Conhecendo a tecnologia do coprocessamento e sua contribuição para a ecoeficiência da indústria brasileira de cimento Engº Fernando Dalbon Cardoso

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Transcrição:

Conhecendo a tecnologia do coprocessamento e sua contribuição para a ecoeficiência da indústria brasileira de cimento Engº Fernando Dalbon Cardoso

Resumo Perfil da indústria de cimento Coprocessamento: Definição Coprocessamento: Regulamentação Coprocessamento: Panorama Considerações finais

PERFIL DA INDÚSTRIA DE CIMENTO

Perfil da indústria de cimento 19 grupos industriais 92 fábricas 60 Integradas 32 moagens Produção Mundial 2013 4 bilhões de toneladas Produção Brasil 2013 70 milhões de toneladas Fonte: SNIC, 2014

Processo Produtivo x Emissão CO2 90% 5% Consumo elétrico 5% Transporte Fonte: CSI-WBCSD

Alternativa ambientalmente correta CO 2 SO 2 NOx Resí duo Incinerador/ aterros CO 2 CO 2 SO 2 SO 2 NOx NOx Combustíveis fósseis tíveis fósseis forno de cimento Coprocess. em forno de cimento Adição Substituição

COPROCESSAMENTO: DEFINIÇÃO

Coprocessamento Tecnologia combinada que utiliza resíduos como substituto de matéria prima convencional e combustíveis fósseis no processo de fabricação do cimento Portland sem a geração de passivos ambientais Queimar e destruir resíduos Operação combinada Produzir clínquer de qualidade

Hierarquia da sustentabilidade Fonte: WBCSD, 2014

Cenário Primeiras experiências em 1991: Regiões Sul e Sudeste: São Paulo (SP) Minas Gerais (MG) Paraná (PR) Rio de Janeiro (RJ)

Coprocessamento: Destruição do resíduo no forno Componentes orgânicos Resíduo Componentes inorgânicos Altas temperaturas Longo tempo de residência Alta turbulência Atmosfera oxidante Cinzas CaO SiO 2 Al 2 O 3 Fe 2 O 3 metais Solução sólida EDR 99,99% CO 2 + H 2 O Clínquer

Tipos de resíduos Resíduos com valor calorífico Solventes Resíduos oleosos Óleos usados (de carro e fábricas) Graxas Lama de processos químicos Resíduos de empacatomento Resíduos de fábricas de borracha Pneus usados Resíduos têxteis Resíduos plásticos Serragem Resíduos de fábricas de papel Lama de esgoto municipal Farinha e ossos de animais Grãos de validade vencida Lama derivada de esgoto industrial Resíduos substitutos de combustíveis

Tipos de resíduos Matérias-primas alternativas Lama com alumina (alumínio) Lamas siderúrgicas (ferro) Areia de fundição (sílica) Terras de filtragem (sílica) Refratários usados (alumínio) Resíduos da fabricação de vidros (flúor) Gesso Cinzas Escórias Substitutos de matéria prima

Resíduos Proibidos Resíduos de serviços de saúde Resíduos domiciliares brutos Resíduos radioativos Substâncias organocloradas Agrotóxicos Substâncias explosivas

Solução para diversos setores

COPROCESSAMENTO: REGULAMENTAÇÃO

Regulamentação Nacional Nível Federal: CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente: Principal entidade reguladora do tema meio ambiente no Brasil, presidida pelo Ministro de Meio Ambiente e constituído por representantes do governo, sociedade e indústria

COPROCESSAMENTO: PANORAMA NACIONAL

Panorama do coprocessamento no Brasil 37 plantas licenciadas Total coprocessado em 2014 1,12 Mt Potencial de coprocessamento 2,5 Mt Índice de substituição térmica 8,1% Fonte: ABCP, 2015

Coprocessamento: PNEUS 53 milhões de pneus coprocessados em 2014 Fonte: ABCP,2014 53 milhões de pneus equivalem a 42.500 Km Enfileirados os pneus podem cobrir uma distância de mais de uma volta ao redor da Terra

Índice de substituição térmica Brasil = 8,1% Oportunidade de melhorias Fonte: Oficemen 2008-2012

CONSIDERAÇÕES FINAIS O coprocessamento em fornos de clínquer é um processo de destruição definitiva, realizado de forma segura e monitorada, sem alterar a qualidade do produto final. Necessidade de políticas públicas que promovam a viabilidade técnica, ambiental e econômica Possibilidade para a utilização da tecnologia, sendo considerados e adotados padrões de melhores práticas disponíveis de qualidade, saúde e segurança. Mostra-se como uma boa alternativa para a mitigação de resíduos através da recuperação energética.

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Obrigado! Bom para a natureza, ótimo para a sociedade!