Persistem condições precárias na educação

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Transcrição:

Persistem condições precárias na educação A garantia de educação pública de qualidade é um dos slogans mais utilizados por administrações públicas. E muitos deles, como os gestores da prefeitura de Curitiba, não poupam esforços em gastar dinheiro com propagandas para convencer a população disso. Mas você sabe realmente em que condições estão aqueles que são responsáveis pela educação do seu filho (a), sobrinho (a), neto (a), afilhado (a)? Violência dentro das escolas, jornadas de trabalho superextensas e baixa remuneração, são alguns dos problemas com os quais professores, auxiliares de serviços escolares (inspetores), agentes administrativos entre outros trabalhadores da educação tem de enfrentar no dia-a-dia. Diante destas dificuldades, estes profissionais acabam adoecendo em ritmo cada vez maior e acabam se obrigando a trabalhar mesmo em tratamento para depressão, transtornos mentais e problemas físicos. Dentre os trabalhadores que mais sofrem com esta situação estão os auxiliares de serviços escolares (inspetores). Estes profissionais são fundamentais na educação das crianças, pois exercem atividades importantes dentro das escolas e cmei s, organizando, orientando e cuidando do trabalho burocrático, sendo figuras exemplares. Sem estes trabalhadores, a educação não funcionaria em Curitiba. Investir em educação deve ser mais do que construir novos equipamentos públicos ou gastos com propaganda. Afinal, a peça-chave e principal promotor da educação é aquele que faz o serviço público, ou seja, o trabalhador. A transformação dessa realidade passa também pela exigência da sociedade pela valorização dos trabalhadores da educação. Confira mais Mais publicidade do que creches em Curitiba P. 2 Trabalhadores de escola estão desvalorizados P. 3 Segurança é motivo de preocupação em escolas e cmei s P. 4

de verdade 2 Mais publicidade do que creches em Curitiba Levantamento realizado pelo Ministério Público, em 2009, aponta que Curitiba tem um sério problema de falta de vagas no ensino infantil. Segundo a instituição, faltariam mais de 40 mil vagas nas creches ou cmei s da cidade. Só de demandas não atendidas, isto é, pais que pediram matrícula e não conseguiram, são mais de 12 mil. Se for considerada a população entre 0 e 5 anos em 2007, em Curitiba, que somava 180 mil crianças, e comparar com as 36 mil vagas ofertadas pelo município, chega-se à conclusão que o problema é grave. Além disso, quase metade dos bairros de Curitiba não conta com cmei s. Dos 75 bairros da Anúncio cidade, apenas 33 contam com o equipamento. O levantamento de creches por bairro foi feito a partir dos dados divulgados no site da prefeitura. Se a construção de novas unidades e contratação de mais funcionários para atender esta demanda não é prioridade para a atual gestão da prefeitura de Curitiba, o mes- publicitário da prefeitura de Curitiba publicado em jornal de Cascavel. Com que objetivo? mo não pode ser dito sobre a publicidade. De acordo com a Lei Orçamentária Anual (LOA), serão destinados para esta área o equivalente a R$ 27 milhões, 16% a mais do que os investimentos feitos para reduzir o problema da falta de vagas em creches. Com a palavra, os servidores Somos marginalizados na prefeitura. Temos carga horária de 8 horas, recebemos pouco pelo que fazemos. Estamos sobrecarregados, além de ter que fazer hora extra para suprir a falta de inspetores, temos profissionais que já estão afastados por problemas de saúde e mesmo assim tem que vir para a escola trabalhar. Merecemos valorização e melhores salários. Luzinei Falavinha Ramos, auxiliar de serviços escolares, Escola Municipal Omar Sabbag A sensação de insegurança é muito grande. Está gerando medo e paranóia no pessoal de que podem entrar na sala de aula a qualquer momento e ameaçar os funcionários. Há servidores que estão passando mal devido à angústia. Claudinei Duarte de Lima, professor, Escola Municipal Ayrton Senna A comunidade não respeita o funcionário, temos que abaixar a cabeça porque a chefia não faz nada, não somos valorizados em momento algum inclusive no salário. Já até tive pressão alta e glicose alterada por causa de excesso de trabalho, tive que sair da escola onde eu estava para manter a minha saúde em dia. Rosemeire Aparecida Barbieri dos Santos, inspetora, Escola Municipal Francisco Derosso Expediente - Informativo do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc) Localização: rua Monsenhor Celso, 225, 9º andar. CEP 80010-150 / Fone/Fax.: (41) 3322-2475. E-mail: sismuc@sismuc.org.br. Página: www.sismuc.org.br. Tiragem: 10.000 exemplares - Jornalista Responsável: Guilherme Gonçalves (MTb 3238) - Colaboração: Viridiana Saldanha Revisão: Alessandra Cláudia de Oliveira (Secretaria de Imprensa e Comunicação)

3 Trabalhadores de escola estão desvalorizados Trabalhadores da educação de escola municipais de Curitiba, conhecidos como funcionários de escolas, são uma das categorias mais desvalorizadas atualmente pela prefeitura. Eles trabalham 8 horas diárias em uma jornada desgastante e têm um piso salarial de R$ 607,46 sendo um dos menores da PMC. O que é contrastante visto que Curitiba tem o 5 maior orçamento do país. O piso reivindicado é de R$ 1.312,67, conforme estabelecido pelo movimento nacional dos profissionais em educação. No governo do estado já houve mudanças. A carreira dos auxiliares de serviços escolares passou por uma grande transformação. A lei 12.014/09 que altera o Art. 61 da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) estabelece que todos os funcionários de escola se tornem profissionais da educação, por meio de um curso profissionalizante (PROfuncionário). Assim, no estado do Paraná estes trabalhadores já contam com um piso mínimo de R$ 1.024,00. A revisão desta situação foi assumida como compromisso pela gestão da prefeitura, em negociação realizada no dia 19 de março, mas até o momento não houve retorno. Por este motivo, a categoria tem se mobilizado e pede o apoio da população nesta campanha. Ligue no 156 e declare seu apoio à campanha destes servidores municipais. Muitos alunos, várias atribuições e poucos inspetores Os trabalhadores da educação atuam como auxiliares administrativos nas escolas, organizando documentos e atendendo a comunidade na secretaria das escolas. Em alguns momentos são enfermeiros, garantindo os primeiros socorros às crianças que se acidentam. Também atuam como professores nas salas de aula, quando estes profissionais precisam se ausentar em dias de chuva ou quando ficam doentes. Os auxiliares também são psicólogos, atendendo crianças que têm dificuldade de adaptação no ingresso escolar e em conflitos entre alunos. Não é raro também vê-los assumindo o papel de telefonistas, atendendo chamadas telefônicas. Eles também são educadores, pois trocam fraudas e dão banho nos alunos das escolas especiais As escolas de Curitiba já chegaram a contar com um inspetor para 150 crianças. Depois de várias mobilizações da categoria e solicitações em mesas de negociação, esse índice diminuiu para 90 crianças, devido à contratação de mais servidores. Essa relação ainda é desigual e traz riscos às crianças e aos servidores, pois é praticamente impossível um adulto cuidar de tantas crianças (de 5 a 11 anos) ao mesmo tempo. Além disso, há problemas estruturais nas escolas para se garantir o atendimento adequado.

4 Segurança é motivo de preocupação de pais, alunos e professores A segurança de profissionais da educação, pais e alunos das escolas vem sendo motivo de preocupação. Arrombamentos, roubos de equipamentos e violência dentro dos estabelecimentos onde deveria haver apenas ensino, assustam pais, alunos e trabalhadores. Infelizmente, estes fatos têm se tornado cada vez mais comuns e exigem providências imediatas da administração municipal. No final do mês de agosto alguns locais vivenciaram um pouco desta dura realidade. Na escola Ayrton Senna os arrombamentos e roubos de equipamentos são constantes. Na última tentativa de roubo, ladrões tentaram entrar na escola. Uma viatura da guarda municipal que fazia a ronda passou pelo local naquele momento e fez a abordagem. O resultado foi um tiroteio que deixou 12 marcas de bala nas paredes da escola. Um dia antes uma aluna foi assaltada em frente à escola, quando chegava para a Porta arrombada na Escola Municipal Ayrton Senna aula, à tarde. Os bandidos levaram seu celular. Uma das constatações possíveis é de que o serviço da empresa terceirizada contratada para fazer a vigilância das escolas não consegue dar conta do trabalho. O fato do sistema de alarme da G5 (empresa terceirizada pela prefeitura) não ter sido acionado, apesar dos tiros, é uma prova de que há falhas, diz Juliano Soares, diretor do Sismuc. No cmei Vila Formosa ladrões arrombaram o local e levaram computadores. Apesar de acionarem os alarmes da empresa contratada para fazer o serviço, os seguranças não conseguiram chegar a tempo de fazer a abordagem. O prejuízo é também em relação ao trabalho que vinha sendo desenvolvido pelos trabalhadores, pois vários arquivos importantes estavam nas máquinas e não serão mais recuperados. Em outro caso, no cmei Pantanal, no Boqueirão, dois pais de alunos se agrediram no corredor, enquanto os alunos entravam para a aula, pela manhã. A situação deixou a todos assustados e preocupou os trabalhadores da educação do cmei, não só pelo exposição ao risco, mas também pelas crianças, que acabaram vivenciando o fato. Não só os funcionários e pais também ficaram indignados com aquela situação muito desagradável para todo mundo, conta uma das servidoras. Os prejuízos à educação escolar iniciada aos 5 anos de idade Há alguns meses o Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil (MIEIB) chamou a atenção da sociedade para a tramitação de um projeto de lei na Câmara de Deputados PLC 6755/10, do senador Flávio Arns (PSDB-PR). Esse projeto propõe alterações à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), determinando que a matrícula no Ensino Fundamental, hoje obrigatória aos 6 anos, seja antecipada para os 5 anos de idade. Houve uma ampla mobilização da sociedade brasileira, coordenada pela Rede Nacional Primeira Infância, tendo sido realizadas duas audiências públicas em Brasília para discussão dessa matéria. Este projeto de lei, ao retirar um ano da pré-escola, sem ampliar o tempo destinado ao Ensino Fundamental, reduz o direito à escolaridade das crianças brasileiras, ferindo a legislação vigente. Além desse aspecto legal, desconsidera a concepção de infância e de criança presente no campo da Pedagogia, ignora as especificidades do desenvolvimento infantil e parece desconhecer a realidade da educação pública brasileira. A partir de 2006 a legislação passou a determinar o ingresso das crianças de 6 anos no Ensino Fundamental, propondo a implementação de um novo projeto educacional, visando superar o fracasso nos anos iniciais da escolaridade. Os índices educacionais, divulgados de forma recorrente pela imprensa, evidenciam as dificuldades enfrentadas pelas crianças de 6 e 7 anos em seu processo de alfabetização. Este novo Ensino Fundamental não se efetivou plenamente e nem pode, ainda, ser avaliado.