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Transcrição:

APELAÇÃO CÍVEL N. 77526-70.2015.8.09.0170 (201590775260) AGRAVO REGIMENTAL COMARCA DE CAMPINORTE AGRAVANTE : SANEAMENTO DE GOIÁS S/A SANEAGO AGRAVADA : ROSINEIDE FRANCISCA DE AZEVEDO RELATOR : Desembargador WALTER CARLOS LEMES RELATÓRIO Saneamento de Goiás S/A Saneago interpõe agravo regimental contra a decisão de fls. 228/240, que negou seguimento ao recurso de apelação, com fulcro no artigo 557, caput, do CPC. Em suas razões recursais às fls. 257/275, sustenta no caso, a nulidade do julgamento monocrático da demanda, vez que a matéria discutida nos autos foi decidida de modo diverso de outros julgamentos deste Tribunal. colegiado do recurso de apelação. Aduz sobre a necessidade do julgamento 1

Assevera que, não obstante tenha ocorrido uma falha no serviço de fornecimento de água, este fato não é o suficiente para a configuração do dano moral, o qual não ficou demonstrado pela parte autora/recorrida, em violação às disposições do artigo 333, inciso I, do CPC, bem como ao artigo 927, do Código Civil. Cita julgados em abono à sua tese. Defende a redução do quantum indenizatório, nos termos do parágrafo único do artigo 944, do Código Civil, eis que fixado em valor exorbitante, considerando a possibilidade de sua condenação alcançar o montante de R$ 14.760.000,00 (quatorze milhões setecentos), em virtude do número de ligações de água existentes no referido Município. Pugna pela suspensão do feito até o julgamento final da ação civil pública, procolo n. 201502673511, em trâmite perante a Vara de Fazendas Públicas da Comarca de Campinorte, a qual possui a mesma causa de pedir. Ao final, requer a reconsideração da decisão atacada ou, não sendo este o entendimento, seja o recurso 2

submetido à apreciação do colegiado, para o provimento in totum do recurso. Preparo à f. 280. O magistrado a quo deixou transcorrer in albis o prazo para apresentação das informações solicitados (fls. 282 e 286). artigo 334, do NCPC. Ao douto Presidente da Câmara, nos termos do Goiânia, 07 de abril de 2016 Desembargador WALTER CARLOS LEMES Relator dmp/7 3

APELAÇÃO CÍVEL N. 77526-70.2015.8.09.0170 (201590775260) AGRAVO REGIMENTAL COMARCA DE CAMPINORTE AGRAVANTE : SANEAMENTO DE GOIÁS S/A SANEAGO AGRAVADA : ROSINEIDE FRANCISCA DE AZEVEDO RELATOR : Desembargador WALTER CARLOS LEMES VOTO recurso, dele conheço. Presentes os pressupostos de admissibilidade do Por primeiro, saliento que o presente recurso será analisado à luz do código de processo civil/1973. Pois bem, a irresignação da agravante prende-se ao ato decisório que negou seguimento ao recurso de apelação, nos termos do art. 557, caput, do CPC. De início, no que se refere a irresignação quanto a aplicabilidade do art. 557, caput, do CPC, convém esclarecer é permitido ao relator julgar monocraticamente o recurso, 4

visto que o decisum substitui a decisão colegiada, cooperando para a desobstrução das pautas dos tribunais, além de propiciar aos litigantes uma prestação jurisdicional mais célere, afastando qualquer prejuízo processual, eis que a negativa de seguimento ou provimento do recurso não mitiga o direito a reexame da decisão pelos órgãos ad quem, não havendo em se falar em error in procedendo. A propósito, a jurisprudência: (...). 1 - O art. 557 e seus parágrafos do CPC permitem o julgamento singular do recurso pelo relator, para adequar a solução da controvérsia à jurisprudência do STJ, cabendo agravo regimental para o órgão colegiado competente. Por outro lado, eventual nulidade de decisão singular ficaria superada com a reapreciação do recurso pela Turma. Precedente. (...) (STJ, AgRg no AREsp 80.047/SP, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 5

10/04/2012, DJe 18/04/2012). 557, caput, do CPC. Assim, totalmente aplicável o disposto no art. Quanto a matéria propriamente dita, vejo que o agravante não traz aos autos qualquer argumento capaz de derruir a decisão que negou seguimento ao recurso de apelação e manteve a sentença que julgou procedente a ação indenizatória. ementa: A propósito, o julgado atacado recebeu a seguinte EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. SANEAGO. FORNECIMENTO DE ÁGUA IMPRÓPRIA PARA O USO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ART. 37, 6º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E OS ARTIGOS 14 E 22, AMBOS DO CDC. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. QUANTUM INDENIZATÓRIO. MANTIDOS. 1. A responsabilidade civil das pessoas 6

jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva, dependendo sua configuração da demonstração do dano e do nexo de causalidade entre o ato e o dano. Inteligência do art. 37, 6º da Constituição Federal e dos artigos 22 e 14, ambos do CDC. No caso dos autos em que evidenciada a falha na prestação do serviço, diante do fornecimento de água imprópria para o uso, apresentando coloração marrom e suja e, decorrentes da privação, de bem essencial, bem como pelos transtornos daí decorrentes. 2. O valor da indenização deve adequar-se à realidade da lesão, considerando a necessidade de recompor a vítima, inibir o ofensor a condutas semelhantes e penalizá-lo pelo ilícito praticado, segundo sua capacidade econômica. Danos morais mantidos. Apelo a que se nega seguimento, com fulcro no artigo 557, 7

caput do CPC. (f. 228/229). Assim, não merece reparo o decisum, inexistindo fundamento para acolher o pedido contido neste agravo regimental. A propósito:... IV - Não trazendo o recorrente elemento novo capaz de sustentar a pleiteada reconsideração da decisão fustigada, deve ser desprovido o agravo interno. Agravo Regimental conhecido e desprovido.(tjgo, AGRAVO DE INSTRUMENTO 283740-21.2015.8.09.0000, Rel. DES. CARLOS ALBERTO FRANCA, 2ª CÂMARA CÍVEL, julgado em 01/09/2015, DJe 1866 de 10/09/2015). Por último, constato que descabível o pedido de sobrestamento do feito até o deslinde da ação coletiva (201502673511), pois, além da ação individual poder ter curso independente da ação coletiva só se suspenderia mediante iniciativa do seu autor. 8

Sem demais considerações. Ao fim e ao cabo de tais considerações, conheço do recurso, mas nego-lhe provimento, para manter inalterada a decisão vergastada. É o voto. Goiânia, 19 de abril de 2016. Desembargador WALTER CARLOS LEMES Relator dmp/7 9

APELAÇÃO CÍVEL N. 77526-70.2015.8.099.0170 (201590775260) AGRAVO REGIMENTAL COMARCA DE CAMPINORTE AGRAVANTE : SANEAMENTO DE GOIÁS S/A SANEAGO AGRAVADA : ROSINEIDE FRANCISCA DE AZEVEDO RELATOR : Desembargador WALTER CARLOS LEMES EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL. APELAÇÃO CÍVEL. ART. 557, CAPUT, CPC. APLICABILIDADE. RESPONSABILIDADE CIVIL. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. SANEAGO. FORNECIMENTO DE ÁGUA IMPRÓPRIA PARA O USO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ART. 37, 6º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E OS ARTIGOS 14 E 22, AMBOS DO CDC. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. QUANTUM INDENIZATÓRIO. MANTIDOS. FATOS NOVOS. NÃO DEMONSTRAÇÃO. 1. O art. 557, caput, do CPC permite ao Relator julgar monocraticamente o recurso, o que coopera para a desobstrução das pautas dos tribunais e propicia aos litigantes uma 10

prestação jurisdicional mais célere, sem mitigar o direito ao duplo grau de jurisdição e ofender o devido processo legal 2..A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva, dependendo sua configuração da demonstração do dano e do nexo de causalidade entre o ato e o dano. Inteligência do art. 37, 6º da Constituição Federal e dos artigos 22 e 14, ambos do CDC. 3. No caso dos autos em que evidenciada a falha na prestação do serviço, diante do fornecimento de água imprópria para o uso, apresentando coloração marrom e suja e, decorrentes da privação, de bem essencial, bem como pelos transtornos daí decorrentes. 4. O valor da indenização deve adequar-se à realidade da lesão, considerando a necessidade de recompor a vítima, inibir o ofensor a condutas semelhantes e penalizá-lo pelo ilícito praticado, segundo sua capacidade econômica. Danos morais mantidos 5. Não apontado qualquer argumento que possa derruir a decisão monocrática proferida, impõe-se o desprovimento do agravo regimental. AGRAVO 11

REGIMENTAL CONHECIDO E DESPROVIDO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de agravo regimental opostos a apelação cível n. 77526-70.2015.8.09.0170 (201590775260), da comarca de Campinorte, sendo agravante Saneamento de Goiás S/A Saneago e agravada Rosineide Francisca de Azevedo. O Tribunal de Justiça, por sua Segunda Turma Julgadora da Terceira Câmara Cível, à unanimidade de votos, conheceu do agravo regimental e negou-lhe provimento, tudo nos termos do voto do relator. Custas de lei. Votaram com o relator os desembargadores Gerson Santana Cintra e Itamar de Lima. Santana Cintra. Presidiu a sessão o desembargador Gerson 12

Presente a ilustre representante da Procuradoria Geral de Justiça, Márcia de Oliveira Santos. Goiânia, 19 de abril de 2016. Desembargador WALTER CARLOS LEMES Relator dmp/7 13