DIAGNÓSTICO DO MEIO FÍSICO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO DA VEREDA, RIO EMBU MIRIM, SP.
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- João Henrique Lemos Valente
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1 DIAGNÓSTICO DO MEIO FÍSICO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO DA VEREDA, RIO EMBU MIRIM, SP. Rita Monteiro Falcão - Aluna do curso de Geografia da FFLCH/USP. rita.falcao@usp.br Emerson Galvani - Prof. Dr. Departamento de Geografia FFLCH/USP. egalvani@usp.br Ailton Luchiari - Prof. Dr. Departamento de Geografia FFLCH/USP. aluchiar@usp.br Resumo: O planejamento ambiental tem adquirido importância nos tempos atuais, dado o interesse em direcioná-lo na consideração não apenas de ambientes modificados pelos seres humanos, mas também do ambiente natural ao seu redor. As bacias hidrográficas são consideradas unidades de planejamento do uso e manejo de recursos naturais, o diagnóstico do meio físico destas é passo fundamental, antes de qualquer tomada de decisão, pois a partir deste, serão evidenciados os fatores antrópicos, a influência marcante no que tange a conservação física de determinada área e a perspectiva de integrá-la a questão da ocupação urbana e sua dinâmica (BELTRAME, 1994). O objetivo deste estudo é realizar o diagnóstico do meio físico da Bacia Hidrográfica do córrego da Vereda, afluente do Embu Mirim, SP, proporcionando a caracterização da área sob aspectos de uso e ocupação do solo, clima, vegetação e rede de drenagem. E a partir das informações obtidas, fornecer subsídios à implementação de plano de gestão sustentável da bacia hidrográfica. Para a realização do diagnóstico da área foram utilizados mapas do ano de 1981, da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano SA (EMPLASA), folhas Itatuba, SP (2332) e Embu, SP (2341), em escala 1: As cartas foram escanerizadas e digitalizadas com auxilio do programa R2V. Foram elaborados os seguintes mapas temáticos do meio físico: hipsometria, declividade, orientação de vertentes, todos com a área da bacia e drenagem em destaque. Os mapas foram gerados no programa ILWIS 3.3 Academic. Foi realizado no dia 13 de abril de 2009 trabalho de campo para reconhecimento da área e averiguação dos dados até então obtidos. A área da bacia é de aproximadamente 207 ha. A elaboração dos mapas demonstrou que a área possui variação altimétrica de 150 metros, sendo a menor curva de nível de 775 metros e a maior de 925 metros. A rede de drenagem permite delimitar uma bacia de primeira ordem segundo Strahler e de pequenas dimensões. As declividades predominantes estão entre 20% a 30% e acima de 30% segundo a classificação proposta por Ross (1994). O solo predominante na região de Embu é o Cambissolo Háplico segundo o mapa pedológico do Estado de São Paulo. A ocupação predominante na área é de chácaras residenciais, e também há um clube de lazer, apenas no encontro do córrego com o rio Embu Mirim é que se trata de uso urbano. Palavras-chave: Bacia Hidrográfica, meio físico, uso da terra.
2 Introdução Um diagnóstico de meio físico pode ter muitas aplicações e pode ser realizado de acordo com diferentes intuitos tais como planejamento do espaço, avaliação da situação do meio físico para recuperação de áreas degradas ou com potencial de risco, preservação da fauna e flora, entre outros. Neste estudo o objetivo é o aprendizado do passo a passo do desenvolvimento de um diagnóstico em uma pequena área afim de que se possa ao fim do processo ser capaz de aplicá-lo em áreas maiores. O córrego da Vereda foi escolhido para tal estudo pelo fato de ser uma bacia de pequenas proporções, área total de 207 ha, e por desaguar no rio Embu Mirim, um dos principais contribuintes da Represa Guarapiranga. O córrego está localizado a oeste do município tendo sua nascente no limite entre os municípios de Itatuba e Embu. Caracterização da área de estudo O município de Embu se localiza na porção oeste da região metropolitana de São Paulo (23 39' 05" S e 46 51' 05" O). De acordo co m o CEPAGRI (2006), o clima é do tipo Cwa (Köppen, 1948) tropical de altitude com chuvas no verão, seco no inverno e temperatura média do mês mais quente superior a 22 C. A média anual de precipitação é 1261,7 mm e de temperatura é 19,8 C, com mínima de 9,1 C em julho e máxima de 28,4 C em fevereiro. Os ventos dominantes são de S ul e Sudeste. A sub-bacia do rio Embu- Mirim possui cerca 40,80 km². A altitude média, juntamente com ilhas de vegetação de Mata Atlântica são fatores que amenizam a temperatura da região (Prefeitura de Embu, 2009). A região de Embu faz parte, das seguintes unidades geomorfológicas: província do Planalto Atlântico; zona do Planalto Paulistano e morraria do Embu. A partir desta configuração, a região apresenta-se, quanto aos sistemas de relevos predominantes, subdividida em três porções da Morraria, de características geomorfológicas distintas. A porção oeste onde está localizado o córrego da Vereda é predominantemente formada por Morros Paralelos. A vegetação do município é classificada como Floresta Ombrófila Densa Montana (Kronka et al. 2005). O solo predominante na região de Embu é o Cambissolo Háplico segundo o mapa pedológico do Estado de São Paulo (Oliveira, 1999). Material e Métodos Os procedimentos adotados para a realização do diagnóstico se constituíram em escanerização e digitalização com auxilio do programa R2V dos mapas do ano de 1981, da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano SA (EMPLASA), folhas Itatuba, SP (2332) e Embu, SP (2341), em escala 1: Com as folhas digitalizadas é possível traduzir as informações como curvas de nível, drenagem, construções, entre outros. Os SIGs representam entidades reais do espaço geográfico (estradas, hidrografia, cobertura vegetal, curvas de nível, etc.), através da utilização de quatro elementos gráficos
3 fundamentais: pontos, arcos ou linhas, polígonos e anotações (gráficas ou texto). As informações fornecidas ao sistema são armazenadas em arquivos de pontos, vetores (para linhas), raster (para polígonos) e anotações (BELTRAME, 1994). Fez parte da metodologia para desenvolver este estudo a realização de trabalho de campo em 13 de abril de Na ocasião foram visitados sete pontos ao longo do córrego, que contribuíram para averiguação de dados tais como: altitude, orientação da vertente, declividade, vegetação e uso e ocupação da área e também observar a área de estudo na escala 1:1. Resultados e Discussões O mapa hipsométrico (Figura 1) apresenta variação de altitude de 150 metros, sendo a menor curva de nível de 775 metros e a maior de 925 metros identificadas em mapa da EMPLASA. No trabalho de campo a maior altitude encontrada foi de 845 metros, próximo a nascente do córrego na Vereda das Pedras (Coordenadas UTM 23K x e y), área residencial com muitas chácaras. A menor altitude registrada foi de 770 metros, no encontro do córrego com o rio Embu-Mirim dentro da área urbana de Embu. Figura 1: Mapa hipsométrico do córrego da Vereda no município de Embu, SP. O mapa de declividade (Figura 2) apresenta seis classes de declividade, variando de 0 a 30% de acordo com a intensidade de inclinação. Pelo trabalho de campo foram encontradas declividades predominantemente planas e suaves, a mais elevada foi no ponto da nascente do córrego em Vereda das Pedras.
4 Figura 2: Mapa de declividade do córrego da Vereda no município de Embu, SP. O mapa (figura 3) de orientação de vertente do córrego da Vereda demonstra a predominância de vertentes voltadas para nordeste e sudeste. Figura 3: Mapa de orientação de vertentes do córrego da Vereda Embu, SP. A figura 4 apresenta o encontro dos rios Embu-Mirim (esquerda da foto) com o córrego da Vereda (direita). Este ponto representa o único ponto de uso urbano ao longo da bacia hidrográfica. Os demais pontos compreendem locais de chácaras, clubes, condomínios fechados e outros usos.
5 Figura 4: Encontro do rio Embu-Mirim (esquerda) com o córrego da Vereda (direita), (por Rita Falcão em 13 de abril de 2009). Considerações finais A partir dos mapas construídos e das observações ao longo deste estudo podemos concluir que o córrego da Vereda se encontra em uma bacia de pequenas dimensões, com características físicas peculiares, uma variação altimétrica de 150 metros e de vertentes predominantemente voltadas para nordeste e sudeste. Grande parte do leito do córrego está fora da área urbana de Embu, próximo de chácaras residenciais, apenas no seu encontro com o rio Embu-Mirim temos a mudança para um uso urbano. Referências Bibliográficas Beltrame, A. Diagnóstico do meio físico de bacias hidrográficas modelo e aplicação, UFSC, CEPAGRI Clima dos Municípios Paulistas. (último acesso em 21/05/2009). Franco, G.A.D.C.; Souza, F.M.; Ivanauskas, N.M.; Mattos, I.F.A.; Baitello, J.B.; Aguiar, O.T.; Catarucii, A.F. M. and Polisel, R.T. Importância dos remanescentes florestais de Embu - SP para a conservação da flora regional. Biota Neotrop. Sep/Dez 2007 vol. 7, no. 3 ISSN Kronka, F.J.N., Nalon, M.A., Matsukuma, C.K., Kanashiro, M.M., Ywane, M.S.S., Pavão, M., Lima L.M.P.R., Guillaumon, J.R., Baitello, J.B., Barradas, A.M.F Inventário Florestal da Vegetação Natural do Estado de São Paulo. Imprensa Oficial, São Paulo. Oliveira, J.B.; Camargo, M.N.; Rossi, M., Calderano Filho, B. Mapa pedológico do Estado de São Paulo (4 cartas) com Legenda Expandida Campinas, Instituto Agronômico/EMBRAPA Solos. Sítios consultados: (acesso em 14 de maio de 2009).
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