Universidade Federal de Juiz de Fora Instituto de Ciências Humanas Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais Disciplina: Teoria Antropológica I Professor: Raphael Bispo Horário: quartas-feiras (14h às 18h) 1º Semestre de 2016 Teoria Antropológica I O objetivo do curso de Teoria Antropológica I é oferecer aos alunos uma introdução geral a algumas das principais vertentes que informam o debate antropológico contemporâneo através de um exame das formulações que marcaram a constituição e a história da Antropologia, entre meados do século XIX e a década de 1960. O curso organiza-se em torno das principais tradições teóricas da disciplina configuradas em escolas, incluindo o evolucionismo social, a escola sociológica francesa, a antropologia cultural norte-americana, a antropologia social britânica e o estruturalismo. Todavia, o curso não tem como objetivo produzir um percurso meramente cronológico do pensamento antropológico ao privilegiar tais contextos nacionais de produção. A proposta geral é realizar um exame de problemáticas específicas recorrentes nestas tradições, como, por exemplo, a discussão sobre as dinâmicas entre história e cultura, a problematização das relações entre indivíduo e sociedade, a atenção sobre os processos de socialização e parentesco, os sentidos da noção de cultura e natureza, a discussão a respeito da dimensão ritual da vida social, o lugar das trocas na constituição da sociedade e, por fim, o estatuto da experiência etnográfica. Sessão 1: apresentação do curso (06 de abril) Sessão 2: O paradigma evolucionista (13 de abril) MORGAN, Lewis H. 1980 (1877). A Sociedade Primitiva. Lisboa: Presença/ Martins Fontes. (Prefácio e Parte I: capítulos 1, 2 e 3). TYLOR, Edward B. 2005 (1871). A ciência da cultura. In: Castro, C. (org.). Evolucionismo cultural. Rio de Janeiro: Zahar. 1
FRAZER, James G. 2005 (1908). O escopo da Antropologia Social. In: Castro, C. (org.). Evolucionismo cultural. Rio de Janeiro: Zahar. (para apresentação) Sessão 3: Lei, parentesco e religião por uma agenda antropológica (20 de abril) MORGAN, Lewis H. 1970 (1871). Systems of consanguinity and affinity of the human family. Oosterhout: Anthropological Publications. (Prefácio e Parte I: Capítulos 1 e 2) FRAZER, James. 1982 (1890). O Ramo de Ouro. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. (Capítulos 1, 2, 3, 9 e 10) MAINE, Henry. 1957 (1861). Ancient Law. London: Dent. (Capítulo 1; para apresentação) Sessão 4: Outras antropologias, novos métodos (04 de maio) BOAS, Franz. 2006 (1896). As limitações do método comparativo da antropologia. In: Boas, F. Antropologia Cultural. Rio de Janeiro: Zahar. BOAS, Franz. 2006 (1920). Os métodos da etnologia. In: Boas, F. Antropologia Cultural. Rio de Janeiro: Zahar. BOAS, Franz. 2006 (1932). Os objetivos da pesquisa antropológica. In: Boas, F. Antropologia Cultural. Rio de Janeiro: Zahar. BOAS, Franz. 2004 (1887). Um ano entre os esquimós. In: Stocking Jr., G. A formação da antropologia Americana 1883-1911. Rio de Janeiro: Contraponto / UFRJ. BOAS, Franz. 1970 (1897). The Social Organization and the Secret Societies of the Kwakiutl Indians. Smithsonian Institution. (Capítulo 3, para apresentação) Sessão 5: Totalidades culturais (11 de maio) BENEDICT, Ruth. 2013 (1934). Padrões da Cultura. Petrópolis: Vozes. (Caps. 1, 2, 7 e 8). 2
KROEBER, Alfred. 1952. A natureza da cultura. Lisboa: Edições 70. (capítulos a indicar) MEAD, Margaret. 2015 (1928). A adolescência em Samoa. In: Castro, C. (org.). Cultura e personalidade. Rio de Janeiro: Zahar. (para apresentação) Sessão 6: Indivíduo e perspectivas da subjetividade (25 de maio) BATESON, Gregory. 2008 (1958). Naven: um exame dos problemas sugeridos por um retrato compósito da cultura de uma tribo da Nova Guiné, desenhado a partir de três perspectivas. São Paulo: Edusp. (Capítulos 1, 2, 9, 10, 13 e 14) SAPIR, Edward. 1970 (1924). Cultura autêntica e espúria. In: Pierson, D. (org). Estudos de organização sociai. São Paulo: Martins. SAPIR, Edward. 1949 (1934). Personality. In: Mandelbaum, D.G. (ed.). Selectec writings of Edward Sapir. Berkeley: The University of California Press. SAPIR, Edward. 2015 (1934). A emergência do conceito de personalidade em um estudo de culturas. In: Castro, C. (org.). Cultura e personalidade. Rio de Janeiro: Zahar. (para apresentação) Sessão 7: Classificações, todos e partes (01 de junho) DURKHEIM, Émile. 2000 (1912). As Formas Elementares da Vida Religiosa. São Paulo: Martins Fontes. (Objeto da Pesquisa e Conclusão) DURKHEIM, Émile & MAUSS, Marcel. 1999 (1903). Algumas formas primitivas de classificação. In: Mauss, M. Ensaios de Sociologia. São Paulo: Perspectiva. Sessão 8: Dádivas e rituais (08 de junho) MAUSS, Marcel. 2003 (1925). Ensaio sobre a Dádiva. Forma e razão da troca nas sociedades arcaicas. In: Mauss, M. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac & Naify. VAN GENNEP, Arnold. 1978. Os Ritos de Passagem. Petrópolis: Vozes, 1978. (Caps. 1, 2 e 10) 3
Sessão 9: Corporalidades e vida cotidiana (15 de junho) MAUSS, Marcel. 2003 (1935). As técnicas do corpo. In: Mauss, M. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac & Naify. LEENHARDT, Maurice. 1979. Do Kamo: person and myth in the melanesian world. Chicago: University of Chicago Press. (Introduction, The Melanesians, capítulos 2 e 11). HERTZ, Robert. 1980 (1960). A preeminência da mão direita: um estudo sobre a polaridade religiosa. Religião e Sociedade, n. 6, 99-128. (para apresentação) Sessão 10: O estatuto da pesquisa de campo (22 de junho) MALINOWSKI, Bronislaw. 1984 (1922). Argonautas do Pacífico Ocidental: Um relato do empreendimento e da aventura dos nativos nos arquipélagos da Nova Guiné Melanésia. São Paulo: Abril Cultural. (Introdução, Capítulos 3 e 21) MALINOWSKI, Bronislaw. 2008 (1926). Crime e costume na sociedade selvagem. Brasília: Editora da Unb. (Introdução, capítulos 1, 2, 3, 9, 10 e 11) RIVERS, William H.R. 1991 (1920). História e Etnologia. In: Oliveira, R.C. de (ed.). A Antropologia de Rivers. Campinas: Ed. Unicamp. RIVERS, William H. R. 1991 (1922). A unidade da Antropologia. In: Oliveira, R.C. de (ed.). A Antropologia de Rivers. Campinas: Ed. Unicamp. (para apresentação) Sessão 11: Estrutura e organização social I (29 de junho) FIRTH, Raymond. 1964 (1955). Some principles of social organization. In Firth, R. Essays in Social Organization and Values. London: Athlone. RADCLIFFE-BROWN, A.R. 1973 (1935). Sobre o conceito de função nas ciências sociais. In: Estrutura e função na sociedade primitiva. Petrópolis: Vozes. RADCLIFFE-BROWN, A.R. 1973 (1940). Sobre a estrutura social. In: Estrutura e função na sociedade primitiva. Petrópolis: Vozes. 4
RADCLIFFE-BROWN, A.R. 1973 (1952). Introdução. In: Estrutura e função na sociedade primitiva. Petrópolis: Vozes. RADCLIFFE-BROWN, A.R. 1973 (1940). Os parentescos por brincadeira. In: Estrutura e função na sociedade primitiva. Petrópolis: Vozes. (para apresentação) Sessão 12: Estrutura e organização social II (06 de julho) EVANS-PRITCHARD, E. E. 1993 (1940). Os Nuer: Uma descrição do modo de subsistência e das instituições políticas de um povo nilota. São Paulo: Perspectiva. (Introdução e capítulo 3). EVANS-PRITCHARD, E. E. e FORTES, M. 1970 (1940). Introduction. In: E. E. Evans-Pritchard e M. Fortes (eds.). African Political Systems. Oxford: Oxford University Press. FORTES, M. 1970 (1949). Time and Social Structure: An Ashanti Case Study. In: Fortes, M. Time and Social Structure and Other Essays. University of London: The Athlone Press. (para apresentação) Sessão 13: Processos, mudanças e transformações (13 de julho) GLUCKMAN, Max. 1987. Análise de uma Situação Social na Zululândia Moderna. In: Feldmann-Bianco, B. (org.). Antropologia das Sociedades Contemporâneas: Métodos. São Paulo: Global. TURNER, Victor. 1974 (1969). O Processo Ritual: Estrutura e antiestrutura. Petrópolis: Vozes. (capítulo 3) Sessão 14: O projeto estruturalista (20 de julho) LÉVI-STRAUSS, Claude. 1976 (1947). A Análise estrutural em lingüística e em antropologia. In: Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro. LÉVI-STRAUSS, Claude. 1976 (1952). Lingüística e Antropologia. In: Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro. 5
LÉVI-STRAUSS, Claude. 1976 (1952). A noção de estrutura em antropologia. In: Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro. LÉVI-STRAUSS, Claude. 1976 (1955). A estrutura dos mitos. In: Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro. (para apresentação) Sessão 15: Parentesco, ciência e magia (27 de julho) LÉVI-STRAUSS, Claude. 2003 (1949). As estruturas elementares do parentesco. Petrópolis: Vozes. (Capítulos 1, 2, 3 e 29) LÉVI-STRAUSS, Claude. 1989 (1962). O Pensamento Selvagem. São Paulo: Papirus. (capítulo 1) 6