIRO COM APOIO DE IMAGENS DE SATÉLITES THEOS E WORLDVIEW

Geoprocessamento na Criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural RPPN s

ANÁLISE VISUAL DE IMAGENS ORBITAIS MULTIESPECTRAIS

O resultado é uma série de "fatias" da superfície, que juntas produzem a imagem final. (Exemplo: o radiômetro dos satélites NOAA gira a uma

Transcrição:

EIXO TEMÁTICO: Tecnologias APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE VEGETAÇÃO POR DIFERENÇA NORMALIZADA (NDVI) E DIAGNÓSTICO DO RELEVO NA SUB- BACIA DO RIBEIRÃO DOS BAGRES ATRAVÉS DE FERRAMENTAS DE GEOPROCESSAMENTO Gabriel Rodrigues Nascimento 1 Julia Curto 2 Tatiana Diniz Gonçalves 3 RESUMO: O presente trabalho teve como principal objetivo realizar uma análise ambiental visando o diagnóstico de relevo e do índice de vegetação por diferença normalizada (NDVI), através do Modelo Digital de Elevação (MDE) do TopoData e da imagem Landsat-8 (sensor OLI), utilizando Sistemas de Informações Geográficas e Processamento Digital de Imagens. A área de estudo é a sub-bacia do Ribeirão dos Bagres, situada nos municípios de Franca/SP e Restinga/SP, inserida na bacia do Rio Grande, próxima à divisa de São Paulo e Minas Gerais. O processamento dos dados permitiu uma representação da distribuição espacial da paisagem e integração de dados com resultados satisfatórios. Não foi diagnosticada a presença de áreas de preservação permanente com declividade superior a 45 graus. O NDVI permitiu visualizar as áreas com menor densidade de vegetação e com necessidade de maior atenção. A altitude na sub-bacia variou entre 640 e 1.055 metros. Palavras-chave: Áreas de Preservação Permanente; Ribeirão dos Bagres; Sistemas de Informações Geográficas. 1. INTRODUÇÃO As bacias hidrográficas são as unidades de gestão primordiais para a redução de impactos ambientais, sendo base para aplicação de medidas preventivas voltadas para a restauração florestal das matas ciliares, visando à manutenção da qualidade da água e do solo. Tais práticas evitam erosões, deslizamentos de terra e contribuem para conservação do fluxo gênico e da biodiversidade. De acordo com Lima e Zakia (2004), bacias hidrográficas são sistemas abertos que recebem energia de agentes climáticos e perdem energia do deflúvio, podendo ser descritas em termos de variáveis interdependentes, que oscilam em torno de um padrão e, desta forma, mesmo quando perturbadas por ações antrópicas, encontram-se em equilíbrio dinâmico. O NDVI, ou índice de vegetação da diferença normalizada, é um índice que ressalta diferenças existentes entre o solo e a vegetação, além de indicar a proporção e a condição da vegetação verde com base no conteúdo de água interno à vegetação. O objetivo deste trabalho visa trazer subsídios para diagnósticos ambientais com uso de técnicas de geoprocessamento, como a geração de mapas temáticos de relevo e o índice de vegetação por diferença normalizada (NDVI), aplicados à sub-bacia do Ribeirão dos Bagres. Esta 1 Engenheiro Florestal, Especialista em Geoprocessamento, Consultor. <grnas83@gmail.com>. 2 Professora Doutora, Instituto de Geociências, UnB. 3 Professora Doutora, Instituto de Geociências, UnB. <tathidg@gmail.com>.

área mostra ausência de estudos e o presente trabalho poderá ser utilizado como base para planos de restauração florestal das matas ciliares inseridas na sub-bacia, assim como servir de exemplo para levantamento e análise ambiental em outras unidades de gestão dos recursos hídricos. 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1. Área de estudo A sub-bacia do Ribeirão dos Bagres está inserida na Bacia Hidrográfica do Rio Grande e na sub-bacia do Rio Sapucaí Mirim, abrangendo os municípios de Franca e Restinga, situados no nordeste do Estado de São Paulo (Figura 1). Ocupando uma área de aproximadamente 274,75 Km², ou 27.475 hectares, a sub-bacia em questão possui boa parte de suas nascentes primárias inseridas na área urbana do município de Franca-SP, sendo este curso d agua um dos principais afluentes do Rio Sapucaí Mirim. A sub-bacia do Ribeirão dos Bagres se localiza na província geomorfológica das Cuestas Basálticas do nordeste Paulista, situada a uma altitude média de 1.040 metros (em planalto variando de 640 a 1.055 metros). 2.2. Base de dados A metodologia adotada nesse trabalho utilizou dados de Sensoriamento Remoto, integrados e analisados em Sistemas de Informação Geográfica. As imagens e base de dados foram processadas nos softwares ENVI 5.1 e ArcGIS 10.2.2. Os dados da rede hidrográfica da sub-bacia foram disponibilizados pela Agência Nacional das Águas e gerados pela vetorização das cartas topográficas da bacia do Rio Grande, nas escalas 1:100.000 e 1:50.000. A delimitação da sub-bacia foi realizada manualmente, considerando as curvas de nível e as divisas de municípios do IBGE. Os mapas temáticos para diagnóstico do relevo foram gerados com base no modelo digital de elevação do TopoData (INPE, 2008) e o NDVI gerado a partir da imagem Landsat 8/OLI de Junho de 2015. 2.3. Metodologia Para a geração dos mapas de declividade e hipsometria, foram aplicados os comandos Fill, Contour e Topo to Raster no Software ArcGIS. A simbologia da declividade seguiu a tabela de classificação de relevo da EMBRAPA (2009), buscando demonstrar os tipos que ocorrem dentro da área. (Quadro 1).

Quadro 1. Classificação do tipo de relevo conforme a declividade segundo a EMBRAPA. Declividade (%) Relevo 0 a 3 Plano 3 a 8 Suave Ondulado 8 a 20 Ondulado 20 a 45 Fortemente Ondulado 45 a 75 Montanhoso > 75 Fortemente Montanhoso Fonte. EMBRAPA (2009) Para uma análise mais detalhada da vegetação foi gerado o NDVI (Normalized Difference Vegetation Index) proposto por Rouse et al. (1973), que permite fazer análises sobre a cobertura vegetal de determinada região em diversas escalas, sendo de grande utilidade para fins ambientais. O índice é obtido pela razão entre a diferença das bandas de reflectância do infravermelho próximo (NIR) e a reflectância do vermelho (R), dividida pela soma das mesmas. O índice foi obtido pelo comando Band Math do software ENVI. Para o cálculo do Índice de Vegetação da Diferença Normalizada, foi utilizada a expressão proposta por Rouse (1973): NDVI = (NIR R) / (NIR + R) Uma das vantagens de se utilizar o referido índice é que ele reduz possíveis efeitos topográficos da imagem e seus valores são obtidos em escala de medida linear, variando entre -1 e 1. Entretanto, segundo Jensen (2009), uma das limitações deste índice é que ele sofre influência da radiância de trajetória atmosférica, apresenta saturação em relação a altos valores de Índice de Área Foliar (IAF) e tem sensibilidade às mudanças do substrato do dossel. No caso do satélite Landsat 8/OLI as bandas do infravermelho próximo (NIR) e o vermelho (R), utilizadas neste estudo, correspondem respectivamente as bandas 5 e 4 do sensor OLI. As superfícies com presença de vegetação têm valores positivos de NDVI enquanto que superfícies sem vegetação têm valor nulo. Regiões com água ou nuvens tende a ter valores negativos. Quanto mais densa e desenvolvida for a cobertura vegetal, mais próximo do extremo positivo são os valores de NDVI. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1. NDVI (Normalized Difference Vegetation Index) Com o resultado do NDVI na sub-bacia de trabalho é possível observar uma maior densidade de vegetação na zona sul da mancha urbana da cidade de Franca. As áreas esverdeadas representam ausência de vegetação, e se destacam na mancha urbana e nos solos expostos, áreas onde o solo não está sendo cultivado. O vermelho mais intenso pode ser observado em áreas com vegetação nativa e também onde são cultivadas culturas perenes, principalmente o café, com destaque para as áreas rurais com maior altitude. As áreas amarelas

representam carreadores, rodovias, vegetação pouco densa, e locais onde a cultura cultivada está em estágio inicial de desenvolvimento. A B Figura 1. (A) Mapa de localização; (B) NDVI da sub-bacia do Ribeirão dos Bagres 3.2. Relevo O diagnóstico de relevo é importante na análise ambiental porque traz informações sobre as áreas mais susceptíveis a erosões e demonstra a variação da altitude, além de possibilitar a estimativa das declividades e encostas (Figura 2). A B Figura 2. (A) Mapa Hipsométrico; (B) Mapa de Declividade

A altitude na sub-bacia variou entre 640 metros e 1.055 metros, basicamente crescendo no sentido SO-NE. A hipsometria foi demonstrada com a classificação de 10 classes, a cada 40 metros. A declividade foi classificada conforme a tabela da EMBRAPA, e não foi observado declive superior a 45 graus, ou 100%. A predominância foi de relevo suave ondulado e ondulado, ocorrendo ainda com menores taxas, relevo plano e forte ondulado. É importante ressaltar que na prática podem ocorrer situações de declividade superior a 100%, sendo classificadas assim como APPs. Porém as imagens com resolução de 30 metros não possibilitam tal diagnóstico com alta precisão. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo realizado permitiu uma análise ambiental significativa da região da sub-bacia do Ribeirão dos Bagres e traz subsídios pertinentes para a fiscalização e monitoramento ambiental. São observadas áreas que necessitam de maior atenção quanto à necessidade de recuperação da vegetação nativa, principalmente nas regiões de nascentes. A sub-bacia está tomada em sua maioria pelo cultivo da cana-de-açúcar e nos pontos de maior altitude por plantações de café. Ao longo dos córregos é possível observar as áreas de maior degradação no mapa do NDVI. Contudo, constatou-se que o processamento de dados utilizado neste estudo, como o NDVI e a classificação do relevo, são fundamentais e de grande valia à interpretação e diagnósticos de APPs degradadas. REFERÊNCIAS CÂMARA, G. Anatomia de Sistemas de Informação Geográfica: visão atual e perspectivas de evolução. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE GEOPROCESSAMENTO, 2, 1993, São Paulo. Anais. São Paulo, SP: USP, 1993. EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Rio de Janeiro, 2009: EMBRAPA - SPI, 412p. JENSEN, J. R. Sensoriamento Remoto do Ambiente: uma perspectiva em recursos terrestres. 2ed. São José dos Campos: Parêntese, 2009, 604 p. LIMA, W.P.; ZAKIA, M.J.B. Hidrologia de matas ciliares. In: RODRIGUES, R.R.; LEITÃO FILHO, H.F. Matas ciliares: conservação e recuperação. 2. ed. São Paulo: EDUSP/Fapesp, 2004. cap.3, p.33-44. LIMA, W.P. Função hidrológica da mata ciliar. In SIMPOSIO SOBRE MATA CILIAR, 1989, São Paulo, Anais. Fundação Cargill. p.25-42. ROUSE, J.W.; Haas, R.H.; Schell, J.A.; Deering, D.W. Monitoring vegetation systems in the greatplains with ERTS. In Earth Resources Tecnology Satellite - 1 Symposium,3, 1973. Proceedings. Washington, 1973, v.1, Sec. A, p. 309-317.

VALERIANO, M. M. Topodata - banco de dados geomorfométricos locais do Brasil. 2008. Disponível em: http://www.dpi.inpe.br/topodata/data/grd/. Acesso em: Nov/2015.