DECRETO LEI N.º 134/2009, DE 2 DE JUNHO

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Transcrição:

Informação n.º 15/2009 DECRETO LEI N.º 134/2009, DE 2 DE JUNHO Define o regime jurídico aplicável à prestação de serviços de promoção, informação e apoio aos consumidores e utentes, através de call centers Âmbito de aplicação (art. 2º): Aplica se a todos os profissionais 1 (nº 1), bem como prestadores de serviços públicos essenciais 2 (nº 2), que coloquem à disposição do consumidor um call center, independentemente da sua natureza pública ou privada. Regras gerais (art. 4º): O acesso ao serviço ou à informação não é condicionado ao prévio fornecimento de quaisquer dados pelo consumidor ou pelo utente, sem prejuízo dos estritamente necessários para o tratamento da sua solicitação, bem como da garantia da confidencialidade da informação a prestar e da verificação da legitimidade do interlocutor para aceder à mesma; O serviço deve funcionar, pelo menos, num número de horas pré estabelecido em período diurno e disponibilizará atendimento personalizado; 1 Profissional (c): qualquer pessoa singular ou colectiva que exerça com carácter profissional uma actividade económica que vise a obtenção de benefícios e coloque à disposição do consumidor um call center; 2 Serviços públicos essenciais (d): os serviços assim definidos nos termos do artigo 1.º da Lei n.º 23/96, de 26 de Julho, alterado pelas Leis n. os 12/2008, de 26 de Fevereiro, e 24/2008, de 2 de Junho; 1

O atendimento só pode ser exclusivamente processado através de sistema de atendimento automático fora das horas de atendimento personalizado; O número de telefone do serviço e o seu período do seu funcionamento, com destaque para o período de atendimento personalizado, devem constar, de forma bem visível, dos materiais de suporte de todas as comunicações do profissional. Práticas proibidas (art. 5º): O reencaminhamento da chamada para outros números que impliquem um custo adicional para o consumidor ou para o utente, salvo se, sendo devidamente informado do seu custo, o consumidor ou o utente expressamente o consentir; A emissão de qualquer publicidade durante o período de espera no atendimento; O registo em base de dados do número de telefone utilizado pelo consumidor ou pelo utente para efectuar a ligação telefónica, excepcionadas as situações legalmente autorizadas; No exercício da actividade abrangida pelo presente decreto lei, o profissional deve abster se de abusar da confiança, falta de experiência ou de conhecimentos do consumidor ou do utente ou aproveitar se de qualquer estado de necessidade ou fragilidade em que o mesmo se encontre. Atendimento (art. 6º): O atendimento é processado por ordem de entrada das chamadas, sem prejuízo da possibilidade de existência de menus electrónicos e do disposto no n.º 5 do artigo 8.º; 2

Uma vez atendida a chamada, o período de espera 3 em linha não deve ser superior a 60 segundos; Existindo menu electrónico, este é disponibilizado imediatamente após o atendimento, contando se o período de espera em linha previsto no número anterior a partir da escolha pelo consumidor ou pelo utente da opção de contacto com o profissional; Caso não seja possível efectuar o atendimento no prazo referido no n.º 2, deve ser disponibilizada uma forma de o consumidor ou de o utente deixar o seu contacto e identificar a finalidade da chamada, devendo o profissional responder em prazo não superior a dois dias úteis; Caso o serviço de atendimento disponibilize um menu electrónico, este não pode conter mais de cinco opções iniciais, devendo uma destas ser a opção de contacto com o profissional, com excepção dos horários em que o atendimento se processe exclusivamente através de sistema de atendimento automático; Tratando se de um serviço de atendimento relativo a um serviço de execução continuada ou periódica, do menu referido no número anterior deve constar uma opção relativa ao cancelamento do serviço, que permita ao consumidor ou ao utente, consoante o caso, proceder ao cancelamento do serviço ou obter informação quanto aos procedimentos a adoptar para tal; Quando ocorra um pedido de cancelamento do serviço, o profissional deve enviar ao consumidor ou ao utente a confirmação do cancelamento, através de um suporte durável, no prazo máximo de três dias úteis; Nos primeiros 90 dias contados da prestação do serviço, o ónus da prova do cumprimento das obrigações previstas no presente artigo cabe ao profissional. 3 Período de espera em linha (h): o período que medeia entre o atendimento pelo call center ou, existindo menu electrónico, a escolha da opção de contacto com o profissional e o atendimento personalizado pelo profissional. 3

Emissão de chamadas (art. 7º): As chamadas telefónicas dirigidas aos consumidores ou aos utentes devem ser efectuadas num horário que respeite os períodos de descanso em uso e nunca antes das 9 horas nem depois das 22 horas do fuso horário do consumidor ou dos utentes, salvo acordo prévio do mesmo; O operador que efectue a chamada deve identificar se imediatamente após o atendimento, bem como ao profissional em nome do qual actua e a finalidade do contacto; Caso o consumidor ou o utente expresse a vontade de não prosseguir a chamada, esta deve ser desligada com urbanidade. Prestação de informação (art. 8º): A prestação de informação obedece aos princípios da legalidade, boa fé, transparência, eficiência, eficácia, celeridade e cordialidade; A informação prestada aos consumidores ou aos utentes deve ser clara e objectiva, prestada em linguagem facilmente acessível, procurando satisfazer directamente todas as questões colocadas; Sem prejuízo da disponibilização de informação noutras línguas, as informações são prestadas em língua portuguesa; As questões colocadas devem ser respondidas de imediato ou, não sendo possível, no prazo máximo de três dias úteis, contado da data da realização do contacto inicial pelo consumidor ou pelo utente, salvo motivo devidamente justificado; Caso seja necessário, o serviço deve garantir a transferência para o sector competente para o atendimento definitivo da chamada, no tempo máximo de 60 segundos a contar do momento em que o operador verifica essa necessidade e desta dá conhecimento ao 4

consumidor ou ao utente, sem prejuízo de o operador poder facultar ao consumidor ou ao utente o número directo de acesso ao mesmo; A chamada não deve ser desligada pelo operador antes da conclusão do atendimento. Transparência (artº 9º): O profissional deve manter o histórico do atendimento que identifique os problemas colocados pelo consumidor ou pelo utente até à resolução da questão suscitada, evitando a reprodução de contactos anteriores; O profissional deve promover e manter a gravação das chamadas efectuadas pelo consumidor ou pelo utente pelo prazo mínimo de 90 dias, permitindo a este o acesso ao seu conteúdo, nos termos previstos na legislação aplicável (excepto nas chamadas de conteúdo meramente informativo); Fiscalização e instrução dos processos de contra ordenação (artº 11º): A fiscalização e a instrução dos processos de contra ordenação competem ao regulador sectorial, competindo ao seu órgão máximo a aplicação das coimas e demais Sanções; A fiscalização e a instrução dos processos de contra ordenação por violação do disposto no n.º 5 do artigo 4.º, quando cometidas através de publicidade, e na alínea b) do n.º 1 do artigo 5.º competem à Direcção Geral do Consumidor, cabendo, neste caso, a aplicação de coimas e demais sanções à Comissão de Aplicação de Coimas em Matéria Económica e de Publicidade (CACMEP); Nos restantes casos, a fiscalização e a instrução dos processos de contra ordenação competem à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, cabendo, neste caso, a aplicação de coimas e demais sanções à CACMEP. Vanessa Coelho 5