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CURSO ESCOLA DE DEFENSORIA PÚBLICA 2016.1 Nº DATA DISCIPLINA Direito Constitucional PROFESSOR Paulo Nasser MONITOR Bruna Oliveira AULA Aula 11 TEMA: FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTICA E DIREITOS FUNDAMENTAIS DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTICA Quatro são as funções essenciais à Justiça (Art. 127 e seguintes da CR/88): 1. Ministério Público 2. Advocacia Pública 3. Advocacia Privada 4. Defensoria Pública 1. MINISTÉRIO PÚBLICO A partir da CR/88, o Ministério Público tomou uma roupagem diferente da que tinha antes. Anteriormente não era um órgão com todas as prerrogativas que possui hoje, não era considerado um defensor da sociedade, das leis era defensor do Poder Executivo, era o braço jurídico do Presidente da República (Procurador da República). Atualmente possui funções institucionais importantes defesa da ordem jurídica, defesa dos interesses individuais indisponíveis custus legis defensor da aplicação e cumprimento do ordenamento jurídico. Para atuar nesta fiscalização a CR/88 deu independência (garantir proteção) e algumas prerrogativas aos membros do MP. Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. 1 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os limites estipulados na forma do 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 1º - São três princípios institucionais: unidade, indivisibilidade e independência funcional. - unidade: os membros integram um só órgão, em uma só direção, cada membro se pronuncia em nome do MP, devendo-se respeitar as autonomias federativas/mp Federal e MP Estadual não se misturam respeitadas as esferas federativas, são órgãos também independentes. - indivisibilidade: os membros não se vinculam no processo que atuam, não há vínculo pessoal daquele promotor no caso, pode ser substituído, em razão, inclusive, do princípio da unidade. - independência funcional: primordial para a atuação independente do MP. O MP não esta sujeito a ordens externas, somente está sujeito às CR/88 e as leis. Esta independência se dá no ponto de vista jurídico, internamente existe uma hierarquia administrativa liberdade para sua atuação como MP. 2º, 3º, 4º, 5º E 6º - a CR/88 trouxe a figura da autonomia orçamentária. O MP pode criar seus cargos e orçamentos. É competência do STJ resolver conflito de competência entre MP Federal e MP Estadual (aplicação análoga ao art. 105, I, d CR/88 decisão do STF). Estruturalmente o MP está vinculado ao Poder Executivo, sendo autônomo financeiramente, 1 Vide art. 85 CR/88

administrativamente e orçamentariamente, não devendo nenhuma satisfação ao Poder Executivo a ligação encontra-se na Lei de Diretrizes orçamentária, o MP elabora suas propostas orçamentárias observadas as leis de diretrizes orçamentárias. O MP encaminha a sua proposta ao Poder Executivo. Se não enviar em tempo hábil o Chefe do Executivo considerará a última proposta encaminhada. ESTRUTURA DO MP (ART. 128 CR/88) Art. 128. O Ministério Público abrange: I - o Ministério Público da União, que compreende: a) o Ministério Público Federal; b) o Ministério Público do Trabalho; c) o Ministério Público Militar; d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; II - os Ministérios Públicos dos Estados. 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.

MP da União: 1º - O Chefe do Ministério Público da União tem por chefe o Procurador Gerado da República; quais são as características que o Procurador Geral da República precisa ter: tem que ser nomeado pelo Presidente da República, tem que ser membro da carreira, ou seja é membro do MP da União, tem que ser aprovada a indicação por maioria absoluta do Senado (sabatina do Senado), tem que ter mais 35 anos e seu mandato é de 2 anos permitida recondução (essa recondução é ilimitada de acordo com o interesse do Presidente da República). Ex. Durante o governo FHC o Procurador Geral da República sempre foi Geraldo Brindeiro. A destituição acontece naturalmente após os dois anos. No curso do mandato, eventualmente poderá ser destituído, ocorre pela iniciativa do Presidente da República, todavia deve ser autorizada pela votação da maioria absoluta do Senado é obrigatória passar pela votação do Senado. Art. 128 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal. O Procurador Geral da República (PGR) é chefe do MP da União e cumula a chefia do Ministério Público Federal e também chefe da Procuradoria Geral Eleitoral. Isto não acontece no MP do Trabalho e Militar, ou seja o Chefe destes MP s o Procurador Geral do Trabalho e Militar são escolhidos e nomeados pelo Procurador Geral da República (PGR). (Lei Complementar 75 Lei orgânica do MP). MP Estadual: Art. 128 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução. É feita uma eleição onde se formará lista tríplice, dentre os integrantes da carreira do MP Estadual para que o Procurador Geral seja nomeado pelo Chefe do Poder Executivo. O Chefe do MP Estadual é o Procurador Geral de Justiça (PGJ). As características são: nomeado pelo Governador, escolhido em lista tríplice feita por eleição do próprio órgão, com mandato de 2 anos permitida apenas uma recondução. Diferenças entre MP Federal e MP Estadual: O MP Federal é diferente do MP Estadual no que tange a sua estruturação: - No MP Federal qualquer membro pode ser indicado, desde que tenha mais de 35 anos. No MP Estadual o Governador escolherá a partir de uma lista pré-determinada pelo próprio órgão do MP. - No MP Federal o Presidente da República poderá reconduzir quantas vezes quiser, ao passo que no MP dos Estados somente poderá ocorrer uma recondução. - No MP Estadual não há aprovação da Assembleia legislativa, ao passo que no MP Federal há obrigatoriamente a sabatina pelo Senado. Destituição do PGJ: feita por maioria absoluta do poder legislativo (Assembleia Legislativa). A destituição é feita EXCLUSIVAMENTE pela Assembleia.

MP do Distrito Federal: 128 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva. Faz parte do MP da União, todavia a organização do MP do DF é igual ao do MP dos Estados com apenas duas peculiaridades a nomeação é feita pelo Presidente da República e a destituição é feita pelo Senado. Dentro da ideia estrutural, principalmente relativa a independência dos MPs, o art. 128, 5º estabelece que cada MP terá a sua Lei Orgânica. Art. 128 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros: Foram atribuídas ao MP as mesmas garantias dos magistrados para atuar na defesa dos interesses da sociedade: vitaliciedade (após dois anos de exercício), inamovibilidade (aplicação análoga ao juízo natural), irredutibilidade de subsídio (não pode ter o salário reduzido) esses atributos garantem a imparcialidade do MP. Art. 128, 5º, I - as seguintes garantias: a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado; b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Embora a redação do artigo seja diferente, as vedações ao MP são as mesmas aplicadas aos juízes: Art. 128, 5º, II - as seguintes vedações: a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais; b) exercer a advocacia; c) participar de sociedade comercial, na forma da lei; d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério; 2 2 Vide Resolução 03/2005 o membro do MP somente pode dar 20h semanais de aula.

e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.(incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Quarentena: não pode advogar pelo período de 03 anos na comarca da qual se afastou por aposentadoria ou exoneração. Art. 128 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V. art. 95, parágrafo único, V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. As funções do MP estão estampadas no art. 129 da CR/88 trata-se de rol exemplificativo. Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia; III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição; V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas; VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva; VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior; VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais; IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.

MP do Tribunal de Contas O STF entendeu que o MP do Tribunal de Contas não é órgão do MP, mas trata-se de órgão vinculado ao Tribunal de contas (Informativo 428 do STF), embora tenham os mesmos direitos, garantias e vedações dos Ministérios Públicos da União, Estados, DF e Territórios. Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura. Conselho Nacional do MP (CNMP) Foi criado na Emenda Constitucional (EC) 45 e tem basicamente as mesmas funções do Conselho Nacional de Justiça. Tem a função de fiscalizar administrativamente, financeiramente e as atividades funcionais dos membros do MP: Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) I o Procurador-Geral da República, que o preside; II quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de suas carreiras; III três membros do Ministério Público dos Estados; IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça; V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. Antes da criação do CNMP quem realizava as fiscalizações no plano financeiro era o Tribunal de Contas, no que tange às questões administrativas a fiscalização eram feitas pelas Corregedorias dos órgãos do MP. 2. ADVOCACIA PÚBLICA Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.

- Advocacia Geral da União (instituição direta): Defende a União em juízo (União como parte) e extrajudicialmente -> Advogados da União. - Procuradoria da Fazenda Nacional (órgão vinculado): quando o litígio envolver questões fiscais, tributárias e previdenciárias, defenderá a União a Procuradoria da Fazenda Nacional -> Procuradores da Fazenda. art. 131, 3º da CR/88. - Procuradoria Federal (órgão vinculado): quando o litígio envolver a administração indireta (autarquias e fundações públicas) defenderá a União a Procuradoria Federal Procuradores Federais ou Procuradores autárquicos. Todos estes três quadros têm por chefe o Advogado Geral da União são concursos diferentes para cada quadro. Art. 131 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada. O Advogado Geral da União é cargo de livre nomeação pelo Presidente da República, tendo que ser cidadão com mais de 35 anos, notório saber jurídico e reputação ilibada. O Advogado Geral da União é a pessoa de confiança do Presidente da República, por isso não precisa ser do corpo da Advocacia Geral da União. Art. 131 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á mediante concurso público de provas e títulos. Para ingressar na carreira é necessário concurso de provas e títulos, o único que não precisa é o Advogado Geral da União.

Nos Estados existe os Procuradores do Estado e do DF (Procuradoria Geral do Estado). Em Minas Gerais a nomenclatura é diferente: Advocacia Geral do Estado (Advogado Geral do Estado). Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas. Não existe previsão constitucional para a Procuradoria do Município, desta forma, o próprio Município determina em lei municipal se haverá ou não uma Procuradoria, o ingresso pode ser por concurso público tendo assim todas as garantias dos servidores públicos. Muitos Municípios contratam escritórios de advocacia (existem regras para isso) ou até mesmo cargos comissionados. 3. ADVOCACIA PRIVADA A CR/88 não fala muito sobre a advocacia privada, limitando-se apenas ao art. 133 da CR/88. Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. Os advogados possuem algumas imunidades em juízo (no exercício da profissão), previstas no estatuto da advocacia: - injúria - difamação - desacato: o STF considerou inconstitucional, portanto, não se aplica aos advogados, ou seja, podem ser condenados por desacato. - somente pode ser preso se houver um membro do Conselho da OAB - imunidade ao escritório de advocacia é possível a invasão desde que o advogado seja partícipe do crime. 4. DEFENSORIA PÚBLICA EC 45 alterações substanciais para a Defensoria Pública Estadual Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. A Defensoria Pública foi criada basicamente sobre o princípio do Acesso à Justiça. Os Advogados Públicos da União não podem advogar. Em relação aos Estados a vedação à advocacia privada tem que estar na Lei. Ex. São Paulo e Rio de Janeiro pode advogar, Minas Gerais não pode.

A Defensoria Pública se subdivide em quatro: Art. 134 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, 2º. 3º Aplica-se o disposto no 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal. 3 - Defensoria Pública da União: possui autonomia administrativa, orçamentária e funcional. EC 74/2013. - Defensoria Pública dos Estados: possui autonomia administrativa, orçamentária e funcional. EC 45/2004. - Defensoria Pública do Distrito Federal: possui autonomia administrativa, orçamentária e funcional Obs: a partir da EC 69/2012 a Defensoria do DF passou a ter estas autonomias, todavia, foi formalizado no próprio texto constitucional a partir da EC 74/2013. - Defensoria Pública do Território: continuam sem gozar da autonomia administrativa, orçamentária e funcional por falta de previsão legal. As Defensorias Públicas ainda possuem como princípios institucionais a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. Art. 134, 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014). São garantias da Defensoria Pública: a) Inamovibilidade (art. 134 caput CR/88) b) Irredutibilidade de subsídios: é atribuído a qualquer servidor público (art. 37, XV CR/88) c) Estabilidade (não ganharam a vitaliciedade pode ser demitido por processo administrativo). 3 Esta aplicação ocorreu apenas em 2013 a partir da EC 74/2013 para as defensorias da União, formalizando a autonomia da Defensoria do Distrito Federal que já era autônoma desde a EC 69/2012.

DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS O preâmbulo da constituição não tem força normativa, é utilizado como valor, pode ser usado de forma interpretativa, por si sozinha não constrói direito. Preâmbulo - Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Dizer sobre Deus no preâmbulo não viola o princípio do Estado Laico, visto que o preâmbulo não é norma, mas apenas um valor. Do art. 1º ao art. 4º da CR/88 são trabalhados os princípios fundamentais da República e se dividem em: a) Fundamentos da república b) Separação de poderes c) Objetivos d) Princípios da ordem internacional Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Fundamentos da República Federativa do Brasil: a. Soberania: as decisões do Estado são soberanas b. Cidadania: atendimento/escutar o que o povo está pensando c. Dignidade da pessoa humana: princípio maior hoje do constitucionalismo pós-moderno (neoconstitucionalismo). O Estado existe para garantir este princípio: o bem comum a felicidade. O Estado deve veicular, criar condições para o desenvolvimento deste princípio.

d. Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa: modelo eclético, não adota nem o liberalismo nem o socialismo, é um equilíbrio Estado mediano. e. Pluralismo político: garantia de todas as vertentes políticas existentes. O art. 3º da CR/88 traz os objetivos da República: Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Crítica interpretativa: quando se diz objetivos, fala-se em alvo, aonde se quer chegar, consequentemente infere-se onde se está, ou seja, se, por exemplo, erradicar a pobreza, marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais, significa dizer que o Brasil é um país pobre, marginalizado, onde há desigualdades sociais e regionais. Para se adentrar ao artigo 5º que versa sobre os direitos e garantias fundamentais, deve-se pautar nestas questões apontadas pela crítica interpretativa do art. 3º da CR/88. Quanto ao plano internacional, o Brasil rege-se pelos princípios estampados no art. 4º da CR/88 Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.