Ventos de mudança. SNC Pocket Guide 2010. PricewaterhouseCoopers SNC Pocket Guide 2010 1



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NCRF 27 Instrumentos financeiros

ANEXO AO BALANÇO E DR 2014

Transcrição:

Ventos de mudança SNC Pocket Guide 2010 PricewaterhouseCoopers SNC Pocket Guide 2010 1

Ventos de mudança SNC Pocket Guide 2010

Tendo em consideração as necessidades competitivas dos países e das empresas, a contabilidade é compelida a acompanhar a evolução da actividade empresarial. Nesta perspectiva, é fundamental para Portugal acompanhar Os Ventos de Mudança que sopram em todo o Mundo, o que se traduz, no imediato, na adopção do novo Sistema de Normalização Contabilística (SNC). Face às importantes mudanças em curso é necessário ter presente que O difícil não é aceitar as novas ideias mas libertarmo-nos das antigas (autor desconhecido). César Gonçalves Após as convulsões contabilísticas internacionais surgidas com a falência de grandes empresas internacionais, temos assistido um pouco por todo o mundo à implementação de normativos com princípios semelhantes aos dos IAS/IFRS. Portugal acompanhou esta evolução e após o período de comentários assistimos à publicação do Diploma que revoluciona a nossa contabilidade e vem substituir o POC que entrou em vigor há cerca de 20 anos. A PricewaterhouseCoopers tem contribuído ao longo dos últimos anos à divulgação destas novas normas, e com a publicação de mais este documento fazemos votos para que ele se torne num auxiliar importante para todos aqueles que no dia a dia terão de lidar com estas alterações. Hermínio Afonso Os ventos da harmonização contabilística que têm vindo a soprar, com mais ou menos força, em todos os continentes, com a União Europeia a assumir-se como um pólo catalisador e integrador dos trabalhos do IASB, passaram também por Portugal, provocando uma profunda transformação no reporting financeiro através da adopção das normas IAS/IFRS pelas empresas cotadas e, agora, pela aplicação do Novo Sistema de Normalização Contabilística. Este processo de mudança, elevou o grau de desenvolvimento e sofisticação do relato financeiro, através da introdução, na preparação das demonstrações financeiras, de conhecimentos e técnicas que até aqui pertenciam ao domínio dos analistas financeiros. Miguel Marques PricewaterhouseCoopers SNC Pocket Guide 2010 2

Índice Introdução NCRF 1 Estrutura e Conteúdo das Demonstrações Financeiras NCRF 2 Demonstração de Fluxos de Caixa NCRF 3 Adopção Pela Primeira Vez das NCRF NCRF 4 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros NCRF 5 Divulgação de Partes Relacionadas NCRF 6 Activos Intangíveis NCRF 7 Activos Fixos Tangíveis NCRF 8 Activos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas NCRF 9 Locações NCRF 10 Custos de Empréstimos Obtidos NCRF 11 Propriedades de Investimento NCRF 12 Imparidade de Activos NCRF 13 Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas NCRF 14 Concentrações de Actividades Empresariais NCRF 15 Investimentos em Subsidiárias e Consolidação 4 5 8 9 10 11 13 15 17 18 19 20 21 23 25 26 PricewaterhouseCoopers SNC Pocket Guide 2010 3

NCRF 16 Exploração e Avaliação de Recursos Minerais NCRF 17 Agricultura NCRF 18 Inventários NCRF 19 Contratos de Construção NCRF 20 Rédito NCRF 21 Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes NCRF 22 Contabilização dos Subsídios do Governo e Divulgação de Apoios do Governo NCRF 23 Os efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio NCRF 24 Acontecimentos Após a Data do Balanço NCRF 25 Impostos Sobre o Rendimento NCRF 26 Matérias Ambientais NCRF 27 Instrumentos Financeiros NCRF 28 Benefícios dos Empregados NI 1 Consolidação - Entidades de Finalidades Especiais NI 2 Uso de Técnicas de Valor Presente para Mensurar o Valor de Uso Algumas notas comparativas entre o SNC, as IFRS e o POC/DC 28 29 30 31 33 35 38 39 41 42 44 45 47 50 51 53 PricewaterhouseCoopers SNC Pocket Guide 2010 4

Introdução As Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF) que compõem o Sistema de Normalização Contabilística (SNC) constituem uma alteração de paradigma do relato financeiro, com impacto significativo na preparação das demonstrações financeiras e na utilização da informação financeira. O SNC prevê a existência de três níveis de relato (cf. ilustrado no quadro resumo abaixo). Este Pocket Guide aborda a temática das NCRF. (IAS/IFRS) [adoptadas pela UE] (NCRF) (NCRF - PE) [regime simplificado] Contas consolidadas das sociedades com valores mobiliários admitidos à negociação em mercado regulamentado (obrigatoriamente) Contas individuais das sociedades cujas contas consolidadas apliquem as IAS/IFRS (voluntariamente) Contas consolidadas de outras sociedades (abrangidas pelo SNC), (com CLC) (voluntariamente) Contas individuais de entidades que integrem o perímetro de consolidação de quem aplica as IAS/IFRS (com CLC) (voluntariamente) Todas as entidades que não adoptem as IAS/IFRS e que sejam: Sociedades abrangidas pelo CSC; Empresas individuais reguladas pelo Código Comercial; Estabelecimentos Individuais de responsabilidade limitadas; Empresas públicas; Cooperativas; Agrupamentos complementares de empresas e agrupamentos de interesse económico. Entidades que apliquem o SNC mas que não ultrapassem dois dos três limites: Total de balanço 500.000 euros Total de vendas líquidas e outros proveitos 1.000.000 euros Número de trabalhadores: 20 Este Pocket Guide resume os principais critérios de reconhecimento e mensuração requeridos pelas NCRF. A informação encontra-se organizada de acordo com as diferentes normas e resulta de informação retirada das NCRF (constantes do Aviso nº 15655/2009 de 7 de Setembro no seguimento da aprovação do Sistema de Normalização Contabilística pelo Decreto-Lei nº 158/2009 de 13 de Julho), não dispensando a leitura das mesmas. Esta publicação visa transmitir um overview útil a todos os agentes económicos que contactam, das mais variadas formas, com a informação financeira e insere-se no contexto das diversas publicações da PricewaterhouseCoopers sobre as normas internacionais IAS/ IFRS e normativos inspirados nas mesmas, como é o caso do SNC. PricewaterhouseCoopers SNC Pocket Guide 2010 5

NCRF 1 Estrutura e Conteúdo das Demonstrações Financeiras O objectivo da NCRF 1 é o de prescrever as bases quanto à estrutura e conteúdo do balanço, da demonstração dos resultados, da demonstração das alterações no capital próprio e do anexo. A demonstração dos fluxos de caixa será abordada na NCRF 2. O balanço, a demonstração dos resultados, a demonstração dos fluxos de caixa e a demonstração das alterações no capital próprio incluídas nas demonstrações financeiras devem cumprir com o modelo publicado em portaria. A moeda de apresentação das demonstrações financeiras (euro) pode ser arredondada até ao milhar de unidades monetárias. Existe um mínimo de divulgações obrigatórias a ser apresentado no Anexo. As demonstrações financeiras devem divulgar informação comparativa com o período anterior, a menos que uma norma ou interpretação permita ou exija de outra forma. As demonstrações financeiras devem ser identificadas claramente e distinguidas de outros documentos de reporte financeiro. Balanço Podem ser apresentados na face do balanço, linhas de itens adicionais ao modelo publicado em portaria, bem como títulos e subtotais, quando tal apresentação for relevante para uma melhor compreensão da posição financeira da entidade. O Balanço deve apresentar activos correntes e não correntes, e passivos correntes e não correntes a menos que a sua apresentação, baseada em valores líquidos, apresente informação que seja fiável e mais relevante. Um activo deve ser classificado como corrente, quando satisfizer qualquer dos seguintes critérios: Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido, no decurso normal do ciclo operacional da entidade; Seja detido essencialmente para a finalidade de ser negociado; Espera-se que seja realizado num período até doze meses após a data do balanço; ou É caixa ou equivalente de caixa, a menos que lhe seja limitada a troca ou use para liquidar um passivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço. Todos os outros activos devem ser classificados como não correntes. PricewaterhouseCoopers SNC Pocket Guide 2010 6

Um passivo deve ser classificado como corrente quando satisfizer qualquer um dos seguintes critérios: Se espere que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade; Seja detido essencialmente para a finalidade de ser negociado; Deve ser liquidado num período até doze meses após a data do balanço; ou A entidade não tenha um direito incondicional de diferir a liquidação do passivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço. Todos os outros passivos devem ser classificados como não correntes. Demonstração dos Resultados Todos os itens de rendimentos e gastos reconhecidos num período devem ser incluídos nos resultados, a menos que uma norma o exija de outro modo. Podem ser apresentados na face da demonstração dos resultados, linhas de itens adicionais ao modelo publicado em portaria, bem como títulos e subtotais, quando tal apresentação for relevante para uma melhor compreensão do desempenho financeiro da entidade. Uma entidade não deve apresentar itens de rendimento e de gasto como itens extraordinários, quer na face da demonstração dos resultados quer no anexo. Os itens a apresentar na demonstração dos resultados deverão basear-se numa classificação que atenda à sua natureza, podendo, adicionalmente, ser apresentada uma demonstração de resultados em que a classificação dos itens se baseie na sua função dentro da entidade. Quando itens de rendimentos e gastos são materiais, a sua natureza assim como o seu montante devem ser divulgados separadamente. Demonstração das alterações no capital próprio As alterações no capital próprio de uma entidade entre duas datas de balanço reflectem o aumento ou a redução nos seus activos líquidos durante o período. Com a excepção das alterações resultantes de transacções com detentores de capital próprio, agindo na sua capacidade de detentores de capital próprio (tais como contribuições de capital, reaquisições de instrumentos de capital próprio da entidade e dividendos) e dos custos de transacção directamente relacionados com tais transacções, a alteração global no capital próprio durante um período representa a quantia total de rendimentos e gastos, incluindo ganhos e perdas, gerada pelas actividades da entidade durante esse período (quer esses itens de rendimentos e de gastos sejam reconhecidos nos resultados ou directamente como alterações no capital próprio). PricewaterhouseCoopers SNC Pocket Guide 2010 7

Anexo O anexo deve: Apresentar informação acerca das bases de preparação das demonstrações financeiras e das políticas contabilísticas usadas; Divulgar a informação exigida pelas NCRF que não seja apresentada na face do balanço, na demonstração dos resultados, na demonstração das alterações no capital próprio ou na demonstração dos fluxos de caixa; e Proporcionar informação adicional que não seja apresentada na face do balanço, na demonstração dos resultados, na demonstração das alterações no capital próprio ou na demonstração dos fluxos de caixa, mas que seja relevante para uma melhor compreensão de qualquer uma delas. PricewaterhouseCoopers SNC Pocket Guide 2010 8

NCRF 2 Demonstração de Fluxos de Caixa O sucesso, o crescimento e a sobrevivência de uma entidade depende da sua capacidade para gerar fluxos de caixa ou obter os recursos financeiros necessários ao desenvolvimento da sua actividade. A demonstração de fluxos de caixa é uma das principais demonstrações financeiras e apresenta a criação e a utilização de caixa e seus equivalentes por actividade (operacional, de investimento e de financiamento) durante um determinado período de tempo. Fornece aos utilizadores das demonstrações financeiras uma base para avaliar a capacidade da entidade gerar e utilizar os seus fluxos de caixa. As actividades operacionais são as principais actividades produtoras de rédito da entidade e outras actividades que não sejam de investimento ou de financiamento. As actividades de investimento incluem a aquisição e alienação de activos a longo prazo e de outros investimentos não incluídos em equivalentes de caixa. Actividades de financiamento são as actividades que têm como consequência alterações na dimensão e composição do capital próprio e nos empréstimos obtidos pela entidade. Uma entidade deve relatar os fluxos de caixa provenientes de actividades operacionais pelo uso do método directo, pelo qual, são divulgadas as principais classes dos recebimentos e dos pagamentos brutos de caixa. Este método directo proporciona informação que pode ser útil na estimativa de fluxos de caixa futuros. A informação acerca das principais classes de recebimentos brutos (de caixa) e de pagamentos brutos (de caixa) pode ser obtida: (i) a partir dos registos contabilísticos da entidade; (ii) pelo ajustamento de vendas, custo das vendas e outros itens da demonstração dos resultados relativamente a alterações, durante o período, em inventários e em contas a receber e a pagar, relacionadas com a actividade operacional. Uma entidade deve relatar separadamente as principais classes dos recebimentos brutos de caixa e dos pagamentos brutos de caixa provenientes das actividades de investimento e de financiamento. A soma algébrica dos fluxos de caixa operacionais, de investimento e de financiamento é a variação do saldo de caixa e seus equivalentes do período. Transacções significativas que não tenham impacto nos fluxos de caixa (por exemplo, a aquisição de um activo através de locação financeira) não devem ser incluídas na demonstração dos fluxos de caixa devendo ser divulgadas no Anexo. PricewaterhouseCoopers SNC Pocket Guide 2010 9

NCRF 3 Adopção pela Primeira Vez das NCRF Uma entidade deve aplicar esta Norma nas suas primeiras demonstrações financeiras de acordo com as NCRF e deve preparar um balanço de abertura de acordo com as NCRF na data de transição para as mesmas. Este é o ponto de partida da sua contabilização segundo as NCRF e servirá para comparativo nas primeiras demonstrações financeiras de acordo com estas normas. Esta norma estabelece duas categorias de excepções ao princípio de que o balanço de abertura deve estar conforme com cada NCRF: Isenções de alguns requisitos de outras NCRF (opcionais); e Proibições à aplicação retrospectiva de alguns aspectos de outras NCRF (obrigatórias). Isenções Existem certas situações em que a aplicação retrospectiva pode tornar-se difícil ou pode resultar num custo que excede os benefícios de as aplicar. Para esses casos foram criadas isenções, as quais são opcionais, pelo que as empresas têm o direito de optar por uma ou mais das isenções seguintes: Concentrações de actividades empresariais; Justo valor ou revalorização como custo considerado; Benefícios dos empregados; Diferenças de transposição cumulativas; Instrumentos financeiros compostos; A designação de instrumentos financeiros previamente reconhecidos; e Locações. Proibições Esta norma proíbe a aplicação retrospectiva das seguintes matérias (as proibições são mandatórias, não opcionais): Desreconhecimento de activos financeiros e passivos financeiros; Contabilidade de cobertura; Estimativas; e Activos classificados como detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas. As primeiras demonstrações financeiras de acordo com as NCRF de uma entidade devem incluir, pelo menos, um ano de informação comparativa segundo as NCRF e explicar de que forma a transição dos Princípios Contabilísticos Geralmente Aceites (PCGA) anteriores para as NCRF afectou a sua posição financeira, o seu desempenho financeiro e os seus fluxos de caixa. PricewaterhouseCoopers SNC Pocket Guide 2010 10

NCRF 4 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros Políticas contabilísticas A política contabilística a aplicar a determinado item será a que decorrer da norma ou interpretação que especificamente tratar da transacção subjacente a esse item. No entanto, para algumas situações, as normas são omissas ou oferecem sugestões. O órgão de gestão deverá escolher os princípios contabilísticos apropriados, ajuizar quanto ao desenvolvimento e aplicação de políticas contabilísticas que resultem em informação que seja relevante e fiável, que representem com fidedignidade, reflictam a substância sobre a forma, a neutralidade, a prudência e que sejam completas em todos os aspectos materiais. Se não existir normativo, o órgão de gestão deverá considerar a aplicabilidade de requisitos e interpretações das Normas em questões similares e relacionadas. Uma entidade deve seleccionar e aplicar as suas políticas consistentemente para transacções semelhantes, a menos que uma norma ou interpretação especificamente exija ou permita a categorização de itens para os quais possam ser apropriadas diferentes políticas. Se uma norma ou interpretação exigir ou permitir tal categorização, uma política contabilística deve ser seleccionada e aplicada consistentemente a cada categoria. Alterações nas políticas contabilísticas Alterações nas políticas contabilísticas decorrentes da aplicação inicial de uma norma são aplicadas em concordância com as disposições transitórias (se existentes) contidas na norma. Caso não existam disposições transitórias específicas, uma mudança na política contabilística (voluntária ou mandatória) é aplicada retrospectivamente (ou seja, reexpressando valores comparativos), a menos que isso seja impraticável. Alterações nas estimativas contabilísticas O órgão de gestão deve reconhecer prospectivamente o efeito de alterações em estimativas contabilísticas, incluindo os efeitos nos resultados no período que é afectado (o período das alterações e/ou períodos futuros). Quando uma alteração numa estimativa contabilística der origem a alterações em activos ou passivos ou se relacione com um item do capital próprio, ela deve ser reconhecida através do ajustamento da quantia escriturada desse activo, passivo ou item do capital próprio. Erro Podem surgir erros e falhas ou más interpretações da informação disponível. Os erros materiais de períodos anteriores são ajustados retrospectivamente (ou seja, reexpressando valores comparativos), a menos que seja impraticável. O erro e os efeitos da sua correcção são divulgados nas demonstrações financeiras. PricewaterhouseCoopers SNC Pocket Guide 2010 11

NCRF 5 Divulgação de Partes Relacionadas As transacções com partes relacionadas fazem parte das actividades comerciais e de negócios das empresas. Nas demonstrações financeiras de uma entidade, devem incluir-se as divulgações necessárias para chamar a atenção para a possibilidade de a sua posição financeira e os seus resultados terem sido afectados pela existência de partes relacionadas e por transacções e saldos pendentes com as mesmas. São exigidas divulgações relativamente a transacções da entidade com partes relacionadas. Partes relacionadas abrangem: Subsidiárias (e a empresa mãe); Subsidiárias da mesma empresa mãe; Controlo conjunto ( joint ventures ); Associadas; Membros do pessoal chave da gestão da entidade ou da sua empresa mãe (incluindo familiares próximos); Partes que exercem controlo/controlo conjunto/influência significativa sobre a entidade (incluindo familiares próximos); Planos de benefícios de pós-emprego. No entanto, são excluídos, por exemplo, entidades de financiamento e instituições governamentais no curso normal dos negócios da entidade. Os relacionamentos entre empresa-mãe e subsidiárias devem ser divulgados independentemente de ter havido ou não transacções entre essas partes. Uma entidade deve divulgar o nome da empresa-mãe imediata e, se for diferente, o nome da empresa- -mãe controladora final. Se tiver havido transacções entre partes relacionadas, uma entidade deve divulgar a natureza do relacionamento com as partes relacionadas, assim como informação sobre as transacções e saldos pendentes, necessária para a compreensão do potencial efeito do relacionamento nas demonstrações financeiras. No mínimo, as demonstrações devem incluir a quantia das transacções; a quantia dos saldos pendentes; ajustamentos de dívidas de cobrança duvidosa relacionados com a quantia dos saldos pendentes; e os gastos reconhecidos durante o período a respeito de dívidas incobráveis ou de cobrança duvidosa de partes relacionadas. PricewaterhouseCoopers SNC Pocket Guide 2010 12

Os itens de natureza semelhante podem ser divulgados agregadamente, excepto quando divulgações separadas forem necessárias para a compreensão dos efeitos das transacções com partes relacionadas nas demonstrações financeiras da entidade. As divulgações de que as transacções com partes relacionadas foram feitas em termos equivalentes aos que prevalecem nas transacções em que não existe relacionamento entre as partes são feitas apenas se esses termos puderem ser fundamentados. PricewaterhouseCoopers SNC Pocket Guide 2010 13

NCRF 6 Activos Intangíveis Cada vez mais, a capacidade de uma entidade gerar lucros advém de factores que são complementares aos seus activos tangíveis, tais como patentes, marcas, relacionamentos com clientes e software. Estes activos intangíveis raramente eram reconhecidos separadamente numa concentração de actividades empresariais. Há um crescente foco na identificação, no reconhecimento e na mensuração desses activos intangíveis em concentrações de actividades empresariais. Um activo intangível deve ser reconhecido se cumprir com a definição de activo intangível (for identificável, for controlado pela entidade e levar à existência de benefícios económicos futuros) e cumprir com os critérios de reconhecimento (for provável que os benefícios económicos futuros esperados que sejam atribuíveis ao activo fluam para a entidade e o seu custo possa ser fiavelmente mensurado). Um activo intangível satisfaz o critério de identificabilidade quando for separável (i.e. capaz de ser separado ou dividido da entidade e vendido, transferido, licenciado, alugado ou trocado, seja individualmente ou em conjunto com um activo ou passivo relacionado) ou resultar de direitos contratuais ou de outros direitos legais, quer esses direitos sejam transferíveis quer sejam separáveis da entidade ou de outros direitos e obrigações. Aquisições Separadas Activos intangíveis adquiridos separadamente são reconhecidos inicialmente ao custo. O custo compreende o seu preço de compra, incluindo os direitos de importação e os impostos sobre as compras não reembolsáveis, após dedução dos descontos comerciais e abatimentos, e qualquer custo directamente atribuível de preparação do activo para o seu uso pretendido. O preço que uma entidade paga para adquirir separadamente um activo intangível reflecte as expectativas acerca da probabilidade de que os benefícios económicos futuros esperados incorporados no activo irão fluir para a entidade. Activos intangíveis numa concentração de actividades empresariais Activos intangíveis adquiridos numa concentração de actividades empresariais são reconhecidos separadamente se puderem ser fiavelmente mensurados, independentemente de terem sido anteriormente reconhecidos nas demonstrações financeiras da entidade adquirida ou não. Activos intangíveis gerados internamente O processo de geração interna de activos intangíveis está dividido entre a fase de pesquisa e a fase de desenvolvimento. Nenhum activo intangível proveniente de pesquisa deve ser reconhecido. Um activo intangível proveniente de desenvolvimento deve ser reconhecido se, e apenas se, uma entidade puder demonstrar tudo o que se segue: A viabilidade técnica de concluir o activo intangível a fim de que o mesmo esteja disponível para uso ou venda; PricewaterhouseCoopers SNC Pocket Guide 2010 14

A sua intenção de concluir o activo intangível e usá-lo ou vendê-lo; A sua capacidade de usar ou vender o activo intangível; A forma como o activo intangível gerará prováveis benefícios económicos futuros. Entre outras coisas, a entidade pode demonstrar a existência de um mercado para a produção do activo intangível ou para o próprio activo intangível ou, se for para ser usado internamente, a utilidade do activo intangível; A disponibilidade de adequados recursos técnicos, financeiros e outros para concluir o desenvolvimento e usar ou vender o activo intangível; e A sua capacidade para mensurar fiavelmente o dispêndio atribuível ao activo intangível durante a sua fase de desenvolvimento. O dispêndio com um item intangível que tenha sido inicialmente reconhecido como um gasto não deve ser reconhecido como parte do custo do activo intangível em data posterior. Os custos relacionados com muitos activos intangíveis gerados internamente não poderão ser capitalizados e são reconhecidos como custos à medida que vão sendo incorridos. Isto inclui dispêndios de pesquisa e inícios de actividade, dispêndios com actividades de formação, actividades de publicidade e promocionais, dispêndios com a mudança de local ou reorganização de uma entidade no seu todo ou em parte. Os gastos com marcas geradas internamente, listas de contactos, carteira de clientes, títulos de publicação e goodwill também não são reconhecidos como activos intangíveis. Mensuração após reconhecimento Uma entidade deve escolher ou o modelo do custo ou o modelo de revalorização como política contabilística (igual a activos tangíveis). Activos intangíveis são amortizados a menos que tenham uma vida útil indefinida. A quantia depreciável de um activo intangível com uma vida útil finita deve ser imputada numa base sistemática durante a sua vida útil. Um activo intangível tem uma vida útil indefinida quando, baseado numa análise de todos os factores relevantes, não existe limite previsível para o período em que se espera que o activo gere entradas líquidas de caixa para a entidade. Os activos intangíveis com vida útil finita são avaliados para verificação de imparidade quando há indícios de que o activo está em imparidade. Os activos intangíveis com uma vida útil indefinida e os activos intangíveis que ainda não estejam em uso deverão ser testados anualmente, para verificação de imparidade e sempre que haja indícios de imparidade. PricewaterhouseCoopers SNC Pocket Guide 2010 15

NCRF 7 Activos Fixos Tangíveis O custo de um item de activo fixo tangível deve ser reconhecido como activo se, e apenas se for provável que futuros benefícios económicos associados ao item fluam para a entidade e se o custo do item puder ser mensurado fiavelmente. Um item de activo fixo tangível no momento do reconhecimento inicial deve ser mensurado pelo seu custo. Por custo entende-se a quantia de caixa ou seus equivalentes paga ou o justo valor de outra retribuição dada para adquirir um activo no momento da sua aquisição (líquido de descontos e abatimentos), assim como todos os custos atribuíveis à colocação do activo no local e nas condições necessárias para que o mesmo seja capaz de funcionar da forma pretendida (incluindo direitos de importação e os impostos de compra não reembolsáveis) e eventuais custos de desmantelamento no futuro. Alguns exemplos de custos atribuíveis são custos de benefícios dos empregados decorrentes directamente da construção ou aquisição de um item do activo fixo tangível, custos de preparação do local, custos iniciais de entrega e de manuseamento, custos para testes ao correcto funcionamento do activo e custos de instalação e montagem. Se o pagamento de um activo fixo tangível for diferido para além das condições normais de crédito, a diferença entre o equivalente ao preço a dinheiro e o pagamento total é reconhecida como juro durante o período de crédito, a não ser que esse juro seja reconhecido na quantia escriturada do item de acordo com o tratamento alternativo permitido pela NCRF 10 custos de empréstimos obtidos. Os custos de abertura de novas instalações, custos de introdução de um novo produto ou serviço, custos de condução do negócio numa nova localização ou com uma nova classe de clientes, custos de administração e outros custos gerais não são considerados como custos de um item do activo fixo tangível. Os custos subsequentes relacionados com o activo fixo tangível são reconhecidos se cumprirem com o critério do reconhecimento. Após o reconhecimento inicial, uma entidade deve escolher ou o modelo do custo ou o modelo de revalorização como política contabilística e deve aplicar essa política a uma classe inteira de activos fixos tangíveis. Se a quantia escriturada de um activo tangível for aumentada como resultado de uma revalorização, o aumento deve ser creditado directamente ao capital próprio. Contudo, o aumento deve ser reconhecido nos resultados até ao ponto em que reverta um decréscimo de revalorização do mesmo activo préviamente reconhecido em resultados. PricewaterhouseCoopers SNC Pocket Guide 2010 16

Se a quantia escriturada de um activo tangível for diminuída como resultado de uma revalorização, a diminuição deve ser reconhecida nos resultados. Contudo, a diminuição deve ser debitada directamente ao capital próprio com o título de excedente de revalorização até ao limite de qualquer saldo credor no excedente de revalorização com respeito a esse activo. A quantia depreciável de um activo deve ser imputada numa base sistemática durante a sua vida útil. O método de depreciação usado deve reflectir o modelo pelo qual se espera que os benefícios económicos futuros do activo sejam consumidos pela entidade. Os itens dos activos fixos tangíveis podem possuir partes com diferente vida útil. A depreciação é calculada com base na vida útil de cada uma das partes. Existem activos fixos tangíveis que necessitam de ser submetidos a inspecções importantes, de forma regular ao longo da vida útil, como condição de continuarem a operar (por exemplo, as inspecções das aeronaves). Quando cada inspecção importante for efectuada, o seu custo é reconhecido na quantia escriturada do item do activo fixo tangível como substituição, se os critérios de reconhecimento forem satisfeitos. Qualquer quantia escriturada remanescente do custo da inspecção anterior (distinto das peças físicas) é desreconhecida. PricewaterhouseCoopers SNC Pocket Guide 2010 17

NCRF 8 Activos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas Quando um activo não corrente (ou grupo de activos) está disponível para venda imediata no seu estado actual e a sua venda é altamente provável, este deve ser classificado como detido para venda. Uma venda é altamente provável quando há evidência de que a gestão da entidade está empenhada num plano para vender o activo (ou grupo para alienação) e tenha iniciado um programa para localizar um comprador e conclua o plano. Além disso, o activo (ou grupo para alienação) deve ser amplamente publicitado para venda a um preço que seja razoável em relação ao seu justo valor corrente. Deve, ainda, esperar-se que a venda se qualifique para reconhecimento como venda concluída dentro de um ano a partir da data da classificação. Os activos (ou grupos de alienação) classificados como detidos para venda são: (i) mensurados pelo menor valor de entre a quantia escriturada e o justo valor menos os custos de vender; (ii) não são depreciados nem amortizados; e (iii) são apresentados separadamente na face do balanço, sendo os resultados das unidades operacionais descontinuadas apresentados separadamente na demonstração dos resultados. Uma unidade operacional descontinuada é um componente de uma entidade que tenha sido alienada ou esteja classificada para venda e represente uma importante linha de negócios separada ou uma área geográfica operacional; seja parte integrante de um plano coordenado para alienar uma importante linha de negócios separada ou área geográfica operacional; ou seja uma subsidiária adquirida exclusivamente com vista à revenda. Caso uma entidade deixe de classificar um componente de uma entidade como detido para venda, os resultados do componente anteriormente apresentados nas unidades operacionais descontinuadas devem ser reclassificados e incluídos no rendimento das unidades operacionais em continuação para todos os períodos apresentados. As quantias relativas a exercícios anteriores devem ser descritas como tendo sido novamente apresentadas. As operações descontinuadas são apresentadas separadamente na demonstração de resultados e na demonstração de fluxos de caixa. Há requisitos adicionais de divulgação relativamente às operações descontinuadas. PricewaterhouseCoopers SNC Pocket Guide 2010 18

NCRF 9 Locações Uma locação é um acordo pelo qual o locador transmite ao locatário, em troca de um pagamento ou série de pagamentos, o direito de usar um activo por um período de tempo acordado. As locações são um importante meio de financiamento a médio e longo prazo. A contabilização de locações pode ter um efeito significativo sobre as demonstrações financeiras do locatário e do locador. As locações são classificadas como financeiras ou operacionais, tendo em conta a extensão em que os riscos e vantagens inerentes à posse do bem são transferidos para o locatário. Numa locação financeira, os riscos e vantagens inerentes à posse do bem passam para o locatário. Todas as outras locações são consideradas operacionais. Os elementos terrenos e edifícios de uma locação de terrenos e edifícios são considerados separadamente para a finalidade da classificação da locação. A classificação de uma locação como financeira ou operacional depende da substância da transacção e não da forma do contrato. Exemplos de situações que podem normalmente conduzir a que uma locação seja classificada como uma locação financeira são: A locação transfere a propriedade do activo para o locatário no fim do prazo da locação; O locatário tem a opção de comprar o activo por um preço que se espera que seja suficientemente mais baixo do que o justo valor à data em que a opção se torne exercível tal que, no início da locação, seja razoavelmente certo que a opção será exercida; O prazo da locação abrange a maior parte da vida económica do activo ainda que o título de propriedade não seja transferido; No início da locação, o valor presente dos pagamentos mínimos da locação ascende a pelo menos, substancialmente, todo o justo valor do activo locado; e Os activos locados são de uma tal natureza especializada que apenas o locatário os pode usar sem que sejam feitas grandes modificações. Numa locação financeira, o locatário reconhece um activo pela locação bem como a respectiva obrigação. O locatário deprecia o activo. Inversamente, o locador reconhece o activo numa conta a receber por uma quantia igual ao investimento líquido na locação o valor dos pagamentos mínimos da locação a receber pelo locador descontado à taxa de juro implícita na locação e acrescido do valor residual não garantido que reverte para o locador. Numa locação operacional, o locatário não reconhece um activo. O locador continua a reconhecer o activo e a depreciá-lo. Os pagamentos de uma locação operacional são reconhecidos como um gasto para o locatário e como um proveito para o locador numa base linear durante o prazo da locação. PricewaterhouseCoopers SNC Pocket Guide 2010 19