PERFIL DAS GESTANTES ATENDIDAS EM UM HOSPITAL DE MÉDIO PORTE NO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA/RS 1 WACHHOLZ, A 5 ; ARGENTA. F²; BERGER, D²; COSTA. P²; DIAZ. C³; NICOLA,G.D.O 4 ; SEBALHOS, A²; SEIXAS, L². ¹Trabalho realizado na disciplina de Desenvolvimento Profissional V do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano UNIFRA. ²Acadêmicos do Curso de Enfermagem.Centro Universitário Franciscano UNIFRA. Santa Maria, RS, Brasil. ³Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Docente do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano- UNIFRA. 4 Acadêmica do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil. Membro do GEPESES. 5 Relatora. Acadêmicos do Curso de Enfermagem.Centro Universitário Franciscano UNIFRA. Santa Maria, RS, Brasil. E-mail: glaucianicola@hotmail.com; cmgdiaz@bol.com.br RESUMO Este trabalho desenvolvido no decorrer da disciplina de Desenvolvimento Profissional V, do 5 semestre do Curso de Enfermagem UNIFRA tem como tema principal a Gestação, que é um momento único na vida de uma mulher, no qual está sendo gerado um novo ser, singular, que modificará a vida desta mulher e da família para sempre. No decorrer deste estudo, procuramos identificar o perfil das gestantes que procuram atendimento na Maternidade de um hospital de médio porte no município de Santa Maria/RS para assim, propiciar subsídios a fim de prevenir e intervir sobre as condições de saúde materno-fetais. Para a realização deste estudo descritivo exploratório com abordagem quali-quantitativa, foram coletados dados dos livros de registro de atendimento da referida unidade, referentes ao período de 13 de agosto a 13 de setembro de 29. Foram atendidas 118 gestantes com idades ente 13 aos 4 anos, sendo que 46 foram encaminhadas ao hospital de grande porte, referência para o alto risco, devido a possíveis complicações materno-fetais. Foram realizados 48 partos vaginais e 23 partos cesáreos e um atendimento pós-aborto provocado. Observou-se que dentre estes nascidos-vivos, 28 foram do sexo masculino e 48 do sexo feminino. Este perfil comprova a grande demanda de atendimento gravídico-puerperal e ao recém-nascido, no qual ressaltamos a necessidade de profissionais da saúde capacitados, entre eles, os enfermeiros que têm um papel fundamental desde no atendimento pré-natal, parto e puerpério, para assim evitar várias complicações tanto na saúde da mãe como do bebê. Palavras-chave: gestação. Parto. Perfil. 1. INTRODUÇÃO O olhar da enfermagem abrange um conjunto de conhecimentos que perpassam aos procedimentos clínicos, incluindo o cuidado humanizado e educativo para promover a saúde. A equipe de enfermagem deve comprometer-se com essa assistência no sentido de propiciar um cuidado adequado as necessidades individuais e familiares, incluindo a saúde materno-infantil. A atenção à mulher na gravidez, parto e no pós-parto deve incluir ações de prevenção e promoção da saúde, além de diagnóstico e tratamento adequado dos problemas que ocorrem neste período. Uma atenção pré-natal e puerperal de qualidade e humanizada é fundamental para a saúde materna e neonatal (BRASIL, 25). Para Oliveira (25) no Brasil, existe uma associação entre educação materna, renda familiar e acesso aos serviços de saúde. De cada quatro mulheres sem instrução ou com menos de um ano de estudo, apenas uma faz pré-natal. Entre a população de baixa renda, esse número atinge mais da metade das gestantes e as sujeitas a um risco maior de nascimento de crianças de baixo-peso são as que menos recebem assistência. 1
Assim, conhecer o perfil da clientela assistida é fundamental para oferecer uma assistência integral, humanizada e de qualidade, bem como facilitar a organização da prática assistencial pautada em intervenções individuais, de acordo com a realidade e a necessidade de cada mulher e seu contexto familiar. O hospital de médio porte é referência para gestantes de baixa renda despertando em nós, acadêmicos do 5 semestre do curso de enfermagem, a curiosidade em realizar este estudo. Considerando a relevância da temática em questão, justifica-se a importância desse estudo que possui como questão norteadora, o perfil das gestantes que procuram a instituição, incluindo subsídios mínimos conforme estabelece o Ministério da Saúde (BRASIL, 25), e tem como objetivo Identificar o perfil das gestantes que procuram atendimento na maternidade do hospital de médio porte, verificar a idade, número de gestações, pré-natal e tipo de parto das gestantes; observar o grau de risco e encaminhamentos a hospitais de referência; analisar o perfil das gestantes por meio dados coletados em relação ao contexto familiar e sócio-econômico.esta pesquisa apresentará dados epidemiológicos das mulheres que procuram atendimento no pré-natal, parto e puerpério que servirão de base para discussões acadêmicas e profissionais. 2. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa descritiva exploratória, com abordagem qualiquantitativa, que seguirá a linha de pesquisa Educação, Cuidado e Ética na Saúde, do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Saúde GIPES, do Centro Universitário Franciscano. Gil (26) relata que a pesquisa descritiva tem como objetivo primordial à descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis, da mesma forma, Cervo e Bervian (22) relatam que pesquisa descritiva procura descobrir, com precisão possível, a freqüência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e características. Já a pesquisa exploratória segundo o mesmo autor tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. Da mesma forma, Cervo e Bervian (22) relatam que a pesquisa exploratória realiza descrições precisas da situação e quer descobrir as relações existentes entre os elementos componentes da mesma. O estudo foi desenvolvido em um Hospital de médio porte, com informações dos livros de registro das gestantes que procuraram atendimento nesta instituição. O estudo compreendeu o período de prática da disciplina de Enfermagem em Saúde Materna, no segundo semestre letivo de 29. Os dados foram coletados por meio dos livros de registros da Maternidade do Hospital de médio porte, a partir de um formulário contendo os itens necessários para traçar o perfil dessas gestantes, tais como: idade, número de gestações, pré-natal, tipo de parto, alterações e encaminhamentos, entre outros. A análise qualiquantitativa foi baseada nos resultados estatísticos, contrapondo com a literatura sobre o tema abordado. Para Gil (26), a estatística é um tipo de análise dinâmica e holística, no qual pesquisador faz parte do estudo e usa observação estruturada para obtenção dos dados. As questões éticas foram relevantes para desenvolver esse estudo, visando não correr o risco de invalidar a pesquisa, com o termo de confidencialidade e a autorização da instituição envolvida, pois se trata de uma pesquisa científica, assegurando o sigilo e o anonimato aos sujeitos, tomando cuidados para a não manipulação dos dados (BRASIL, 1996). 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES A seguir será apresentado o perfil das gestantes, que procuram atendimento na maternidade do Hospital de médio porte no período de 13 de agosto á 13 de setembro de 29. 2
FIGURA 1 Perfil das Gestantes Atendidas na Maternidade No Gráfico 1, podemos observar o perfil das 118 gestantes que procuraram a Maternidade do Hospital de médio porte, e suas faixas etárias. A prevalência ocorreu em mulheres adolescentes, entre 13 aos 2 anos gesta I/, tendo a idade gestacional geral desta coleta a partir de 33 semanas até 4 semanas. Todas as gestantes foram avaliadas nesta maternidade, dentre elas 46 foram encaminhadas ao Hospital de grande porte pelos motivos: Diabetes, Hipertensão, dor lombar, perda de liquido, DBV, BCF, BCF.Ao total de avaliações foram 162 consultas durante este período, dentre os quais muitas gestantes foram mais de uma vez ao mês consultar. Na maioria dos casos, o motivo das consultas foram dúvidas, DBV, informações sobre o parto cesárea, perda de liquido, colo dilatado, contrações, dinâmica uterina leve, ausculta do feto (BCF), dentre outros. De acordo com o Ministério da Saúde (25), uma atenção pré-natal e puerperal qualificada e humanizada se dá por meio da incorporação de condutas acolhedoras e sem intervenções desnecessárias; do fácil acesso e encaminhamentos a serviços de saúde de qualidade, com ações que integram todos os níveis da atenção: promoção, prevenção e assistência à saúde da gestante e do recém-nascido, desde o atendimento ambulatorial básico ao atendimento hospitalar para alto risco. Baseando-se nisso, se enfatiza a importância de informações coerentes a gestante, pela equipe de enfermagem, bem como uma atenção especial ao seu estado gestacional, o qual gera muitas dúvidas e incertezas, e que a sensibliza. Para Zampieri et al (27, p.37): Um dos fatores primordiais na assistência pré-natal é acolher a mulher desde o início da gravidez, valorizando as queixas, medos, dúvidas e necessidades e propiciando o compartilhamento de conhecimentos sobre gravidez e o seu corpo...``. FIGURA 2 Tipos de Atendimento às Gestantes na Maternidade 3
Número de Recém nascidos Promovendo Saúde na Contemporaneidade: Entre os 72 partos realizados, conforme ilustra o Figura 2, um corresponde a casos de aborto provocado, 23 cesáreas e 48 partos vaginais (parto normal), aparecendo como principal tipo de parto. Esta incidência maior de partos vaginais, talvez ocorra em função de que o Ministério da Saúde, na tentativa de reduzir as taxas de cesárea estabeleceu limites para sua realização nos hospitais públicos. Os fatores que influenciam nos índices de cesarianas estão a forma de remuneração do parto, a falta de desconhecimento e preparo das mulheres para o parto normal (BRASIL, 25). Sabe-se que o parto cesáreo é uma alternativa médica usada em situações em que as condições materno-fetais não favorecem o parto vaginal; sendo, portanto, uma prática considerada de uso criterioso (CARNIEL, ZANOLLI e MORCILLO, 27). Sendo assim, o tipo de parto pode proporcionar o aparecimento de riscos e benefícios, complicações e repercussões futuras na vida da mãe e bebê. Ao profissional que acompanha o período gravídico-puerperal, cabe também o papel relevante da orientação e informação (BRASIL, 21). Novamente, salientamos a importância das informações as gestas, o esclarecimento sobre as etapas da gestação, desde o início- as mudanças físicas e psicológicas- até o instante do parto,bem como o tipo a ser realizado, de acordo com as condições do binômio. FIGURA 3 Sexo dos Recém-Nascidos na Maternidade Recém Nascidos 5 4 3 2 28 44 Sexo Masculino Sexo Feminino 1 Sexo O sexo do bebê, trás grande expectativa para as futuras mamães, inclusive para toda sua família e também em seu meio social. Dos 72 partos realizados na maternidade do Hospital de médio porte, 28 recém nascidos eram do sexo masculino, enquanto 44 correspondem ao sexo feminino. Mas, independente disso, segundo Barros, Marin e Abrão(22), os cuidados ao RN devem ser prestados com base na ética e princípios humanísticos. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante o desenvolvimento da disciplina de desenvolvimento profissional V, do 5 semestre no Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano, tivemos a oportunidade de ampliar conhecimentos sobre os dados estatísticos das gestantes que são atendidas no hospital de médio porte de Santa Maria, RS. Este estudo requer, de nós futuros profissionais enfermeiros, não só o conhecimento bibliográfico, teórico ou técnico, mas também aprimoramento na habilidade e sensibilidade em trabalhar de forma integral com o paciente e seus familiares, abrangendo aspectos psicológicos, esclarecendo incertezas. Diante dos dados estatísticos, torna-se de suma importância conhecer o perfil das gestantes, para que se possa desenvolver um atendimento mais amplo e qualificado para um melhor resultado no cuidado com a puerpéra e o recém-nascido, ressaltando a importância de levar apoio, segurança, informações e orientações adequadas a esta nova família que esta sendo composta. 4
Deste modo, as atividades realizadas no transcorrer da disciplina nos proporcionaram crescimentos como acadêmicos e futuros profissionais da área da saúde reafirmando assim, o compromisso do enfermeiro com as gestantes, puérperas e o recém nascido. REFERÊNCIAS BARROS, S. M. O.; MARIN, H. F.; ABRÃO, A. C. F. V. Enfermagem obstétrica e ginecológica: guia para prática assistencial. São Paulo: Roca, 22. BRASIL. Resolução nº 196/96. Pesquisa em seres humanos. Revista Bioética. p. 36-8, Abr.-Jun. 1996.. Ministério da Saúde. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher. Brasília (Brasil): Área Técnica de Saúde da Mulher; 21. p. 32-37.. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-Natal e Puerpério: atenção qualificada e humanizada. Manual Técnico. Brasília: Ministério da Saúde, 25. CARNIEL, E.F.; ZANOLLI, M.L.; MORCILLO, A.M. Fatores de risco para indicação do parto cesáreo em Campinas (SP). Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 27 jan; 29 (1): 34-4. CERVO, A.L.; BERVIAN, P.A. Metodologia Científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 22. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5ª edição. Editora: Atlas. São Paulo, 26. OLIVEIRA, D.L. de. Enfermagem na Gravidez, Parto e Puerpério. Editora da UFRGS. Porto Alegre, 25. ZAMPIERI, Maria de Fátima Mota et al. Enfermagem na Atenção Primária à Saúde da Mulher. Volume II. 1ª edição. Florianópolis: UFSC/NFR/SBP, 27. 5