DOSES DE FERTILIZANTES PARA O ABACAXIZEIRO PÉROLA NA MESORREGIÃO DO SUL BAIANO

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Transcrição:

DOSES DE FERTILIZANTES PARA O ABACAXIZEIRO PÉROLA NA MESORREGIÃO DO SUL BAIANO Aristoteles Pires de Matos 1, Quionei Silva Araujo 2, Fábio José Pereira Galvão 3, Antônio Carlos Souza 4 1 Pesquisador, Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Cruz das Almas, Bahia; 2 Diretor de Ensino da Casa Familiar Rural, Presidente Tancredo Neves, Bahia; 3 Técnico Agrícola da Cooperativa dos Produtores de Presidente Tancredo Neves, Presidente Tancredo Neves,Bahia; 4 Técnico Agrícola da Casa Familiar Rural, Presidente Tancredo Neves, Bahia Resumo. O cultivo do abacaxizeiro no município de Presidente Tancredo Neves, Mesorregião do Sul Baiano, é uma atividade recente, introduzida a cerca de 10 anos como alternativa de diversificação da produção agrícola daquele município. A despeito de sua importância econômica, a abacaxicultura de Presidente Tancredo Neves se baseia, em grande parte, em tecnologias desenvolvidas para outras regiões produtoras. O objetivo desse trabalho foi avaliar os efeitos de doses de fertilizantes sobre a produção do abacaxi Pérola no município de Presidente Tancredo Neves, Bahia, de maneira a contribuir para o estabelecimento de sistema de produção adequado para essa cultura nas condições edafoclimáticas da região. O experimento foi conduzido na área experimental do Campo Demonstrativo de Tecnologia de Mandioca e Fruticultura da Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves, Estado da Bahia. Foi utilizada a cultivar Pérola, plantada em fileiras duplas no espaçamento de 0,90 m x 0,40 m x 0,40 m, tendo-se utilizada mudas do tipo filhote com 35cm de comprimento. Foram avaliadas doses crescentes de NPK (1,0: 0,2: 1,8), parceladas em quatro aplicações de 12,69; 25,36; 38,07; 50,76 e 63,45 g por planta. Os resultados mostraram, que as doses correspondentes a 25,36; 38,07; 50,76; e 63,45 g por planta possibilitaram a produção de frutos de maiores pesos médios, significativamente diferentes do tratamento testemunha. Palavras chave: Ananas comosus, abacaxi, nutrição mineral, adubação. INTRODUÇÃO O cultivo do abacaxizeiro no município de Presidente Tancredo Neves, Mesorregião do Sul Baiano, é uma atividade recente, introduzida a cerca de 10 anos como alternativa de

diversificação da produção agrícola daquele município. Devido às condições edafoclimáticas favoráveis, a cultura vem prosperando e atualmente ocupa uma área de 100 hectares, onde com um rendimento de 20.000 frutos por hectare, foram colhidos dois milhões de frutos, correspondentes ao valor da produção de hum milhão e novecentos mil reais (IBGE, 2013). De maneira geral, a maioria dos solos cultivados com o abacaxizeiro não supre adequadamente as necessidades nutricionais dessa cultura a qual é considerada exigente em nutrientes (Souza, 1999). Além disto, há que se considerar que todas as fases de desenvolvimento dessa cultura são bastante influenciadas pelo seu estão nutricional, notadamente na fase da produção, com influência direta na qualidade do fruto. Potássio é o macronutriente mais absorvido pelo abacaxizeiro, seguido do nitrogênio, cálcio, magnésio, enxofre e fósforo. Entre os micronutrientes a sequência de absorção é manganês, ferro, zinco, boro e cobre. Em geral as recomendações de adubação do abacaxizeiro estabelecem que a mesma seja parcelada em pelo menos três vezes. Todo o suprimento de fertilizantes deve ser aportado durante o ciclo vegetativo da cultura, iniciando no segundo mês após o plantio e finalizando um mês antes do tratamento de indução floral. Para um melhor aproveitamento dos fertilizantes é necessário que o solo tenha sido corrigido de acordo com os resultados analíticos do mesmo. A despeito de sua importância econômica para o município, a abacaxicultura de Presidente Tancredo Neves se baseia, em grande parte, em tecnologias desenvolvidas para outras regiões produtoras. Com referência ao suprimento dos fertilizantes, a maioria deles dos abacaxicultores tancredenses faz duas ou três aplicações de fertilizantes por ciclo da cultura enquanto os demais parcelam as fertilizações em uma ou quatro vezes (Cardoso et al, 2013). O objetivo desse trabalho foi avaliar os efeitos de doses de fertilizantes sobre a produção do abacaxi Pérola no município de Presidente Tancredo Neves, Bahia, de maneira a contribuir para o estabelecimento de sistema de produção adequado para essa cultura nas condições edafoclimáticas da região. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na área experimental do Campo Demonstrativo de Tecnologia de Mandioca e Fruticultura da Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves, Mesorregião do Sul Baiano, Estado da Bahia. Foi utilizada a cultivar Pérola, plantada em fileiras duplas no espaçamento de 0,90 m x 0,40 m x 0,40 m, tendo-se utilizada mudas do tipo filhote com 35 cm de comprimento. Com a devida antecedência procedeu-se a coleta de amostras de solo, profundidade de 0 a 20 cm, a fim de, se necessário, realizar a correção do solo. Foram avaliados seis tratamentos, correspondentes a doses crescentes de nitrogênio, fósforo e potássio, (Tabela

1), parcelados em quatro aplicações. Todo o fósforo foi fornecido na primeira aplicação juntamente com nitrogênio e potássio. Tabela 1. Tratamentos referentes às doses de N, P 2O 5 e K 2O avaliados para efeitos sobre a produção de abacaxi Pérola na Mesorregião Sul Baiano. Presidente Tancredo Neves, Bahia, 2104. Doses Totais (g/planta) Tratamento N g P2O5 g K2O g Total 1 0,00 0,00 0,00 0,00 2 4,23 0,90 7,56 12,69 3 8,46 1,80 15,12 25,36 4 12,69 2,70 22,68 38,07 5 16,92 3,60 30,24 50,76 6 21,15 4,50 37,80 63,45 Foram utilizadas 800 plantas por tratamento, num total de 4.800 plantas, incluindo o tratamento testemunha. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado com seis repetições, sendo a parcela útil composta por 60 plantas. Durante a condução do experimento, foram praticados todos os tratos culturais e fitossanitários de acordo com o sistema de produção em uso pelos produtores, à exceção das adubações que foram realizadas de acordo com o planejamento experimental. Por ocasião da colheita os frutos foram colhidos e o peso médio determinado. Os dados foram submetidos a análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 1% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO A análise estatística dos resultados obtidos mostrou efeito significativo para tratamentos (Tabela 2), indicando que os mesmos promoveram melhorias na produção do abacaxizeiro Pérola no município de Presidente Tancredo Neves, Mesorregião do Sul Baiano. Tabela 2. Análise de variância dos resultados do experimento sobre doses de fertilizantes em plantio de abacaxi Pérola na Mesorregião do Sul Baiano. Presidente Tancredo Neves, Bahia, 2104. Fonte de variação GL SQ QM F Tratamento 5 0,664692 0,132938 5,983*** Erro 30 0,666583 0,022219 Total 35 1,331275

CV = 11,05% A aplicação de doses crescentes de NPK possibilitou aumento no peso médio do fruto do abacaxizeiro. Os tratamentos 3 (25,36 g planta -1 ), 4 (38,07 g planta -1 ), 5 (50,76 g planta -1 ) e 6 (63,45 g por planta), apresentaram os maiores pesos médios dos frutos, significativamente superiores à testemunha conforme evidenciado na Tabela 3. Essa mesma tabela mostra que o tratamento 2 (N, 4,23; P 2O 5, 0,90, K 2O, 7,56; total 12,69 g por planta) não diferiu da testemunha, indicando a necessidade do suprimento adicional de fertilizantes em doses mais elevadas que as fornecidas por esse tratamento. Resultados similares foram reportados por Guarçoni & Ventura (2011) que constataram aumento na produtividade e em outras características da cultivar Gold mediante aplicação de doses crescentes de N e K. Tabela 3. Efeito de doses crescentes de N, P 2O 5 e K 2O sobre a produtividade do abacaxi, cultivar Pérola, na Mesorregião do Sul Baiano. Presidente Tancredo Neves, Bahia, 2104. Tratamento Peso médio do fruto (kg) 1 (0,00/0,00/0,00) 1,065 b 2 (4,23 /0,90 / 7,56) 1,333 ab 3 (8,46 / 1,80 / 15,12) 1,380 a 4 (12.69 / 2,70 / 22,68) 1,397 a 5 (16,92 / 3,60 / 30,24 1,428 a 6 ( 21,15 / 4,50 / 37,80) 1,492 a DMS = 0,307 (Tukey 1%) CONCLUSÃO Os resultados do presente trabalho indicam que a fertilização equilibrada do abacaxizeiro, cultura altamente exigente em nutrientes, possibilita uma resposta positiva na produtividade. Considerando aspectos econômicos, o tratamento 3 (N = 8,46; P 2O 5 = 1,80; K 2O = 15; total = 25,36 g planta -1 ) constitui a melhor opção de adubação do abacaxizeiro no município de Presidente Tancredo Neves, Mesorregião do Sul Baiano. REFERÊNCIAS CARDOSO, R. M. de C. B; MATOS, A. P. de; Araujo, Q. S. 2013. Caracterização do sistema de produção de abacaxi pelos produtores rurais em uso de Presidente Tancredo Neves. In: Simpósio Brasileiro da Cultura do Abacaxi, 5., 2013, Palmas. Produção e qualidade com tecnologia e sustentabilidade: anais, Palmas: Secretaria da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins, 2013. 1 CD-ROM. GUARÇONI M. A.; VENTURA, J. A. Adubação N-P-K e o desenvolvimento, produtividade e qualidade dos frutos do abacaxi Gold (MD-2). Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.35, p.1367-1376, 2011.

IBGE Cidades. Produção agrícola municipal, lavoura temporária, 2013. Disponível em http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang=&codmun=292575&idtema=137&searc h=bahia%7cpresidente-tancredo-neves%7cproducao-agricola-municipal-lavouratemporaria-2013. Acesso em 05/10/2015 SOUZA, L.F.S. Correções de acidez e adubação. In: CUNHAS, G.A.P.; CABAL, J.R.S.; SOUZA, L.F.S. O abacaxizeiro. Cultivo, agroindústria e economia. Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, 1999. p.169-202.