ASPECTOS HIDRODINÂMICOS E IMPACTOS AMBIENTAIS COSTEIROS E MARINHOS NA REGIÃO DE SÃO BENTO DO NORTE - RN

Documentos relacionados
DINÂMICA COSTEIRA: Principais elementos do sistema praial

45 mm COMPORTAMENTO MORFO-SEDIMENTAR DAS PRAIAS DO MUNICÍPIO DE PONTAL DO PARANÁ PR: DADOS PRELIMINARES

SUMÁRIO TELEMAC3D... 3 SISYPHE... 4 TOMAWAC... 5 ECOS... 6 TRANSPORTE DE CONTAMINANTES... 7 CONVERSÃO DE ENERGIA DE CORRENTES... 8 ANOTAÇÕES...

COMPORTAMENTO DO VENTO NO LITORAL SUL DO BRASIL

Causas Naturais da Erosão Costeira

Agricultura. Integra um grande número de formatos de imagens aéreas, satélite, radar ou térmicas;

MORFODINÂMICA DO ESTUÁRIO DO RIO JUQUERIQUERÊ CARAGUATATUBA, SÃO PAULO. Liziara de Mello Valerio Orientador: Prof. Dr.

ESTRUTURA VERTICAL DA CORRENTE LONGITUDINAL NA PRAIA DE TRAMANDAÍ, RS, BRASIL. Jung, G.B. 1 e Toldo, E.E 2.

ANÁLISE MULTITEMPORAL DOS ELEMENTOS GEOAMBIENTAIS DA DINÂMICA COSTEIRA DA REGIÃO DA PONTA DO TUBARÃO, MUNICÍPIO DE MACAU/RN, COM

Anais XI SBSR, Belo Horizonte, Brasil, abril 2003, INPE, p

ISÓTOPOS DE Nd NA PROVENIÊNCIA DE ROCHAS E SEDIMENTOS ENTRE AS PRAIAS DE TABATINGA E GENIPABU-RN, NE DO BRASIL

Estudo da circulação hidrodinâmica da zona costeira entre Macau e Galinhos RN

Mapeamento geoambiental do município de Galinhos/RN

Universidade Federal de Pernambuco, Avenida Arquitetura S/N Cidade Universitária Recife (PE), CEP Recife, PE

Morfologia do Perfil Praial, Sedimentologia e Evolução Histórica da Linha de Costa das Praias da Enseada do Itapocorói Santa Catarina

45 mm ANÁLISE HIDRODINÂMICA DOS ESTUÁRIOS AÇU, CAVALOS E CONCHAS, RIO PIRANHAS-AÇU/RN, NORDESTE DO BRASIL.

PERFIL TRIMESTRAL, MENSAL E HORÁRIO DA VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO AS MARGENS DA BAIA DE CAXIUANÃ, MELGAÇO, PA: ESTUDO DE CASO.

Estudos de Sensibilidade Ambiental a Derrame de Óleo no Litoral Sul da Bahia

Reestruturação Urbanística de Carcavelos- Sul Implicações sobre a evolução sedimentar na Praia de Carcavelos

ESTUDO GRANULOMÉTRICO DA PLATAFORMA INTERNA N DO RN, ENTRE GALINHOS E PORTO DO MANGUE

Caracterização do regime de ventos no litoral

AVALIAÇÃO DA PROFUNDIDADE DE FECHAMENTO PARA O LITORAL NORTE DO RIO GRANDE DO SUL

UNIDADE DE CONSERVAÇÃO E ZONA DE AMORTECIMENTO

Zonas Costeiras: - Erosão costeira - Elevada pressão urbanística

Hidrologia da plataforma e vertente continental NW Portuguesa

Transporte de nutrientes, clorofila a

Retração e Progradação da Zona Costeira do Estado do Rio Grande do Sul

CARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE VENTO NO MUNICÍPIO DE SEROPÉDICA-RJ

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Caixa Postal: CEP: Natal/RN, Brasil.

Bruno Rafael de Barros Pereira 1 Venerando Eustáquio Amaro 1,2 Arnóbio Silva de Souza 1 André Giskard Aquino 1 Dalton Rosemberg Valentim da Silva 1

REGIME DE ONDAS ATUANTES NA PRAIA DO MINHOTO/RN/BR

Sobreelevação da superfície do mar devida à variação da pressão atmosférica: esta componente é também identificada como storm surge :

BOLETIM PROJETO CHUVA - 22 DE JUNHO DE 2011

2 o CONGRESSO BRASILEIRO DE P&D EM PETRÓLEO & GÁS

EVIDENCIA MORFOLÓGICA DE UM PALEOCANAL HOLOCÊNICO DA LAGUNA MIRIM NAS ADJACÊNCIAS DO BANHADO TAIM.

INVESTIGAÇÃO SOBRE A EVOLUÇÃO DO CLIMA DE ONDAS NA BACIA DE CAMPOS E A CORRELAÇÃO COM AS SITUAÇÕES METEOROLÓGICAS ASSOCIADAS.

ANÁLISE COMPARATIVA DA ATUAÇÃO DO FENÔMENO EL NIÑO /OSCILAÇÃO SUL ENTRE AS CIDADES DE RIO GRANDE E PELOTAS-RS PARA O PERÍODO DE

MORFODINÂMICA DA PRAIA DE AJURUTEUA NE DO PARÁ

Utilização de imagens satélites, fotografias aéreas, MDT s e MDE no estudo de processos costeiros Cabo Frio/RJ

Anais 1º Simpósio de Geotecnologias no Pantanal, Campo Grande, Brasil, novembro 2006, Embrapa Informática Agropecuária/INPE, p

Identificação e mapeamento das áreas vulneráveis da zona costeira de PE e os riscos potenciais decorrentes das alterações as mudanças climáticas!

1 Introdução. VI Seminário Latino Americano de Geografia Física II Seminário Ibero Americano de Geografia Física Universidade de Coimbra, Maio de 2010

MAPEAMENTO DE AMBIENTES DA PLANÍCIE COSTEIRA DE SOURE (ILHA DE MARAJÓ), A PARTIR DE IMAGENS IKONOS: UMA ABORDAGEM DE CLASSIFICAÇÃO ORIENTADA A OBJETO

Erosão Costeira - Tendência ou Eventos Extremos? O Litoral entre Rio de Janeiro e Cabo Frio, Brasil

Análise multitemporal da linha de costa para avaliação da evolução costeira na região de Icapuí/CE, Nordeste brasileiro, no período de 1984 a 2011

GEF-AMAZONAS. Subprojeto III.2 Prioridades Especiales sobre laadaptación. AtividadeIII.2.3. Adaptation to Sea Level Rise in the Amazon Delta

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA E GEOQUÍMICA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Problemas ambientais no setor paulista da Serra do Mar:

A CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA LOCAL NA REGIÃO DA USINA HIDRELÉTRICA ITÁ. Aline Fernanda Czarnobai 1 Ruy de Sá Prudêncio 2 Maria Laura Guimarães Rodrigues 3

O CARACTERIZAÇÃO DA VELOCIDADE E DIREÇÃO PREDOMINANTE DOS VENTOS MENSAIS PARA A LOCALIDADE DE RIO DO SUL-SC 1

Recebido em 6 maio, 2005 / Aceito em 20 abril, 2006 Received on May 6, 2005 / Accepted on April 20, 2006

Análise de agrupamento dos dados sedimentológicos da plataforma e talude continentais da Bahia

ANÁLISE MORFODINÂMICA DA PONTA DO CABO BRANCO JOÃO PESSOA (PB)

Sistema de Informação Geográfica para o monitoramento ambiental de regiões costeiras e estuarinas do Estado do Rio Grande do Norte

VARIAÇÃO BATIMÉTRICA E MORFOLÓGICA DO BANCO DE AREIA SANDBAR ENSEADA DOS ANJOS, ARRAIAL DO CABO, RIO DE JANEIRO

Escala dos sistemas sinoticos

PERFIL PRAIAL DE EQUILIBRIO DA PRAIA DE CAMBURI, VITÓRIA ES.

Área 1 Área 2 Área 3 Área 4 4. Conclusão 5. Referências Bibliográfias Agradecimentos

45 mm ASPECTOS TEXTURAIS DOS SEDIMENTOS DA PRAIA DA ENSEADA, ILHA DO CAMPECHE, SANTA CATARINA, BRASIL

MEDIDAS DE VELOCIDADE DE CORRENTE E VAZÃO NA PLATAFORMA CONTINENTAL INTERNA PARANAENSE UTILIZANDO PERFILADOR DE CORRENTE ACÚSTICO DOPPLER ADCP.

Geografia. Climas Do Brasil. Professor Luciano Teixeira.

ESTUDO DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA NO MUNICÍPIO DE CAMPINAS DO PIAUÍ

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO-UEMA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS - CCA NÚCLEO GEOAMBIENTAL - NUGEO

Contribuição ao estudo da dinâmica de marés e correntes na Baía de Florianópolis

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO SECRETARIA DOS ÓRGÃOS COLEGIADOS

DINÂMICA DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NO LITORAL DE MACAU-RN NO PERÍODO DE 1978 À 2008

MONITORAMENTO ATMOSFÉRICO NOÇÕES SOBRE A ATMOSFERA TERRESTRE

Comparação de Variáveis Meteorológicas Entre Duas Cidades Litorâneas

MONITORAMENTO AMBIENTAL: A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NO TRÓPICO SEMI-ARIDO DO NORDESTE BRASILEIRO

LEVANTAMENTO BATIMÉTRICO DA PONTA DO TUBARÃO RN

INTERAÇÃO DE CICLONES MARÍTIMOS E VARIAÇÕES DO NÍVEL DO MAR NA COSTA: ESTUDO DE CASOS

10º Ano Módulos 1, 2 e 3 Total de horas: 81 ou seja, 54 aulas de 90 minutos MÓDULOS/ CONTEÚDOS

Laboratório de Conservação, Gestão e Governança Costeira

SOBRINHO, J. Falcão ; ROSS, J. L. S.. O Processo de Erosão em Ambiente de Superfície Sertaneja - Varjota (CE). Geousp, v. 21, p.

DEFORMAÇÃO NEOTECTÔNICA DOS TABULEIROS COSTEIROS DA FORMAÇÃO BARREIRAS ENTRE OS RIOS PARAÍBA DO SUL (RJ) E DOCE (ES), NA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL

AS CARACTERÍSTICAS MORFODINÂMICAS DAS PRAIAS DA BARRA DO CEARÁ, FUTURO E CAPONGA CEARÁ ALBUQUERQUE, M. G.¹ PINHEIRO, L. S. 2 MORAIS,J.

Abril de 2011 Sumário

ANGÉLICA FÉLIX DE CASTRO, MICHAEL VANDESTEEN S. SOUTO, VENERANDO EUSTÁQUIO AMARO & HELENICE VITAL

O FENÔMENO ENOS E A TEMPERATURA NO BRASIL

Riscos de inundações fluviais e estuarinas

CASO EXTREMO DE PRECIPITAÇÃO COM OCORRÊNCIA DE DESLIZAMENTO NA SERRA DO MAR

INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS DE TEMPO E CLIMA

GEOLOGIA COSTEIRA DA ILHA DE SÃO FRANCISCO DO SUL/SC COASTAL GEOLOGY OF THE SÃO FRANCISCO DO SUL/SC ISLAND.

A DINÂMICA DOS MANGUEZAIS NO NORDESTE DO BRASIL: UMA ABORDAGEM A PARTIR DE DADOS DE SENSORES REMOTOS E SIG

CARACTERIZAÇÃO DO VENTO EM MACAPÁ-AP NO PERÍODO DE 2003 A 2005 RESUMO

Variações Granulométricas durante a Progradação da Barreira Costeira Holocênica no Trecho Atlântida Sul Rondinha Nova, RS

LAGEMAR, UFF; 3 Depto. Engenharia Cartográfica, UERJ; 4 Depto. Geologia, UERJ. Depto. Geografia, UFF 2

ANÁLISE MORFOSCÓPICA DOS SEDIMENTOS DE AMBIENTES DEPOSICIONAIS NO LITORAL DE MARICÁ, ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Erosão costeira e a produção de sedimentos do Rio Capibaribe

Chuvas intensas e acumulados significativos causam prejuízos e mortes no Rio de Janeiro em abril de 2010

Geografia. Clima. Professor Luciano Teixeira.

Meteorologia e Climatologia. Professor Filipe

FLUXO SUBTERRÂNEO DO SISTEMA AQUÍFERO GUARANI NA REGIÃO DE GRAVATAÍ/RS.

A POSIÇÃO GEOGRÁFICA E O AMBIENTE FÍSICO

Pablo Merlo Prata. Vitória, 17 de junho de 2008.

EROSÃO COSTEIRA E OS DESAFIOS DA GESTÃO COSTEIRA NO BRASIL: REFLEXOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Climatologia de Cubatão

A CADEIA PRODUTIVA DO PETRÓLEO

Figura 1 Altimetria média de Minas Gerais. (Autor: Carlos Wagner G A Coelho)

DEMARCAÇÃO DAS TERRAS DE MARINHA. Engº Agrº José Octavio de Azevedo Aragon M.Sc.

Transcrição:

ASPECTOS HIDRODINÂMICOS E IMPACTOS AMBIENTAIS COSTEIROS E MARINHOS NA REGIÃO DE SÃO BENTO DO NORTE - RN Werner Farkatt Tabosa1; Helenice Vital1,2 1 PPGG, UFRN(farkatt@yahoo.com / werner@geopetro.ufrn.br); 2Depto. Geologia, UFRN. Abstract. São Bento do Norte, located in the northern coast of RN, is marked by a coast with 15km and composed by sandy beaches interrupted by beachrocks lines, carbonatic eolianites and dune fields. Analyzing the sedimentary dynamics of this coast, it was possible to characterize it as an unstable area, reflecting a fragile and dynamic mol, susceptible to morphologic changes. These modifications are directly conditioned to natural phenomena and accentuated by anthropic interference. Offshore studies suggest that the features of the bottom morphology exercise an important control on the dynamic processes, that are mainly represented in the coast by erosion. In the beginning of the 80 s, engineering structures were ma to solidify the oil and gas exploration industry in this area. These structures constitute pipelines, bases of oil production and several natural gas fields in the continent. Our challenge is try to unrstand which ways the bottom morphology of the inner platform of São Bento do Norte, associated to wind, currents and waves patterns, affect the engineering structures and the oil and gas fields. Palavras-chave: Marine Geology, Bottom Morphology, Ecoprobe, Environmental. 1. Introdução A zona Costeira Brasileira possui mais 8.500 km lineares, abrange 17 estados, 405 municípios e 16 regiões metropolitanas, concentrando mais 20% da população brasileira. As Atividas sócio-econômicas senvolvidas nesta região acarretam na scaracterização habitats vitais para o ecossistema costeiro, marinho e no aumento da pressão sobre os recursos costeiros (Garreta-Harkot e Cardoso 2004a). Para melhor entenr que forma a ativida antrópica interfere na qualida do ecossistema costeiro, é preciso que se propicie um senvolvimento sustentável para estas regiões costeiras, modo racional, assegurando a capacida revitalização do ecossistema costeiro e marinho. A proteção habitats críticos, a necessida manutenção da biodiversida e integrida das comunidas marinhas (Garreta-Harkot e Cardoso 2004b), compreenr a dinâmica local (condição hidrodinâmica, meteorológico, geomorfológica, etc), são condições fundamentais para uma convivência harmoniosa entre e o homem e a natureza. Para uma avaliação morfodinâmica das áreas costeiras, sob o ponto vista geomorfológico, a linha costa como, por exemplo, caracteriza-se por uma zona instável, corrente alterações produzidas por agentes naturais e antrópicos, que se traduzem em modificações na disponibilida sedimentos, no sistema ondas e altura relativa do nível do mar. O litoral e, especialmente as praias responm a estas mudanças tal forma que seus reflexos têm conseqüências econômicas insejáveis quando resultarem em struição patrimônio ou em custos elevados, na tentativa interromper ou retardar o processo reajuste morfológico (Muehe 1995). Os mais importantes processos para controle da morfologia e hidrodinâmica dos

ambientes praiais estão associados com a dissipação e incidência da energia das ondas. Estes processos incluem o movimento quebra e atenuação das ondas, sistema circulação correntes, ondas infragravida, maré onda e espraiamento (Short 1999). Partindo da proposta se conhecer melhor os ambientes costeiros e marinhos brasileiro, este estudo tem o objetivo caracterizar hidrodinamicamente a região São Bento do Norte, zona costeira pertencente aos domínios da mesorregião central do RN e da microrregião Macau. Esta área é um importante marcador da zona transição entre as sub-regiões agreste e sertão (Marinho e Noronha 1991). Economicamente, agrega ao Estado do RN valores importantes para a região, com a exploração riquezas naturais, como exemplo, a produção petróleo, gás natural, extração rochas calcárias, sal marinho, carcinocultura, pesca artesanal e turismo (Marinho e Noronha 1991; IDEMA 1999a, 1999b). 2. Métodos e Técnicas 1.1. Localização da Área 3. Resultados Os estudos aqui apresentados foram realizados na zona costeira e marinha São Bento do Norte e Caiçara do Norte, cidas que estão localizadas no litoral setentrional do Estado do Rio Gran do Norte, distante cerca 170 km Natal, capital do Estado. O acesso à área po ser realizado pela rodovia feral BR-406 até o município João Câmara e, posteriormente, pela rodovia estadual RN-120, até a se dos municípios São Bento do Norte e Caiçara do Norte, distantes cerca 157 km a NW Natal, a capital do Estado do RN. A área monitoramento contempla as coornadas 9460000 km N_840000 km E, 9460000 km N_820000 km E, 9440000 kmn_840000 km E e 9435000 km N_820000 km E (Fig. 1). Os dados obtidos registram uma constância na direção e intensida das correntes. Com uma maior concentração vetores orientados NE para SW, entretanto, observa-se uma leve variação também para NW (Fig 3). Este padrão corrente condiz com os registros históricos dos ventos para a região (Tabosa 2000, Tabosa et al. 2001; Chaves et al. 2003; Tabosa e Vital 2004; Tabosa et al. submetido). Entretanto, outras direções (W, N e NE) corrente também são observadas. Estas pom estar correlacionadas a variações sazonais na direção dos ventos, fatores climáticos e principalmente pela energia hídrica produzida pela movimentação das correntes costeiras e maré. Os dados aqui analisados foram adquiridos em março 2004 e abril 2005. Os dados oceanográficos foram obtidos com sensores do tipo S4 e S4a da InterOcean e sensores 323 CTD (Conductivity, Temperature and Depht) e P3500 DCS (Doppler Current Sensor), acoplado a um Datalogger 3660 da Aanraa. Estes equipamentos foram instalados em três pontos distintos da plataforma São Bento do Norte (Fig. 2). Os sensores foram funados a meia-água, que correspon à meta da profundida média local, 3m e 7,5m (relacionada ao nível médio oscilação da maré) e sua coornada restabelecida. O tempo médio cada funio foi 7 dias, com sensores programados para registrar oscilações na hidráulica marinha a cada um minuto. Em laboratório estes dados foram processados utilizando softwares específicos (WaveWin, S4 Application version 3.0.32, Sufrer8).

A Figura 4 apresenta os diagramas barras/direção screvendo as intensidas e direções das correntes registradas. Nesta figura as direções do vetor corrente também são agrupadas acordo com estágio maré preponrante (PM = Preamar, VZ = Vazante; BM = Baixa-mar, e EN = Enchente) verificado no instante em que as medidas foram tomadas. Como scrito anteriormente, as correntes na área investigação apresentam sentido SW e NE (Fig. 3). Na área do sensor S4a as correntes apresentam maior dispersão e maior intensida (1,64km.h-1, 245ºAz) do que na área do sensor S4 (0,83km.h-1, 220ºAz). Através dos diagramas freqüência é possível verificar que as correntes apontam principalmente para W/SW no estágio maré Enchente (EN), e predominantemente para N/NE durante a maré Vazante (VZ). Medições realizadas abaixo da linha d água indicaram variações temperatura e condutivida muito pequenas, da orm 29,11ºC a 29,47ºC ( 0,36ºC) e 5,69 a 5,87 S/m respectivamente, sugerindo variáveis fortemente estáveis. Entretanto, esta estabilida não se observa nas condições atmosféricas normais, on os registrados indicam oscilações diversas granzas. Temperatura variando 31,7ºC a 26,3ºC, umida do ar 96% a 88% no período da manhã (6:00h) e 84% a 60% no período da tar (16:00h). A velocida do vento variou em função da direção chegada dos ventos, on aqueles provenientes NE apresentaram velocidas da orm 36,69 km.h-1 a 25,01 km.h-1, e os provenientes SE oscilaram entre 21,86 km.h-1 a 15,19 km.h-1. A direção das correntes muda gradativamente ao longo do dia acordo com o ciclo maré, corroborando com o molo anterior. As variações observadas na direção e orientação das correntes provavelmente são diretamente influenciadas pela localização da área em mar aberto. 4. Conclusões Analisando o padrão correntes na plataforma São Bento do Norte, se observou que a direção predominante é para SW. Este padrão po ser explicado pela combinação dois agentes naturais que interagem simultaneamente com as águas oceânicas. 1) o fluxo direcional das correntes costeiras e 2) a distribuição dos ventos regionais que são provenientes NE/SW e SE/NW. Mudanças no fluxo das correntes pom ser registradas ao longo do dia, entretanto, esta variação é muito pouco representativa, pondo ser correlacionada a mudanças sazonais na intensida e/ou direção dos ventos e/ou por movimentação direta das marés. As modificações impressas na zona costeira e na plataforma interna São Bento do Norte (porção setentrional do Estado do RN), estão condicionadas principalmente a fatores como a dinâmica costeira (os agentes naturais envolvidos são correntes forças astronômicas, impulsivas e meteorológicas), profundida da lâmina d água e principalmente pela ação direta das correntes costeiras e maré. 5. Agracimentos Agracemos ao PRH-ANP 22 Programa Formação em Geologia, Geofísica e Informática para o Setor Petróleo e Gás (ANP) pela concessão da bolsa doutorado ao primeiro autor e ao CNP pela bolsa produtivida em pesquisa ao segundo autor. Aos projetos pesquisa PETRORISCO REDE 05 Monitoramento Ambiental Áreas Riscos a Derrames Petróleo e seus Derivados (FINEP/CNPq/CTPETRO/ PETROBRAS), MAR-RN Grupo Pesquisa em Ciências do Mar e Ambientais (FINEP/CTINFRA), convênio cooperação entre Brasil e Alemanha

(PROBRAL 150-02 e UNIBRAL 21-04), entre a UFRN e a Christian Albrechts Universität zü Kiel (CAPES/DAAD) pelo apoio financeiro; e aos integrantes dos grupos pesquisa GGEMMA e GEOPRO da UFRN pelo auxilio na coleta dados em campo. 6. Referências CHAVES MS, VITAL H e SILVEIRA IM. 2003. Morfodinâmica praial do campo petrolífero Serra, Macau/RN. IX Congresso da Associação Brasileira Estudos do Quaternário. II congresso do Quaternário Países Línguas Ibéricas. Recife/PE, Livro resumos, p. 69. GARRETA-HARKOT PF e KOHLER MCM. 2004a. A gradação Ambiental da zona costeira brasileira e a saú pública. Congresso Brasileiro Oceanografia, XVI Semana Nacional Oceanografia. Livro resumos. Itajaí, SC, p.437. GARRETA-HARKOT PF e KOHLER MCM. 2004b. Indicadores da saú dos oceanos: Sinais vigor ou bilida?. Congresso Brasileiro Oceanografia, XVI Semana Nacional Oceanografia. Livro resumos. Itajaí, SC, p.437. IDEMA. 1999a. Secretaria Planejamento e Finanças. Instituto Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Gran do Norte IDEMA. Informativo municipal: Caiçara do Norte, 5: 1-14. IDEMA. 1999b. Secretaria Planejamento e Finanças. Instituto Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Gran do Norte IDEMA. Informativo municipal: São Bento do Norte. 5: 1-14. LIMA ZMC. 2004. Caracterização da dinâmica ambiental da região costeira do município Galinhos, litoral setentrional do Rio Gran do Norte. Tese doutorado. Universida Feral do Rio Gran do Norte, Programa Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica, 2004, 144 p. Preprint nº 005. MARINHO AW e NORONHA CHMM. 1991. Rio Gran do Norte, Meu Estado. In: ESTUDOS SOCIAIS. Editora do Brasil. SP. 118 p. MUEHE D. 1995. Geomorfologia costeira. In: Antonio José Teixeira Guerra; Sandra Baptista da Cunha. (Org.). Geomorfologia - uma atualização bases e conceitos. 2a ed. Rio Janeiro, 1995, v.6, p. 253-308. SHORT AD. 1999. Handbook of beach and shoreface morphodynamics. British lybrary, England. 379 p. TABOSA WF. 2000. Dinâmica costeira da região São Bento do Norte e Caiçara do Norte - RN. Relatório graduação. Universida Feral do Rio Gran do Norte, Departamento Geologia, 2000. 76 p, Preprint nº 170. TABOSA WF, LIMA ZMC; VITAL H e GUEDES IMG. 2001. Monitoramento costeiro das praias São Bento do Norte e Caiçara do Norte - NE/Brasil. ABEQUA, VII Congresso da Associação Brasileira Estudos do Quaternário, Revista Pesquisas em Geociências, Instituto Geociências da UFRGS, Porto Alegre/RS, Brasil, 28(2): 383-392. TABOSA, WF e VITAL H. 2004. Interpretações preliminares para dados hidrodinâmicos da plataforma interna adjacente a São Bento do Norte-RN. Congresso Brasileiro Oceanografia, XVI Semana Nacional Oceanografia. Livro resumos. Itajaí, SC, p.436. TABOSA, WF, AMARO VE e VITAL H. (submetido). Caracterização do ambiente costeiro, integrado a produtos sensoriamento remoto na região São Bento do Norte / Caiçara do Norte NE / Brasil. Revista Brasileira Geofísica. Rio Janeiro. (submetido).

Figura 1: Mapa com a localização geográfica da área estudo Figura 2 - Combinação HSI-PC6-4-2 das imagens Landsat-7ETM+ (12/06/00). Na porção oeste da plataforma interna observa-se a ocorrência inúmeras sandwaves assimétricas, com cristas sinuosas e com dimensões variadas. Na porção leste da plataforma staca-se principalmente sandwaves segmentadas (Lima 2004) e linhas beachrock/recifes (Tabosa et al. Submetido). Figura 3 - Roseta com a distribuição das correntes marinhas, associadas à direção, velocida e a intensida corrente na plataforma interna norte do RN. Destaca-se o trend principal NE/SW coincinte com a direção dos ventos regionais.

Figura 4 - Diagramas barras/direção do vetor velocida corrente, e freqüência ocorrência da direção do vetor corrente em função dos estágios maré (PM=Preamar, VZ=Vazante; BM=Baixa-mar, e EN=Enchente). Nas figuras 4a e 4c screve-se o valor real e nas figuras 4b e 4d o valor relativo em percentual, para um total 834 registros obtidos a cada 10 minutos como sensor S4 e 43.721 registros obtidos a cada 5 segundos com o sensor S4a (respectivamente)