A Hidroeletricidade em Portugal Perspetivas Futuras

Documentos relacionados
A exploração sustentável na hidroeletricidade Virgílio Mendes

A história das pequenas centrais hídricas em Portugal e o seu potencial futuro

Os Grandes Aproveitamentos Hidroelétricos da EDP Produção

ENERGIA HIDROELÉCTRICA. António Gonçalves Henriques 1

O Futuro do Sistema Hidroelétrico em Portugal

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

As Energias Renováveis. Estratégia Nacional para o Desenvolvimento das Mini-Hídricas. Intenções e Realidade

Renováveis- Grande e Pequena Hídrica. Carlos Matias Ramos

A Produção Hidroelétrica em Portugal Como se desenvolverá o sistema hidroelétrico em Portugal?

Como se desenvolverá o sistema hidroelétrico em Portugal?

Seminário Internacional Portugal Brasil

DECLARAÇÃO AMBIENTAL Aproveitamentos Hidroelétricos da Direção de Produção Hidráulica

declaração ambiental aproveitamentos hidroelétricos da EDP Produção

DECLARAÇÃO AMBIENTAL APROVEITAMENTOS HIDROELÉTRICOS DA EDP PRODUÇÃO 2015

BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS. Novembro 2016

Em nome da energia hidroeléctrica

Eletricidade Renovável Em Revista

A Produção Hidroeléctrica em Portugal

O FUTURO DOS APROVEITAMENTOS

CONTRIBUIÇÃO DA ELETRICIDADE RENOVÁVEL

Hidroeletricidade em Portugal

BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS

BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS

BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS

BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS. a 29 de fevereiro 2016

estatísticas rápidas - nº junho de 2014

BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS. Abril 2016

BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS

estatísticas rápidas novembro 2011

BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS

DECLARAÇÃO AMBIENTAL 2010

3. CONTRIBUIÇÃO DAS RENOVÁVEIS PARA O DESENVOLVIMENTO NACIONAL 4. PERSPECTIVAS PARA A EVOLUÇÃO DAS RENOVÁVEIS

BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS

BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS

Subestação de Vila Pouca de Aguiar INFORMAÇÃO MENSAL

A Importância da Biomassa no Mix Energético Nacional

Subestação de Vila Pouca de Aguiar INFORMAÇÃO MENSAL

Como se desenvolverá o sistema hidroelétrico futuro em Portugal?

BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS. Agosto 2016

BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS

Revisão do Regulamento de Relações Comerciais e do Regulamento Tarifário do Setor Elétrico

Hidroeletricidade em Portugal. Como se desenvolverá a energia hidroelétrica em Portugal?

A APREN e as Universidades

BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS

estatísticas rápidas - nº dezembro de 2016

A Energia Eólica: Presente e Futuro

Subestação de Vila Pouca de Aguiar INFORMAÇÃO MENSAL

Declaração Ambiental. Centro de Produção Tejo-Mondego. Aproveitamentos Hidroelétricos da EDP - Gestão da Produção de Energia, S.A.

BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS

BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS

Plan de Desarrollo de la Energía Hidroeléctrica

ELETRICIDADE RENOVÁVEL EM PORTUGAL LISBOA, 26 DE SETEMBRO DE 2017

estatísticas rápidas - nº novembro de 2017

estatísticas rápidas - nº julho de 2017

BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS

POTENCIAR AS RENOVÁVEIS EM PORTUGAL RENOVÁVEIS EM MERCADO: REALIDADE OU UTOPIA? LISBOA, 26 DE SETEMBRO DE 2017

INTERLIGAÇÕES. Valor na Competitividade e na Proteção do Ambiente. XX Congresso da Ordem dos Engenheiros João Afonso*

BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS

DADOS IBÉRICOS DADOS IBÉRICOS

BOLETIM DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS

A APREN e as Universidades O SOL COMO FONTE DE ENERGIA Comemoração do Dia Internacional do Sol

POTENCIAL HIDROELÉCTRICO NACIONAL

BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS

Julho 2008 INFORMAÇÃO MENSAL SISTEMA ELECTROPRODUTOR

Projeto de Ampliação do Aproveitamento Hidroelétrico da Calheta

Setembro 2008 INFORMAÇÃO MENSAL SISTEMA ELECTROPRODUTOR

Eletricidade Renovável no Contexto Atual Debate sobre a evolução do mercado de eletricidade Contribuição das renováveis

INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA Área Departamental de Engenharia Eletrotécnica Energia e Automação

O FUTURO DO SETOR EÓLICO EXTENSÃO DE VIDA E REPOWERING DAS CENTRAIS EÓLICAS. Lisboa 7 de Dezembro Lisboa

estatísticas rápidas - nº janeiro de 2018

Rede de Energia: Perspetivas & Propostas de Ação Alto Minho 2030 Apresentado por João Afonso

BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS

estatísticas rápidas Abril 2008

RELATÓRIO E CONTAS 2007 INSTALAÇÕES 2007

BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS. Março 2016

estatísticas rápidas Agosto/Setembro 2005

BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS

DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO

Gestão do Sistema Elétrico Português com grande penetração de renováveis REN

BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS. Setembro 2016

estatísticas rápidas Dezembro 2005

INFORMAÇÃO MENSAL SISTEMA ELECTROPRODUTOR

Principais indicadores do sistema eletroprodutor 3. Evolução do consumo e potência 4. Consumo / Repartição da produção 5

ÁGUA E SUSTENTABILIDADE Eficiência Hídrica em Edifícios e Espaços Públicos

variável: 10 a 30%, dependendo da chuva

Segurança de Abastecimento ao nível da Produção de Electricidade

ENERGIA O MERCADO DAS INFRA-ESTRUTURAS PDIRT. e Investimento da Rede de Transporte. Redes Energéticas Nacionais, SGPS

Principais indicadores do sistema eletroprodutor 3. Evolução do consumo e potência 4. Consumo / Repartição da produção 5

INTERLIGAÇÕES & EXPORTAÇÕES

Álvaro Rodrigues. Mai11 AR

Principais indicadores do sistema eletroprodutor 3. Consumo / Repartição da produção 5. Produção hidráulica, térmica 6

A Produção Hidroeléctrica em Portugal

Análise Técnico-Económica de um Aproveitamento Hidroelétrico Baixo Sabor

BOLETIM DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS

Avaliação Técnico Económica de Aproveitamentos Hidroelétricos - Reforço de Potência de Salamonde

Energia Hidroelétrica

Principais indicadores do sistema eletroprodutor 3. Consumo / Repartição da produção 5. Produção hidráulica, térmica 6

DECLARAÇÃO AMBIENTAL 2009

BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS

Estado atual do setor das energias renováveis em Portugal. Hélder Serranho Vice-presidente da APREN

Transcrição:

A Hidroeletricidade em Portugal Perspetivas Futuras 3 de Outubro de 2017 Instituto Superior Técnico 15:00 15:10 Abertura Prof. António Heleno Cardoso, Presidente do Departamento de Engenharia Civil do IST 15:10 15:30 O Setor da Eletricidade Renovável em Portugal Prof. António Sá da Costa, Presidente da Direção da APREN 15:30 15:50 FIThydro - Fishfriendly Innovative Technologies for HYDROpower Prof. António Pinheiro, IST Instituto Superior Técnico 15:50 16:10 Os aproveitamentos hidroelétricos da EDP em Portugal Eng.º Virgílio Mendes, EDP Produção 16:10 16:30 O Sistema Eletroproductor do Tâmega Eng. º José María Otero e Eng.º David Bernardo, Iberdrola 16:30 17:00 Debate e encerramento

LISBOA, 3 DE OUTUBRO DE 2017 A APREN E AS UNIVERSIDADES Os aproveitamentos hidroelétricos da EDP em Portugal Comemoração do Dia Nacional da Água VIRGÍLIO MENDES

ENQUADRAMENTO SISTEMA ELETROPRODUTOR PORTUGUÊS

Evolução da Produção e Consumo Continental Portugal 60 50 40 30 20 10 0 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 0,68 Remuneração Garantida Tejo Energia Fuelóleo EDP Gás Natural ElecGás Saldo Importador 1,08 1,19 0,75 1,33 0,8 0,42 0,98 0,76 0,56 0,77 Carvão EDP Turbogás 1,31 0,92 0,48 1,17 1,27 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Fonte: Dados Técnicos 2016 - REN Gás Natural EDP Hídrica EDP Regime Geral - Bombagem Consumo IPH Média dos regimes hidrológicos (1956/2012) 0,74 1,33 Emissão em 2016 (GWh) Produção EDP Regime Geral 26 981 Hídrica 15 297 Térmica 11 684 Produção Regime Geral (Outras) 7 388 Tejo Energia 3 616 Turbogás 2 641 ElecGás 1 131 Remuneração Garantida 21 504 Eólica 12 188 Hídrica 1 332 Fotovoltaica 781 Térmica 7 202 Saldo Importador -5 085 Consumo em Bombagem 1 519 Consumo 49 269 Em 2016, Portugal foi exportador de energia elétrica. A produção renovável abasteceu 57% do consumo + saldo exportador.

Potência Instalada e Emissão por tecnologia Continente 2016 Potência Instalada (MW) Emissão (GWh) Eólica (5 046) 27% 2% Outras PRE (438) Eólica (12 188) 22% 1% Outras PRE 3 (781) Consumo Emissão 49 269 38% Térmica Centrais em Mercado 4 PRE 3 (5 622) (1 507) 18 802 MW 33% Hídrica Centrais em Mercado 4 PRE 3 (5 770) (419) 47% Térmica Centrais em Mercado 4 PRE 3 (19 072) (7 202) Cons. Bombagem 1 519 Exportação 5 085 30% Hídrica Centrais em Mercado 4 PRE 3 (15 297) (1 332) Fonte: REN, Informação Anual Fonte: REN, Estatística Anual, 2007-2016, valores provisórios IPH 1 = 1,33 IPE 2 = 1,00 53% da Eletricidade produzida em 2016 foi através de fontes renováveis, sendo 30% hidroelétrica. 1 IPH Índice de Produtibilidade Hidroelétrica 2 IPE Índice de Produtibilidade Eólica 3 PRE com remuneração garantida 4 Centrais que vendem a produção no MIBEL, independentemente do regime remuneratório

Pelo efeito da crise económica o consumo em Portugal tem vindo a reduzir nos últimos anos, estando atualmente ao nível de 2006 Consumo Total Continente Índice Cobertura 1) O Índice de Cobertura representa a relação entre a Potência Disponível e a Ponta da Procura. 8804 9110 8973 9218 9413 9192 8554 8315 8313 8618 8141 49,2 50,1 50,6 49,9 52,2 50,2 49,1 49,1 48,8 49,0 49,3 1,00 1,03 1,03 1,01 1,09 1,21 1,25 1,28 1,18 1,14 13,4 14,0 14,7 15,4 17,2 18,5 18,6 18,9 18,2 18,5 19,5 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Consumo total (TWh) Ponta (MW) 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Potência Instalada (GW) Uma parte significativa do consumo tem sido satisfeita por Energia Eólica que tem vindo a aumentar a sua contribuição. 1) Critério NTC 10% IC=1,00 6

Portugal tem ainda potencial hidroelétrico por explorar 35 72 20 54 41 90 54 187 20 20 1) 12 65% 99% 97% 86% 86% 78% 72% 72% 67% 65% 58% 42% Suiça França Alemanha Itália Espanha Suécia Austria Noruega Finlândia Portugal Grécia Potencial Teórico (TWh/ano) Potencial Aproveitado Apesar de o aproveitamento deste potencial já ter sido iniciado há muito tempo, Portugal tem uma exploração reduzida de um dos poucos recursos endógenos para produção de eletricidade. 1) Considerando restrições ambientais pode reduzir-se para 18 TWh (58% 65%)

PARQUE HIDROELÉTRICO DA EDP Alto Lindoso Alto Rabagão Bemposta Régua

Os aproveitamentos hidroelétricos em Mercado da EDP Produção no final de 2016 Total de: 46 centrais 5 785 MW 11 372 GWh 1) Cávado-Lima Alto Lindoso Lindoso Touvedo Vilarinho das Furnas Vila Nova Alto Rabagão Frades Salamonde I Salamonde II Caniçada Douro Miranda Miranda II Picote Picote II Bemposta Bemposta II Pocinho Baixo Sabor Feiticeiro Valeira Tabuaço Régua Varosa Carrapatelo Torrão Crestuma/Lever 1) Produtibilidade média anual, líquida de bombagem Tejo-Mondego Caldeirão Sabugueiro I Desterro Ponte Jugais Vila Cova Aguieira 10 centrais Ribeiradio 1 552 MW 17+3 centrais Raiva 2 554 GWh 1) 1 656 MW Santa Luzia 2 216 GWh 1) Cabril Bouçã Castelo do Bode Pracana Fratel Belver 3 Ribeira de Nisa Alqueva Alqueva II 16 centrais 2 577 MW 6 602 GWh 1) Existiam 46 centrais hidroelétricas em mercado, com uma potência instalada de cerca de 5 785 MW e uma produção anual em regime hidrológico médio de cerca de 11,4 TWh. Destas, cerca de 1 729 MW são reversíveis: Alto Rabagão, Frades, Salamonde II, V. Furnas (grupo II), Baixo Sabor, Feiticeiro, Torrão, Aguieira, Alqueva e Alqueva II.

Pequenas Centrais Hidroelétricas com remuneração regulada da EDP Produção France Labruja Penide Guilhofrei Ermal Ponte da Esperança Senhora do Porto Cefra Caniços Aregos Freigil Nunes Torga Hídricas Rebordelo Bouçoais-Sonim Terragido Sordo Ovadas Sabugueiro II Riba Côa Pateiro Ribafeita Drizes Pisões Figueiral Rei de Moinhos Ermida Lagoa Comprida Palhal Fagilde Alforfa Nave Pedra Figueira Estrela Penacova Pedrógão Ermida - Ribeiradio 37 centrais 160 MW 475 GWh 1) 1) Produtibilidade média anual

Os Aproveitamentos Hidroelétricos têm valências diversificadas OPTIMIZAÇÃO DO SISTEMA PRODUTOR MENOR DEPENDÊNCIA ENERGÉTICA Grande flexibilidade de exploração; Reserva rápida do sistema; Fornecimento de serviços de sistema; Níveis de disponibilidade e fiabilidade muito elevados; Reserva importante para permitir a penetração de fontes de energia renovável intermitentes, nomeadamente a eólica; Maior equilíbrio no diagrama de cargas devido à possibilidade de bombagem. Redução da dependência energética e carbónica face ao exterior; Diminuição da dependência da volatilidade dos mercados e da eventual instabilidade em alguns países fornecedores. OUTRAS FINALIDADES Reserva estratégica de água permitindo garantir o abastecimento de água para consumo humano e agrícola; Regularização de caudais e controlo de cheias; Contribuição para o cumprimento da Diretiva 2001/77/CE (Renováveis); Contribuição para a redução de emissões atmosféricas e para o cumprimento das metas da União Europeia.

Usos múltiplos dos aproveitamentos hidroelétricos da EDP Aproveitamentos Castelo do de Bode Crestuma/Lever Aproveitamentos do Cávado Aproveitamentos do curso troço principal do rio Douro Aguieira Sistema do Ave Caniçada Alguns exemplos Abastecimento de água à Grande Lisboa Utilização turística. Abastecimento de água ao Grande Porto. Regularização necessária para o abastecimento de água à região de Braga. Cerca de 210 km de via navegável, do Porto até Barca de Alva (fronteira com Espanha). Controlo de cheias do rio Mondego (Coimbra e Baixo Mondego); Abastecimento de água para consumo humano; Regadio; Turismo e lazer. Controlo fluvial. Utilização turística. Destes exemplos, apenas a Aguieira foi especificamente instituída com o estatuto de fins múltiplos, tendo o Estado comparticipado diretamente no investimento

Foz Tua o primeiro aproveitamento em serviço do PNBEPH Time lapse da barragem

Foz Tua principais frentes de obra

OS APROVEITAMENTOS HIDROELÉTRICOS DA EDP EM PORTUGAL Virgílio Mendes OBRIGADO PELA ATENÇÃO PARA MAIS INFORMAÇÕES WWW.EDP.PT VIRGILIO.MENDES@EDP.PT