RESOLUÇÃO Nº 554, DE 20 DE AGOSTO DE 2015. EMENTA: Institui regras para aplicação dos instrumentos normativos de cobrança utilizados no combate ao inadimplemento e procedimentos a serem adotados nas conciliações judiciais e acordos extrajudiciais. O CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL DA 21ª REGIÃO/MS, no uso de suas atribuições legais e regimentais e, CONSIDERANDO o alto índice de inadimplemento das anuidades e do cumprimento de acordos judiciais e extrajudiciais; CONSIDERANDO a necessidade de estabelecer uma Política Estadual de combate à inadimplência; CONSIDERANDO a necessidade de unificar procedimentos de cobrança de todos os débitos; CONSIDERANDO a necessidade de estabelecer parâmetros únicos para a realização de acordos judiciais e extrajudiciais; CONSIDERANDO as inúmeras convocações para participação das semanas de conciliações organizadas pela Central de Conciliação, de acordo com a Resolução nº 125/2010, do Conselho Nacional de Justiça; CONSIDERANDO a necessidade de definir tratamento adequado a Certidão de Dívida Ativa. Resolve: Art. 1º Estabelecer normas gerais para a aplicação das diversas formas de cobrança dos débitos existentes junto ao CRESS 21ª Região/MS, bem como regulamentar as normas para realização de acordos judiciais e extrajudiciais, e das conciliações realizadas nos processos de execução fiscal em trâmite na Justiça Federal do Estado de Mato Grosso do Sul. Da suspensão do exercício profissional por débito Art. 2º A suspensão do exercício profissional, prevista na Resolução CFESS nº 354/1997, será aplicada aos inscritos que possuam débitos passíveis de cobrança.
Parágrafo único: São débitos passiveis de cobrança a anuidade vencida após o ano de sua vigência. Art. 3º A suspensão ocorrerá após a conclusão do processo administrativo disciplinar, transitado e julgado, conforme o que estabelece pela Resolução CFESS nº 354/1997. Dos acordos extrajudiciais Art. 4º Poderão ser realizados acordos extrajudiciais, na sede do CRESS 21ª Região/MS, utilizando os critérios de parcelamento constantes na Resolução que estabelece os patamares mínimo e máximo para a fixação da anuidade para o exercício de cada ano, para a pessoa física e jurídica. Art. 5º Os acordos extrajudiciais serão realizados mediante acordo entre o CRESS 21ª Região/MS e o profissional, por meio do Termo de Confissão de Dívida e Parcelamento de Débito. Art. 6º Fica limitado em até duas vezes, no máximo, o reparcelamento do débito. Parágrafo Primeiro: O profissional que parcelou por duas vezes e não cumpriu com os acordos deverá quitar sua dívida à vista, em única parcela. Parágrafo segundo: caso a dívida seja superior a 3(três) anuidades, o profissional poderá formalizar seu pedido justificado de parcelamento ou isenção da dívida ou parte da dívida ao Conselho Pleno, que poderá acatar totalmente, parcialmente ou não acatar a proposta apresentada. Art. 7º O não pagamento de qualquer das parcelas, nos seus respectivos vencimentos, implicará o vencimento antecipado das restantes, com o prosseguimento imediato da cobrança do débito. Da inscrição em Dívida Ativa Art. 8º A inscrição em Dívida Ativa será realizada anualmente, no ultimo trimestre de cada ano. Art. 9º Serão inscritos em Dívida Ativa os profissionais inadimplentes que passaram por Processo Administrativo Disciplinar, de acordo com a Resolução CFESS nº 354/1997 e foram imputados ao pagamento da dívida, independente de suspensão ou transito em julgado da decisão. Parágrafo único: Excepcionalmente, poderão ser inscritos em Dívida Ativa as anuidades vencidas que estiverem no limite anual de prescrição.
Art. 10 A inscrição em Dívida Ativa seguirá todos os requisitos e trâmites determinados pela Lei nº 6830/1980 e pela Portaria da Procuradoria Geral Federal nº 17, de 11 de Janeiro de 2013. Art. 11 Após a inscrição em Dívida Ativa, o devedor será intimado de seu débito, mediante o encaminhamento de uma via ou cópia da Certidão da Dívida Ativa por AR, onde deverá estar registrado o prazo de 180 (cento e oitenta) dias para pagamento, sob pena de protesto e/ou abertura de ação judicial. Do protesto extrajudicial por falta de pagamento de débitos Art. 12 As Certidões de Divida de Ativa, que passaram por todos os procedimentos da Resolução CFESS nº 354/1997 e estão em conformidades com a Lei nº 6.830/1980, cujo prazo de 180 (cento e oitenta dias) para pagamento tenha expirado, serão encaminhados a protesto extrajudicial. Art. 13 O protesto será cancelado após o pagamento integral da dívida, incluídas as custas devidas e emolumentos. Art. 14 Nos casos em que o devedor resida em comarca que não possua tabelionato de Protestos de títulos, a Certidão de Dívida Ativa será encaminhada para cartório da região que possua jurisdição sobre a cidade de residência do profissional. Parágrafo único: No caso em que o valor da dívida for inferior ao valor das despesas, a dívida deixará de ser encaminhada a protesto. Art. 15 Nos casos em que o profissional comprove situação que não justifique a cobrança de anuidade pelo CRESS 21ª Região/MS, será imediatamente solicitada a retirada do protesto. Parágrafo único Caso a comprovação tratada no caput desse artigo se dê em data posterior ao encaminhamento do título a protesto, eventuais custas e emolumentos para a retirada do protesto ficarão a cargo do profissional que restou negligente em deixar de informar o CRESS 21ª Região/MS situação que o isenta de pagamento de anuidade profissional. Da execução fiscal e dos acordos judiciais Art. 16 Serão encaminhados para a execução fiscal os débitos cujo valor seja superior ao de 4 (quatro) anuidades vigentes. Art. 17 Em caso de acordos judiciais será possível a divisão da dívida em parcelas abaixo especificadas: a) nos processos em que o valor final do acordo seja inferior ao valor de duas anuidades vigente, será permitido o parcelamento em até 5 (cinco) vezes, sendo que cada parcela não poderá ser inferior a R$ 50,00 (cinquenta reais);
b) os processos em que o valor final do acordo seja superior a ao valor de duas anuidades vigente, e inferior a ao valor de quatro anuidades vigente, será permitido o parcelamento em até 7 (sete) vezes, sendo que cada parcela não poderá ser inferior a R$ 100,00 (cem reais); c) nos processos em que o valor final do acordo seja superior a quatro anuidades vigente, é permitido o parcelamento em até 12 (sete) vezes, sendo que cada parcela não poderá ser inferior a R$ 150,00 (cento e cinquenta reais); 1º A data para vencimento das parcelas será estabelecida entre as partes, nos dias 5, 10 ou 15 de cada mês, não excedendo a 30 (trinta) dias da data do acordo, e as demais parcelas vencerão mês a mês, no mesmo dia fixado na primeira parcela. 2º Serão utilizadas as mesmas condições de parcelamento do caput para os profissionais com mais de uma execução fiscal reunidas para a realização de um único acordo. Art. 18 Em caso de realização de acordos judiciais, nas semanas de conciliação, será oferecida a redução de até 25 % do valor das multas e juros do débito executado e acrescido 10% (dez por cento) no valor acordado, a título de honorários. Art. 19 Nos processos em que o profissional informe a ocorrência de doença crônico-degenerativa ou incapacitante por mais de seis meses, aposentadoria por invalidez, situação de pobreza ou idade avançada, poderão ser isentos do pagamento de anuidade ou anuidades, conforme as regras de comprovação a seguir: a) no caso de comprovação, por meio de laudo médico, de doença crônicodegenerativa ou incapacitante por mais de seis meses, será isento o período compreendido da data do conhecimento da doença pelo profissional requerente ou do início do tratamento até a sua alta médica; b) no caso de comprovação, por meio de laudo médico e/ou apresentação da carteira de trabalho com anotações de aposentadoria por invalidez ou outro documento oficial que comprove a data de concessão da aposentadoria por invalidez, será isento o período compreendido da data de concessão da aposentadoria até perdurarem seus efeitos. c) no caso de comprovação de situação de pobreza deverá ser apresentado comprovante de renda, tais como carteira de trabalho ou holerite, e demais documentos que julgar necessário que comprovem a situação socioeconômica que o impeça em efetuar o débito de referência. Parágrafo único: o profissional com mais de 60 (sessenta) anos será isento do pagamento da anuidade a partir da data de seu aniversário.
Art. 20 Os pedidos de isenção por doença grave, aposentadoria por invalidez, idade avançada ou situação de pobreza, deverão ser formalizados, conforme artigo 19, entregues na audiência ou enviados pelo correio em prazo estipulado em audiência, e requerido a suspensão da execução pelo prazo de 60 (sessenta) dias. Parágrafo Único: Os pedidos de isenção serão levados a conhecimento do setor responsável e do Conselho Pleno do CRESS 21ª Região/MS para análise da situação e decisão sobre a extinção da execução ou seu prosseguimento, a qual será comunicada a parte interessada por meio de correspondência e noticiada nos autos do processo de execução. Art. 21 Os termos de acordo judicial serão cumpridos por meio de pagamento de boletos bancários e depósito identificado do valor referente a honorários advocatícios na conta bancária da assessoria jurídica. Parágrafo primeiro: Os boletos bancários serão emitidos pelo CRESS-21ª Região/MS, no prazo de 10 (dez) dias da assinatura do acordo, e encaminhados para o endereço eletrônico ou outro endereço informado pelo profissional, na data da audiência. Parágrafo segundo: O não pagamento de qualquer das parcelas firmadas no acordo, do depósito referente aos honorários advocatícios ou o pagamento em atraso de qualquer dessas parcelas, implicará na continuidade do processo, com o prosseguimento da execução fiscal e excluídos os benefícios de abatimento de juros e multa concedidos em audiência, aplicando-se apenas a dedução de eventual valor que tenha sido pago após a realização do acordo. Art. 22 O profissional que não receber os boletos em até 2 (dois) dias antes da data de vencimento da primeira parcela deverá solicitar ao CRESS 21ª Região/MS o reenvio de novo documento, o qual poderá ser encaminhado por e-mail. Art. 23 Para participar das semanas de conciliação, o CRESS 21ª Região/MS não poderá ter gasto excedente a 30% (trinta por cento) do valor previsto referente ao crédito a ser recebido das execuções dos acordos realizados nas audiências. Disposições finais Art. 24 Todas as custas que envolve o processo administrativo disciplinar, tais como encaminhamento de correspondências, cópias, diligências e outros gastos ficará a cargo do profissional devedor, e serão incluídas no parcelamento, ou no fim do processo, após a apuração de todos os gastos.
Art. 25 Quando optar por uma das modalidades de cobrança apresentadas esta resolução, o CRESS 21ª Região/MS primará pela aplicação dos princípios da Supremacia do Interesse Público sobre o Privado e Razoabilidade. Art. 26 As situações omissas nesta resolução serão levadas para decisão do Conselho Pleno do Conselho Regional de Serviço Social da 21ª Região/MS. Art. 27 Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação. Campo Grande, 20 de agosto de 2015. VALDEREIS FREITAS DE SOUZA Conselheiro Presidente