GESTÃO DO ÓLEO RESIDUAL COMO ALTERNATIVA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E EMPREENDEDORA EM PRINCESA ISABEL-PB

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Transcrição:

GESTÃO DO ÓLEO RESIDUAL COMO ALTERNATIVA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E EMPREENDEDORA EM PRINCESA ISABEL-PB Dayana Leite da Silva (1), Karoline Fernandes Siqueira Campos 2, Laercio Rodrigues de Carvalho 3, Vinícius Batista Campos 4 ¹ Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Campus Princesa Isabel, dayana.leite@ifpbensino.com.br. RESUMO A gestão ambiental deve fazer parte do processo de ensino aprendizagem, fomentando estratégias e metodologias de educação ambiental que contribuam para a diminuição dos impactos socioambientais e econômicos, a degradação ambiental, a poluição e perda da qualidade de vida das populações envolvidas, sendo um entrave ao desenvolvimento sustentável de municípios como Princesa Isabel PB, com um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano IDHs do Nordeste Brasileiro. Este trabalho visa compreender e identificar como a gestão do óleo residual pode se enquadrar como uma alternativa de educação empreendedora. Entre fevereiro a agosto de 2017, foram utilizados como etapas e instrumentos metodológicos, o levantamento bibliográfico, a fase exploratória com o monitoramento do consumo do óleo residual na área comercial do município abrangendo cerca de 50 empreendimentos comerciais, formais e informais, objetivando mensurar valores percentuais da geração residual deste produto e a compreensão dos empreendedores sobre as práticas de negócios verdes e sustentáveis, geradores do alavancamento econômico e consequentemente a melhora das condições sociais e preservação do meio ambiente. Após o tratamento e análise estatística dos dados quali e quantitativos, percebeu-se que quanto ao perfil dos empreendedores e consumidores do óleo residual, apenas 40% possuem o ensino médio completo; 87% destes trabalhavam em comércios irregulares, informalidade e sem atender à legislação ambiental e sanitária no que tange à manipulação de alimentos, decorrentes principalmente da ausência de fiscalização dos órgãos competentes; 83% dos entrevistados usavam aproximadamente 3 litros de óleos diariamente para fritar salgados, carnes, churros e seu descarte era realizado diretamente na pia ou na terra, sem seguir os preceitos da normatização da gestão de resíduos; 55% dos sujeitos da pesquisa, não tinham perspectivas de crescimento, relatando que com a carga horária excessiva de trabalho, não os permitia estudar, se qualificar ou procurar alternativas para melhorar suas reandas e nem para diminuir os impactos da questão ambiental, por acreditarem que tais possibilidades eram irreais e não comprometia a qualidade de vidas dos seus familiares e clientes. PALAVRAS-CHAVE: Sustentabilidade, Negócios Verdes, Educação Empreendedora, Gestão Ambiental, Óleo residual INTRODUÇÃO De fato a gestão ambiental estão intercalas concomitantemente com as atividades humanas em muitos casos, servem de ferramentas auxiliares na gestão dos resíduos, na criação de estratégias, ações e planejamentos capazes de dirimir os problemas a exemplo do óleo residual descartado no ambiente, culminando na proliferação e transmissão de doenças, no aumento da carga orgânica do aterro sanitário, na impermeabilização dos solos e na perda de alternativas econômicas que contribuam com a renda familiar, com o desenvolvimento local e regional embasadas na educação empreendedora e sustentável, alterando e transformando os comportamentos ambientalmente corretos. Objetivando diminuir os impactos ambientais com comportamentos adequados, Pitta Junior et al (2009), discursa que o óleo de cozinha usado, pode servir como matéria-prima na fabricação de diversos produtos, tais como biodiesel, tintas, óleos para engrenagens, sabão, detergentes, entre outros; corroborado por Reis et al. (2007), óleo de cozinha usado retornado a produção, além de evitar a degradação do meio ambiente e os consequentes custos socioeconômicos, também cumpre o papel de evitar o gasto de recursos escassos, tais como os ambientais, humanos, financeiros e econômicos terra, agua, fertilizantes, defensivos agrícolas, maquinário, combustível, mão de obra, financiamento bancário, fator tempo, entre outros. Dentre esses impactos, a geração avassaladora de resíduos começa a fazer parte da consciência pública, necessitando investir em pesquisas cientificas e inovações tecnológicas, com a finalidade de criar meios de conter com a crise ambiental dos resíduos, a exemplo do óleo residual, que quando descartado indevidamente é altamente poluidor e oneroso no tratamento de água, em novos produtos, aplicando efetivamente um dos segmentos dos 3Rs (Redução, Reutilização e Reciclagem), contribuindo com a mitigação dos problemas socioambientais e fomentando o desenvolvimento sustentável, em regiões marginalizadas das reais oportunidades de crescimento. Essa crise ambiental não é recente e tais questões são alvo de discussões, mas as lacunas literárias quanto a conjuntura do empreendedorismo sustentável, impossibilitam à elaboração de mecanismos, estratégias verdes e IBEAS Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais 1

ferramentas sustentáveis que possa além de amenizar os efeitos no ambiente, transformar os resíduos em novos produtos, aplicando de maneira efetiva os 3Rs (Redução, Reutilização e Reciclagem), situação que para Jacobi (2003),decorre pelas constantes degradações no meio ambiente e seus ecossistemas, com a imposição do consumo e a precariedade da articulação do conhecimento cientifico nos níveis da educação formal e não formal. É notório portanto que o homem é o responsável pela sua degradação do ambiente e do próprio ser humano, dados de Felizardo (2003), confirma tal enunciado e elucida que o Reuso do Óleo de frituras da população brasileira é em média, 3 bilhões de litros, em média cada família produz o equivalente a 1,5 litros de óleo usado/mês e diante do exposto, sabe-se que um litro de óleo pode contaminar 1 milhão de litros de agua, quantidade esta suficiente e para o consumo de uma pessoa durante 14 anos, ocasionando problemas ambientais, com efeitos danosos ao meio ambiente, provoca o entupimento e favorecendo enchentes. OBJETIVO O objetivo deste trabalho é criar além de literatura à um município afetado pela seca do nordeste, que sofre pela estiagem pluviométrica, racionamento hídrico, e o isolamento geográfico e territorial, sendo portanto um levantamento de dados inéditos e pioneiro, justificado pela fase vindoura da chegada da agua advinda da transposição do Rio São Francisco; diagnosticar os melhores processos do óleo residual, por meio do monitoramento do consumo deste resíduo, os métodos de descarte, as relações com a poluição hídrica, e desta forma proporcionar à comunidade marginal e vulnerável, planos de negócios e/ou alternativas de oportunidades sustentáveis e de negócio verdes através da educação empreendedora. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa descritiva-exploratória, fundamentada na coleta de dados bibliográficos, quali e quantitativos da fase do campo, por meio de monitoramento e análise, bem como tratamento estatístico do material coletado. Universo da Pesquisa àrea de estudo O municipio de Princesa Isabel se situa na porção ocidental do Estado da Paraíba, com área total de 367,975 km²; população estimada em 2016 de 23.247; densidade demográfica de 57,84 km²; IDH 0,606; pertencente ao bioma caatinga e com o clima semiarido quente (Dados do IBGE,2016);a área de estudo foi o centro comercial (área comercial), totalizando 39 empreendimentos georeferenciados, segundo o Mapa 01. 2 IBEAS Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais

Mapa 01. Pontos Georeferenciados dos Empreendimentos monitorados na pesquisa área de estudo - Fonte: Autores do Trabalho Etapas da Pesquisa 1) Levantamento bibliográfico e documental; Neste momento, serão coletadas informações relevantes sobre a temática em meios científicos. 2) Monitoramento do descarte do óleo residual, por meio de visita de campo e observação, através de roteiro estruturado. Nesta fase serão realizadas visistas em dias alternados, onde serão observados o uso diário, semanal e mensal em empreendimentos e domícilios do centro de Princesa Isabel (PB), para a criação do bancos de dados, com a descrição quantitativa. 3) Análise dos dados do monitoramento; Nesta etapa serão analisados os dados quantitativos com tratamento estatístico. 4) Identificação do perfil dos empreendedore e enquadramento de alternativas sustentáveis de negócio para o óleo residual em Princesa Isabel (PB); Nessa parte, será possível diagnosticar as soluções aos problemas apresentados nos dados coletados em campo, propondo as alternativas empreendedoras sustentáveis do óleo residual, levando em consideração, custo x benefício dos produtos e demanada potencia dos produtos e/ou serviços. 5) Elaboração de Plano de Negócios para o óleo residual em Princesa Isabel (PB). Para essa fase, espera-se criar um detalhamento negocial, através do Plano de Negócios do óleo residual, para a realidade mercadológica de Princesa Isabel (PB). RESULTADOS Na fase diagnóstica dos sujeitos da pesquisa, foram aplicados 39 roteiros estruturados, tendo como 32 do gênero feminino e 7 do gênero masculino, sendo 87% destes donos dos negócios e desenvolviam suas atividades na informalidade, principalmente pela ausência de fiscalização dos órgãos competentes quanto ás exigências da vigilância sanitária, manipulação dos alimentos. Na tabela 1, ficou comprovada que apenas 2% tinham Ensino Superior e 40% o Ensino Médio Completo, um resultado preocupante quanto a gestão empresarial e ambiental. IBEAS Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais 3

Tabela 1. Caracterização da escolaridade - Fonte: Autores do trabalho Escolaridade Percentual Ensino Fundamental Completo 18% Ensino Fundamental Incompleto 28% Ensino Médio Completo 40% Ensino Médio Incompleto 10% Ensino Técnico 2% Ensino Superior 2% Especialização ou Pós Graduação 0% Sobre os tipos de empreendimentos, 90% eram lanchonetes; 8% de restaurantes ou pizzaria e 2% de panificadoras; sobre o consumo de óleo residual diário, constatou-se conforme o gráfico 1, 96% usavam diariamente para fritar salgados, carnes e churros, em média 6 litros de óleo; enquanto que 1% consumia de 4 litros e 3% 2 litros. 4 Gráfico 1: Consumo do Óleo diariamente pelos empreendedores no centro de Princesa Isabel. Fonte: Autores do Trabalho. Com base no gráfico 1 e no monitoramento realizado, a variação do consumo semanal e mensal, ficou em média 42 litros por semana e mais de 200 litros por mês; diante do dado apresentado aos empreendedores envolvidos, muitos ficaram surpresos com o percentual e ao serem questionados sobre os impactos, só 6% afirmaram conhecer algum impacto, crise ambiental e hídrica, poluição dos solos ou transmissão de doenças mas mesmo assim continuavam em suas labutas diárias a jogar o resíduo nas valas, solos, pias ou vasos sanitários e 1 entrevistada desses 6% relatou que já ouviu sua vizinha falar sobre o sabão em barra, feito com o óleo residual e que essa ação poderia ser pensada. O que corroborou com o percentual de 98%, que não soube exemplificar ou citar uma alternativa de negócio e sustentável com o óleo descartado. A segurança e higiene dos manipuladores do óleo residual no centro de Princesa Isabel/PB, eram incipientes e 98% dos sujeitos da pesquisa, não tinham perspectivas de crescimento, relatando que com a carga horária excessiva de trabalho, não os permitia estudar, se qualificar ou procurar alternativas para melhorar suas reandas e nem para diminuir os impactos da questão ambiental, por acreditarem que tais possibilidades eram irreais e não comprometia a qualidade de vidas dos seus familiares. O dado mais alarmante da coleta de dados, foi que 100% dos entrevistados, afirmaram não conhecer nenhum projeto de coleta seletiva para o óleo residual no município, e 90% destes mostraram-se interessados em participar de projeto ou capacitação sobre a reutilização/reaproveitamento do óleo residual como alternativa de negócio, os 10% restantes, mostraram-se até motivados com o assunto, mas justificaram que a carga excessiva de trabalho, os impediria de participar destas ações. CONCLUSÕES Analisando as etapas do trabalho, verificou-se que os objetivos propostos para a realização da pesquisa foram superados, tendo em vista que os resultados apresentados, demonstraram que o percentual de desconhecimento e ausência de política de gestão dos resíduos, comprometia a qualidade de vida das pessoas e impactava diretamente o IBEAS Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais

meio ambiente com o descarte inadequado de mais de 200 litros de óleo por mês; proporcionando uma ampla discussão na comunidade que após fundamentação e entendimento dos impactos, reuniram-se e articularam junto ao IFPB Campus Princesa Isabel, com o apoio das associações a organização de cursos, oficinas e palestras na área, fomentando o empreendedorismo deste resíduo. Além da relevância e movimentação da comunidade e o começo da mudança de comportamento, o trabalho ainda acompanha através de parceria entre IFPB Campus Princesa Isabel e Gestão Municipal (Prefeitura), a elaboração da Política de Gestão de Resíduos, realizada pelos professores e alunos do Curso Tecnólogo em Gestão Ambiental, ação de extrema importância a preservação do meio ambiente, a reutilização de resíduo, a prática da coleta seletiva e a criação de alternativas sustentáveis para subsidiar mecanismos de geração de renda à comunidades mais carentes do município, melhorando a qualidade de vida de todos os envolvidos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. FELIZARDO, P. M. G. Produção de Biodiesel a Partir de Óleo Usado de Fritura. Relatório de estagio (Licenciatura em Engenharia Química) QUERCUS: Lisboa, 2003. 2. JACOBI, P. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Caderno de Pesquisa, vol.118, p.189-205, mar. 2003. 3. REIS, M. F. P. et al. Destinação de Óleo de fritura, pg. 1-5, 24. Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, Belo Horizonte MG. Disponível em: <http://www6.ufrgs.br/sga/oleodefritura.pdf>. Acessado em: 28 fev. 2017. 4. PITTA JUNIOR O. S. R.; NOGUEIRA NETO, M. S.; SACOMANO, J. C.; LIMA, J. L. A. Reciclagem do Óleo de cozinha Usado: uma contribuição para Aumentar a Produtividade do Processo. Anais. 2nd International Workshop Advances in Cleaner Production, 2009. IBEAS Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais 5