VCAN PROVOCA TEMPO SEVERO EM GRANDE PARTE DO NORDESTE DO BRASIL NO INÍCIO DE NOVEMBRO DE 2013 RESUMO

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Transcrição:

VCAN PROVOCA TEMPO SEVERO EM GRANDE PARTE DO NORDESTE DO BRASIL NO INÍCIO DE NOVEMBRO DE 2013 RESUMO No início do mês de novembro de 2013, entre os dias 02 e 06, a atuação de um Vórtice Ciclônico de altos níveis (VCAN) foi responsável por tempo severo em grande parte do Nordeste do Brasil. Em alguns pontos houve registro de precipitação extrema, como por exemplo, em Aracaju SE sobre o leste dessa Região, onde foi registrado mais de 130 mm entre os dias 03 e 04 de novembro de 2013. A atuação desse sistema atmosférico auxiliou tanto de forma positiva como de forma negativa. No primeiro caso, parte da Região Nordeste vinha sendo castigada pela a estiagem, o qual era considerado a pior seca em 65 anos pelo baixo regime e distribuição de chuva, além de açudes praticamente secos, o que aumenta o drama da população. Mas também teve um efeito negativo devido a precipitação bastante intensa em pontos isolados, além de muitos raios, ventos fortes e granizo. Eventos de granizo foram verificados principalmente em AL, RN, BA e SE. Assim, a atuação do VCAN, foi responsável por diversos prejuízos a sociedade atingida, como por exemplos, alagamentos (inclusive em hospitais), queda de árvore, destelhamentos de casa, interrupção de energia, internet e telefone, parte do teto de um shopping desabou e famílias ficaram desabrigadas.

1. INTRODUÇÃO O leste do Nordeste do Brasil (ENEB) se estende até 300 km do litoral leste e entre o RN ao sul da BA (Zona da Mata). No ENEB também apresenta totais pluviométricos anuais variando de 600 a 3000 mm, principalmente entre abril a julho (Molion e Bernardo, 2002). As chuvas no ENEB são provocadas por várias situações e/ou fenômenos atmosféricos, onde se pode citar: atividade de circulação de brisa marítima, máxima convergência dos alísios com a brisa terrestre (Kousky,1979); Zona de Convergência do ENEB (ZCEN), Perturbações ondulatórias nos ventos Alísios (POA) (Molion e Bernardo, 2002), Distúrbios Ondulatórios de Leste (DOL) (Cohen et al., 1989; Ferreira et al., 1990; Pontes da Silva et al, 2011) e frente fria (Kousky,1979). Além desses sistemas, o ciclo anual de chuvas no ENEB também é influenciado por VCAN (Kousky e Gan, 1981). Esse sistema produz chuva não só no ENEB, mas também em toda a Região. Convém ressaltar, que esse evento de precipitação extrema foi previsto pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) e, inclusive, com o envio de um aviso meteorológico para os principais responsáveis (por exemplo, defesa civil nacional). Na sequência está a parte de um dos avisos produzidos pelo CPTEC/INPE: Neste domingo (03/11) a chuva forte deverá se concentrar.... Neste dia também haverá chance de ocorrência de chuva forte de forma localizada no Recôncavo Baiano, nordeste da BA, SE, AL, centro-leste de PE, centrooeste da PB e oeste do RN, em alguns pontos desta área há risco de acumulado de chuva significativo.

2. ANÁLISE Índices pluviométricos extremos foram observados no ENEB no início de novembro de 2013, onde se destaca o acumulado de Aracaju SE entre os dias 03 e 04 de novembro de 2013. Também foram registrados acumulados significativos em Catolé do Rocha PB de 110,7 mm, segundo a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA). No caso da chuva ocorrida em Aracaju SE, foi provocada por uma convecção local associada com o VCAN (Figura 1), onde às 04:00 UTC do dia 04 pode-se notar o início da formação de uma banda de nuvens convectivas no leste de SE e oceano Atlântico adjacente. Essa banda de nuvens desenvolve-se e desloca-se em direção ao oceano, a qual às 08:00 UTC do mesmo dia, posicionou-se apenas sobre o oceano. A Figura 2 apresenta os raios registrados entre os dias 01 e 06 de novembro, onde se notam bastantes descargas elétricas entre GO e TO, devido à atuação de um canal de umidade entre as regiões Norte, Centro- Oeste e partes do Sudeste e Sul do Brasil. Na área compreendida entre o leste da BA, de SE, de AL e oceano Atlântico adjacente notem-se raios entre os dias 02 e 05 de novembro, associado à atuação do VCAN. A Figura 3 mostra umidade acima de 600 hpa associada a presença do VCAN entre os dias 02 e 05 de novembro, onde indica nebulosidade em sua periferia, principalmente, e, também, indica a ausência de nuvens em seu centro. Próximo ao centro do VCAN, o lado leste esteve mais úmido do que a parte oeste.

(a) 04/11/2013 às 03:00 UTC (b) às 04:00 UTC (c) às 05:00 UTC (d) às 06:00 UTC (e) às 07:00 UTC (f) às 08:00 UTC Figura 1 Recortes de imagens de satélite no canal IR (realçada) para o dia 04 de novembro de 2013, entre às 03:00 e 08:00 UTC, com intervalos de uma hora. Fonte dos dados: GPT/CPTEC/INPE. (a) 01/11/2013 (b) 02/11/2013 (c) 03/11/2013 (d) 04/11/2013 (e) 05/11/2013 (f) 06/11/2013 Figura 2 Raios sobre o Nordeste do Brasil horária entre os dias 1 (a), 2 (b), 3 (c), 4 (d), 5 (e) e 6 (f) de novembro de 2013. Fonte dos dados: ELAT e GPT/CPTEC/INPE.

Figura 3 Recortes de imagens de satélite no canal do WV, a cada 12 horas, entre às 00:00 UTC do dia 02 até às 12:00 UTC do dia 05 de novembro de 2013. Fonte dos dados: GPT/CPTEC/INPE. A Figura 4 apresenta o campo de 250 hpa entre às 06:00 UTC do dia 02 até às 12:00 UTC do dia 06 de novembro de 2013. No dia 02, às 06:00 e 12:00 UTC, nota-se uma crista passando sobre a Região Sul do Brasil intensificando e, com isso, intensificando também o cavado rio abaixo devido a conservação de vorticidade. O cavado também teve deslocamento para oeste, ou seja, deslocamento retrógado. Ambos os sistemas (crista e cavado) continuarão sendo intensificados e, às 18:00 UTC do dia 02, ocorreu a formação do VCAN, em torno de 20 S/37 W. Esse tipo de formação de VCAN foi explicado por alguns autores (Valverde Ramírez et al., 1999; Paixão e Gandu, 2000) e foi classificado como do tipo Alta. Assim, no nível de 250 hpa, O VCAN iniciou às 18:00 UTC do dia 02 e dissipou às 06:00 UTC do dia 06 de novembro de 2013, permanecendo assim, por cerca de 3 dias e 12 horas. As isolinhas de altura geopotencial em 250 hpa estiveram fechadas entre às 00:00 UTC do dia 03 até às 06:00 UTC do dia 05.

Figura 4 Cartas sinóticas de 250 hpa entre as 06:00 UTC do dia 02 até 12:00 UTC do dia 06 de novembro de 2013. Fonte dos dados: GPT/CPTEC/INPE.

O VCAN em 500 hpa, iniciou às 12:00 UTC do dia 02 e dissipou às 12:00 UTC do dia 05 de novembro e, assim, teve duração de cerca de 3 dias. Entre às 12:00 UTC do dia 03 até às 06:00 UTC do dia 04 de novembro o VCAN esteve mais intenso, chegando a obter duas isolinhas de altura geopotencial em 500 hpa fechadas (Figura 5, linha superior). Vale salientar também, que devido a presença desse vórtice, foi observado temperaturas em 500 hpa bastante frias, chagando a -15 C sobre o oceano e -12 C sobre o continente. Um sinal do grande aprofundamento deste vórtice também foi observado nos níveis de 700 e 850 hpa (Figura 5). Em 700 hpa (Figura 5, linha central), foi observado circulação ciclônica com deslocamento de leste acompanhando o movimento do VCAN visto em 500 e 250 hpa. Nessa circulação ciclônica também foi visto isolinhas de altura geopotencial em 700 hpa fechadas em 18:00 UTC do dia 03 e 00:00 UTC do dia 04. No nível de 850 hpa (Figura 5, linha inferior), foi notado um cavado. Na Figura 6 mostra as radiossondagens para Natal RN, Recife PE e Salvador BA, para às 12:00 UTC do dia 03 e às 00:00 e 12:00 UTC do dia 04 de novembro de 2013. As radiossondagens de Recife PE e Salvador BA não foram utilizadas para às 00:00 UTC do dia 04, devido suas ausências. Em Natal RN é visto perfis de estratificação de temperatura condicionalmente instável em grande parte da atmosfera (Figuras 6a até 6c), sendo que, às 12:00 UTC do dia 04 esteve com umidade relativa próximo de 100% desde a superfície até 700 hpa aproximadamente. Os índices K e TT estiveram bastante altos. O índice LI também registrou valores altos (negativos). A energia de instabilidade CAPE esteve com valores acima de 1000 Jkg -1 nos três horários citados anteriormente. Assim, de forma geral, os índices de instabilidade apresentaram valores que indicaram potencial para forte convecção, precipitação intensa e trovoada. Para constatar outros índices de instabilidade ver a Figura 6. Em Recife PE (Figuras 6d e 6e), foi observado que próximo a superfície esteve instável e, em grande parte da troposfera, condicionalmente instável. Entre os níveis de 950 e 800 hpa a umidade relativa chegou a 100%, às 12:00 UTC do dia 03 (Figura 6d). Os índices K e TT estiveram bastante altos apenas às 12:00 UTC do dia 03. O índice LI obteve valores negativos. A CAPE

positiva também obteve valores altos chegando a valores acima de 2000 Jkg -1. Em Recife também apresentaram valores que indicaram potencial para convecção intensa. Em Salvador BA foi verificado em geral troposfera condicionalmente instável (Figuras 6f e 6g), mas às 12:00 UTC do dia 03, esteve estável entre 1000 e 750 hpa, aproximadamente. Também, foram verificados alguns pontos de inversão térmica. Entre a superfície e 600 hpa apresentou umidade relativa em torno de 100%, às 12:00 UTC do dia 03 (Figura 6f). Assim, como o observado para Natal e Recife, em Salvado também obteve valores dos índices de instabilidade com bastante potencial para forte convecção, precipitação intensa e trovoada. Por exemplos, os índices K e TT estiveram bastante altos e, apenas às 12:00 UTC do dia 04, o índice LI ficou negativo e a CAPE esteve com valores acima de 1000 Jkg -1. Figura 5 Cartas sinóticas de 500 (linha superior), 700 (linha central) e 850 (linha inferior) hpa entre as 12:00 UTC do dia 03 até 06:00 UTC do dia 04 de novembro de 2013. Fonte dos dados: GPT/CPTEC/INPE.

(a) (b) (c) (d) (e) (f) (g) Figura 6 Radiossondagens e índices de instabilidade para Recife - PE e Salvador BA, às 12:00 UTC dos dias 03 e 04 de novembro de 2013. Na Figura 7 (linha 1, entre às 18:00 UTC do dia 03 até 06:00 UTC do dia 04) nota-se que a umidade relativa na camada entre 850 e 500 hpa chegou a 90% em SE. Nessas figuras ainda nota-se também LI chegando a -4. Na Figura 7 (linha 2), os índices Sweat e K obtiveram em SE, valores em torno de 270 e 35, respectivamente. Na linha 3, foi observado VT com valores entre 25 e 29 e TT acima de 45. A CAPE obteve valores que chegaram a mais de 2000 jkg -1 (linha 4).

Figura 7 Índices de instabilidade atmosférica para às 18:00 UTC do dia 03 (coluna 1), às 00:00 (coluna 2) e às 06:00 (coluna 3) UTC de novembro de 2013, sendo que em (linha 1) têm-se UR entre 850 e 500 hpa (sombreado) e Lifted (contornos); (linha 2) Sweat (sombreado) e K (contornos); (linha 3) VT (sombreado), CT (contornos) e TT (>45 - branco); e (linha 4) CAPE (sombreado) e CIN (contorno azul). Fonte dos dados: CPTEC/INPE.

3. PREVISÃO A Figura 8 apresentam os modelos de previsão numérica de tempo (ETA 15 km, GFS, BRAMS 5 km, G3DVAR e T299) referente à rodada das 12:00 UTC do dia 03 de novembro de 2013, para o campo de precipitação acumulada em 24 horas (entre 12:00 UTC do dia 03 e às 12:00 UTC do dia 04). Esses modelos apresentaram um sinal de acumulados de precipitação sobre o Nordeste do Brasil e, também, sobre SE onde foram registrados os maiores volumes de precipitação. A Figura 8a mostra o modelo ETA 15 km, o qual indicou um acumulado pluviométrico chegando a 50 mm no leste de SE. O modelo GFS apresentou índices pluviômetros chegando a 20 mm no estado de SE (Figura 8b). Na Figura 8c e 8d é visto os modelos BRAMS 5 km e G3DVAR, respectivamente, que também sumularam acumulados de precipitação chegando a 20 mm. No modelo T299 (Figura 8e) é observado menores acumulados de chuva, em torno de 5 a 10 mm. Assim, conclui-se que todos os modelos subestimaram os acumulados pluviométricos em Aracaju SE, mas o modelo ETA 15 km apresentou o melhor resultado, ou seja, apresentou um indicativo de chuva intensa no leste do Estado. O modelo T299 obteve a maior subestimativa de precipitação.

(a) (b) (c) (d) (d) Figura 7 Campo de precipitação acumulada em 24 horas (entre 12:00 UTC do dia 03 e às 12:00 UTC do dia 04) a partir da rodada das 12:00 UTC do dia 03 de novembro de 2013, para os modelos (a) ETA 15 km, (b) GFS, (c) BRAMS 5 km, (d) G3DVAR e (e) Global T299. Fonte dos dados: GPT/CPTEC/INPE.

Elaborado pelo meteorologista Bruno Miranda de Brito ANEXO Fonte das fotos: G1 e De olho no tempo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COHEN, J. C. P; SILVA DIAS, M.A F; NOBRE, C. A. ASPECTOS CLIMATOLÓGICOS DAS LINHAS DE INSTABILIDADES DA AMAZÔNIA. Climanálise, 4(11), p. 34-39, 1989. FERREIRA, N. J; CHAN, C.S; SATYAMURTI, P. ANÁLISE DOS DISTÚRBIOS ONDULATÓRIO DE LESTE SOBRE O OCEANO ATLÂNTICO EQUATORIAL SUL. In: Anais do Congresso Brasileiro de Meteorologia, 6, 1990, Salvador, Rio de Janeiro, p. 462-466. KOUSKY, V. E. ; GAN, M. A.. Upper tropospheric cyclonic vortices in the tropical South Atlantic. Tellus, v. 33, n.6, p. 538-551, 1981. KOUSKY, V. E. FRONTAL INFLUENCES ON NORTHEAST BRAZIL. Mon. Wea. Ver; 107(9), p.1140-1153, 1979. MOLION, L. C. B; BERNARDO, S. O. UMA REVISÃO DA DINÂMICA DAS CHUVAS NO NORDESTE BRASILEIRO. Revista Brasileira de Meteorologia, RIO DE JANEIRO (RJ), v. 17, n.1, p. 1-10, 2002. PAIXAO, E. B; GANDU, A. W. Caracterização do Vórtice Ciclônico de Ar Superior no Nordeste brasileiro (Parte I). In: XI Congresso Brasileiro de Meteorologia, Rio de Janeiro (RJ), 2000. PONTES DA SILVA, B. F; FEDORAVA, N; LEVIT, V; PERESETSKY, A; BRITO, B. M. SISTEMAS SINÓTICOS ASSOCIADOS ÀS PRECIPITAÇÕES INTENSAS NO ESTADO DE ALAGOAS. Revista Brasileira de Meteorologia (Impresso), v. 26, p. 287-294, 2011. Valverde Ramírez M.C., Kayano, M. T., Ferreira, N. J. Statistical analysis of upper tropospheric vortices in the vicinity of northeast Brazil during the 1980-1989. Atmosfera, 12 (2), 75-88. 1999.