ATERRO PARA RESÍDUOS INDUSTRIAIS NÃO PERIGOSOS DO ECO-PARQUE DO RELVÃO - AMPLIAÇÃO

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Transcrição:

ATERRO PARA RESÍDUOS INDUSTRIAIS NÃO PERIGOSOS DO ECO-PARQUE DO RELVÃO - AMPLIAÇÃO RESUMO NÃO TÉCNICO SETEMBRO 2016

ATERRO PARA RESÍDUOS INDUSTRIAIS NÃO PERIGOSOS DO ECO- RESUMO NÃO TÉCNICO ÍNDICE DE TEXTO 1. O QUE É O DOCUMENTO... 1 2. IDENTIFICAÇÃO DO OPERADOR E DA INSTALAÇÃO, ACTIVIDADES E RESPECTIVA LOCALIZAÇÃO... 1 3. SITUAÇÃO DE BASE... 4 4. PRINCIPAIS EMISSÕES PARA OS MEIOS RECEPTORES (ÁGUA, AR E SOLO)... 5 5. EFEITOS DAS EMISSÕES NO AMBIENTE CONSIDERANDO O SEU TODO E RESPECTIVAS MEDIDAS DE MONITORIZAÇÃO ADOPTADAS... 6 6. MEDIDAS NECESSÁRIAS PARA PREVENIR OS ACIDENTES E LIMITAR OS SEUS EFEITOS... 7 7. MEDIDAS DE PREVENÇÃO PARA QUE, QUANDO OCORRA A DESACTIVAÇÃO DA INSTALAÇÃO, ESTA SE EFECTUE COM O MÍNIMO DE CUSTOS E RISCOS.... 8 ii

ATERRO PARA RESÍDUOS INDUSTRIAIS NÃO PERIGOSOS DO ECO- RESUMO NÃO TÉCNICO 1. O QUE É O DOCUMENTO O presente documento corresponde a um resumo em linguagem compreensível por indivíduos não especializados onde se expõem os principais elementos constantes do Formulário de Licenciamento Ambiental Integrado, de acordo com o regime jurídico da Prevenção e Controlo Integrado da Poluição (PCIP), contemplando os seguintes aspectos: Identificação do operador e da instalação, actividades e respectiva localização; Resumo da descrição das emissões para os diversos meios receptores (água, ar e solo); Efeitos das emissões no Ambiente considerando o seu todo e respectivas medidas de monitorização adoptadas; Medidas necessárias para prevenir os acidentes e limitar os seus efeitos; Medidas de prevenção para que, quando ocorra a desactivação da instalação, esta se efectue com o mínimo de custos e riscos. 2. IDENTIFICAÇÃO DO OPERADOR E DA INSTALAÇÃO, ACTIVIDADES E RESPECTIVA LOCALIZAÇÃO O projecto em análise, refere-se à Ampliação do Aterro Sanitário para Resíduos Industriais não Perigosos do Distrito de Santarém que recebe os resíduos, de origem predominantemente industrial, que não apresentam perigo para as populações nem para o ambiente. Este Aterro situa-se no concelho de 1

Chamusca, freguesia da Carregueira, no local denominado Ferro de Engomar, junto ao Aterro Sanitário de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) da RESITEJO. A RIBTEJO Tratamento e Valorização de Resíduos Industriais, SA é a responsável pela exploração do Aterro Sanitário. As instalações do aterro da RIBTEJO têm vindo a ser exploradas e mantidas de acordo com o projecto aprovado pelo Instituto dos Resíduos e com as condições estabelecidas na Licença Ambiental LA n.º 358/2010, emitida em 19 de Janeiro de 2010, pela Agência Portuguesa do Ambiente, válida até 21 de Dezembro de 2017, e no Alvará de Licença para realização de operações de gestão de resíduos nº 110/2011 (S14471-201112)-1º Averbamento. A renovação do licenciamento Ambiental do Aterro Sanitário dará continuidade a um serviço que proporciona um destino final adequado aos resíduos industriais não perigosos produzidos pelas indústrias localizadas quer no Distrito de Santarém quer noutras zonas do país, bem como produzidas por outros agentes compatíveis. O interesse público do projecto de Concepção, Construção e Exploração do Aterro para Resíduos Industriais não Perigosos no Distrito de Santarém foi reconhecido através do Despacho n.º 15.695/2000 pelo Secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza. Embora o projecto em questão apresente medidas de protecção e segurança em termos de riscos para o ambiente e saúde pública das populações, foram consideradas possíveis situações de falha, assim como situações de funcionamento normal que provoquem a ocorrência de efeitos prejudicais. No entanto, a probabilidade de ocorrência destes é reduzida. As actividades desenvolvidas no Aterro Sanitário, de acordo com a Classificação Portuguesa das Actividades Económicas (CAE - Rev. 3) são classificadas como Tratamento e eliminação de outros resíduos não perigosos, com a notação 38212, que compreende o tratamento e a deposição de outros resíduos não perigosos, não classificados noutra subclasse do CAE. De uma forma genérica as actividades correspondentes são: descarga, deposição em aterro, espalhamento, compactação, cobertura diária e actividades associadas ao normal funcionamento do aterro e outras actividades que visam a redução ao mínimo dos possíveis impactes ocorridos durante a exploração do aterro, tais como o sistema de tratamento de águas lixiviantes e águas residuais domésticas internas, a drenagem águas que escorrem pela massa de resíduos depositados, o sistema de drenagem e queima de biogás, gás produzido pela actividade dos microrganismos na matéria biodegradável. 2

O presente formulário tem como objectivo a apresentação de uma alteração substancial do projecto em exploração actual e a renovação da Licença Ambiental do Aterro Sanitário, de acordo com a legislação em vigor, que estabelece o regime jurídico da Prevenção e Controlo Integrado da Poluição (PCIP). Este licenciamento é integrado em todas as vertentes da actividade da instalação que possam interagir com o meio ambiente envolvente, de acordo com as características deste último, o que significa que o Aterro Sanitário não causará poluição que ponha em causa a qualidade ambiental da região em que se encontra. A Instalação agora submetida a renovação do licenciamento PCIP tem uma área total aproximada de 14,8 ha (148 000 m 2 ), estando localizada junto ao actual Aterro Sanitário de Resíduos Sólidos Urbanos da RESITEJO. Com base numa estimativa de 25.000 toneladas de deposição média por ano de vida, valor que variará muito de acordo com a dinâmica do mercado e da legislação, estima-se que a ampliação do Aterro Sanitário tenha capacidade para receber resíduos ao longo de cerca de 25 anos. Após o período de exaustão do volume disponível que dificilmente será igual a 25 anos, mas se estima ser próximo deste valor, enquanto for preciso, a instalação continuará em funcionamento (apesar de não receber mais resíduos industriais) para garantir o controlo dos resíduos gerados após o encerramento do aterro. No entanto, estes resíduos continuarão a ser tratados e monitorizados até se considerar que não são prejudicais para a saúde pública e ambiente. O Aterro Sanitário receberá cerca de 25 000 toneladas de resíduos por ano, o que corresponde a cerca de 650 000 toneladas, ao longo dos 26 anos previstos. O objectivo da RIBTEJO, que se apoia no projecto de execução das alterações, no qual presente documento se inclui, é o de propor a ampliação da capacidade de deposição, procedendo à implantação de uma nova célula, constituída por dois alvéolos, e à adaptação / alteração / ampliação das infraestruturas complementares de apoio à exploração, nomeadamente: (i) rede de lixiviados, (ii) rede de biogás, (iii) rede de drenagem pluvial, (iv) rede de drenagem de águas residuais domésticas e (v) rede de incêndio. A ampliação foi estudada de forma a minimizar as alterações provocadas no layout existente. As únicas alterações relevantes são: o arruamento periférico foi adaptado e ampliado de forma a contornar a nova célula, a rede de lixiviados, a rede de incêndio, a rede de águas residuais domésticas, a rede de águas pluviais e a estação elevatória de lixiviados. 3

Figura 1 Localização do Aterro Sanitário do RIBTEJO 3. SITUAÇÃO DE BASE O Aterro Sanitário localiza-se na bacia hidrográfica da Ribeira das Lamas. A paisagem neste local é caracterizada por um regime florestal em que o eucalipto é a espécie predominante, sendo de realçar também a existência de sobreiros, pinheiro bravo, pinheiro manso, carvalho lusitano e oliveira. É de acrescentar que não existe, em particular, nenhuma espécie animal com um interesse elevado, uma vez que não existem condições favoráveis à ocorrência da sua diversificação. No passado, foi realizado um estudo preliminar com o objectivo de analisar as condições geológicas e das águas subterrâneas do local, salientando que as formações geológicas existentes no local não favorecem que a poluição atinja facilmente as águas subterrâneas. Quanto ao clima da região em causa, os meses mais quentes são Julho, Agosto e Setembro. Nestes meses, as médias diárias são de cerca de 15,5º. Os meses mais frios são Dezembro, Janeiro e Fevereiro, com temperaturas médias diárias de cerca de 10,0 ºC. Os meses de maior precipitação são de Novembro a Março e os meses mais secos são Julho e Agosto. 4

Os ventos dominantes são de Noroeste, sendo de realçar que no Inverno dominam os ventos de Sudoeste e de Sudeste. A localização proposta para a ampliação do Aterro Sanitário estava numa zona classificada como Reserva Ecológica Nacional (REN). Contudo, a área em causa já foi desafectada, uma vez que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo aprovou, em 10 de agosto de 2016, a alteração da delimitação de REN para o município da Chamusca, em várias localizações, incluindo o que a esta ampliação interessa. É de salientar que ao projecto foi reconhecido interesse a nível municipal e a nível regional. À parte os compostos propiciadores de maus odores que não podem deixar de existir num ambiente real de aterro sanitário, e que, por isso, fazem parte da situação de referência que não sofrerá alteração no contexto da ampliação, a área não apresenta poluição do ar significativa. A circulação de veículos relacionados com o Aterro Sanitário de RSU da RESITEJO e CIRVER, a única fonte da poluição a considerar, uma vez que não existem indústrias ou outro tipo de infra-estruturas que libertem poluentes atmosféricos na zona de implantação do Aterro da RIBTEJO não são suficientemente poluidoras para lhes ser prestada atenção especial. A área em estudo apresenta níveis de ruído reduzidos, uma vez que não existe actividade humana ou de outro tipo ruidosa na proximidade, para além do Aterro de RSU da RESITEJO a cerca de 1 km e do CIRVER um pouco mais longe. Em relação à existência de povoações na envolvente do aterro, a cerca de 4,5 km, situa-se a povoação da Carregueira para Oeste do local do Aterro e para Nordeste, a cerca de 4,5 km, a povoação de Vale do Mestre. De acordo com a situação ambiental existente, considera-se que o local tem características apropriadas às actividades associadas a um aterro sanitário. 4. PRINCIPAIS EMISSÕES PARA OS MEIOS RECEPTORES (ÁGUA, AR E SOLO) No local de deposição de Resíduos Industriais não Perigosos surgem as chamadas águas lixiviantes ou lixiviados. Estas águas são constituídas pela própria água que os resíduos contêm e pela água das chuvas que cai sobre os resíduos depositados. Esta água traz consigo vários tipos de substâncias, associadas aos materiais que compõem os resíduos. Estas substâncias poderão ser ou não poluentes. A água lixiviante irá 5

escorrer para o fundo do aterro de onde será retirada para ser tratada numa estação de tratamento das águas lixiviantes. Enquanto os resíduos forem para o aterro sanitário, e mesmo depois do seu encerramento, as águas lixiviantes são produzidas, variando em quantidade e em composição. A sua produção depende de diversos factores tais como, as condições atmosféricas (teor de humidade no ar, chuva), condições de exploração do aterro, natureza dos materiais de cobertura e da impermeabilização adoptados. Antes da descarga das águas lixiviantes existirá o sistema de tratamento, que irá retirar as substâncias poluentes, permitindo o cumprimento da legislação em vigor e assegurar que não haja degradação das linhas de água e dos solos na sua envolvente. O tratamento das águas lixiviantes é assegurado por um processo designado por Osmose Inversa instalado após uma lagoa de regularização de caudais. No processo de tratamento das águas lixiviantes através do sistema de Osmose Inversa, há a produção de um resíduo final, chamado Concentrado, que se faz retornar à massa de resíduos do aterro, para funcionar em circuito fechado. No decurso da vida de um aterro sanitário serão produzidos gases, essencialmente o chamado biogás, em concentrações variáveis, dependendo da idade e da natureza dos resíduos depositados, bem como o tempo de armazenamento dos mesmos. A produção destes gases é muito reduzida nos primeiros anos de vida do aterro e, logo que encerrado o primeiro alvéolo de resíduos, este gás será captado para eliminação num queimador próprio. 5. EFEITOS DAS EMISSÕES NO AMBIENTE CONSIDERANDO O SEU TODO E RESPECTIVAS MEDIDAS DE MONITORIZAÇÃO ADOPTADAS A construção e exploração do aterro sanitário são feitas de acordo com o projecto de execução, onde são definidas medidas que diminuam os efeitos das emissões provenientes da exploração do aterro sanitário. Para além destas medidas, tem vindo a ser executado, e continuará a sê-lo, um programa de acompanhamento ambiental na fase de exploração do aterro e de encerramento, para permitir que uma vez identificados eventuais efeitos negativos sobre o ambiente, se possam tomar as medidas correctivas necessárias e/ou medidas preventivas. Serão deste modo realizadas acções de acompanhamento/verificação (monitorização), com uma frequência definida pela legislação, às águas lixiviadas, águas de superfície, águas subterrâneas e aos gases (biogás) libertados pelo aterro sanitário. Este acompanhamento/verificação será realizado enquanto o aterro receber os resíduos, após a sua selagem (encerramento) e enquanto for necessário. 6

6. MEDIDAS NECESSÁRIAS PARA PREVENIR OS ACIDENTES E LIMITAR OS SEUS EFEITOS Para além da impermeabilização inferior do aterro, para diminuir os efeitos das substâncias produzidas no Aterro Sanitário sobre o ambiente, estão programadas medidas para prevenir os acidentes e reduzir os seus efeitos. Entre as medidas adoptadas, destaca-se a existência de um sistema de captação, drenagem e tratamento das águas lixiviantes, um sistema de captação, drenagem e queima de biogás, um sistema de impermeabilização do aterro sanitário e um programa de análise regular das águas residuais e superficiais e do biogás na fase de exploração, após o encerramento do aterro e sempre que necessário. Com vista à drenagem, captação e tratamento das águas lixiviantes, o aterro é impermeabilizado no fundo e nos taludes. Será feita a análise das águas residuais após o respectivo tratamento, imediatamente antes sua descarga no meio receptor. O programa de monitorização do biogás inclui a determinação dos gases que o aterro sanitário produz, tendo como objectivo avaliar a qualidade do ar, para identificar a tempo possíveis efeitos negativos para o ambiente e saúde pública. Os programas de monitorização referidos permitem verificar a necessidade, ou não, de aplicação de medidas de diminuição e/ou medidas de correcção, para além das que foram previstas inicialmente (projecto de execução). Embora a localização e características do aterro sanitário não previssem que o ruído fosse um problema para as populações residentes, no passado foi feita uma campanha de análise do ruído, para verificar se há pessoas que possam ser perturbadas por este. De acordo com os resultados desta campanha, as previsões iniciais foram confirmadas. Não há razões para duvidar que a situação se mantenha no futuro, sendo de descartar impactes negativos por esse via. Para que se diminua a produção de odores (cheiros), os resíduos serão diariamente cobertos com terra. De referir que posteriormente à selagem (encerramento) do aterro sanitário será realizada a recuperação paisagística da área de implantação do projecto (colocação de plantas e arbustos). 7

7. MEDIDAS DE PREVENÇÃO PARA QUE, QUANDO OCORRA A DESACTIVAÇÃO DA INSTALAÇÃO, ESTA SE EFECTUE COM O MÍNIMO DE CUSTOS E RISCOS. Terminada a exploração do aterro sanitário será realizada a sua selagem (encerramento), com cobertura do mesmo. O principal objectivo do encerramento é impedir a infiltração da água das chuvas, evitando assim a acção desta sobre os resíduos que pudesse resultar na produção de compostos poluentes (lixiviados). A selagem (encerramento) do Aterro Sanitário vai contribuir para o correcto isolamento dos resíduos, evitando o contacto destes com o ar, a libertação do biogás e a exposição das populações a este. Depois da sua selagem leva-se a cabo a restruturação paisagística da área explorada e envolvente. O encerramento do Aterro Sanitário ficará completo com a selagem da totalidade da sua superfície, sendo esta feita progressivamente, à medida que cada alvéolo atinge o seu fim de vida. A selagem do aterro ficará completa com a execução da parte final dos sistemas de drenagem e captação das águas das chuvas, dos gases gerados no aterro, de forma que a diminuir os riscos de contaminação do meio ambiente. Após a selagem do aterro sanitário será realizado um plano de monitorização para acompanhar a evolução de diversos aspectos ambientais (águas lixiviantes, águas superficiais, águas subterrâneas e gases). 8. EM SÍNTESE O Aterro Sanitário para Resíduos Industriais não Perigosos da RIBTEJO, que já possui licenciamento ambiental, pretende proceder a uma alteração importante da situação inicial prevista, com o objectivo de melhorar a sua actividade, assim como de melhor assegurar que será mantida a situação de não afectação do ambiente envolvente. Por outro lado, pretende também proceder à renovação da actual licença ambiental. A alteração importante prevista, dita substancial, consiste, sobretudo, na ampliação dos locais de deposição de resíduos, de modo a optimizar a quantidade de resíduos depositada e a assegurar melhores condições de segurança, quer para os trabalhadores, quer para a instalação propriamente dita. O desempenho ambiental da actividade do Aterro Sanitário para Resíduos Industriais não perigosos da RIBTEJO e os resultados da monitorização ambiental dos respectivos efeitos, permitem dizer que o meio 8

envolvente não apresenta vulnerabilidade especial às novas actividades, dado o reduzido efeito e importância dos efeitos ambientais estimados. A operação do aterro continuará a ser feita de acordo com as Directivas Comunitárias que interessem à deposição de resíduos em aterros e qualidade ambiental em geral, transpostas para decretos-lei, assumindo assim as boas práticas ambientais e todos os requisitos legais aplicáveis, incluindo os expressos na Licença Ambiental. É ainda de salientar que será mantido o plano de acompanhamento das diversas componentes ambientais consideradas (águas lixiviantes, águas superficiais, águas subterrâneas e gases), avaliando como é que estas afectam o ambiente e a saúde pública, permitindo prevenir e/ou corrigir problemas que eventualmente possam surgir. Este programa de acompanhamento abrangerá o período de exploração, de encerramento e enquanto for necessário. Após os previstos 26 anos de exploração da instalação em que aterro recebe resíduos, este será encerrado. No entanto, enquanto for necessário, os sistemas de drenagem dos gases (biogás) e das águas das chuvas (pluviais) serão mantidos em funcionamento, para que os riscos para o ambiente e saúde pública da população sejam reduzidos ao mínimo. A existência do Aterro Sanitário é mais um passo dado para se conseguir, de forma progressiva, a adequada gestão de resíduos industriais banais, pretendendo-se deste modo, diminuir os riscos/impactes associados à actividade humana, sobre o ambiente. A manutenção da actividade do Aterro Sanitário permitirá manter existência de um destino final adequado para os resíduos industriais não perigosas produzidos nas várias indústrias, principalmente da região do Distrito de Santarém, contribuindo desta forma para uma melhoria da qualidade do ambiente da região em causa. 9