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EMPREENDEDORISMO» STARTUPS STARTUPS Portugal é pouco favorável ao empreendedorismo, diz estudo 7/4/2016, 22:27 133 PARTILHAS Estudo Global de Empreendedorismo da Amway 2015 concluiu que só 16% dos inquiridos acham que a sociedade portuguesa é favorável ao empreendedorismo. Principal obstáculo é o medo de falhar. Oli Scarff/Getty Images Autor

Gonçalo Correia Mais sobre EMPREENDEDORISMO STARTUPS ECONOMIA Só 16% dos portugueses inquiridos para o Estudo Global de Empreendedorismo 2015 consideram a sociedade em que vivem favorável ao empreendedorismo. Esta foi uma das conclusões da sexta edição do estudo, feito pela Amway (uma multinacional norte americana que trabalha no setor de vendas diretas) e recentemente publicado em Portugal. Um valor que colocou o país em penúltimo lugar (43º) neste aspeto, apenas à frente da Bulgária e longe da média dos 44 países onde o estudo foi realizado. A forma como os portugueses veem a relação entre o empreendedorismo e a sociedade em que vivem é problemática e coloca entraves à atividade, afirmou Rui Baptista, presidente do Departamento de Engenharia e Gestão do Instituto Superior Técnico em Lisboa e assessor académico do Estudo Global de Empreendedorismo da Amway. 84% dos inquiridos assumiram que a sociedade onde vive não encara positivamente as temáticas relacionadas com o empreendedorismo e com o empreendedor, é desanimador. A questão que se coloca é o facto de Portugal se posicionar em penúltimo numa tabela de 44 países analisados e estar longíssimo da média global e europeia. É complicado avançar com uma carreira empreendedora quando o ambiente não é positivo, resume. Pelo que, defende, é necessário pensar em alternativas para alterar a situação e fazer com que a sociedade portuguesa apoie ainda mais e de forma mais clara os seus empreendedores.

O estudo, realizado pela Amway em conjunto com a Universidade Técnica de Munique e com o apoio do Instituto GfK Research, de Nuremberga (Alemanha), avaliou ainda outros dados, durante o ano de 2015, tais como a atitude dos inquiridos face ao empreendedorismo, a vontade de serem empreendedores, as motivações por detrás dessa vontade e os grandes obstáculos que consideram existir no seu país. No Algarve, só 16% veem o empreendedorismo com bons olhos Mais de metade (57%) dos portugueses inquiridos manifestaram uma atitude positiva face ao empreendedorismo. Um valor que, contudo, não apenas desceu face ao ano transato, de 2014 que se cifrava em 65%, como continua distante da média dos 44 países analisados no estudo (onde, em média, três quartos dos inquiridos mostraram uma atitude positiva face à atividade empreendedora). Em termos de distribuição regional, a larga maioria (84%) dos inquiridos que residem no Algarve não veem o empreendedorismo como uma atividade positiva, ao contrário do que acontece nas regiões Norte, Centro, Lisboa e Alentejo, onde 59%, 57%, 60% e 60% dos inquiridos, respetivamente, afirmaram ver a atividade como favorável. A atividade empreendedora é vista com bons olhos sobretudo pelos portugueses com menos de 50 anos 61% dos portugueses com menos de 35 anos e 58% dos portugueses com idade compreendida entre os 35 e os 50 anos consideram na positiva. Contudo, mesmo entre os portugueses com idade superior a 50 anos, cerca de metade (51%) mostrou se favorável ao empreendedorismo. Esta recetividade é maior em portugueses com estudos superiores (entre estes, 66% têm atitude positiva) do que entre aqueles cuja escolaridade não ultrapassa o ensino secundário (entre estes, 56% veem na com bons olhos). Vontade de ser empreendedor em linha com a média

Vontade de ser empreendedor em linha com a média europeia À pergunta Consegue imaginar se a começar um negócio?, 39% dos inquiridos portugueses afirmaram que sim, um valor bastante próximo da média europeia, já que, nos 31 países europeus incluídos no estudo, 38% dos inquiridos, em média, mostraram se recetivos à ideia de se tornarem empreendedores. A maior parte dos portugueses que responderam afirmativamente à pergunta tem menos de 35 anos: 45% dos portugueses que responderam ao inquérito e que estão abaixo desse limite etário afirmaram imaginar se como empreendedores. O valor desce entre os portugueses com idade entre os 35 e os 50 anos (38%) e com idade superior a 50 anos (32%). Outro dos fatores a influenciar a predisposição dos portugueses para o empreendedorismo é a escolaridade: 57% dos portugueses com estudos superiores mostram se recetivos a essa possibilidade, um valor que deixa de ser maioritário (37%) entre os que não os possuem. Em termos regionais, é entre os residentes das regiões Centro (46%), Alentejo (42%) e Norte (41%) que se encontram os portugueses com maior recetividade à ideia. Em Lisboa, apenas 33% dos inquiridos se veem como potenciais empreendedores, valor que, no Algarve, desce para os 12%. Ser empreendedor para ser patrão. Não o ser por medo de falhar Em Portugal, quase metade (45%) dos que se mostraram recetivos a lançar um negócio afirmaram que esta vontade se devia, em parte, à vontade de serem o seu próprio patrão: uma motivação que predomina na maior parte dos inquiridos dos 44 países analisados no estudo.

Já 30% dos inquiridos afirmou que queria lançar um negócio para regressar ao mercado de trabalho. Outros 30% fazem no por realização pessoal. No caso do regresso ao mercado de trabalho, os portugueses foram os únicos a apontar esta motivação como a segunda principal para a predisposição para o empreendedorismo. Portugal, recorde se, acabou 2015 com uma taxa de desemprego de 11,8%, enquanto a taxa de desemprego jovem se cifrou em 31%. Quanto a obstáculos para empreender, mais de dois terços (70%) dos portugueses afirmou que o principal é o medo de falhar. Seguiram se o receio da crise económica (46% dos inquiridos apontaram na como obstáculo), os encargos financeiros que poderiam resultar da atividade (38%) e o medo do desemprego (25%). A general manager da Amway Iberia, Monica Millone, também comentou os resultados, preferindo destacar os dados positivos: estes mostram o grande potencial que existe em Portugal, defende. Para alterar a perceção que os portugueses têm da forma como o seu país olha para o empreendedorismo, é preciso que as instituições, as empresas privadas, o governo, assim como a sociedade em geral continuem a investir: A Amway já realiza este estudo há seis edições e é percetível que, apesar de a atitude descer um pouco nos últimos anos, o número de pessoas que procura criar o seu negócio tem se mantido estável. Isto é um sinal do grande potencial empreendedor que existe em Portugal, mas é preciso dar ainda mais apoio às pessoas, dar lhes formação e quebrar tabus e são exatamente as instituições, empresas privadas, governo, assim como a sociedade em geral, que têm de continuar a investir. O estudo da Amway foi feito através de entrevistas one to one e contactos telefónicos, tendo sido utilizada uma inovadora métrica de análise ao

espírito e comportamento empreendedor, baseada na teoria do comportamento planificado do professor Icek Azjen, segundo explica a empresa, em comunicado. Texto editado por João Cândido da Silva