Atividade de Ondas de Gravidade na Estratosfera Terrestre Inferida Através da Técnica de Rádio Ocultação de GPS

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Transcrição:

Atividade de Ondas de Gravidade na Estratosfera errestre Inferida Através da écnica de Rádio Ocultação de GPS Cristiano Max Wrasse, Hisao akahashi, Joaquim Fechine, Jens Wickert, Clezio De Nardin Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INPE São José dos Campos (SP) GeoForschunsZentrum Potsdam - Alemanha Copyriht 005, SBGf - Sociedade Brasileira de Geofísica his paper was prepared for presentation at the 9 th International Conress of the Brazilian Geophysical Society held in Salvador, Brazil, -4 September 005. Contents of this paper were reviewed by the echnical Committee of the 9 th International Conress of the Brazilian Geophysical Society. Ideas and concepts of the text are authors responsibility and do not necessarily represent any position of the SBGf, its officers or members. Electronic reproduction or storae of any part of this paper for commercial purposes without the written consent of the Brazilian Geophysical Society is prohibited. Abstract Neste trabalho são apresentados aluns resultados da atividade de ondas de ravidade na estratosfera sobre a América Latina, inferida através da técnica de rádio ocultação de GPS. Os dados utilizados foram obtidos pelo satélite Challenin Minisatellite Payload (GPS- CHAMP). ambém serão apresentados, a teoria e a metodoloia empreada no cálculo da atividade das ondas de ravidade. Introdução Sabe-se que as ondas de ravidade exercem a maior influência em lara escala na circulação e na estrutura da atmosfera. As ondas de ravidade são consideradas as responsáveis por muitas das variações espaciais (da ordem de aluns quilômetros a dezenas de quilômetros) e temporais (de ~5 min à várias horas) em muitas das variáveis atmosféricas acima da tropopausa. As fontes de eração destas ondas de ravidade incluem fenômenos meteorolóicos como as frentes frias, os sistemas convectivos, vento soprando sobre montanhas entre outros. A maioria destas fontes de eração encontra-se na troposfera (Fritts e Nastrom, 99). Nos trópicos, a eração das ondas de ravidade está associada à convecção, erando randes nuvens do tipo cumulus nimbus. As ondas de ravidade também são responsáveis pelo transporte de eneria e momentum entre a baixa e a média atmosfera sendo uma das responsáveis pelo acoplamento dinâmico entre as camadas da atmosfera. Durante as ultimas décadas, radares de VHF (Very Hih Frequency), de Laser, entre outros instrumentos, tem sido utilizados para caracterizar as ondas de ravidade. Apesar destes instrumentos apresentam boa resolução temporal e espacial a rede destes equipamentos de solo encontram-se muito dispersa para se ter uma cobertura lobal. Desta forma, observações realizadas por satélites são capazes de produzir uma rande cobertura lobal (Wu e Waters, 996), porém não apresentam uma boa resolução espacial. Entretanto, estas medidas podem fornecer uma quantitativa distribuição da atividade das ondas de ravidade. Recentemente, suda et all. (000) utilizou dados do satélite GPS-ME para realizar uma análise lobal da atividade de ondas de ravidade na estratosfera. Assim, no presente trabalho serão apresentados, a teoria, a metodoloia e aluns resultados da atividade de onda de ravidade obtidos a partir dos dados do satélite GPS-CHAMP para a América Latina. eoria do Calculo da Densidade de Eneria das Ondas de Gravidade Flutuações de mesoescala observadas na velocidade do vento e na temperatura aparecem como uma superposição de varias ondas de ravidade com diferentes escalas espacial e temporal. Desta forma, o comportamento das ondas de ravidade é muitas vezes melhor interpretado em termos do espectro como uma função da freqüência da onda e dos números de onda vertical e horizontal m e k. VanZandt (98) investiou o espectro das ondas de ravidade observadas na troposfera e na media atmosfera e encontrou uma universalidade do espectro em relação as estações do ano, altitude e condições eoráficas. Em particular, a freqüência e o numero de onda horizontal do espectro das ondas de ravidade variam, k 5 3, respectivamente. Utilizando perfis da velocidade do vento e da temperatura observados por radares e por radiossondas Fritts e VanZandt (993) descrevem a eneria do espectro para as perturbações na velocidade do vento e na temperatura causadas pelas ondas de ravidade, como um produto de funções separadas em, m e dada pela seuinte expressão: Com, 5 3 E,, E 0 A B () A A 0 B B 0 p Onde, m m e m z. z e m são respectivamente, o comprimento de onda vertical e o numero de onda característico e é o anulo azimutal indicando a direção de propaação da onda. O parâmetro s s t e () (3)

AIVIDADE DE ONDAS DE GRAVIDADE NA ESRAOSFERA E 0 representa a eneria total das ondas de ravidade por unidade de massa, enquanto A 0 e B 0 são os parâmetros normalizados para o numero de onda vertical e para o espectro de freqüência, A e B. A função representa a anisotropia das ondas de ravidade. A densidade de eneria E 0, que pode ser utilizada para medir a atividade de ondas de ravidade, é definida por (Allen and Vincent, 995; suda et al., 000): E 0 E k E p u ' v ' w ' N Onde E k e E p representam as enerias cinética e potencial por unidade de massa, respectivamente. Estas enerias podem ser reescritas da seuinte forma: E, ' (4) E k u ' v ' w ' (5) E p N N d dz ' (6) C p (7) Os termos u', v' e w' representam as componentes perturbadas da velocidade do vento, nas direções zonal, meridional e vertical, respectivamente; e a aceleração devido a ravidade; N e a freqüência de Brunt-Väisälä; e ' são as componentes media e perturbada da temperatura; C p é o calor especifico à pressão constante do ar seco. De acordo com a teoria linear das ondas e ravidade, a razão entre a eneria cinética e potencial torna-se constante, portanto é possível estimar E 0 apenas a partir das observações da temperatura (suda et al., 000). Desta forma, o calculo da eneria potencial depende principalmente da estimativa da flutuação da temperatura causada pelas ondas de ravidade. Metodoloia para Determinar a Atividade de Ondas de Gravidade Para o calculo da eneria potencial, E p, é necessário conhecer, além do perfil de temperatura, o perfil da flutuação da temperatura, a variância da flutuação e a freqüência de Brunt-Väisälä. O perfil da temperatura atmosférica, z, pode ser considerado como sendo formado pela temperatura básica, z,e pela componente da flutuação, ' z. A flutuação da temperatura é então obtida aplicando-se um filtro passa-alta com uma freqüência de corte de 0 km. Procedimentos semelhantes foram realizados nas analises de perfis dos parâmetros atmosféricos obtidos por fouetes (e. Eckermann et al., 994). A freqüência de Brunt-Väisälä ao quadrado, N, também pode ser determinada através da diferenciação do perfil de temperatura em ralação a três alturas adjacentes. A variância da flutuação da temperatura, determinada através da seuinte relação: ' z max ' dz z max min zmin z ', é Onde, z max e z min representam o topo e a base da reião onde é realizado o calculo a eneria potencial. A Fiura -A apresenta um exemplo de um perfil de temperatura obtido pelo satélite GPS-CHAMP na reião nordeste do Brasil (-4,05 o S, -34,05 o O) no dia 7/08/004 em torno das 3:6 U. Note que o perfil de temperatura foi filtrado com um filtro passa-baixa para a remoção do ruído. Na Fiura -B é apresentada a flutuação da temperatura determinada através da filtraem do perfil de temperatura com um filtro-passa alta (com uma freqüência de corte de 0 km). A Fiura -C apresenta o perfil da freqüência de Brunt-Väisälä, N, ao quadrado, obtido a partir do perfil de temperatura (Fiura -A). Como é de se esperar, o valor de N é pequeno na troposfera e apresenta um aumento abrupto na altura da tropopausa, enquanto que valores maiores são observados na reião da estratosfera (~ 7 a 35 km de altura). Na Fiura -D é apresentado um perfil da eneria potencial, E p, entre 0 e 35 km de altitude. Observa-se que os valores de E p apresentam os maiores valores entre 5 e 30 km, variando entre ~ e 6 J k. Resultados e Discussões Utilizando a metodoloia descrita na seção anterior é possível calcular a distribuição da Eneria Potencial ( E p ) para qualquer reião de interesse. Devido à órbita polar realizada pelo satélite GPS-CHAMP os perfis de temperatura são obtidos lobalmente. A Fiura -A apresenta o mapa de rádio ocultações ocorridas na América do Sul durante o outono de 004 (entre fevereiro e maio de 004). Cada ponto do mapa representa um perfil de temperatura obtido através da técnica de rádio ocultação. A Fiura -B apresenta a distribuição da eneria potencial, calculada para este período. Nota-se que as reiões com cores em verde e amarelo apresentam maiores valores de eneria potencial e, por conseqüência, uma maior atividade de ondas de ravidade entre 0 e 30 km de altura. Observase também que a reião de maior atividade de ondas de ravidade está distribuída ± 0 o em torno do equador. Outras reiões isoladas com maior eneria potencial podem ser notadas A Fiura -C apresenta a distribuição da temperatura na tropopausa. Observa-se que as menores temperaturas em torno de 80 a 90 k na altura da tropopausa concentram-se em torno de ± 0 o em torno do equador. (8)

AUHORS (50 LEERS MAXIMUM. FON: ARIAL, 9) 3 Nota-se um aumentando desta temperatura, em torno de 00 a 30 K, para latitudes maiores de 30 o S. Por outro lado, a Fiura -D apresenta a distribuição da altura da tropopausa para esta reião. Observa-se que a altura maior da tropopausa está localizada em torno de ± 30 o em torno do equador, variando entre 4 e 9 km de altura. Nesta reião nota-se que a temperatura é menor (Fiura -C). Acima de 30 o S, observa-se que a altura da tropopausa varia entre 8 e 4 km de altura. Nesta mesma reião observam-se temperaturas maiores para a reião da tropopausa. Os resultados da temperatura e da altura da tropopausa estão de acordo com as observações realizada por rádio sondaens que mostram uma altura da tropopausa maior no equador e menor à medida que se aproxima dos pólos. O inverso ocorre com a temperatura na altura da tropopausa, onde ocorre uma menor temperatura em torno do equador e maiores temperaturas próximas aos pólos. Sumário A partir dos perfis de temperatura obtidos pelo satélite GPS-CHAMP foi possível determinar a atividade de ondas de ravidade na reião da estratosfera terrestre. Os resultados apresentados mostram que esta é uma técnica muito útil para o monitoramento lobal da atividade de ondas que ravidade na baixa atmosfera. Referências Allen, S. J.;Vincent, R. A. Gravity-Wave Activity in the Lower Atmosphere - Seasonal and Latitudinal Variations. Journal of Geophysical Research-Atmospheres, v.00, n.d, p. 37-350, JAN 0 995. Eckermann, S.D.; Hirota, I.; Hockin, W. K.; Gravity wave and equatorial wave morpholoy of the stratosphere derived from lon-term rocket soundin. Q. J. R. Meteorol. Soc.,, 49-86,994. Fritts, D. C.; Nastrom, G. D. Sources of Mesoscale Variability of Gravity-Waves.. Frontal, Convective, and Jet-Stream Excitation. Journal of the Atmospheric Sciences, v.49, n., p. -7, JAN 5 99. Fritts, D. C.;Vanzandt,. E. Effects of Doppler Shiftin on the Frequency-Spectra of Atmospheric Gravity-Waves. Journal of Geophysical Research-Atmospheres, v.9, n.d8, p. 973-973, AUG 0 987. suda,.;nishida, M.;Rocken, C.;Ware, R. H. A lobal morpholoy of ravity wave activity in the stratosphere revealed by the GPS occultation data (GPS/ME). Journal of Geophysical Research-Atmospheres, v.05, n.d6, p. 757-773, MAR 7 000. Vanzandt,. E. A Universal Spectrum of Buoyancy Waves in the Atmosphere. Geophysical Research Letters, v.9, n.5, p. 575-578, 98. Wu, D. L.;Waters, J. W. Satellite observations of atmospheric variances: A possible indication of ravity waves. Geophys. Res. Lett., v.3, n.4, p. 363-3634, 996. Fiura (A) Perfil vertical de temperatura observado no dia 7/08/004 na reião nordeste do Brasil (-4,05 o S, -34,05 o O) em torno das 3:6 U. (B) Perturbação da temperatura. (C) Freqüência de Brunt-Väisälä ao quadrado e (D) perfil de eneria potencial E p.

AIVIDADE DE ONDAS DE GRAVIDADE NA ESRAOSFERA (A) (B) (C) (D) Fiura (A) Número de rádio ocultações ocorridas durante o outono de 004. (B) Eneria potencial entre 0 e 30 km de altura. (C) emperatura na ropopausa. (D) Altura da ropopausa.