/2013/ / (CNJ: )

Documentos relacionados
PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro Vigésima Câmara Cível A C Ó R D Ã O

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 38ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO. Registro: ACÓRDÃO

SEGUNDA CÂMARA CÍVEL RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 8785/2004 CLASSE II COMARCA DE SINOP APELANTE: BRASIL TELECOM S. A.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

COMARCA DE PORTO ALEGRE VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL ALTO PETRÓPOLIS Av. Protásio Alves, 8144

ACÓRDÃO Nº COMARCA DE ALVORADA CALECA MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO E AGROPECUÁRIA LTDA APELANTE LIFE INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA

Testa Engenharia e Representações de Equipamentos Ltda Réu:

Superior Tribunal de Justiça

VISTOS lauda 1

EVA SUZARA SILVEIRA DA SILVA. Vistos, relatados e discutidos os autos. Acordam os Juízes de Direito integrantes da Quarta Turma

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RONDÔNIA Porto Velho - Fórum Cível Av Lauro Sodré, 1728, São João Bosco,

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RONDÔNIA Porto Velho - Fórum Cível Av Lauro Sodré, 1728, São João Bosco,

A C Ó R D Ã O R E L A T Ó R I O Nº (Nº CNJ: ) COMARCA DE PORTO ALEGRE RECORRENTE

SENTENÇA C O N C L U S Ã O

PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO Nº 20709/ CLASSE CNJ COMARCA CAPITAL RELATOR: DES. SEBASTIÃO BARBOSA FARIAS

EDUARDO DOS SANTOS PEIXOTO

23 a Câmara Cível / Consumidor do Tribunal de Justiça

COMARCA DE PORTO ALEGRE 6ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA 2º JUIZADO Processo nº: 001/ Natureza: Autora:

CÍVEL Nº COMARCA DE PORTO ALEGRE A C Ó R D Ã O

COMARCA DE PORTO ALEGRE 6ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DO FORO CENTRAL Rua Márcio Veras Vidor (antiga Rua Celeste Gobato), 10

D E C I S Ã O M O N O C R Á T I C A

Gabinete do Desembargador Carlos Escher

A C Ó R D Ã O Nº (N CNJ: ) COMARCA DE PORTO ALEGRE CONDOMINIO EDIFICIO REGENTE

Vistos lauda 1

AGRAVANTE : SUL FINANCEIRA S/A - CREDITO FINANCIAMENTOS E INVESTIMENTOS. FINANCIAMENTOS E INVESTIMENTOS contra decisão que não admitiu o seu recurso

BRASIL TELECOM S.A. - FILIAL RIO GRANDE DO SUL

SENTENÇA. A petição inicial foi instruída com os documentos de fls. 15/81.

Cuida-se de Ação de Cobrança ajuizada por PATRÍCIA TATIANA ANGELIN em desfavor de BRADESCO SEGUROS S.A., já qualificados nos autos.

COMARCA DE PORTO ALEGRE 4º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DO FORO CENTRAL Rua Márcio Veras Vidor (antiga Rua Celeste Gobato), 10

APELAÇÃO CÍVEL DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL - SERVIÇO DE APOIO À JURISDIÇÃO AMAURI DE OLIVEIRA SALES A C Ó R D Ã O

Nº COMARCA DE ESTEIO

ACÓRDÃO PODER JUDICIÁRIO

RELATÓRIO. TRF/fls. E:\acordaos\ _ doc

Apelação Cível n , de Videira Relator: Des. Joel Dias Figueira Júnior

Vistos etc. I.- Trata-se de AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL CUMULADA COM PEDIDO DE RESTITUIÇÃO proposta por JUDITH GONÇALVES DA SILVA em face de

COMARCA DE PORTO ALEGRE 6ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA 1º JUIZADO PROCESSO Nº 001/ NATUREZA: IMPETRANTE: IMPETRADO:

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Nº PORTO ALEGRE MARCOS MELLO PACHECO CHC ATLÂNTICA LTDA. ACÓRDÃO

Superior Tribunal de Justiça

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX A C Ó R D Ã O

Requerido : CENTRO DE ENSINO TECNOLOGICO DE BRASILIA CETEB

Dados Básicos. Ementa. Íntegra

/2015/ / (CNJ: )

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA OITAVA CÂMARA CÍVEL

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DÉCIMA OITAVA CÂMARA CÍVEL

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. TRANSPORTE AÉREO. VIAGEM INTERNACIONAL. RETORNO COM CONEXÃO EM LISBOA. AUTOR QUE PRETENDEU EMBARCAR DIRETAMENTE EM

Superior Tribunal de Justiça

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

IV - APELACAO CIVEL

SENTENÇA. Juiz(a) de Direito: Dr(a). Maurício Simões de Almeida Botelho Silva. Vistos etc., qualificadas nos autos, promovem contra AZUL

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores HERALDO DE OLIVEIRA (Presidente), JACOB VALENTE E TASSO DUARTE DE MELO.

COMARCA DE PORTO ALEGRE 7ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA 2ºJUIZADO - FORO CENTRAL

COMARCA DE NOVO HAMBURGO 3ª VARA CÍVEL Rua Dr. Bayard de Toledo Mércio, 66. Processo nº: 019/ (CNJ:

TAM LINHA AEREAS S.A. A C Ó R D Ã O

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO RS

Vistos. Devidamente citados (fls. 96 e 103), as requeridas apresentaram lauda 1

PODER JUDICIÁRIO. Gabinete do Desembargador Orloff Neves Rocha PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº ( )

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Inteiro Teor ( )

: MIN. DIAS TOFFOLI :MUNICÍPIO DE VENÂNCIO AIRES : FLÁVIO CÉSAR INNOCENTI E OUTRO(A/S)

APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.126

PROVIDO O APELO. Nº COMARCA DE SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA KATIA SIMONE MACHADO DA APELANTE CUNHA A C Ó R D Ã O

EXECUÇÃO DEFINITIVA DE SENTENÇA

SEGUNDA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Superior Tribunal de Justiça

151 VIGÉSIMA SEXTA CÂMARA CÍVEL / CONSUMIDOR APELAÇÃO CÍVEL PROCESSO Nº APELANTE: NASCIMENTO TURISMO LTDA

T R I B U N A L D E J U S T I Ç A D É C I M A S É T I M A C Â M A R A C Í V E L

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL

D E C I S Ã O M O N O C R Á T I C A

Requerente: Eva Sebastiana Moreira. Natureza: Ação Declaratória c/c Indenização SENTENÇA

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RONDÔNIA Porto Velho - Fórum Cível Av Lauro Sodré, 1728, São João Bosco,

Concedida a antecipação de tutela e a assistência judiciária gratuita, foi citado o requerido, que apresentou contestação,

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO ESTADO DO RIO DE JANEIRO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Vigésima Sétima Câmara Cível/Consumidor

Supremo Tribunal Federal

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores LUIS CARLOS DE BARROS (Presidente sem voto), ÁLVARO TORRES JÚNIOR E CORREIA LIMA.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores MIGUEL PETRONI NETO (Presidente) e SIMÕES DE VERGUEIRO.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PORTARIA Nº 1250-D.M

SENTENÇA. Com a inicial vieram os documentos de f. 06/08.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL

Superior Tribunal de Justiça

PROPOSTA DE SENTENÇA

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

/2016/ / (CNJ: )

Juiz(a) de Direito: Dr(a). Guilherme Stamillo Santarelli Zuliani

Jurisprudência Mineira Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais - TJMG

Henrique Cloretti Neto X Sicam X Ecad

RECURSOS IMPROVIDOS. A C Ó R D Ã O

Apelação n Relator: Desembargador Cesar Abreu

SENTENÇA. Juiz(a) de Direito: Dr(a). Gustavo Pisarewski Moisés. Vistos.

Nº ( ) COMARCA DE GOIÂNIA APELANTE : ESCOLA ESCREVIVENDO LTDA. APELADA : LETÍCIA FREITAS DE CARVALHO

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RONDÔNIA Porto Velho - Fórum Cível Av Lauro Sodré, 1728, São João Bosco,

Supremo Tribunal Federal

(3) - 10ª Câmara Cível AI nº /2014 decisão - fl. 1

Constituição Federal

ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos os autos.

Nº COMARCA DE PORTO ALEGRE

RECURSO ESPECIAL Nº RS (2011/ )

Transcrição:

COMARCA DE CERRO LARGO VARA JUDICIAL Dr. João Sebastiany, 246 Processo nº: Natureza: Autor: 043/1.11.0001718-1 (CNJ:.0003259-29.2011.8.21.0043) Indenizatória Fernanda Rejane Floriano Réu: Cooperativa de Crédito Livre Adm.de Assoc. Serro Azul - SICREDI RS Juiz Prolator: Juiz de Direito - Dr. Alejandro César Rayo Werlang Data: 22/03/2013 Vistos. FERNANDA REJANE FLORIANO ingressou com a presente ação de indenização em face de SICREDI SERRO AZUL aduzindo que mantém junto à ré uma conta corrente conjunta com sua mãe, Elena Rejane May, e teve seu nome inscrito pela requerida nos órgãos de proteção ao crédito, em razão da emissão de cheque pela co-titular da conta. Disse que jamais emitiu cheques em seu nome, sendo ilícita a conduta da requerida. Argumentou acerca dos danos morais sofridos em razão da indevida inscrição de seu nome. Sinalou que não possui responsabilidade sobre os cheques emitidos. Postulou, liminarmente, a concessão de tutela antecipatória para determinar que a requerida exclua seu nome dos órgãos de proteção ao crédito, bem como para que seja oficiado ao Banco Central e ao Serasa para que informem o histórico de restrições existentes em seu CPF. Requereu a procedência do pedido para condenar a demandada a excluir definitivamente todas as restrições em seu nome, relativas aos cheques emitidos pela co-titular da conta, bem como para condena-la ao pagamento de indenização por danos morais. Pugnou pela concessão do benefício da assistência judiciária gratuita. Indeferido o pedido de antecipação de tutela e concedida a AJG (fl. 12). 1

dado provimento (fl. 15). A parte autora opôs embargos declaratórios (fl. 14), aos quais foi A requerida ofertou contestação (fls. 24/28), dizendo que houve a devolução de um cheque de nº 000044, por insuficiência de saldo, no valor de R$ 1.120,00, emitido pela co-titular da conta informada na inicial (25292-1), Sra. Elena Rejane May. Sustentou que não assiste razão à parte autora, tendo em vista que se trata de conta conjunta do tipo solidária, podendo qualquer dos titulares movimentá-la, tornando-se também credoras/devedoras solidárias. Sinalou que os cheques emitidos pelo co-titular da conta são expressivos e passados ao comércio em geral, o que indica o benefício das titulares da conta em detrimento dos portadores dos referidos cheques. Salientou que nos cadastros restritivos de crédito, além do cheque devolvido, há outra inclusão em nome da autora, relativa a débito em conta corrente, não sendo possível afirmar a inscrição referente a devolução da cártula tenha lhe causado prejuízo à imagem ou dano moral, tendo em vista que já se encontrava inscrita no Serasa por motivo diverso. Alegou a falta de provas acerca do dano moral. Postulou a improcedência do pedido. Houve réplica (fls. 104/106), com a juntada de novos documentos. Deferida a antecipação de tutela (fl. 110). provas. As partes não manifestaram interesse na realização de outras Vieram os autos conclusos para sentença. É O RELATO. PASSO A DECIDIR. Trata-se de ação de indenização por dano moral amparado na alegação de inscrição indevida do nome da autora nos cadastros de restrição ao 2

crédito, por emissão de cheques sem fundos pela sua mãe, referente à conta conjunta que possuem. Conforme se infere dos autos, a inscrição (fls. 91/92) ocorreu em razão da emissão de cheques sem fundos pela co-titular da conta-corrente conjunta (fls. 75/90). Assiste razão à requerente, uma vez que descabida a inscrição do nome do co-titular, que não emitiu o cheque, em cadastros de inadimplente. Isso porque não há solidariedade entre ambos no que diz respeito ao título de crédito, regido nos termos da Lei nº 7.357/85, que em seu art. 47, I e II, prevê que os obrigados pela cártula são os emitentes, endossantes e seus avalistas. Salienta-se que o co-titular de conta corrente conjunta detém apenas solidariedade limitada à propriedade dos fundos comuns à sua movimentação, não tendo o condão de transformar o outro correntista em co-devedor pelas dívidas assumidas pelo co-titular, conforme entendimento consolidado do Egrégio Superior Tribunal de Justiça e Tribunal de Justiça do RS: DIREITO CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. INDENIZAÇÃO. REGISTRO EM CADASTRO DE RESTRIÇÃO AO CRÉDITO. CHEQUE SEM PROVISÃO DE FUNDOS. CONTA-CORRENTE CONJUNTA. O co-titular de contacorrente conjunta detém apenas solidariedade ativa dos créditos junto à instituição financeira, não se tornando responsável pelos cheques emitidos pelo outro correntista. A jurisprudência desta Corte está consolidada no sentido de que, na concepção moderna do ressarcimento por dano moral, prevalece a responsabilização do agente por força do simples fato da violação, de modo a tornar-se desnecessária a prova do prejuízo em concreto, ao contrário do que se dá quanto ao dano material. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa extensão, provido. (REsp 708612 / RO- Ministro CESAR ASFOR ROCHA, QUARTA TURMA, julgado em 25/04/2009). APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. REGISTRO NO CCF E SERASA POR CHEQUE EMITIDO PELO CO-TITULAR DA CONTA CONJUNTA. O 3

cheque emitido sem provisão de fundos enseja a inscrição no CCF e nos bancos de dados dos órgãos de proteção ao crédito somente do nome do seu emitente, não podendo tal penalidade alcançar o co-titular da conta conjunta que não emitiu o título. Precedentes jurisprudenciais. Caracterizado o dever de a instituição financeira ré indenizar o autor pelo dano moral. Valor da indenização fixado adequadamente, observadas as peculiaridades do caso concreto. RECURSO DESPROVIDO. (Apelação Cível Nº 70044226850, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Renato Alves da Silva, Julgado em 10/11/2011) NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO. CHEQUES SEM FUNDOS EMITIDOS EXCLUSIVAMENTE POR UM DOS CORRENTISTAS DO BANCO. IMPOSSIBILIDADE DE INSCRIÇÃO NEGATIVA DO CO-TITULAR. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. Rejeitada a preliminar de ilegitimidade passiva, uma vez que o banco demandado é o responsável por inscrever o nome do autor em cadastros de inadimplentes. Não há solidariedade entre os co-titulares de conta conjunta sobre os cheques emitidos exclusivamente em nome de um destes. Irregular a inscrição do cotitular que não emitiu cheque em cadastros de inadimplentes. Cabível a indenização por danos morais, haja vista tratar-se de caso de dano in re ipsa. Quantum indenizatório fixado adequadamente na sentença. APELO IMPROVIDO. (Apelação Cível Nº 70050442342, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eugênio Facchini Neto, Julgado em 06/11/2012) Como se vê, a inscrição do nome da autora nos órgãos restritivos de crédito configura procedimento ilícito da demandada, tendo em vista ser inadmissível o reconhecimento da dívida em desfavor desta, só por ser co-titular da conta, sem ter ela emitido o cheque que deu origem ao débito. Logo, revelando-se indevida a inscrição do nome da autora, merece procedência o pleito indenizatório, tendo em vista que os casos de inscrição indevida nos órgãos de proteção ao crédito constituem hipótese de dano in re ipsa, em que o dano é presumido a partir do próprio fato ocorrido. 4

Quanto ao montante da indenização, este deve ser arbitrado consoante a condição econômico-financeira das partes e a natureza e extensão da ofensa, considerando-se, também, a conduta dos litigantes e os princípios da proporcionalidade e razoabilidade. No caso, não se verifica a ocorrência de dano maior senão o decorrente da inscrição em si, de modo que justo o montante de R$ 3.000,00, acrescido de correção monetária pelo IGP-M e juros de mora de 1% ao mês a contar da data do julgamento. Isso posto JULGO PROCEDENTE o pedido, condenando a parte ré a excluir definitivamente o nome da autora dos órgãos restritivos de crédito, relativamente aos cheques emitidos pela co-titular da conta corrente informada na inicial, bem como condenar a requerida ao pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$ 3.000,00, corrigidos monetariamente pelo IGP-M e acrescidos de juros de mora de 1% ao mês a contar da data do julgamento. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Cerro Largo, 22 de março de 2013. Alejandro César Rayo Werlang Juiz de Direito 5