COMISSÃO EUROPEIA. Auxílio estatal N 900/ Portugal EMS "Auxílio individual à CELBI, S.A."

Documentos relacionados
COMISSÃO EUROPEIA. Bruxelas, 10.VII.2007 C(2007) 3202 final. Auxílio estatal N 899/ Portugal MSF 2002 Auxílio à Artensa (Artenius) Excelência,

Auxílio estatal N 170/ Portugal Programa de I&D para as empresas (IDEIA)

Auxílio estatal n N 615/ Portugal Auxílios à formação a favor da Infineon Technologies, Portugal, S.A.

Auxílio estatal N 223/01 Portugal Regime de incentivos fiscais de combate à desertificação e recuperação do desenvolvimento nas áreas do interior

Auxílio estatal N 555/99 - Portugal. Regime de auxílios fiscais ao investimento na Região Autónoma da Madeira.

4. O beneficiário desenvolve actividades no sector abrangido pelo código NACE C2005 fabricação de outros produtos químicos.

COMISSÃO EUROPEIA. Auxílio Estatal SA (2011/N) Portugal Alteração do regime da Zona Franca da Madeira N 421/2006

Auxílio estatal N 219/ Portugal. Regime de auxílios ao aproveitamento do potencial energético.

COMISSÃO EUROPEIA. Bruxelas, C(2003)4486fin. Auxílio estatal N 247/ Portugal Reserva fiscal para investimento.

ALTRI, SGPS, S.A. Sociedade Aberta

Informação financeira 2012

Auxílio estatal / Portugal Auxílio n. NN 40/2003 Auxílio à Coopafreixo-Cooperativa Agrícola, CRL

COMISSÃO EUROPEIA. Bruxelas, SG(2000) D/

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS

Informação financeira 2012

ALTRI, SGPS, S.A. Sociedade Aberta. Informação financeira trimestral

ALTRI, SGPS, S.A. Sociedade Aberta. Informação financeira anual

ALTRI, SGPS, S.A. Sociedade Aberta. Sede: Rua do General Norton de Matos, 68, r/c Porto NIF Capital social:

Informação financeira 2012

Novo regulamento de isenção por categoria de minimis alterado

Descrição pormenorizada da primeira fase da reprivatização

ENQUADRAMENTO COMUNITÁRIO DOS AUXÍLIOS ESTATAIS SOB A FORMA DE COMPENSAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO

Informação financeira 2012

Informação financeira 2012

Jornal Oficial da União Europeia L 145/17

Informação financeira 2012

Informação financeira 2012

ALTRI, SGPS, S.A. Sociedade Aberta. Informação financeira 3º trimestre de 2011 (não auditada)

ALTRI, SGPS, S.A. Sociedade Aberta. Informação financeira do terceiro trimestre de 2012 (não auditada)

Informação financeira 2012

ALTRI, SGPS, S.A. Sociedade Aberta. Informação financeira do primeiro semestre de 2011 (não auditada)

Informação financeira 2012

Informação financeira 2012

Altri Uma das produtoras de pasta mais eficientes da Europa. 15 Abril 2010

COMISSÃO EUROPEIA. Auxílio estatal SA (2012/N) Portugal Unidade de cuidados continuados de média e longa duração Jean Piaget/Nordeste

Versão Pública DECISÃO DO CONSELHO DA AUTORIDADE DA CONCORRÊNCIA Ccent. 18/2004 SECIL BRITAS/ CARCUBOS 1 I - INTRODUÇÃO

Jornal Oficial da União Europeia L 111/5

Informação financeira 2012

Processo n COMP/M LONDON STOCK EXCHANGE / LCH CLEARNET

Informação financeira 2012

ALTRI, SGPS, S.A. Sociedade Aberta

Caso PT/2007/0707: Obrigações relacionadas com o mercado para a t erminação de chamadas vocais em redes móveis individuais em Portugal

CRITÉRIOS E CONDIÇÕES PARA A APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURAS NO ÂMBITO DO CONVITE À APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS VP/1999/002

Decisão de Inaplicabilidade da Autoridade da Concorrência

Portucel Empresa Produtora de Pasta e Papel, S.A. Informação Intercalar 1º Semestre de 2007

(Atos não legislativos) REGULAMENTOS

Jornal Oficial da União Europeia L 379/5

DECISÃO DA COMISSÃO. de 12 de Julho de (Texto relevante para efeitos do EEE) (O texto em língua inglesa é o único que faz fé)

COMISSÃO EUROPEIA. Bruxelas, C(2010)1051 final. Assunto: Auxílio estatal N 51/2010 Portugal Prorrogação do regime de garantias de Portugal

Informação financeira 2012

Um novo desafio. Certificação do Sistema de Gestão de Energia da Celbi. Sofia Reis Jorge

ALTRI, SGPS, S.A. Sociedade Aberta. Sede: Rua do General Norton de Matos, 68, r/c Porto NIF Capital social:

C ARTA C IRCULAR N.º 00002/2011

Regulamento Nacional para apoio a projectos EUREKA - EUROSTARS

Algumas afirmações nesta apresentação podem ser projeções ou afirmações sobre expectativas futuras.

(Actos cuja publicação é uma condição da sua aplicabilidade)

PRÉMIO KAIZEN LEAN 2019

Informação financeira 2012

(Atos não legislativos) REGULAMENTOS. Tendo em conta o Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, nomeadamente o artigo 108. o, n.

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS DECISÃO DA COMISSÃO. de 04-XII-2007

Ccent. 26/2009 SOLZAIMA / NEWCO. Decisão de Inaplicabilidade da Autoridade da Concorrência

Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

A contabilidade e gestão na atividade agrícola. Benefícios Fiscais. Santarém 5 de junho de 2018

Jornal Oficial da União Europeia L 185/57

PROGRAMA OPERACIONAL SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO Regulamento de acesso à Medida Competências Básicas. CAPÍTULO I Disposições gerais

REGULAMENTO DE EXECUÇÃO (UE) 2015/1368 DA COMISSÃO

REGULAMENTO DELEGADO (UE) 2016/1612 DA COMISSÃO de 8 de setembro de 2016 que prevê a ajuda à redução da produção de leite

INFORMAÇÃO TRIMESTRAL INDIVIDUAL/CONSOLIDADA (Não Auditada) 1º Trimestre 3º Trimestre Início: 01/03/2005 Fim:30/09/2005

DECISÃO DA AUTORIDADE DA CONCORRÊNCIA Ccent 10/ Nortesaga / Motortejo, Autovip, M.Tejo e Promotejo

Novo período de programação : documentos de trabalho metodológicos. Verificação da adicionalidade no que se refere ao objectivo nº 1

DECISÃO DA COMISSÃO. de

Orientações relativas à taxa de desconto nocional aplicável à remuneração variável

COMISSÃO EUROPEIA Direcção-Geral Sociedade da Informação

Jornal Oficial da União Europeia L 306/9

PROJECTO DE ENQUADRAMENTO DOS AUXÍLIOS ESTATAIS À CONSTRUÇÃO NAVAL

ORIENTAÇÃO DE GESTÃO N.º 01.REV1/POFC/2009

Jornal Oficial da União Europeia L 335/43

REGULAMENTOS ESPECÍFICOS

Processo C-321/99 P. Associação dos Refinadores de Açúcar Portugueses (ARAP) e o. contra Comissão das Comunidades Europeias

Jornal Oficial da União Europeia REGULAMENTOS

F. RAMADA INVESTIMENTOS, S.G.P.S.,S.A. Sociedade Aberta

Jornal Oficial da União Europeia L 314/39

DECISÃO DE NÃO OPOSIÇÃO DO CONSELHO DA AUTORIDADE DA CONCORRÊNCIA AC I CCENT/29/2006 ALTRI/CELBI I. INTRODUÇÃO

Projecto de aumento de capacidade de produção

AUXÍLIOS DE EMERGÊNCIA E À REESTRUTURAÇÃO

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU E AO CONSELHO

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS

(Actos não legislativos) REGULAMENTOS

Projecto. e Popular, por outro;

Versão Pública. Ccent n. º 45/2008 CETELEM/COFINOGA. Decisão de Não Oposição Da Autoridade da Concorrência

(Actos legislativos) REGULAMENTOS

PROPOSTA RELATIVA AO SEGUNDO PONTO DA ORDEM DO DIA PROPOSTA

COMISSÃO MINISTERIAL DE COORDENAÇÃO DO PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO

Jornal Oficial da União Europeia L 304/1. (Actos cuja publicação é uma condição da sua aplicabilidade)

CONVENÇÃO de SUBVENÇÃO n.º TÍTULO DO PROJECTO [ACRÓNIMO] (indicar REGIME de FINANCIAMENTO)

LINHA BPI/BEI EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Ccent. 31/2009 GESTMIN/NEGÓCIOS DO GPL, LUBRIFICANTES E COMBUSTÍVEIS DE AVIAÇÃO DA GALP (ADQUIRIDOS À EXXONMOBIL)

DECISÃO DA COMISSÃO. de

Transcrição:

COMISSÃO EUROPEIA Bruxelas, 27.VI.2007 C(2007) 3054 final Assunto: Auxílio estatal N 900/2006 - Portugal EMS 2002 - "Auxílio individual à CELBI, S.A." Excelência: 1. PROCEDIMENTO (1) Por comunicação electrónica de 29 de Dezembro de 2006, registada no mesmo dia pela Comissão (A/30027), as Autoridades portuguesas notificaram um caso de aplicação de regimes de auxílios existentes a favor de um projecto de investimento inicial da Celulose Beira Industrial (Celbi) - Empresa Produtora de Papel S.A. A notificação foi efectuada a título do requisito de notificação individual previsto no ponto 24 do Enquadramento multissectorial dos auxílios com finalidade regional para grandes projectos de investimento 2002 1 (em seguida: "EMS 2002"). (2) Em 8 de Fevereiro de 2007, realizou-se uma reunião entre as Autoridades portuguesas e os serviços da Comissão. (3) A Comissão solicitou informações adicionais por cartas de 27 de Fevereiro de 2007 (D/50839) e de 3 de Maio de 2007 (D/51900). 1 Comunicação da Comissão Enquadramento multissectorial dos auxílios com finalidade regional para grandes projectos de investimento, JO C 70 de 19.3.2002, p. 8, com a redacção que lhe foi dada pela Comunicação da Comissão relativa à alteração do Enquadramento multissectorial dos auxílios com finalidade regional para grandes projectos de investimento (2002) no que se refere ao estabelecimento de uma lista de sectores que registam problemas estruturais e à proposta de medidas adequadas nos termos do n. 1 do artigo 88. do Tratado CE em relação ao sector dos veículos automóveis e ao sector das fibras sintéticas, JO C 263 de 1.11.2003, p. 3. Sua Excelência Dr. Luís Filipe MARQUES AMADO Ministro dos Negócios Estrangeiros Largo do Rilvas P 1399-030 Lisboa Commission européenne, B-1049 Bruxelles/Europese Commissie, B-1049 Brussel Belgium Telephone: 00-32-(0)2-299.11.11.

(4) As Autoridades portuguesas apresentaram as informações adicionais por cartas registadas na Comissão em 16 de Abril de 2007 (A/33183 e A/33190) e em 21 de Maio de 2007 (A/34174). 2. DESCRIÇÃO DO AUXÍLIO 2.1. Objectivo do auxílio (5) As Autoridades portuguesas pretendem promover o desenvolvimento regional através da concessão de um auxílio regional ao investimento à Celbi para a extensão da sua instalação de produção existente na Figueira da Foz, na Região Centro - Baixo Mondego, uma região assistida ao abrigo do n.º 3, alínea a), do artigo 87. do Tratado CE com um limite máximo de intensidade de auxílio de 43% em equivalente-subvenção líquido (ESL) para o período 2000-2006 2. 2.2. O beneficiário (6) O beneficiário do auxílio é a "Celulose Beira Industrial (Celbi) - Empresa Produtora de Papel S.A." (em seguida: "Celbi"). Desde Agosto de 2006, o beneficiário é uma filial a 100% do Grupo Altri S.G.P.S. (em seguida: "Altri"). (7) Anteriormente, a Celbi era propriedade a 100% da StoraEnso Pulp AB. Em Agosto de 2006, a Altri celebrou com a StoraEnso um contrato de compra e venda das suas acções. O valor das acções compradas corresponde a 99,96% do capital social e a 100% dos direitos de voto da Celbi. (8) A Altri resulta de uma operação de "spin off" do grupo Cofina que, em Março de 2005, pretendeu reunir numa só holding todos os activos industriais do grupo. A estrutura do Grupo Altri S.G.P.S. é apresentada no diagrama infra: 2 Decisão da Comissão de 19 de Janeiro de 2000 relativa ao auxílio C 78/1999 (ex N 305/1999) - Mapa dos auxílios com finalidade regional para o período 2000-2006 em Portugal (2000/C 62/02), JO C 62 de 4.3.2000, p.2. 2

CPK 100% (9) As actividades de produção de pasta e de papel do Grupo Altri são desenvolvidas pelas seguintes empresas: a. Celbi - com uma produção anual de 310 000 toneladas de pasta kraft/ao sulfato branqueada de eucalipto (BEKP). A Celbi é um produtor de pasta não integrado e vende toda a sua produção no mercado. O principal mercado é a Europa onde a sua pasta é utilizada na produção desde papéis finos até ao tissue. b. Caima Indústria de Celulose, S.A. - que produz 115 000 toneladas/ano de pasta de fibra curta branqueada ao sulfito em Constância (Santarém), 95% das quais são vendidas no mercado europeu, com aplicação especial na produção de papel e seus derivados. c. Celtejo - Empresa de Celulose do Tejo, S.A. - que produz actualmente 140 000 toneladas/ano de pasta crua ao sulfato (UKP) em Vila Velha de Ródão (Castelo Branco), das quais 80 000 toneladas são destinadas ao mercado (40 000 toneladas de fibra longa e 40 000 toneladas de fibra curta). Ambas as qualidades de pasta são utilizadas na produção de embalagens, fibrocimento e, em menor escala, na fabricação de especialidades de papéis castanhos. As restantes 60 000 toneladas de fibra longa UKP são integradas na CPK, uma filial a 100% da Celtejo, para produção de papel Sack Kraft. d. CPK - Companhia Produtora de Papel Kraftsack, S.A. - que produz 60 000 toneladas/ano de papel Sack Kraft não branqueado, semi-extensível e de elevada porosidade em Cacia (Aveiro). Os mercados preferenciais deste produto são a Europa, o Norte de Africa e o Médio Oriente. No processo de fabrico a CPK só utiliza fibra longa UKP proveniente da Celtejo e de momento não estão previstos quaisquer acréscimos de produção ou investimentos de expansão. A CPK é a única empresa do grupo envolvida na produção de papel. (10) Faz ainda parte do conjunto de actividades da Altri uma participação de 50% na empresa EDP Produção Bioeléctrica, SA, uma empresa de produção de energia a partir de biomassa. A Altri detém igualmente uma participação na F. Ramada Aços e Indústria, S.A., uma empresa de manufactura e comercialização de estruturas de aço, situada em Ovar (Aveiro). 3

2.3. Projecto de investimento (11) O auxílio refere-se a um investimento inicial para expandir as instalações existentes do beneficiário na região da Figueira da Foz, a fim de aumentar a sua capacidade de produção de pasta das actuais 310 000 toneladas/ano para 550 000 toneladas/ano. (12) Para conseguir este aumento de capacidade, novo equipamento será instalado na unidade da Celbi. Prevê-se a instalação de uma nova linha de preparação de madeiras com capacidade para 250 m³ sub/h e um novo sistema de descasque, que executará este processo de forma mais eficaz. O sistema de deslenhificação por oxigénio será convertido num sistema com dois andares e dois equipamentos de lavagem dimensionados para o novo objectivo de produção. Além disso, duas prensas eficientes e uma nova torre de armazenagem de pasta branqueada serão instaladas na unidade de branqueamento. Uma nova linha de evaporação de efeitos múltiplos e um super concentrador serão instalados igualmente de forma a obter a maior concentração de licor tecnologicamente recomendável e a capacidade adequada ao objectivo de produção. Além disso, prevê-se a instalação de uma nova caldeira de recuperação dimensionada para uma alimentação de licor negro correspondente a 2400t/sol por dia e de um novo forno de cal dimensionado para o novo objectivo de produção, ou seja, 400 toneladas de cal por dia, com um electrofiltro. (13) As Autoridades portuguesas estimam que o aumento de capacidade de 310 000 para 550 000 toneladas/ano induzirá um aumento do consumo de madeira de 1 milhão de metros cúbicos, que deverá corresponder à criação de 1 500 novos postos de trabalho indirectos. As Autoridades portuguesas consideram que projectos de investimento como o notificado são importantes para preservar o sector florestal, que consideram assumir grande importância para Portugal e para a União Europeia. (14) As Autoridades portuguesas confirmaram que não serão produzidos quaisquer outros produtos para além de pasta pelo sulfato branqueada de folhosas nas instalações que beneficiam do auxílio durante um período de cinco anos após a conclusão do projecto de investimento. (15) Além disso, as Autoridades portuguesas confirmaram que o beneficiário do auxílio aceitou manter o investimento no local durante um período mínimo de cinco anos a contar da sua conclusão. Calendário do projecto de investimento da Celbi na Figueira da Foz (16) O período de investimento decorre de 1 de Janeiro de 2007 a 30 de Junho de 2009. A produção terá início em 2009 e a produção correspondente à capacidade plena de 550 000 toneladas/ano deverá ser alcançada em 2011. 2.4. Custos totais do projecto de investimento (17) As Autoridades portuguesas indicaram custos de investimento de 320 083 000 euros. Os custos de investimento elegíveis totais do projecto a preços da 4

data de notificação são de 319 milhões de euros 3. O Quadro I apresenta uma repartição dos custos elegíveis totais a preços da data da notificação por ano e por categoria de custo de investimento. Quadro I: Custos elegíveis do investimento Euros 2007 2008 2009 TOTAL Edifícios [ ] * * [ ] [ ] [ ] Equipamento [ ] [ ] [ ] [ ] Investimento elegível [ ] [ ] [ ] 319 000 000 2.5. Financiamento do projecto (18) O financiamento do projecto será assegurado por recursos próprios ([ ] milhões de euros), financiamento bancário livre de qualquer auxílio estatal ([ ] milhões de euros) e por um empréstimo em condições favoráveis 4 que inclui um auxílio estatal (51,65 milhões de euros). Por conseguinte, a contribuição própria do beneficiário livre de qualquer auxílio excede 25% dos custos elegíveis. 2.6. Base jurídica nacional e regimes de auxílio aplicados (19) O auxílio será concedido com base no Decreto-Lei n.º 409/99, de 15 de Outubro que regulamenta a concessão de benefícios fiscais aprovado pela Comissão em 6 de Outubro de 1999 por carta SG(99) D/7974 com o número de auxílio estatal N 97/1999 e com base no Decreto-Lei n.º 70-B/2000, de 5 de Maio, aprovado por decisão da Comissão de 8 de Agosto de 2000 por carta SG (2000) D/106085 sob o número de auxílio estatal N 667/1999 5. (20) O projecto de acordo de auxílio foi concluído em 26 de Janeiro de 2007 entre a Agência Portuguesa para o Investimento, E.P.E. e a Altri, S.G.P.S, S.A. e a Celulose Beira Industrial (Celbi), S.A.. A concessão do auxílio está sujeita à aprovação da Comissão. 3 * 4 5 As Autoridades portuguesas explicaram que a legislação portuguesa que regula a atribuição de incentivos financeiros e fiscais difere, sendo as despesas com edifícios consideradas como despesas elegíveis apenas para efeito da atribuição de incentivos fiscais. Desta forma as despesas elegíveis para incentivos fiscais e incentivos financeiros correspondem, respectivamente, a 319 milhões de euros e 313 milhões de euros. Abrangido pela obrigação de sigilo profissional. As condições do contrato de auxílio estipulam que o empréstimo em condições especiais pode ser parcialmente convertido numa subvenção não reembolsável em função dos resultados do projecto. Não obstante esta conversão parcial aumentar o elemento de auxílio do empréstimo em condições favoráveis, não afecta o cálculo do financiamento do projecto. A Celbi receberá igualmente benefícios fiscais num montante de 38,3 milhões de euros em termos nominais. No entanto, estes benefícios fiscais não são tidos em consideração no financiamento do projecto, na medida em que só ocorrerão depois de terem sido feitos todos os investimentos. Decisão da Comissão de 6 de Outubro de 1999 sobre o auxílio estatal N 97/1999 (título do regime: "Regime de auxílio fiscal ao investimento"), SG(99) D/7974; e Decisão da Comissão de 8 de Agosto de 2000 sobre o auxílio estatal N 667/1999 (título do regime "Medida 1.2. do Programa operacional da economia"), SG (2000) D/106085. 5

2.7. Montante e intensidade do auxílio com finalidade regional proposto (21) O montante nominal do auxílio proposto é de 89,93 milhões de euros, o que corresponde a 68,07 milhões de euros em valor actual 6. Em ESL 7, este montante ascende a 59,32 milhões de euros em valor actual e corresponde a uma intensidade de auxílio de 18,60% (ESL). (22) O auxílio será concedido sob a forma de um desagravamento do imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas por um período de 8 anos consecutivos e sob a forma de um empréstimo sem juros, do qual até 80% podem ser convertidos numa subvenção não reembolsável 8. O Quadro II apresenta a repartição anual. Quadro II: Benefícios fiscais esperados e incentivos financeiros em valor actual Euros 2008 2009 2010 2011 2012 Redução dos impostos devidos [ ] [ ] [ ] Parte não reembolsável do incentivo e juros não pagos [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] Total [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] Euros 2013 2014 2015 2016 2017 Total Redução dos impostos devidos [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] 27 302 437,3 Parte não reembolsável do incentivo [ ] [ ] 40 763 731,2 e juros não pagos Total [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] 68 066 168,5 (23) As Autoridades portuguesas informaram que o incentivo financeiro será financiado pelo orçamento geral do Estado e co-financiado pelo FEDER 9. Os benefícios fiscais correspondem a uma perda de receitas fiscais. (24) As Autoridades portuguesas confirmaram que o auxílio a favor do projecto não pode ser cumulado com auxílios recebidos de outras fontes locais, regionais, nacionais ou comunitárias para cobrir os mesmos custos elegíveis. (25) As Autoridades portuguesas confirmaram que o pedido de auxílio foi apresentado em 29 de Setembro de 2006, o que significa que foi apresentado antes do início do projecto em 1 de Janeiro de 2007. 6 7 8 9 Na presente decisão, foram calculados valores actuais aplicando a taxa de referência para Portugal no momento da notificação, que era de 4,36%. Na presente decisão, o equivalente-subvenção líquido (ESL) é calculado com base na taxa normal do imposto sobre as pessoas colectivas aplicável em Portugal, incluindo os impostos locais (27,5%). As condições do contrato de auxílio estipulam que o empréstimo em condições especiais pode ser parcialmente convertido numa subvenção não reembolsável em função dos resultados do projecto. Com base numa abordagem conservadora, as Autoridades portuguesas assumem que ambas as conversões se concretizarão em relação ao montante máximo (até 80% do empréstimo total), devendo portanto ser deduzidos da dívida pendente. O empréstimo será pago à Celbi em três fracções: [ ] milhões de euros em 2007, [ ] milhões de euros em 2008 e [ ] milhões de euros em 2009. A conversão parcial do empréstimo em subvenção terá lugar em 2011 e 2014. Portanto, o empréstimo apresenta simultaneamente uma componente de isenção de juros e uma componente de subvenção. Estas duas componentes foram tidas em consideração no cálculo da intensidade do auxílio. FEDER: Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. 6

2.8. Compromissos gerais (26) As Autoridades portuguesas comprometeram-se a apresentar à Comissão o seguinte: no prazo de dois meses a contar da data de concessão do auxílio, uma cópia do ou dos contratos assinados de auxílio/investimento entre a autoridade que concede o auxílio e o beneficiário; com uma periodicidade quinquenal, com início na data de aprovação do auxílio pela Comissão, um relatório intercalar (que inclua informações sobre os montantes de auxílio pagos, a execução do contrato de auxílio e quaisquer outros projectos de investimento iniciados no mesmo estabelecimento/unidade de produção); no prazo de seis meses a contar da data de pagamento da última fracção do auxílio, com base no calendário de pagamentos notificado, um relatório final pormenorizado. 2.9. Outros projectos de investimento nas instalações de produção da Celbi S.A. (27) Tal como indicado anteriormente, até Agosto de 2006 a Celbi era propriedade a 100% da StoraEnso Pulp AB. Enquanto ainda fazia parte do grupo StoraEnso, a Celbi apresentou, em Fevereiro de 2005, um pedido de auxílio num montante nominal de 2,67 milhões de euros 10 (para um projecto de investimento de 17,08 milhões de euros), o qual foi concedido pelas Autoridades portuguesas. As Autoridades portuguesas informaram que este investimento, que foi concluído em 2006, implicava um aumento marginal da capacidade de produção de cerca de 10 000 toneladas/ano, mas permitia melhorar significativamente o desempenho ambiental das instalações. 3. APRECIAÇÃO DO AUXÍLIO E RESPECTIVA COMPATIBILIDADE 3.1. Existência de auxílio (28) O apoio financeiro à Celbi S.A. será concedido pelas Autoridades portuguesas com base nos regimes de auxílios aprovados N 97/1999 ("regime de auxílio fiscal ao investimento") e N 667/1999 ("Medida 1.2. do Programa operacional da economia") sob forma de um crédito fiscal e de um empréstimo em condições favoráveis. O apoio pode assim ser considerado como concedido pelo Estado-Membro através de recursos estatais na acepção do n.º 1 do artigo 87. do Tratado CE. (29) Como o auxílio é concedido a uma única empresa, a Celbi, a medida é selectiva. 10 Correspondendo a um montante de auxílio em ESB de 2,43 milhões de euros em valor actual ou, em ESL, de 1,76 milhões de euros em valor actual e representando uma intensidade de auxílio de 10,3% (ESL). 7

(30) O apoio financeiro concedido à Celbi eximirá a empresa de custos que normalmente teria de suportar e, por conseguinte, a empresa beneficia de uma vantagem económica sobre os seus concorrentes. (31) O apoio financeiro das Autoridades portuguesas será concedido para um investimento de que resulta a produção de pasta BHKP para o mercado. Uma vez que o produto em causa é objecto de comércio entre os Estados- Membros, o apoio concedido é susceptível de afectar o comércio entre os Estados-Membros. (32) O favorecimento da Celbi e da sua produção pelas Autoridades portuguesas significa que a concorrência é falseada ou ameaça ser falseada. (33) Consequentemente, a Comissão considera que a medida notificada constitui um auxílio estatal à Celbi na acepção do n.º 1 do artigo 87. do Tratado CE. 3.2. Requisito de notificação, legalidade do auxílio e legislação aplicável (34) Ao notificarem a medida em 2006, as Autoridades portuguesas respeitaram o requisito de notificação individual previsto no ponto 24 do EMS 2002. (35) Em conformidade com o ponto 63 e a nota 58 das Orientações relativas aos auxílios estatais com finalidade regional para o período 2007-2013 11, a Comissão apreciou o auxílio ao abrigo das Orientações relativas aos auxílios estatais com finalidade regional 1998 12 (a seguir: "OAR") e do EMS 2002. 3.3. Compatibilidade do auxílio com as OAR de 1998 (36) A Comissão verificou que o auxílio é concedido em conformidade com as decisões de aprovação relevantes relativas aos regimes de auxílio em causa 13. Estas decisões de aprovação confirmaram a compatibilidade dos regimes com as OAR 1998. (37) O projecto inclui um investimento inicial na acepção das OAR. (38) A região da Figueira da Foz (Centro - Baixo Mondego), onde o investimento se realiza, era inteiramente elegível para auxílios regionais nos termos do n.º 3, alínea a), do artigo 87.º do Tratado CE com um limite máximo de intensidade de auxílio de 43% ESL 14 na data da notificação. (39) O auxílio notificado constitui um auxílio a favor de um investimento inicial (ver pontos 4.4 e 4.11 das OAR). (40) A contribuição própria do beneficiário para os custos elegíveis é superior ao limiar requerido de 25% (ver ponto 4.2 das OAR). 11 12 13 14 JO C 54 de 4.3.2006, p. 13. JO C 74 de 10.3.1998, p. 9, com a redacção que lhe foi dada pelo JO C 258 de 9.9.2000, p. 5. Decisão da Comissão de 6 de Outubro de 1999 sobre o auxílio estatal N 97/1999 (título do regime: "Regime de auxílio fiscal ao investimento"), SG(99) D/7974; e Decisão da Comissão de 8 de Agosto de 2000 relativa ao auxílio estatal N 667/1999 (título do regime "Medida 1.2. do Programa operacional da economia"), SG (2000) D/106085. Decisão da Comissão de 19 de Janeiro de 2000 relativa ao auxílio C 78/1999 (ex N 305/99) - Mapa dos auxílios com finalidade regional para o período 2000-2006 em Portugal (2000/C 62/02), JO C 62 de 4.3.2000, p.2. 8

(41) O pedido de auxílio foi apresentado antes do início da execução do projecto (ver ponto 4.2 das OAR). (42) Os custos elegíveis incluem os custos dos edifícios e das instalações/equipamento (ver ponto 4.5 das OAR). (43) O investimento em causa será mantido por um período mínimo de cinco anos a contar da conclusão do investimento (ver ponto 4.10 das OAR). (44) As regras em matéria de cumulação de auxílios foram respeitadas (ver ponto 4.18 das OAR). 3.4. Compatibilidade do auxílio com o disposto no EMS 2002 3.4.1. Intensidade do auxílio (45) O montante total do auxílio previsto em valor actual líquido é de 68,07 milhões de euros e o valor actual das despesas elegíveis previstas é de 319 milhões de euros. Em termos de equivalente-subvenção líquido (ESL), o auxílio é de 59,32 milhões de euros em valor actual e corresponde a uma intensidade de auxílio de 18,60% (ESL). (46) Tendo em conta o facto de os custos elegíveis previstos em termos de valor actual ascenderem a 319 milhões de euros e de o limite máximo normal de auxílio regional aplicável ser de 43% (ESL), a intensidade máxima de auxílio ajustada em termos de ESL, resultante do mecanismo de redução constante dos pontos 21 e 22 do EMS 2002, é de 20,15%. (47) Dado que a intensidade de auxílio do projecto (18,60% ESL) é inferior à intensidade máxima permitida no âmbito do mecanismo de redução (20,15% ESL), a intensidade de auxílio proposta para o projecto respeita o limite máximo ajustado para os auxílios regionais. (48) As Autoridades portuguesas confirmaram que nem o montante do auxílio notificado (59,32 milhões de euros em valor actual em ESL), nem a intensidade do auxílio notificado (18,60% ESL) serão ultrapassados. (49) Estas considerações são tecidas no pressuposto de que o projecto de investimento que teve início em 2007 não constitui um projecto de investimento único, na acepção do ponto 49 do EMS 2002, em conjunto com o investimento que teve início em 2005 (ver secção 3.4.3.). 3.4.2. Compatibilidade com as regras previstas nas alíneas a) e b) do ponto 24 do EMS 2002 (50) Dado que o montante de auxílio proposto de 59,32 milhões de euros ultrapassa o limiar de notificação de 32,25 milhões de euros, deve ser apreciado se o auxílio proposto respeita o disposto nas alíneas a) e b) do ponto 24 do EMS 2002. (51) A decisão da Comissão de autorizar auxílios regionais para grandes projectos de investimento, abrangida pelo disposto no ponto 24 do EMS 2002, depende do poder de mercado do beneficiário antes e após a realização do investimento e da capacidade de produção criada pelo investimento. Para 9

verificar se as condições previstas nas alíneas a) e b) do ponto 24 do EMS 2002 estão cumpridas, a Comissão tem primeiro que identificar o(s) produto(s) afectado(s) pelo investimento e definir o mercado do produto e o mercado geográfico relevantes. Produto em causa (52) Em conformidade com o ponto 52 do EMS 2002, entende-se por "produto em causa" qualquer produto previsto no projecto de investimento e, se for caso disso, os seus substitutos contemplados pelo consumidor (devido às características do produto, aos respectivos preços e sua utilização prevista) ou pelo produtor (através da flexibilidade das instalações de produção). (53) O produto em causa no presente projecto de investimento é a "pasta kraft/ao sulfato branqueada de eucalipto " (em seguida: BEKP). Não resultarão do projecto de investimento quaisquer outros produtos destinados à venda no mercado ou à utilização por outras unidades de produção do Grupo Altri S.G.P.S. As Autoridades portuguesas confirmaram que notificarão qualquer mudança significativa na produção resultante do projecto que possa ocorrer durante um período de cinco anos após a conclusão do investimento. Mercado do produto relevante (54) A definição do mercado do produto relevante exige o exame de outros produtos susceptíveis de serem considerados substitutos do produto que constitui o objecto do projecto de investimento, na acepção do ponto 52 do EMS 2002. (55) O sector da pasta é geralmente segmentado em função do processo de produção e do tipo de madeira utilizado. A pasta é também frequentemente dividida em pasta destinada ao mercado (ou seja, quando a pasta produzida é vendida no mercado a produtores de papel) e em pasta integrada/cativa (ou seja, quando a maior parte da pasta produzida é integrada na produção de papel de uma empresa). As pastas podem ser produzidas através de dois processos diferentes: 1. Químico (Kraft e Sulfito) (56) O processo químico é usado para separar a lenhina das fibras. A separação pode ser obtida de duas formas - pelo processo Kraft (ao sulfato) e pelo processo do Sulfito. O processo Kraft, actualmente o processo dominante na indústria, opera num ambiente de ph alcalino e permite a obtenção de fibras com elevada resistência. As fibras utilizadas neste processo podem ser provenientes quer de Hardwood (fibra curta), quer de Softwood (fibras longas). A pasta Kraft pode permanecer não branqueada ou ser sujeita a um processo de branqueamento, o que lhe atribui um maior valor comercial e possibilita um maior número de aplicações na indústria papeleira. (57) O processo Sulfito é o processo mais antigo utilizado na indústria da pasta. Ao contrário do processo Kraft, o ambiente de produção é de ph ácido, o que deteriora a resistência das fibras. À semelhança do processo Kraft, também neste caso as fibras podem ter proveniência de espécies de Hardwood e 10

Softwood e de igual modo poderão ser ou não branqueadas. A sua utilização na indústria do papel é limitada a alguns segmentos especiais (papel de jornal, papel para escrita, etc.) e à produção de papéis tissue, embora em volumes muito reduzidos. 2. Químico-Termo-Mecânico (58) O processo químico-termo-mecânico é utilizado na produção de pasta de alto rendimento, uma vez que converte em pasta quase toda a madeira utilizada no processo. Desta forma, a lenhina é retida conjuntamente com as fibras, do que resulta um produto de menor resistência à tracção, bem como apresenta índices de reversão da cor (o papel fica amarelo quando sujeito à luz solar). Também neste processo podem ser usadas espécies Hardwood e Softwood. Podem igualmente ser branqueadas. Estes tipos de pastas são basicamente utilizados na produção de papel de jornal e de papéis de revista que requeiram uma boa opacidade, mas de baixa gramagem. Contudo, não são adequados para a produção de papel em que a resistência seja factor preponderante. (59) Do ponto de vista do fornecedor, a maioria das fábricas são concebidas e equipadas para produzir um e um só tipo de pasta, seja ele químico (Kraft ou Sulfito) ou Químico-Termo-Mecânico. As principais razões desta situação residem na compatibilidade do processo e na eficiência do equipamento. (60) No que diz respeito ao tipo de fibras, algumas fábricas que produzem pasta para o mercado utilizam os dois tipos de madeira (Hardwood e Softwood) 15, No entanto, são poucas as fábricas que produzem simultaneamente pastas branqueadas e não branqueadas. (61) Do lado da procura, na indústria do papel é recomendada uma correcta mistura de fibras longas (Softwood) e de fibras curtas (Hardwood), sendo esta mistura que determina as características do produto final. Esta composição, que pode também incluir fibras recicladas e "fillers", é passível de algum grau de flexibilidade em muitas aplicações. Daqui resulta que os produtores de papel ajustam a composição final de fibras longas e curtas tanto em função do produto pretendido como dos preços das diferentes pastas. A composição necessária para o papel tissue é muito diferente da necessária para papéis de impressão e escrita e para utilização decorativa. (62) As Autoridades portuguesas argumentam que há substituição entre as fibras curtas ("BHKP") e as fibras longas ("BSKP"), tanto do lado da oferta como da procura. Desta forma propuseram utilizar o mercado da pasta branqueada como o mercado do produto relevante para o projecto em causa. (63) A Comissão deixou em aberto até ao momento a questão de saber se os diferentes tipos de pasta descritos anteriormente constituem mercados distintos 16. No presente caso, sem tomar uma posição definitiva, a Comissão 15 16 No Grupo Altri, a Celtejo é a única fábrica que utiliza os dois tipos de madeira (Hardwood e Softwood), na medida em que necessita das fibras longas para a integração no processo de fabrico do Sack Kraft pela empresa CPK, embora a fibra curta UKP tenha um maior valor de mercado. Nas decisões de concentração anteriores [Decisão de 12 de Maio de 1992 (IV/M.210 - MONDI/FRANTSCHACH), JO C 92 de 11.4.1992; Decisão de 30 de Outubro de 1995 (IV/M.646 - REPOLA/KYMMENE), JO C 260 de 5.10.1995; Decisão de 22 de Dezembro de 11

considerou a situação no mercado BHKP/não integrado (pasta de madeira Hardwood branqueada) enquanto cenário mais desfavorável. De qualquer modo, se fosse adoptada uma definição mais ampla do mercado relevante, a quota de mercado do beneficiário seria menor do que no mercado BHKP/não integrado, e o aumento relativo de capacidade induzido pelo projecto seria igualmente menor. (64) Dado o elevado grau de substituibilidade entre Hardwoods, não é adequado propor uma segmentação adicional do mercado BHKP (por exemplo, um subsector BEKP: pasta kraft branqueada de eucalipto). Mercado geográfico relevante (65) Para efeitos da presente decisão, a definição de mercado geográfico relevante corresponde, pelo menos, ao EEE, em consonância com as decisões tomadas no passado pela Comissão em que o âmbito geográfico do mercado da pasta a nível do produtor foi definido como correspondendo, pelo menos, ao EEE. No entanto, as Autoridades portuguesas sustentam que o mercado geográfico é mundial, devido aos fluxos comerciais consideráveis de pasta entre o EEE e outros blocos comerciais. Todavia, não é necessário definir de forma mais aprofundada o mercado geográfico relevante, uma vez que o projecto em apreço não suscita qualquer preocupação na matéria, mesmo no caso de se partir da definição mais estreita de mercado geográfico. Quota de mercado (66) Para examinar se o projecto é compatível com o disposto na alínea a) do ponto 24 do EMS 2002, tem de ser analisada a quota de mercado do beneficiário do auxílio a nível do grupo, antes e após a realização do investimento. Como o investimento da Celbi teve início em 2007 e se prevê que a plena capacidade de produção de 550 000 toneladas por ano será atingida em 2011, a Comissão examinou as quotas de mercado em 2006 e 2012. (67) As Autoridades portuguesas confirmaram que não existem acordos de vendas a longo prazo entre o Grupo Altri S.G.P.S. e outras empresas. Contudo, há diversos acordos de agenciamento de curto prazo que permitiram à Celbi manter o acesso a mercados críticos enquanto reestruturava as suas actividades comerciais e de marketing. Em 8 de Agosto de 2006, na sequência da aquisição da Celbi, o grupo Altri celebrou um acordo transitório com [ ] nos termos do qual actua como um agente de vendas da Celbi em relação a cerca de [ ] toneladas de pasta. Este acordo irá manter-se até ao final de [ ] e destina-se a assegurar que, enquanto a Celbi define e põe em prática uma estratégia de marketing própria, continua a ter acesso aos mercados do centro e do norte da Europa, não perdendo assim o relacionamento com os clientes já existentes. Em conformidade com o acordo, [ ] obtém uma comissão fixa sobre todas as vendas feitas nos mercados servidos pela sua rede de vendas. Além disso, a Celbi mantém o controlo em relação a encomendas, tarifação, condições de pagamento, 2000 (COMP/M.2243 - STORA ENSO/ASSIDOMÄN/JV), JO C 351 de 7.12.2000; Decisão de 19 de Dezembro de 2005 (COMP/M.4054 - KOCH INDUSTRIES/GEORGIA-PACIFIC), JO C 304 de 1.12.2005] a Comissão considerou que há apenas um mercado de pasta e deixa em aberto a definição exacta do mercado do produto. 12

condições de entrega e outras práticas. O acordo é celebrado em condições de mercado e está limitado no tempo (até [ ]). As Autoridades portuguesas informaram que a Celbi não tenciona renovar o contrato. Face ao exposto, a Comissão considera que as vendas efectuadas ao abrigo do acordo de vendas a curto prazo com [ ] têm de ser incluídas nas quotas de mercado do grupo Altri. (68) As Autoridades portuguesas apresentaram dados relativos ao mercado provenientes das fontes independentes seguintes: Hawkins Wright e Valois Vision Marketing. São apresentadas nos Quadros III e IV seguintes as quotas da Altri S.G.P.S. no mercado BHKP, antes do início e após a conclusão do projecto, tanto em termos de valor como de volume, a nível da Europa e a nível mundial. 13

Quadro III: Hawkins Wright 17 Europa Valor (em euros) 18 Antes do projecto Após o projecto 2006 2010 Grupo ALTRI S.G.P.S. 150 350 000 272 125 984 Mercado 4 457 835 000 4 140 000 000 Quota 3,37% 6,57% Volume (toneladas) 2006 2010 Grupo ALTRI S.G.P.S. 19 310 000 640 000 Mercado 9 245 000 9 805 000 Quota 3,35% 6,53% Mundo Valor (em euros) 2006 2010 Grupo ALTRI S.G.P.S. 150 350 000 272 125 984 Mercado 10 553 915 000 10 162 952 756 Quota de mercado 1,42% 2,68% Volume (toneladas) 2006 2010 Grupo ALTRI S.G.P.S. 310 000 640 000 Mercado 22 095 000 24 375 000 Quota de mercado 1,40% 2,63% 17 18 19 Estudo de mercado Outlook for market pulp, Julho de 2006. As Autoridades portuguesas indicaram que os dados em termos de valor não são normalmente utilizados pelas empresas do sector ou pelos consultores, devido à elevada volatilidade/ciclicidade de preços do sector, apresentando assim uma panorâmica distorcida do sector. Os dados em termos de valor são derivados das séries de dados apresentados no estudo de mercado, mediante a multiplicação das quantidades BHKP por preços médios num dado ano. Em vez das vendas do Grupo Altri no mercado BHKP no EEE, é utilizado o valor da capacidade instalada, que será de qualquer forma superior ao valor das vendas reais no EEE. O Grupo Altri não tem instalações de produção fora do EEE que possam produzir BHKP destinada ao mercado do EEE. 14

Quadro IV: Valois Vision Marketing 20 Antes do projecto Após o projecto Europa Valor (em euros) 2006 2012 Grupo ALTRI S.G.P.S. Mercado N/D N/D Quota de mercado Volume (toneladas) 2006 2012 ALTRI S.G.P.S. Group 310 000 640 000 Mercado 8 675 000 9 670 000 Quota de mercado 3,57% 6,62% Mundo Valor (em euros) 2006 2012 ALTRI S.G.P.S. Group Mercado N/D N/D Quota de mercado Volume (toneladas) 2006 2012 ALTRI S.G.P.S. Group 310 000 640 000 Mercado 21 405 000 28 715 000 Quota de mercado 1,45% 2,23% (69) Em virtude dos dados apresentados anteriormente nos Quadros III e IV, independentemente da fonte utilizada e do mercado geográfico considerado, as quotas de mercado do Grupo Altri S.G.P.S. na produção de pasta BHKP destinada ao mercado em termos de volume e de valor antes e depois da conclusão do projecto situam-se muito abaixo do limiar de quota de mercado de 25% previsto na alínea a) do ponto 24 do EMS 2002. (70) Por conseguinte, a Comissão conclui que o auxílio em apreciação se encontra em conformidade com o disposto na alínea a) do ponto 24 do EMS 2002. Aumento de capacidade (71) A Comissão tem igualmente de examinar se o projecto de investimento respeita o disposto na alínea b) do ponto 24 do EMS 2002. Neste contexto, a 20 Estudo de mercado Chemical market pulp service: supply/demand analysis 2006-2016, Dezembro de 2006. Este estudo não apresenta os dados em termos de valor e é impossível calculá-los a partir das séries de dados apresentados. 15

Comissão verificará se a capacidade produtiva criada pelo projecto é inferior a 5% da dimensão do mercado de produto relevante a nível do EEE, utilizando os dados relativos ao consumo aparente do produto em causa. (72) O aumento de capacidade de 240 000 toneladas/ano criado pelo projecto e notificado pelas Autoridades portuguesas representa, em termos de volume, e em função da fonte utilizada (Hawkins Wright ou Valois) entre 2,6% e 2,8% do consumo aparente da Europa 21. De acordo com as Autoridades portuguesas, o aumento de capacidade decorrente do projecto baseia-se na capacidade técnica máxima da unidade de produção de pasta. Os dados exactos do consumo aparente de BHKP destinado ao mercado na Europa em termos de volume são apresentados no Quadro V. Quadro V: Aumento de capacidade no mercado BHKP na Europa (em termos de volume) Hauwkins Wright 2006 Valois 2006 Consumo aparente no EEE (toneladas) 9 245 000 8 675 000 % da capacidade decorrente do projecto 2,60% 2,77% (73) Por conseguinte, qualquer que seja a fonte independente utilizada em relação aos dados relativos ao mercado (Hawkins Wright ou Valois Vision Marketing), o aumento de capacidade criado pelo projecto, tal como notificado pelas Autoridades portuguesas, e medido em termos de volume 22, é inferior a 5% do consumo aparente de pasta BHKP no EEE. (74) A Comissão conclui, consequentemente, que o auxílio em apreço está em conformidade com a alínea b) do ponto 24 do EMS 2002. 3.4.3. Projecto de investimento único (ponto 49 do EMS 2002) (75) O ponto 49 do EMS 2002 refere que um projecto de investimento não deve ser artificialmente dividido em subprojectos para escapar às suas disposições. Para este efeito, um projecto de investimento inclui todos os investimentos fixos efectuados num local por uma ou várias empresas, ao longo de um período de três anos. Um local de produção é uma série de elementos de capital fixo economicamente indivisíveis que desempenham uma função técnica precisa, unidos por uma ligação física ou funcional, e que possuem objectivos claramente identificados, tais como o fabrico de produtos definidos. (76) Pode haver interesse em subdividir um projecto de investimento único em dois projectos distintos, na medida em que o seu tratamento separado permitiria normalmente beneficiar de uma intensidade máxima de auxílio superior, devido ao mecanismo de redução automático previsto no ponto 21 do EMS 2002. 21 22 As fontes apresentam apenas dados para a Europa e não para o EEE ou para cada país. Contudo, os montantes para o EEE seriam menores. As Autoridades portuguesas indicaram que os dados em termos de valor não são normalmente utilizados pelas empresas do sector ou pelos consultores, devido à elevada volatilidade/ciclicidade dos preços, apresentando assim uma panorâmica distorcida do sector. 16

(77) A Celbi, quando fazia ainda parte do grupo StoraEnso, recebeu das Autoridades portuguesas um auxílio regional ao investimento num montante nominal de 2,67 milhões de euros. Este investimento de 17,08 milhões de euros, que foi concluído em 2006, implicou um aumento marginal de capacidade de 10 000 toneladas/ano de BHKP, tendo sido, contudo, considerado pelo seu proprietário da altura como necessário para reforçar a competitividade das instalações. (78) Para efeitos da presente decisão, contudo, não é necessário examinar mais aprofundadamente a questão se os dois projectos de investimento devem ser considerados como um único projecto de investimento ou como dois projectos de investimento distintos, na medida em que, mesmo o montante de auxílio combinado dos dois projectos de 61,08 milhões de euros (18,18% ESL) não excede o montante de auxílio de 66,77 milhões de euros (19,87% ESL) que um projecto com as despesas elegíveis combinadas de 336 milhões de euros pode receber no âmbito do mecanismo de redução automática previsto no ponto 21 do EMS 2002 23. Desta forma, mesmo se os dois projectos fossem considerados como um único projecto de investimento, o auxílio notificado respeitaria as disposições relevantes do EMS 2002. 3.5. Conclusão (79) O auxílio regional notificado facilita o desenvolvimento regional numa região elegível para auxílios regionais, de acordo com o n.º 3, alínea a), do artigo 87.º, à data da notificação. O referido auxílio está em conformidade com as OAR 1998 e respeita as condições previstas no EMS 2002. Por conseguinte, a medida de auxílio é compatível com o n.º 3, alínea a), do artigo 87.º do Tratado CE. 4. DECISÃO (80) A Comissão decidiu, com base na presente apreciação, que o auxílio regional num montante nominal de 89,93 milhões de euros, representando uma intensidade de auxílio de 18,60% ESL, concedido a favor da Celbi S.A., é compatível com o Tratado CE. (81) As Autoridades portuguesas comprometeram-se a apresentar à Comissão o seguinte: no prazo de dois meses a contar da data de concessão do auxílio, uma cópia do ou dos contratos assinados de auxílio/investimento entre a autoridade que concede o auxílio e o beneficiário; com uma periodicidade quinquenal, com início na data de aprovação do auxílio pela Comissão, um relatório intercalar (que inclua informações sobre os montantes de auxílio pagos, a execução do 23 Além disso, o aumento de capacidade adicional devido ao projecto combinado (10 000 toneladas/ano) é apenas marginal (2,9-3,0% em vez de 2,6-2,8%), enquanto que a soma das quotas de mercado do Grupo Altri S.G.P.S. e da Celbi em 2004 permanece substancialmente abaixo dos 25%. 17

contrato de auxílio e quaisquer outros projectos de investimento iniciados no mesmo estabelecimento/unidade de produção); no prazo de seis meses a contar da data de pagamento da última fracção do auxílio, com base no calendário de pagamentos notificado, um relatório final pormenorizado. Caso a presente carta contenha elementos confidenciais que não devam ser divulgados a terceiros, a Comissão deve ser informada desse facto no prazo de quinze dias úteis a contar da data da sua recepção. Se não receber um pedido fundamentado nesse sentido no prazo indicado, a Comissão presumirá que existe acordo quanto à divulgação a terceiros e à publicação do texto integral da carta, na língua que faz fé, no seguinte sítio Internet: http://ec.europa.eu/community_law/state_aids/index.htm O pedido deverá ser enviado por carta registada ou fax para: Comissão Europeia Direcção-Geral da Concorrência Registo dos Auxílios Estatais B-1049 Bruxelas Fax: 32 2 296 12 42 Com os melhores cumprimentos Pela Comissão Neelie KROES Membro da Comissão 18